Emergências hipertensivas e suas complicações Flashcards
Crise hipertensiva
Conceito
Condição em que os altos níveis de pressão arterial estão acarretando ou podem acarretar um prejuízo agudo ao organismo, necessitando de um controle pressórico mais rápido do que aquele feito no ambulatório
Crise hipertensiva
Principais órgãos afetados
- Cérebro
- Rins
- Coração
Crise Hipertensiva
Pseudocrise hipertensiva
- Diagnóstico errado de emergência hipertensiva
- Os pacientes tem PA estágio 2, com sintomas não relacionados à hipertensão (cefaleia, parestesias, sensação de mal-estar)
Crise hipertensiva
Pressão arterial média (PAM)
- As complicações agudas dependem muito da PAM
- PA sistóslica (PAS) também contribui
- PAM = PAS + 2x PAD/3
Crise hipertensiva
Tipos de lesão
- Quadro clínico causado pelo efeito da hipertensão em si
- Patologia aguda associada cuja evolução está sendo agravada pela hipertensão
Crise hipertensiva
Tipos de lesão
Quadro clínico causado pelo efeito da hipertensão em si
A hipertensão grave aguda pode causar lesões, decorrentes de:
- Ruptura vascular (AVE hemorrágico) ou extravasamento de líquido (encefalopatia hipertensiva)
- Hiperplasia arteriolar aguda (nefroesclerose hipertensiva maligna)
- Elevação das pressões de enchimento ventricular (EAP)
Obs.: podemos observar na retina o equivalente dessas lesões vasculares pela fundoscopia
Crise hipertensiva
Tipos de lesão
Patologia aguda associada cuja evolução está sendo agravada pela hipertensão
Exemplos:
- IAM
- Angina
- Dissecção aórtica aguda
O aumento excessivo da pós-carga eleva o consumo miocárdico de O2, estendendo a área de infarto e piorando a isquemia.
A dissecção aórtica pode evoluir com ruptura e choque hemorrágico fatal, devido à hipertensão com efeito sobre a parede dos vasos
Crise Hipertensiva
Fisiopatologia
Autorregulação do fluxo sanguíneo
- O cérebro, os rins e o miocárdio possuem mecanismo fino de autorregulação do seu próprio fluxo arterial
- Esse mecanismo, no entanto, funciona apenas em uma faixa de variação da PA
Crise Hipertensiva
Fisiopatologia
Autorregulação do fluxo sanguíneo em normotensos
- Funciona apenas com PAM entre 60-120
- PAM < 60-80 = Hipoperfusão (p. ex.: hipofluxo cerebral e coronariano)
- PAM > 120 = Aumento excessivo do fluxo, com possível extravasamento de líquido para o interstício e ruptura vascular
Crise Hipertensiva
Fisiopatologia
Autorregulação do fluxo sanguíneo em hipertensos
- No hipertenso crônico, a PAM varia entre 120-160
- Lesões ocorrem quando ultrapassam esses valores e quando isto ocorre agudamente
Crise Hipertensiva
Fisiopatologia
órgão mais afetado pelo hiperfluxo agudo
Cérebro
Crise Hipertensiva
Fisiopatologia
Exemplos de causas de hipertensão aguda
- Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica na criança
- Eclâmpsia em mulher previamente normotensa
Crise Hipertensiva
Emergência x Urgência hipertensiva
- Emergência: aumento da PA causando prejuízo orgânico agudo, com sintomas graves e risco de vida, exigindo rápido controle pressórico
- Urgência: PA em níveis agudamente perigosos, mas sem prejuízo orgânico agudo. Há estabilidade clínica com PA diastólica (PAD) > 120. Há risco de evoluir para uma emergência
Crise Hipertensiva
Tipos de emergência hipertensiva
1- Encefalopatia Hipertensiva.
2- Dissecção Aórtica Aguda.
3- AVE Isquêmico (fase aguda) com PA > 200 x 120 mmHg.
4- AVE Hemorrágico (fase aguda) com PA > 180 x 105 mmHg.
5- IAM ou Angina Instável PA Diastólica > 120 mmHg.
6- Edema Agudo de Pulmão Hipertensivo.
7- Hipertensão Acelerada Maligna.
8- Nefroesclerose Hipertensiva Maligna.
9- Eclâmpsia.
10- Hipertensão Grave Perioperatória.
11- Hipertensão Grave no Grande Queimado.
12- GNDA pós-estreptocócica.
13- Crises Adrenérgicas:
- Feocromocitoma;
- Rebote após suspensão de alfa-2-agonista (clonidina);
- Uso de Cocaína;
- Disautonomia (ex.: Síndrome de Guillain-Barré);
- Ingestão de Tiramina + Inibidores da MAO
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Principais drogas
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Via de administração das drogas
Endovenosa!
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Nitroprussiato de sódio
- Potente vasodilatador arterial e venoso
- Pode induzir fenômeno de “roubo” coronariano, aumentando a área de isquemia miocárdica
- Anti-hipertensivo IV mais potente e mais utilizado
- Dose 0,25-10 ug/kg/min, com soro e equipo protegidos da luz
- Meia-vida de 2-5 min
- Vasodilatador cerebral teoricamente prejudicial na encefalopatia hipertensiva, porém com muita eficácia nesta
- Evitado na isquemia miocárdica e eclâmpsia antes do parto, a não ser na hipertensão severa refratária
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Nitroprussiato de sódio - Intoxicação
É metabolizado nas hemácias em cianeto, no qual é convertido em tiocinato pelo fígado. Este é excretado exclusivamente pelos rins.
- Intoxicação pelo Tiocinato: efeito adverso mais comum. Há agitação psicomotora, confusão mental, fadiga, vômitos, coma. Mais comum em doses mais altass, com terapia >4 dias e na insuficiência renal.
- Intoxicação por Cianeto: comum nos hepatopatas. Há acidose metabólica, arreflexia, midríase, convulsões, pele rosada e hálito com odor característico de “amêndoas amargas”.
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Nitroprussiato de sódio - Tratamento da Intoxicação
- Tratada com a suspensão da droga
- Na toxicidade por cianeto, administrar nitrido de sódio a 3% e tiossulfato de sódio a 25%
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Nitroglicerina
- Nitrato com ação vasodilatadora direta, predominante no venoso e nas coronárias epicárdicas.
- Doses maiores também dilatam o leito arterial
- Excelente efeito anti-isquêmico do miocárdio, redutor da pré e pós-carga e anti-hipertensivo
- É escolha na crise hipertensiva do IAM e da angina instável
- Dose 5-100 ug/min em infusão contínua
- Meia-vida 3-5 min
- Administrado c/soro em recipiente de vidro
- Tolerância após 12-24h
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Enalaprilato
- IECA; princípio ativo do enalapril
- Alternativa nas emergências hipertensivas, exceto na eclâmpsia (teratogênico)
- Início de ação em 15 minutos e duração de 6h
- Dose 1,25-5 mg IV 6/6h
- Excelente efeito no EAP hipertensivo
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Hidralazina
- Vasodilatador arterial direto, bastante efetivo nas artérias placentárias
- Seu uso isolado leva à taquicardia, hipercontratilidade miocárdica e retenção líquida
- Droga de escolha na eclâmpsia
- Dose 10-20 mg IV 6/6h ou 10-50 mg IM 12/12h
- Início de ação 10-30min, com duração de 3-8h
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Furosemida
- Efeito venodilatador e ação diurética
- Utilizado no edema agudo de pulmão ou para potencializar a ação de outras drogas, exceto em casos de hipovolemia acentuada e na eclâmpsia
Crise Hipertensiva
Abordagem da emergência hipertensiva
Nicardipina
- Betabloqueador do canal de cálcio di-hidropiridina
- Infusão venosa de 5-15 mg/h
- Eficácia semelhante ao nitroprussiato de sódio, com menos efeitos adversos
- Não deve ser a primeira escolha no edema agudo de pulmão hipertensivo, devido efeito inotrópico negativo
- Duração de efeito 1-4h