Transferência de pacientes graves Flashcards
Do que depende a decisão de transferir um doente?
- Depende das lesões sofridas
- Recursos locais
- Capacidade da equipe de atendimento
A quem cabe decidir quais doentes devem ser transferidos e em qual momento deve se dar essa transferência?
O Médico!
Princípio fundamental do tratamento ao traumatizado
Não causar dano adicional
V ou F?
É preciso evitar procedimento diagnósticos como lavado peritoneal, tomografia etc, que não modificarão o plano imediato de tratamento.
Verdadeiro.
Esses procedimentos podem atrasar a transferência.
Cronologia da transferência inter-hospitalar
Varia de acordo com a distância entre os hospitais, com os recursos disponíveis para a transferência, com as características da instituição local e com os procedimentos necessários antes que o doente possa ser transferido com segurança.
V ou F?
As lesões que implicam risco iminente à vida não devem ser tratadas antes de se iniciar o transporte, mesmo se os recursos estiverem disponíveis e se os procedimentos necessários puderem ser realizados rapidamente
Falso.
Devem ser tratados de imediato. E se for um processo cirúrgico, a decisão caberá ao cirurgião.
Quem eu devo transportar?
- Pacientes em choque
- Deterioração fisiológica importante
- Piora progressiva do estado neurológico
- Doentes com lesões específicas, associação de lesões ou que tenham dados de história que sugiram transferência significativa de energia
- Critérios de alto risco (nos cards a seguir)
Circunstâncias clínicas que justificam a transferência inter-hospitalar
Sistema Nervoso Central
- Traumatismo craniencefálico
- Ferimento penetrante ou fratura de calota craniana com afundamento
- Lesão aberta com ou sem fístula liquórica
- Escore GCS < 15 ou neurologicamente anormal
- Sinais de lateralização
- Lesão medular ou lesão vertebral importante
Circunstâncias clínicas que justificam a transferência inter-hospitalar
Tórax
- Alargamento de mediastino ou sinais sugestivos de lesão de grandes vasos
- Lesões graves da parede torácica ou contusão pulmonar
- Lesão cardíaca
- Doentes que podem necessitar de ventilação prolongada
Circunstâncias clínicas que justificam a transferência inter-hospitalar
Bacia/Abdome
- Instabilidade e disjunção do anel pélvico
- Disjunção do anel pélvico com choque e evidências de hemorragia persistente
- Lesão pélvica aberta
- Lesão de órgão parenquimatoso
Circunstâncias clínicas que justificam a transferência inter-hospitalar
Extremidades
- Fraturas expostas graves
- Amputação traumática com potencial para reimplante
- Fraturas articulares complexas
- Lesões graves por esmagamento
- Isquemia
Circunstâncias clínicas que justificam a transferência inter-hospitalar
Lesões Multissistêmicas
- Trauma craniencefálico com trauma de face, tórax, abdome ou bacia
- Trauma em mais de duas regiões corporais
- Queimaduras graves ou queimaduras com lesões associadas
- Fraturas proximais múltiplas de ossos longos
Circunstâncias clínicas que justificam a transferência inter-hospitalar
Fatores associados
- Idade > 55 anos
- Crianças < 5 anos
- Doenças cardíacas ou respiratórias
- Diabetes insulinodependente
- Obesidade mórbida
- Gravidez
- lmunossupressão
Circunstâncias clínicas que justificam a transferência inter-hospitalar
Deterioração secundária (sequelas tardias)
- Necessidade de ventilação mecânica
- Sepse
- Insuficiência de um ou de múltiplos órgãos ou sistemas (deterioração do SNC, cardíaco pulmonar, hepático, renal ou coagulopatia)
- Necrose tecidual extensa
V ou F?
Os doentes estáveis que apresentam trauma
abdominal fechado com lesões documentadas de fígado e baço podem ser candidatos a tratamento não operatório.
Verdadeiro.
Está implícita em tal prática a necessidade de disponibilidade imediata de sala de cirurgia, bem como de uma equipe cirúrgica qualificada.
V ou F?
O tratamento não operatório deve sempre ser supervisionado por um cirurgião geral ou de trauma, independente da idade do paciente.
Verdadeiro
E sses doentes não devem ser tratados de forma não operatória em hospitais que não estão preparados para realizar intervenções cirúrgicas de urgência
Tratamento do doente agitado e que não coopera, com nível de consciência alterado
Esses doentes são frequentemente imobilizados
em posição supina, com dispositivos de restrição aplicados aos punhos e às pernas. Se for necessário o uso de sedação, o doente deve ser intubado.
Tratamento do doente agitado e que não coopera, com nível de consciência alterado
O que fazer antes de administrar o sedativo?
- Assegurar-se de que os ABCDE do doente foram adequadamente tratados.
- Aliviar, se pos sível, a dor do doente (por exemplo , imobilizar as fraturas e administrar pequenas doses endovenosas de narcóticos).
- Tentar acalmar e tranquilizar o doente
V ou F?
Os benzodiazepínicos, fentanil,
propofol e quetamina podem ser utilizados em doente hipovolêmico, intoxicado ou com trauma craniencefálico
Falso.
São perigosos.
Responsabilidade da Transferência
É do médico que encaminha e do médico que recebe o doente.
Atribuições do médico que encaminha
- Escolher a modalidade apropriadada de transporte e do nível de complexidade de atendimento necessário para garantir um tratamento adequado durante o percurso.
- Deve consultar o médico que recebe o doente
- Estabilização das condições do doente antes da transferência
Acordos de transferência
Permitem o retorno de informações para o hospital de origem e o aumento da eficiência e da qualidade do tratamento durante a transferência.
Médico que recebe
- Deve ser previamente consultado
- Deve auxiliaer o médico que encaminha na organização da transferência
V ou F?
Se uma equipe treinada não estiver disponível para tripular a ambulância, um enfermeiro ou um médico deve acompanhar o doente. Toda a monitoração e os procedimentos realizados no percurso devem ser registrados.
Verdadeiro
Como eu devo transportar o doente?
Por via terrestre, aérea ou aquática
Principais fatores que determinam qual meio de transporte usar
- Disponibilidade
- Geografia
- Custo
- Clima
Informações que devem ser fornecidas pelo médico
- Identificação do doente
- Uma breve história do incidente, incluindo as informações pré-hospitalares pertinentes
- Os achados clínicos iniciais no serviço de. emergência
- Resposta do doente ao tratamento instituído
Informações clíncas para a equipe de transferência
- Manutenção da via aérea
- Fluidos para reposição volêmica
- Procedimentos especiais que possam ser necessários
- Escore do doente na Escala Revisada de Trauma, procedimentos para reanimação e mudanças eventuais que possam ocorrer no percurso.
Documentação
- Registro escrito dos problemas, o tratamento realizado e o estado clínico do doente no momento da transferência , assim como certos achados no exame físico, devem acompanhar o doente
- Ou transmisssão por fax
Tratamento realizado antes da transferência
1. Via aérea
a. Colocar um tubo oro ou nasofaríngeo ou um
tubo e ndotraqueal, se necessário.
b. Realizar aspiração.
c. Introduzir so nda gástrica para diminuir o risco
de aspiração.
2. Respiração
a. Determinar a frequência respiratória e
administrar oxigênio suplementar.
b. Providenciar ventilação mecânica, quando
necessárioo.
c. Realizar drenagem torácica, se necessário
3. Circulação
a. Controlar a hemorragia externa.
b. Instalar 2 cateteres endovenosos de grosso
calibre e iniciar a administração de soluções
cristaloides.
c. Iniciar a reposição do volume de sangue
perdido com soluções cristaloides ou sangue,
e continuar a administração durante a
transferência.
d. Instalar uma sonda vesical para monitoração
do débito urinário.
e. Monitorar o ritmo e a frequência cardíaca do
doente.
4. Sistema nervoso central
a. Fornecer ventilação assistida ao doente
inconsciente.
b. Administrar manitol, se necessário.
c. Imobilizar lesões da coluna cervical, torácica
ou lombar.
5. E studos diagnósticos (quando indicada, a
realização de tais estudos não d eve retardar a
transferência)
a. Radiografias de tórax, de bacia e de
extremidades.
b. Estudos diagnósticos sofisticados, como TC e
aortografia, habitualmente não são indicados.
c. Hemoglobina ou hematócrito, tipagem sanguínea, provas cruzadas e gasometria arterial
devem ser solicitados para todos os doentes;
acrescentar o teste de gravidez para todas as
mulheres em idade fértil.
d. Determinação do ritmo cardíaco e da saturação da hemoglobina (ECG e oximetria de pulso ).
6. Ferimentos (a realização desses procedimentos não deve retardar a transferência)
a. Limpar e cobrir os ferimentos após o controle
da hemorragia externa.
b. Administrar profilaxia contra o tétano.
c. Administrar antibióticos, quando indicado.
7. Fraturas
a. Realizar imobilização e tração adequadas.
Tratamento durante o transporte
- Monitoração dos sinais vitais e da oximetria de pulso
- Suporte cardiorrespiratório continuado
- Reposição continuada do volume de sangue
- Uso de medicamentos apropriados, sob orientação de um médico ou em conformidade com protocolos estabelecidos
- Manutenção da comunicação com um médico ou uma instituição durante a transferência
- Manutenção de um registro pormenorizado durante a transferência
Cuidados com transportes aéreos
- Mudanças de altitude podem ocasionar alterações na pressão de ar, o que pode aumen tar o tamanho do pneumotórax e da distensão gástrica.
- Portanto, a colocação de um dreno de tórax e/ ou uma sonda gástrica deve ser cuidadosamente conside rada.