Tratamento clínico RCU Flashcards
Abrangência das DII
Compreendem a doença de Crohn, a retocolite ulcerativa (RCU), a colite colágena e a colite linfocítica.
Objetivo do tratamento
Indução da remissão clínica e, sempre que possível, da remissão endoscópica com a cicatrização da mucosa – a chamada remissão profunda. Outros objetivos igualmente importantes são a manutenção da remissão profunda, a terapêutica livre de corticosteroides, exceto nos surtos de atividade moderada e grave, e a manutenção da qualidade de vida.
Avaliação
Conhecer a extensão da doença: proctite, quando o processo inflamatório é distal à junção
retossigmoidiana, ou colite esquerda, se a inflamação alcança qualquer segmento entre o sigmoide e a flexura esplênica, e pancolite se o processo inflamatório acomete para além da flexura esplênica.
Também é preciso avaliar a intensidade/gravidade da doença no momento de tomada da conduta. Embora haja vários critérios e escores utilizados, atualmente o mais utilizado é o escore da Clínica Mayo, cuja soma total leva em conta a frequência das evacuações, o sangramento retal, a avaliação endoscópica e a impressão global do médico. O escore varia entre 0 e 12 pontos, com pontuação maior indicando doença mais grave. Entretanto, por vezes, a avaliação endoscópica não é possível; nesses casos utiliza-se o escore de Mayo sem o subescore endoscópico
Escore da Clínica Mayo
Escore da Clínica Mayo 1. Frequência das evacuações 0 = normal para o paciente 1 = 1 a 2 evacuações/dia > normal 2 = 3 a 4 evacuações/dia > normal 3 = ≥ 5 evacuações/dia > normal 2. Sangramento retal 0 = sem sangue 1 = raias de sangue < ½ do tempo 2 = sangue vivo evidente na maioria das evacuações 3 = evacuações com sangue puro 3. Achados endoscópicos 0 = normal ou inativa (CICATRIZADA) 1 = doença leve (enantema, perda do padrão vascular, leve friabilidade) (CICATRIZADA) 2 = doença moderada (enantema evidente, perda do padrão vascular, friabilidade, erosões) 3 = doença grave (sangramento espontâneo, ulcerações) 4. Avaliação medica global* 0 = normal 1 = doença leve 2 = doença moderada 3 = doença grave * A avaliação medica global leva em consideração a queixa diária do paciente de desconforto abdominal, a sensação geral de bem-estar, achados do exame físico e o desempenho do paciente para atividades diárias. Escore menor ou igual a 2 sem nenhum subescore > 1 = remissão 3 a 5 = atividade leve 6 a 10 = atividade moderada 11 a 12 = atividade grave
TERAPIA 1 - Aminossalicilatos
Proctite em atividade leve a moderada, supositórios de mesalazina (ácido 5-aminossalicílico – 5-ASA), na dose de 1 g/dia, é a recomendação. Retossigmoidite, enemas de 5-ASA, em dose de 1 g/dia ou mais, é a terapêutica de escolha. Colite leve a moderada de qualquer extensão proximal ao reto, 5-ASA oral, na dose de 2 a 4,8 g/dia, é o tratamento de escolha. (2 e 2,4 g/dia na doença em atividade leve, e doses superiores, até 4,8 g/dia, na atividade moderada.)
Avaliação de eficácia dentro de 4-8 semanas.
TERAPIA 2 - Corticoesteroides
Pacientes com doença moderada a grave
Corticoesteroides: 40-60mg de prednisona por dia, via oral. (pode ser tomago juntamente com budesonida enema, 4g, para doença retossigmoidiana)
Nunca deve ser utilizado como terapia de manutenção.
Avaliado dentro de duas 2 semanas.
TERAPIA 3 - Imunossupressores
Imunossupressores: Importante na colite ulcerativa.
azatioprina, 6 mercaptopurina, metotrexato (pouco usado)
Azatioprina: terapia de manutenção em corticodepedentes
TERAPIA 4 - Terapia biológica
Terapia biológica:
Anti-TNF: infliximabe e adalimumabe
Drogas antimoléculas de adesão: vedolizumab
Combinação com imunossupressor.
TERAPIA EM CRIANÇAS
A RCU na faixa etária pediátrica apresenta algumas características únicas.
• pancolite predominante em 60 a 80%, isto é,
prevalência 2 vezes maior que nos adultos;
• localização restrita ao reto é rara;
• evolução para colectomia em 10 anos de doença
de 30 a 40% em crianças, e em média 20% em
adultos.
Realização de exame de fezes e protoparasitológicos para descartar diagnósticos diferenciais. Além de investigar alergia alimentar e imunodeficiência primaria.
TERAPIA EM CRIANÇAS 1 - mesalazina
Mesalazina (5-ASA) oral é recomendada como
primeira terapia de indução para doença leve a moderada e para manutenção da remissão.
Monoterapia com 5-ASA tópico pode ser efetiva em crianças selecionadas com proctite leve a
moderada, apesar de essa condição ser rara no paciente pediátrico.
TERAPIA EM CRIANÇAS 2 - Corticoesteroides
Para doença moderada com comprometimento sistêmico e crianças com doença grave sem sintomas sistêmicos ou na falha de indução de remissão após terapia adequada com 5-ASA.
Recomenda-se prednisona ou prednisolona dose 1
mg/kg/dia, máximo de 40 mg/dia.
TERAPIA EM CRIANÇAS 3 - imunossupressores (tiopurinas)
Azatioprina ou mercaptopurina
Manutenção da remissão nas crianças com intolerância a 5-ASA ou reagudizações frequentes (2 a 3 por ano) ou corticodependentes após usar a máxima dose de 5-ASA. Também são recomendadas para tratamento de manutenção após remissão induzida pelo esteroide em colite aguda grave.
- azatioprina: 1,5 a 2,5 mg/kg/dia;
- 6-mercaptopurina: 1 a 1,5 mg/kg/dia.
TERAPIA EM CRIANÇAS 4 - Biológicos
elo fato de a DII pediátrica ter um curso clínico
mais agressivo, com forte efeito negativo sobre o crescimento, há expectativa para um maior uso de biológicos na tentativa de modicar a história natural da doença.
Poucas evidências: Top Down
O esquema de tratamento é o mesmo que nos adultos: infliximabe na dose recomendada de 5 mg/kg/dose, endovenoso em 2 horas para indução nas semanas 0, 2, 6 e para manutenção a cada 8 semanas.
Adalimumabe é recomendado na dose para indução de 160 mg na semana 0 e 80 mg semana 2, para crianças como mais de 30 kg de peso, como nos adultos, e de 80 mg na semana 0 e de 40 mg na semana 2 para crianças com menos de 30 kg, via
subcutânea a cada 15 dias. A manutenção é feita com 40 mg SC a cada 15 dias.