Trauma Flashcards

1
Q

Quais são os três escores utilizados no atendimento ao trauma?

A

Trauma Score (TS), Revised Trauma Score (RTS), Injury Severity Score (ISS).

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2
Q

O que avalia o Revised Trauma Score (RTS)?

A

Mortalidade precoce com base em PAS, FR e Escala de Glasgow.

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3
Q

Qual escore avalia mortalidade tardia baseado na gravidade das lesões?

A

Injury Severity Score (ISS).

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4
Q

Qual é a principal causa de morte entre 1-40 anos?

A

Trauma.

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5
Q

Quais são os três picos da distribuição trimodal das mortes por trauma?

A

1º pico (imediatamente após trauma), 2º pico (minutos/horas pós-trauma), 3º pico (dias/semanas/meses pós-trauma).

50% no 1º tempo, 30% no 2º tempo e 20% no 3º tempo.

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6
Q

Qual é a sequência correta da avaliação primária (ABCDE) no trauma?

A

A: Via aérea e coluna cervical, B: Respiração, C: Circulação, D: Disfunção neurológica, E: Exposição.

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7
Q

Quando é indicado o controle de sangramento (X) antes do ABCDE?

A

Em sangramento excruciante (ex.: curativo compressivo ou torniquete).

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8
Q

Quais são os sinais de fratura de base de crânio?

A

Sinal do Guaxinim (equimose periorbital), Sinal de Battle (equimose retroauricular), otorragia, rinorreia.

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9
Q

Qual é a diferença de tempo entre cricotireoidostomia cirúrgica e por punção?

A

Cirúrgica: válida por até 48h. Por punção: transitória (até 20 minutos).

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10
Q

Quais são as contraindicações da cricotireoidostomia cirúrgica?

A

Crianças e suspeita de trauma laríngeo.

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11
Q

Qual a clínica característica o pneumotórax hipertensivo?

A

Desvio de traqueia, turgência jugular, hipotensão e diminuição do murmúrio vesicular.

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12
Q

Qual é o tratamento inicial para pneumotórax aberto?

A

Curativo de três pontas + drenagem torácica fechada.

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13
Q

Quais são os critérios para tórax instável?

A

Fratura de ≥2 arcos costais consecutivos, cada um com ≥2 pontos de fratura.

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14
Q

O que define um hemotórax maciço?

A

≥1500mL de sangue ou drenagem contínua de 200-300mL/h nas primeiras horas.

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15
Q

Qual é a tríade de Beck no tamponamento cardíaco?

A

Hipofonese de bulhas, hipotensão arterial e turgência jugular.

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16
Q

Quais são as indicações de toracotomia de emergência?

A

PCR por trauma penetrante <15min ou trauma fechado <5min.

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17
Q

Quais são as indicações absolutas de laparotomia em trauma abdominal?

A

Irritação peritoneal, evisceração e instabilidade hemodinâmica.

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18
Q

Qual é o tratamento para trauma hepático grau I-II?

A

Conservador (observação e reposição volêmica).

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19
Q

O que caracteriza a tríade clínica do trauma de uretra?

A

Uretrorragia, retenção vesical e bexigoma.

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20
Q

Como é caracterizada a fratura pélvica instável?

A

Disjunção >2,5cm ou deslocamento significativo.

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21
Q

Qual é o valor normal da pressão intra-abdominal (PIA)?

A

5-7 mmHg.

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22
Q

O que define a síndrome do compartimento abdominal?

A

PIA >20mmHg + disfunção orgânica (ex.: oligúria, hipotensão)., ou seja, aumento da pressão abdominal com manifestações sistêmicas

O aumento sem manifestações não caracterizam a síndrome, apenas aumento.

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23
Q

Quais são os critérios da tríade de Cushing no TCE?

A

Hipertensão arterial, bradicardia e bradipneia.

Típico de HIC!

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24
Q

Qual é a diferença entre hematoma extradural e subdural?

A

Extradural: lesão arterial (biconvexo). Subdural: lesão venosa (em crescente).

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25
O que é o intervalo lúcido no hematoma extradural?
Perda temporária de consciência seguida de melhora, antes da deterioração neurológica.
26
Qual é o tratamento atual para trauma raquimedular?
Estabilização hemodinâmica e neuroproteção (sem pulsoterapia com corticoides). | Corticoterapia proscrita!
27
Como calcular a superfície corporal queimada pela Regra dos 9?
Cabeça 9%, cada membro superior 9%, tronco anterior/posterior 18% cada, cada membro inferior 18%.
28
Qual é a fórmula de Parkland para reposição volêmica em queimaduras?
- 4mL x peso (kg) x %SCQ para queimaduras elétricas; - 2mL x peso (kg) x %SCQ para outros tipos de queimadura. | 50% nas primeiras 8h pós trauma, 50% nas próximas 16h.
29
Quais são as indicações de escarotomia em queimaduras?
Queimaduras circunferenciais que comprometem ventilação ou perfusão.
30
Quais são as camadas afetadas nas queimaduras de 3º grau?
Epiderme, derme, tecido subcutâneo (indolor e aspecto de couro). | **Atinge o subcutâneo!**
31
O que caracteriza a lesão axonal difusa (LAD) no TCE?
Coma >6h devido a danos nos prolongamentos axonais.
32
Qual é o protocolo para uso de ácido tranexâmico no trauma?
1g nas primeiras 3h (idealmente 10min) + 1g nas primeiras 8h em choque classe III/IV.
33
# Quais parâmetros? RTS
PAS, FR ECG | Mais utilizado, com boa predição de mortalidade precoce
34
# Quais parâmetros? ISS
Escore baseado no grau da lesão (exame físico, achado cirúrgico, radiológico) | Avalia mortalidade tardia
35
# Quais parâmetros? TS
FR, esforço, PAS e ECG | Mais antigo
36
Como evitar mortes no 1º tempo do trauma?
Conscientização e campanhas preventivas
37
Como evitar mortes no 2º tempo do trauma?
Atendimento rápido e de qualidade no pré hospitalar e no hospitalar
38
Como evitar mortes no 3º tempo do trauma?
Um bom sistema de cuidado longitudinal, com prevenção das complicações fatais pós traumáticas
39
# O que avaliar no trauma? A
A = Colar cervical e prancha rígida + Avaliação das vias aéreas.
40
# No A do trauma Indicações de via aérea definitiva
Via aérea definitiva está indicada nos casos de apneia, rebaixamento do nível de consciência,sangramento em vias aéreas (VVAA), trauma facialgrave, enfisema subcutâneo expansivo, lesão química ou térmica em pescoço, lesão por inalaçãoem via aérea.
41
O que define uma via aérea definitiva?
Cuff insuflado na via aérea
42
Quantos e quais são os dispositivos de via aérea definitiva?
Tubo orotraqueal, tubo nasotraqueal, cricoteoidostomia cirúrgica e traqueostomia | **Cricoteoidostomia por punção não é via aérea definitiva!!**
43
Contraindicação do tubo orotraqueal
Não usar se houver deformidade maxilofacial extensa ou incapacidade de visualizar vias aéreas
44
Contraindicação de tubo nasotraqueal
Não usar se houver apneia ou suspeita de fratura de base de crânio. ## Footnote Quando suspeitar de fratura de base de crânio: Sinal do Guaxinim (equimose periorbital), sinal de Battle (equimose na região retroauricular), otorragia, rinorreia, sinais de lesão do VII (nervo facial) e VIII (nervo vestibulococlear) pares cranianos.
45
# Onde é realizada? Cricotireoidostomia cirúrgica
É realizada no ligamento cricotireoidiano. Ou seja, entre a cartilagem tireóidea e a cartilagem cricoide.
46
# Onde é realizada? Traqueostomia
Entre os anéis traqueais ## Footnote É um procedimento mais complexo de serrealizado, devido a localização (próximo a grandesvasos).
47
# Em qual faixa etárea é preferível? Traqueostomia
Menores de 12 anos
48
# Em que consiste? B do trauma
O2 suplementar + Oxímetro → Para todos os pacientes vítimas de trauma. | **+ Semiotécnica torácica: Inspeção, palpação, percussão e ausculta**
49
50
Qual a perda volêmica e os sinais vitais na classe I?
Perda: <750 mL (<15% volemia)\nFC: <100 bpm\nPAS: Normal\nDiurese: >30 mL/h\nEstado mental: Leve ansiedade\nReposição: Cristaloides
51
Qual a perda volêmica e os sinais vitais na classe II?
Perda: 750-1500 mL (15-30% volemia)\nFC: 100-120 bpm\nPAS: Normal\nDiurese: 20-30 mL/h\nEstado mental: Moderada ansiedade\nReposição: Cristaloides
52
Qual a perda volêmica e os sinais vitais na classe III?
Perda: 1500-2000 mL (30-40% volemia)\nFC: 120-140 bpm\nPAS: Reduzida\nDiurese: 5-15 mL/h\nEstado mental: Ansioso/confuso\nReposição: Cristaloides + sangue
53
Qual a perda volêmica e os sinais vitais na classe IV?
Perda: >2000 mL (>40% volemia)\nFC: >140 bpm\nPAS: Reduzida\nDiurese: Desprezível\nEstado mental: Confuso/letárgico\nReposição: Cristaloides + sangue
54
Como memorizar as classes II e III?
- O que for pior que a classe III será classe IV, o que for melhor que a classe II será classe I.\n- Na classe III geralmente há hipotensão.
55
Qual é a reposição na classe III e IV?
- Classe III: Cristaloides + sangue tipo específico (com prova sanguínea)\n- Classe IV: Cristaloides + hemotransfusão
56
Qual é o mecanismo de ação do ácido tranexâmico?
Antifibrinolítico que atua impedindo a fibrinólise.
57
Quando devemos usar o ácido tranexâmico?
Em choque classe III e IV.
58
Qual é a dose do ácido tranexâmico?
- 1g nas primeiras 3h (idealmente nos primeiros 10 min)\n- 2ª dose (1g) nas primeiras 8h.
59
Qual a sequência de reposição volêmica no choque hemorrágico?
Fazer reposição com 1 litro de cristaloide → transfusão na proporção 1:1:1 (1 concentrado de hemácias – 1 bolsa de plaquetas – 1 bolsa de plasma fresco).
60
O que caracteriza um protocolo de transfusão maciça?
- Paciente que necessitou de >10 unidades de concentrados de hemácias nas primeiras 24h da admissão\n- Ou mais de 4 unidades em 1 hora.
61
O que é a Escala de Coma de Glasgow (ECG) e qual sua finalidade?
É uma ferramenta de avaliação neurológica que mensura o nível de consciência, variando de 3 a 15 pontos, com base nas respostas ocular, verbal e motora.
62
Quais são os três componentes da ECG?
Abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
63
Qual é a pontuação mínima e máxima da ECG?
Mínima: 3 pontos (sem resposta em todos os parâmetros); Máxima: 15 pontos (respostas ideais em todos os parâmetros).
64
Quais são os parâmetros para Abertura Ocular na ECG?
4: Espontânea; 3: Ao comando verbal; 2: À dor; 1: Sem resposta.
65
Quais são os parâmetros para Resposta Verbal na ECG?
5: Orientado; 4: Confuso; 3: Palavras inapropriadas; 2: Sons incompreensíveis; 1: Sem resposta.
66
Quais são os parâmetros para Resposta Motora na ECG?
6: Obedece comandos; 5: Localiza a dor; 4: Retirada à dor; 3: Flexão anormal (decorticação); 2: Extensão anormal (decerebração); 1: Sem resposta.
67
Qual o macete para lembrar a resposta verbal na escala de coma?
OCVV: Orientada, Confusa, Verbaliza palavras soltas, Verbaliza sons.
68
O que significa a sigla OCVV em relação à resposta verbal?
Orientada, Confusa, Verbaliza palavras soltas, Verbaliza sons.
69
Qual o macete para lembrar a resposta motora na escala de coma?
OLFFE: Obedece, Localiza, Flexão, Flexão anormal, Extensão anormal.
70
O que representa 'Obedece' no macete OLFFE?
Obedece a comandos.
71
O que representa 'Localiza' no macete OLFFE?
Localiza, aponta onde é a dor.
72
O que representa a primeira 'Flexão' em OLFFE?
Flexão normal.
73
O que representa a segunda 'Flexão' em OLFFE?
Flexão anormal.
74
O que representa 'Extensão' em OLFFE?
Extensão anormal.
75
Como diferenciar decorticação de descerebração usando o macete?
'Doiscerebra, trêscortica': 3 = decorticação (flexão anormal); 2 = descerebração (extensão anormal).
76
Quando ATLS autoriza retirada do colar cervical?
ECG 15 + sem dor na região cervical
77
# Quais são as lesões ameaçadoras da vida? Trauma torácico
São 4: - Pneumotórax hipertensivo e aberto; - Tamponamento cardíaco; - Lesão extensa da árvore traqueobrônquica - Hemotórax maciço.
78
# Quais lesões potencialmente ameaçadoras da vida? Trauma torácico
São 4: - Hemotórax; - Pneumotórax simples; - Fraturais costais; - Tórax instável.
79
# O que pensar? Trauma de tórax + diminuição dos MV
Pneumotórax ou Hemotórax | **Descobre a partir da percussão (macicez=hemo; timpanismo=pneumo)**
80
Indicações da toracotomia de urgência
- Saída de 1500mL imediatos ou 200/300mL por hora nas primeiras 2/3 horas; - Lesão penetrante anterior com tamponamento; - Pneumotórax aberto; - Lesão de vasos de base com instabilidade - Lesão traqueal extensa
81
# Definição Pneumotórax simples
Coleção de ar entre as pleuras
82
# Tratamento Pneumotórax simples
Expectante ## Footnote Exceções: paciente em VMI, transporte aéreo, aumento ou >1/3 do volume.
83
# Causa Pneumotórax hipertensivo
Pneumotórax + VMA
84
# Clínica Pneumotórax hipertensivo
Choque, desvio de traqueia, turgor de jugular
85
# Tratamento Pneumotórax hipertensivo
Toracocentese + drenagem | No 5º espaço intercostal!
86
# Definição Pneumotórax aberto
Ferida penetrante maior que 2/3 do diâmetro da traqueia
87
# Tratamento Pneumotórax aberto
Curativo de 3 pontas
88
# Causa Tórax instável
Trauma contuso
89
# Clínica Tórax instável
Respiração paradoxal
90
# Tratamento Tórax instável
O2, fisioterapia, analgesia, VMA
91
# Mais comum em que tipo de trauma? Hemotórax
Penetrante (pelo risco de lesão vascular)
92
# Tratamento Hemotórax maciço
Toracotomia
93
# Tratamento Hemotórax coagulado
Videotoracostopia | Se sem sucesso da drenagem, mesmo com dois drenos, pensar em hemo. coag.
94
# Radiografia Hemotórax
Visualização do sangue como uma faixa radiopaca
95
# Mecanismo Contusão miocárdica
Trauma de tórax em região esternal
96
# Câmara mais atingida Contusão miocárdica
Ventrículo direito
97
# Clínica Contusão miocárdica
Taquicardia sinusal, hipotensão, IC
98
# Tratamento Contusão miocárdica
Suporte
99
# Causa Tamponamento cardíaco
Trauma penetrante
100
# Clínica Tamponamento cardíaco
Tríade de beck | Abafamento de bulhas, hipotensão e turjor jugular
101
# Tratamento Tamponamento cardíaco
Toracotomia
102
# Defina Zona de Ziedler
A **Zona Perigosa de Ziedler** é uma região do tórax com alto risco de lesão cardíaca em traumas penetrantes. Seus limites vão da **linha paraesternal esquerda à linha axilar média esquerda** (vertical) e da **fúrcula esternal ao rebordo costal da 10ª costela esquerda** (horizontal), abrangendo uma área com maior probabilidade de acometer o coração.
103
# Locais mais afetados Trauma abdominal penetrante ## Footnote Também conhecido como aberto
- Por arma de fogo: intestino delgado. - Por arma branca: fígado.
104
Trauma abdominal contuso ## Footnote Também conhecido como fechado
Baço e fígado
105
# Quando é possível não levar para cirurgia de cara? Trauma abdominal penetrante por arma de fogo
Se sem evisceração, peritonite ou instabilidade + ferimento tangencial em hipocôndrio direito, pode-se tentar tratamento conservador | Quase sempre cirúrgico.
106
# Quando é possível não levar para cirurgia de cara? Trauma abdominal penetrante por arma branca
Se sem evisceração, peritonite ou instabilidade + ferimento na região do dorso ou dos flancos, pode-se fazer TC com triplo contraste para definir conduta posteriormente
107
# Quando é possível não levar para cirurgia de cara? Trauma abdominal penetrante em transição toracoabdominal
Se sem evisceração, peritonite ou instabilidade + ferimento em região anterior ou lateral, pode-se fazer exploração digital e se o peritônio estiver íntegro, segue-se com a conduta conservadora ou videolaparoscopia por enquanto; se peritônio lesionado, automaticamente considera-se evisceração e vai para laparotomia exploradora.
108
# Conduta baseada em quê? Trauma abdominal contuso com paciente estável e sem RNC
Exame físico é suficiente
109
# Conduta baseada em quê? Trauma abdominal contuso com paciente estável e com RNC | Ou alcoolizado
TC
110
# Conduta baseada em quê? Trauma abdominal contuso com paciente instável
Lavado peritoneal diagnóstico ou E-FAST
111
Quais os espaços para realização do E-FAST?
1. Espaço sub-hepático (hepatorrenal e hepatoesplênico) 2. Espaço subdiafragmático esquerdo 3. Pelve 4. Pericárdio 5. Espaços pleurais | FAST comum não avaliava espaços pleurais, **o E-FAST tem essa adição.** ## Footnote Espaço sub-hepático direito também é conhecido como **espaço de Morrison**, e o esquerdo como **espaço de Koller**.
112
# Card com 4 itens Desvantagens do E-FAST
1. Exame operador dependente; 2. Não avalia qual órgão acometido; 3. Não avalia retroperitôneo; 4. Perde acurácia com distensão, pneumoperitôneo e com pacientes obesos.
113
Se todas as opções disponíveis, qual contraste usar na TC no trauma?
Ambos, oral e venoso
114
# Classificação da Hipertensão Intraabdominal Grau I
12-15mmHg | Normal é 5-7mmHg
115
# Classificação da Hipertensão Intraabdominal Grau II
16-20mmHg | Normal é 5-7mmHg
116
# Classificação da Hipertensão Intraabdominal Grau III
21-25mmHg | Normal é 5-7mmHg
117
# Classificação da Hipertensão Intraabdominal Grau IV
>25mmHg | Normal é 5-7mmHg
118
# Qual grau de hipertensão intrabdominal geralmente está associado? Síndrome do Compartimento Abdominal
Grau III e Grau IV, ou seja, pelo menos 21mmHg ou mais
119
# Manifestações sistêmicas associadas Síndrome do Compartimento Abdominal | 8
1. Diminuição do retorno venoso; 2. Diminuição do débito cardíaco; 3. Hipotensão; 4. Diminuição da perfusão intestinal; 5. Aumento da pressão venosa central; 6. Oligúria; 7. Diminuição da taxa de filtração glomerular; 8. Aumento da Pressão Intracraniana...
120
# Tratamento Síndrome do Compartimento Abdominal
1. Tratar a causa base; 2. Diminuir infusão de fluidos; 3. Avaliar drenagem de coleções; 4. Laparotomia exploradora (em casos extremos); 5. Bolsa de bogotá/peritoneostomia (por não ser possível fechar a cavidade após uma laparotomia por esta síndrome). | **Ascite e tumores são algumas das outras causas da síndrome.**
121
# Faixa do Glasgow TCE leve
13-15
122
# Faixa do Glasgow TCE moderado
9-12
123
# Faixa do Glasgow TCE grave
3-8
124
# Card com 5 itens Medidas de neuroproteção no paciente vítima de TCE
1. PAS>90; 2. PCO2 - limites inferiores; 3. Decúbito 30º-45º; 4. PaO2>60mmHg; 5. Cabeça centralizada.
125
# Conduta? Paciente com tríade de cushing
Medidas de neuroproteção e neurocirurgia urgente para evitar maior herniação.
126
# Artéria mais comumente lesionada Hematoma extradural
Artéria meníngea média por trauma temporal
127
# Indicação cirúrgica imediata Hematoma extradural
>30mL, >15mm e/ou desvio de linha média >5mm
128
# Qual a apresentação clássica? Hematoma extradural
Paciente vítima de trauma temporal, que perdeu a consciência na cena e que acordou posteriormente com EGC14-15, aparentemente quase assintomático do ponto de vista neurológico. Pouco tempo depois, paciente evolui com RNC grave, necessitando inclusive de via aérea avançada imediatamente. | **Intervalo lúcido**
129
# Achado de TC sugestivo Hematoma extradural
Lesão biconvexa
130
# Qual perfil de paciente mais comum? Hematoma subdural
Idosos, etilistas e anticoagulados
131
# Qual vaso comumente lesionado? Hematoma subdural
É causado por lesão venosa, comumente da veia ponte
132
# Indicação de cirurgia imediata Hematoma subdural
>10mm de espessura ou desvio de linha média >5mm, sinais de herniação cerebral, anisocori, deterioração neurológica
133
# Característica temporal Hematoma subdural
Pode acontecer agudamente ou meses após o trauma
134
# Achado típico da TC Hematoma subdural
Imagem em crescente | Na imagem, hematoma extenso, se extendendo ao tentório cerebelar.
135
136
# Tipo de lesão causada Contusão cerebral
Hematoma intraparenquimatoso
137
# Sintomas associados Concussão
Perda de consciência transitória e amnésia
138
# Definição Lesão axonal difusa
Tipo de lesão grave com destruição dos prolongamentos axonais | Comumente leva a coma que dura mais de 6h.
139
# Definição Choque medular
Perda de tônus muscular e de reflexos | Geralmente resolve espontaneamente.
140
# Definição Choque neurogênico
Perda do tônus vasomotor e da ação da inervação simpática para o coração, o que leva a uma vasodilatação inapropriada.
141
# Dupla de sintomas clássicos Choque neurogênico
Hipotensão + bradicardia
142
# PA, FC, Nível de consciência, TEC, aparência da pele, temperatura Choque neurogênico
- PA diminuída - FC normal/bradicardia - Consciência mantida - TEC normal - Pele normocorada - Temperatura quente e seca
143
# Tratamento mais urgente Choque neurogênico
Uso de vasopressores e suporte
144
# Explique a aparência e a clínica Quais são as camadas afetadas nas queimaduras de 1º grau?
É limitada à epiderme, com aparência eritematosa que evolui com palidez à compressão, além de ser muito dolorosa.
145
Qual a clínica nas queimaduras de 2º grau?
- Se superifical: - Dolorosa; - Bolha; - Empalidecem à compressão Se profunda: - Maior palidez; - Mosqueada; - Não empalidecem.
146
# Tratamento Queimaduras
1. Reposição volêmica vigorosa; 2. Antibioticoterapia tópica (não sistêmica!); 2. Cirurgia se necessário, com enxertos e retalhos; 3. Suporte nutricional, para compensar o metabolismo aumentado e a grande perda proteica e lipídica.
147
# O que buscar para estadiar a gravidade da lesão? Trauma cervical
Hard signs e soft signs ## Footnote Importante observar os sintomas, qual zona cervical afetada e qual mecanismo do trauma
148
# Trauma cervical Hard signs | 7 itens
1. Hemorragia incontrolável; 2. Hematoma em expansão ou pulsátil; 3. Hemoptise ou hematêmese; 4. Choque; 5. Insuficiência respiratória; 6. Déficit neurológico; 7. Ferida soprante.
149
# Trauma cervical Soft signs
1. Hemorragia pequena; 2. Hematoma não expansivo; 3. Hipotensão responsiva; 4. Enfisema subcutâneo; 5. Disfonia; 6. Disfagia.
150
# Conduta Trauma cervical com hard signs
Se qualquer um presente, operar independente da zona afetada
151
# Conduta Trauma cervical apenas com soft signs
AngioTC para definição de conduta
152
Trauma cervical: zonas
153
Qual sinal clínico sugere lesão esplênica?
Dor subescapular à esquerda (sinal de Kehr) ou fratura de arcos costais esquerdos.
154
Quais são os critérios para tratamento conservador em lesão esplênica?
Graus I-III, estabilidade hemodinâmica, ausência de irritação peritoneal ou coagulopatias.
155
Quando é indicada a esplenectomia?
Lesões grau V, instabilidade hemodinâmica ou falha do tratamento conservador.
156
Quais vacinas são necessárias após esplenectomia?
Pneumocócica, meningocócica e Haemophilus influenzae tipo B (após 14 dias pós-operatório).
157
Qual órgão é mais lesado em traumas em geral?
Fígado.
158
O que define uma lesão hepática grau III (AAST)?
Hematoma subcapsular >50% da superfície, ruptura de hematoma >5cm ou laceração >3cm de profundidade.
159
Qual é a primeira conduta para trauma hepático em pacientes estáveis?
Tratamento conservador com observação e embolização angiográfica, se necessário.
160
O que é a manobra de Pringle?
Clampeamento do ligamento hepatoduodenal (artéria hepática e veia porta) por até 20-30 minutos, parando sangramentos da veia porta e da artéria hepática, mas não da veia cava.
161
Qual é a mortalidade aproximada em lesões venosas justa-hepáticas (grau V)?
0.77
162
Como são tratadas lesões da via biliar com >50% de comprometimento?
Anastomose biliodigestiva (hepaticojejunostomia em Y de Roux).
163
Qual complicação é comum após reparo de via biliar?
Estenose cicatricial (50% dos casos).
164
Qual é a principal causa de lesão duodenal em trauma fechado?
Impacto epigástrico por acidente automobilístico (ex.: volante) ou trauma por guidão de bicicleta.
165
Quais sinais sugerem retropneumoperitônio em trauma duodenal?
Dor lombar, crepitação ao toque retal e aumento de amilase.
166
Como é tratada uma laceração duodenal grau III?
Ressecção do segmento lesado com duodenoanastomose ou reconstrução em Y de Roux.
167
O que caracteriza uma lesão pancreática grau III?
Transecção distal ou lesão do parênquima/ducto pancreático.
168
Qual procedimento é indicado para lesões pancreáticas à esquerda da veia mesentérica?
Pancreatectomia distal.
169
O que é a 'tríade letal' no trauma hepático?
Hipotermia, acidose e coagulopatia (requer correção pré-cirúrgica).
170
Qual exame é padrão-ouro para diagnóstico de lesão renal?
TC de abdome contrastada ou cistografia retrógrada.
171
Qual é o principal sinal de trauma renal?
Hematúria (presente em 70-95% dos casos).
172
Como são classificadas as lesões renais grau V?
Fragmentação total do rim ou avulsão do hilo renal (desvascularização).
173
Qual é a conduta para lesão ureteral distal?
Reimplante vesical ou cateter duplo J para proteção da anastomose.
174
Como diferenciar ruptura intraperitoneal e extraperitoneal da bexiga?
Intraperitoneal: TC ou cistografia com extravasamento de contraste na cavidade. Extraperitoneal: associada a fraturas pélvicas.
175
Qual é o tratamento para ruptura extraperitoneal da bexiga?
Cateterismo vesical com Foley por 10-14 dias para cicatrização espontânea.
176
O que define uma lesão duodenal grau IV (AAST)?
Ruptura >75% da circunferência da 2ª porção ou envolvimento da ampola de Vater.
177
Qual procedimento é indicado para lesões graves da cabeça do pâncreas?
Pancreatoduodenectomia (Whipple).
178
Qual é a principal causa de óbitos tardios em trauma de via biliar?
Estenose cicatricial pós-reparo.
179
O que caracteriza uma transfusão maciça em trauma hepático?
>10 unidades de concentrado de hemácias em 24h ou >4 unidades em 1 hora.
180
Qual é o protocolo de transfusão maciça?
Proporção 1:1:1 (plasma, plaquetas e concentrado de hemácias).
181
Qual é o risco da ligadura do ducto biliar comum?
Icterícia obstrutiva e colangite (requer drenagem temporária com dreno em T).
182
Quais são as principais causas de lesão uretral?
Fratura pélvica (uretra posterior) e 'queda a cavaleiro' (uretra anterior).
183
Por que o cateterismo vesical está contraindicado na suspeita de lesão uretral?
Risco de agravar a lesão; requer uretrografia retrógrada para diagnóstico.
184
Quais são as opções de tratamento para lesão uretral posterior?
Realinhamento primário (via cistoscopia) ou cistostomia com correção tardia de estenose.
185
Qual é a principal causa de fraturas pélvicas?
Trauma contuso de alta energia (ex.: acidentes automobilísticos).
186
Qual é a complicação imediata mais grave das fraturas pélvicas?
Hemorragia retroperitoneal (90% por lesão do plexo venoso sacral).
187
Como são classificadas as fraturas pélvicas quanto à estabilidade?
Estáveis (abertura ≤2,5 cm) ou instáveis (abertura >2,5 cm ou deformidade do anel pélvico).
188
Qual é o papel do fixador externo em fraturas pélvicas?
Reduzir a fratura, realinhar o anel pélvico e controlar sangramento venoso.
189
O que fazer se o paciente permanecer em choque após fixação pélvica?
Angiografia para embolização arterial ou tamponamento pré-peritoneal.
190
Quais são as zonas de hematomas retroperitoneais e suas implicações?
Zona 1 (aorta/veia cava: cirurgia imediata), Zona 2 (renal: explorar se penetrante), Zona 3 (ilíaca: não explorar).
191
O que é a manobra de Mattox?
Rotação visceral medial esquerda para expor aorta e seus ramos principais.
192
Qual manobra expõe a veia cava inferior e estruturas retroperitoneais direitas?
Manobra de Cattell-Braasch com rotação visceral medial direita.
193
Por que não explorar hematomas da Zona 3 cirurgicamente?
Risco de sangramento catastrófico por destamponamento.
194
Quais são os tipos de lesões por cisalhamento vertical na pelve?
Deslocamento superior/posterior da hemipélvis por força longitudinal.
195
Qual é a conduta para hematoma pélvico encontrado durante cirurgia?
Não manipular (evitar sangramento catastrófico).
196
Qual é a abordagem para lesões da Zona 1 retroperitoneal?
Cirurgia imediata devido a risco de sangramento massivo (aorta/veia cava).
197
Quais são as três direções das forças compressivas externas que podem causar fraturas pélvicas?
Anteroposterior (AP), lateral (L) e vertical (V).
198
Quando uma fratura pélvica é considerada estável?
Quando o anel pélvico está alinhado e a abertura da sínfise púbica é igual ou inferior a 2,5 cm.
199
Quando uma fratura pélvica é considerada instável?
Quando há deformidade importante do anel pélvico ou abertura da sínfise púbica superior a 2,5 cm.
200
Como são classificadas as fraturas resultantes de forças laterais?
Tipo A.
201
Como são classificadas as fraturas resultantes de força anteroposterior?
Tipo B.
202
Como são classificadas as fraturas resultantes de força vertical?
Tipo C.
203
Sobre estabilidade, quais são os subtipos das fraturas pélvicas?
Tipo I (fraturas estáveis), Tipo II e III (fraturas instáveis).
204
Qual tipo de fratura pélvica é conhecido como 'livro aberto' e por que é grave?
As fraturas do tipo B (força AP), pois causam abertura do anel pélvico, tração dos ligamentos e vasos do plexo venoso sacral, levando a hemorragia significativa para o retroperitônio.
205
Qual o tratamento para fraturas pélvicas estáveis (Tipo I)?
Tratamento conservador.
206
Qual o tratamento para fraturas pélvicas instáveis (Tipos II e III)?
Tratamento cirúrgico.
207
Qual é o papel do fixador externo nas fraturas pélvicas?
Reduzir a fratura, realinhar o anel pélvico e controlar a hemorragia.
208
Qual a principal origem da hemorragia nas fraturas pélvicas?
Plexo venoso retroperitoneal (90% dos casos).
209
O que indica a persistência do choque hipovolêmico após uso do fixador externo?
Possível lesão arterial associada ao sistema ilíaco interno.
210
Qual exame pode ser necessário em caso de lesão arterial na fratura pélvica?
Angiografia para embolização dos vasos sangrantes.
211
Qual procedimento está indicado em casos graves instáveis quando a angiografia não está disponível?
Tamponamento pélvico pré-peritoneal.
212
Quem classificou as fraturas do anel pélvico pelo mecanismo de fratura e estabilidade da lesão?
Young et al., em 1986.
213
Qual é a fratura por compressão lateral mais comum?
Lesão do Tipo I: fratura por compressão sacral no lado do impacto com fraturas ramificadas unilaterais ou bilaterais.
214
Qual característica define a fratura por compressão lateral Tipo II?
Fratura crescente (asa ilíaca) no lado do impacto.
215
Qual é a fratura por compressão lateral Tipo III?
Lesão do Tipo I ou II no lado do impacto, com força estendendo-se para a hemipélvis oposta, criando uma lesão de livro aberto no lado oposto (pelve varrida pelo vento).
216
O que caracteriza a fratura por compressão anteroposterior Tipo I?
Ligeiro alargamento da sínfise púbica (<2 cm) com ligamentos do anel pélvico posterior intactos.
217
O que caracteriza a fratura por compressão anteroposterior Tipo II?
Alargamento da articulação sacroilíaca anterior devido à ruptura parcial dos ligamentos sacrotuberoso e sacroilíaco.
218
O que caracteriza a fratura por compressão anteroposterior Tipo III?
Ruptura completa da articulação sacroilíaca com lesões do anel pélvico anterior semelhantes ao Tipo II.
219
O que define a fratura por cisalhamento vertical?
Deslocamento superior ou posterior da hemipélvis devido a uma força longitudinal aplicada à pelve.