Emergências hipertensivas e suas complicações Flashcards

1
Q

Crise hipertensiva

Conceito

A

Condição em que os altos níveis de pressão arterial estão acarretando ou podem acarretar um prejuízo agudo ao organismo, necessitando de um controle pressórico mais rápido do que aquele feito no ambulatório

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2
Q

Crise hipertensiva

Principais órgãos afetados

A
  • Cérebro
  • Rins
  • Coração
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3
Q

Crise Hipertensiva

Pseudocrise hipertensiva

A
  • Diagnóstico errado de emergência hipertensiva
  • Os pacientes tem PA estágio 2, com sintomas não relacionados à hipertensão (cefaleia, parestesias, sensação de mal-estar)
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4
Q

Crise hipertensiva

Pressão arterial média (PAM)

A
  • As complicações agudas dependem muito da PAM
  • PA sistóslica (PAS) também contribui
  • PAM = PAS + 2x PAD/3
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5
Q

Crise hipertensiva

Tipos de lesão

A
  1. Quadro clínico causado pelo efeito da hipertensão em si
  2. Patologia aguda associada cuja evolução está sendo agravada pela hipertensão
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6
Q

Crise hipertensiva

Tipos de lesão

Quadro clínico causado pelo efeito da hipertensão em si

A

A hipertensão grave aguda pode causar lesões, decorrentes de:

  1. Ruptura vascular (AVE hemorrágico) ou extravasamento de líquido (encefalopatia hipertensiva)
  2. Hiperplasia arteriolar aguda (nefroesclerose hipertensiva maligna)
  3. Elevação das pressões de enchimento ventricular (EAP)

Obs.: podemos observar na retina o equivalente dessas lesões vasculares pela fundoscopia

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7
Q

Crise hipertensiva

Tipos de lesão

Patologia aguda associada cuja evolução está sendo agravada pela hipertensão

A

Exemplos:

  • IAM
  • Angina
  • Dissecção aórtica aguda

O aumento excessivo da pós-carga eleva o consumo miocárdico de O2, estendendo a área de infarto e piorando a isquemia.

A dissecção aórtica pode evoluir com ruptura e choque hemorrágico fatal, devido à hipertensão com efeito sobre a parede dos vasos

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8
Q

Crise Hipertensiva

Fisiopatologia

Autorregulação do fluxo sanguíneo

A
  • O cérebro, os rins e o miocárdio possuem mecanismo fino de autorregulação do seu próprio fluxo arterial
  • Esse mecanismo, no entanto, funciona apenas em uma faixa de variação da PA
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9
Q

Crise Hipertensiva

Fisiopatologia

Autorregulação do fluxo sanguíneo em normotensos

A
  • Funciona apenas com PAM entre 60-120
  • PAM < 60-80 = Hipoperfusão (p. ex.: hipofluxo cerebral e coronariano)
  • PAM > 120 = Aumento excessivo do fluxo, com possível extravasamento de líquido para o interstício e ruptura vascular
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10
Q

Crise Hipertensiva

Fisiopatologia

Autorregulação do fluxo sanguíneo em hipertensos

A
  • No hipertenso crônico, a PAM varia entre 120-160
  • Lesões ocorrem quando ultrapassam esses valores e quando isto ocorre agudamente
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11
Q

Crise Hipertensiva

Fisiopatologia

órgão mais afetado pelo hiperfluxo agudo

A

Cérebro

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12
Q

Crise Hipertensiva

Fisiopatologia

Exemplos de causas de hipertensão aguda

A
  • Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica na criança
  • Eclâmpsia em mulher previamente normotensa
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13
Q

Crise Hipertensiva

Emergência x Urgência hipertensiva

A
  • Emergência: aumento da PA causando prejuízo orgânico agudo, com sintomas graves e risco de vida, exigindo rápido controle pressórico
  • Urgência: PA em níveis agudamente perigosos, mas sem prejuízo orgânico agudo. Há estabilidade clínica com PA diastólica (PAD) > 120. Há risco de evoluir para uma emergência
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14
Q

Crise Hipertensiva

Tipos de emergência hipertensiva

A

1- Encefalopatia Hipertensiva.
2- Dissecção Aórtica Aguda.
3- AVE Isquêmico (fase aguda) com PA > 200 x 120 mmHg.
4- AVE Hemorrágico (fase aguda) com PA > 180 x 105 mmHg.
5- IAM ou Angina Instável PA Diastólica > 120 mmHg.
6- Edema Agudo de Pulmão Hipertensivo.
7- Hipertensão Acelerada Maligna.
8- Nefroesclerose Hipertensiva Maligna.
9- Eclâmpsia.
10- Hipertensão Grave Perioperatória.
11- Hipertensão Grave no Grande Queimado.
12- GNDA pós-estreptocócica.
13- Crises Adrenérgicas:

  • Feocromocitoma;
  • Rebote após suspensão de alfa-2-agonista (clonidina);
  • Uso de Cocaína;
  • Disautonomia (ex.: Síndrome de Guillain-Barré);
  • Ingestão de Tiramina + Inibidores da MAO
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15
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Principais drogas

A
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16
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Via de administração das drogas

A

Endovenosa!

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17
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Nitroprussiato de sódio

A
  • Potente vasodilatador arterial e venoso
  • Pode induzir fenômeno de “roubo” coronariano, aumentando a área de isquemia miocárdica
  • Anti-hipertensivo IV mais potente e mais utilizado
  • Dose 0,25-10 ug/kg/min, com soro e equipo protegidos da luz
  • Meia-vida de 2-5 min
  • Vasodilatador cerebral teoricamente prejudicial na encefalopatia hipertensiva, porém com muita eficácia nesta
  • Evitado na isquemia miocárdica e eclâmpsia antes do parto, a não ser na hipertensão severa refratária
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18
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Nitroprussiato de sódio - Intoxicação

A

É metabolizado nas hemácias em cianeto, no qual é convertido em tiocinato pelo fígado. Este é excretado exclusivamente pelos rins.

  • Intoxicação pelo Tiocinato: efeito adverso mais comum. Há agitação psicomotora, confusão mental, fadiga, vômitos, coma. Mais comum em doses mais altass, com terapia >4 dias e na insuficiência renal.
  • Intoxicação por Cianeto: comum nos hepatopatas. Há acidose metabólica, arreflexia, midríase, convulsões, pele rosada e hálito com odor característico de “amêndoas amargas”.
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19
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Nitroprussiato de sódio - Tratamento da Intoxicação

A
  • Tratada com a suspensão da droga
  • Na toxicidade por cianeto, administrar nitrido de sódio a 3% e tiossulfato de sódio a 25%
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20
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Nitroglicerina

A
  • Nitrato com ação vasodilatadora direta, predominante no venoso e nas coronárias epicárdicas.
  • Doses maiores também dilatam o leito arterial
  • Excelente efeito anti-isquêmico do miocárdio, redutor da pré e pós-carga e anti-hipertensivo
  • É escolha na crise hipertensiva do IAM e da angina instável
  • Dose 5-100 ug/min em infusão contínua
  • Meia-vida 3-5 min
  • Administrado c/soro em recipiente de vidro
  • Tolerância após 12-24h
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21
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Enalaprilato

A
  • IECA; princípio ativo do enalapril
  • Alternativa nas emergências hipertensivas, exceto na eclâmpsia (teratogênico)
  • Início de ação em 15 minutos e duração de 6h
  • Dose 1,25-5 mg IV 6/6h
  • Excelente efeito no EAP hipertensivo
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22
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Hidralazina

A
  • Vasodilatador arterial direto, bastante efetivo nas artérias placentárias
  • Seu uso isolado leva à taquicardia, hipercontratilidade miocárdica e retenção líquida
  • Droga de escolha na eclâmpsia
  • Dose 10-20 mg IV 6/6h ou 10-50 mg IM 12/12h
  • Início de ação 10-30min, com duração de 3-8h
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23
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Furosemida

A
  • Efeito venodilatador e ação diurética
  • Utilizado no edema agudo de pulmão ou para potencializar a ação de outras drogas, exceto em casos de hipovolemia acentuada e na eclâmpsia
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24
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Nicardipina

A
  • Betabloqueador do canal de cálcio di-hidropiridina
  • Infusão venosa de 5-15 mg/h
  • Eficácia semelhante ao nitroprussiato de sódio, com menos efeitos adversos
  • Não deve ser a primeira escolha no edema agudo de pulmão hipertensivo, devido efeito inotrópico negativo
  • Duração de efeito 1-4h
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25
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Labetalol

A
  • Alfa e betabloqueador = vasodilatador arterial e venoso e efeito cardioinibitório
  • Infusão contínua, 2 mg/min, após um bolo de 20-80 mg IV
  • Duração de efeito 3-6h
  • Excelente anti-hipertensivo parenteral, exceto noo edema agudo de pulmão, devido efeito inotrópico negativo
  • Pode ser droga de escolha na dissecção aórtica aguda e AVE com PA distólica entre 120-140
  • Efeitos adversos e contraindicações dos betabloqueadores
26
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Esmolol

A
  • Betabloqueador de meia-vida 1-2min
  • Administrado na isquemia miocárdica ou dissecção aórtica, quando há possibilidade de efeito adverso com esse grupo de drogas
27
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Verapamil e diltiazem

A
  • Bloqueador do canal de cálcio
  • Pode utilizar IV na dissecção aórtica em pacientes contraindicados aos betabloqueadores
28
Q

Crise Hipertensiva

Abordagem da emergência hipertensiva

Alfametildopa

A
  • Pode ser feito na eclâmpsia, via IV
  • Droga de 2ª escolha
29
Q

Crise Hipertensiva

Drogas orais de meia-vida curta

Utilidade

A
  • Utilizadas nas emergências hipertensivas, na ausência de risco iminente de vida, e nas urgências hipertensivas
  • VO ou sublingual, drogas de ação rápida (meia-vida curta)
  • Corrigir fatores que podem exacerbar a PA
30
Q

Crise Hipertensiva

Drogas orais de meia-vida curta

Alguns fatores que podem exacerbar a PA

A
  • Dor
  • Estresse emocional
  • Hipoglicemia
  • Hipoxemia
  • Hipervolemia
  • Hipovolemia
  • Bexiga distendida
31
Q

Crise Hipertensiva

Drogas orais de meia-vida curta

Captopril

A
  • Droga de escolha para as urgências hipertensivas
  • Contraindicada na gravidez
  • Início de ação em 15 min e duração de 4-6h
  • Dose 6,25-50 mg
  • Na impossibilidade de anti-hipertensivo IV nas emergências hipetensivas, é uma opção
  • Faz o reajuste da curva de autorregulação do fluxo cerebral, de modo que, na queda da PA, não ocorre hipofluxo cerebral
32
Q

Crise Hipertensiva

Drogas orais de meia-vida curta

Diuréticos

A
  • Diurético de meia-vida mais curta e de mais rápida ação é a furosemida
  • Na urgência hipertensiva está indicado nos casos de refratariedade, o qual deve ser associado, afastando-se a hipovolemia
  • Após estabilização da PA, troca-se por um tiazídico
33
Q

Crise Hipertensiva

Drogas orais de meia-vida curta

Nifedipina

A
  • Principal absorção é enteral, com pouca absorção sublingual
  • A cápsula deve ser mastigada e o líquido engolido
  • Graves efeitos adversos potenciais (rubor facial, palpitações, cefaleia)
  • A PA pode cair abruptamente e, às vezes, para níveis de hipotensão severa
  • Outras complicações são o IAM, AVE, TIA, angina instável
  • Reservada somente na falta de outras opções terapêuticas
  • Contraindicada na angina, IAM, TIA, AVE, dissecção aórtica
  • Especialmente utilizada em negros ou na IRA por captopril
  • Dose de 5-10 mg VO (mastigar e engolir)
  • Início de ação de 5-15min, e duração de 3-5h
34
Q

Crise Hipertensiva

Drogas orais de meia-vida curta

Clonidina

A
  • Alfa-2-agonista central e imidazolínico
  • Início de ação 0,5-2h e duração de 6-8h
  • Dose de 0,2 mg VO, seguido de 0,1 mg 1/1h (não ultrapassar o total de 0,8 mg)
  • Droga bastante eficaz, com efeito sedativo
  • Contraindicada em casos de comprometimento neurológico grave
35
Q

Crise Hipertensiva

Drogas orais de meia-vida curta

Propanolol

A
  • Betabloqueador
  • Quando feito por VO, na dose de 10-40mg, tem início de ação de 0,5-2h e duração de 8-12h
36
Q

Crise Hipertensiva

Encefalopatia hipertensiva (EH)

A
  • Hiperfluxo e extravasamento de líquido para o interstício, devido à PA, causando edema cerebral
  • Os microvasos cerebrais perdem a capacidade de autorregulação e acabam dilatando-se
  • Em hipertensos crônicos prévios, a síndrome geralmente só ocorre quando PA > 240 x 120
37
Q

Crise Hipertensiva

Encefalopatia hipertensiva (EH)

Sinais e sintomas

A
  • Cefaleia, geralmente frontoccipital ou holocraniana, pior pela manhã, após o sono
  • Insidioso

Evoluindo com:

  • Náuseas
  • Vômitos
  • Queda do nível de consciência (sonolência, torpor, coma)
  • Crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas
  • Hiperreflexia
  • Babinsk bilateral +
  • Mioclônus
38
Q

Crise Hipertensiva

Encefalopatia hipertensiva (EH)

Diagnóstico diferencial

A

AVE HEMORRÁGICO!

Diferencia-se, clinicamente, por ser súbito. Na dúvida, solicitar TC

39
Q

Crise Hipertensiva

Encefalopatia hipertensiva (EH)

Exames complementares

A
  • TC: diagnóstico diferencial com AVEH
  • RM: edema da substância branca
40
Q

Crise Hipertensiva

Encefalopatia hipertensiva (EH)

Conduta

A
  • Internação e terapia anti-hipertensiva
  • Nitroprussiato de sódio, nicardipina ou labetalol
  • Baixar a PAM em 10-15% na primeira hora
  • Manter a medicação parenteral até reduzir 25% nas primeiras 24h
  • Evitar reduções intensas devido hipofluxo cerebral
  • Após estabilização, esquema anti-hipertensivo oral é iniciado/retomado, desmamando-se progressivamente a medicação IV
41
Q

Crise Hipertensiva

AVE hemorrágico (AVEH)

A
  • Súbita elevação da PA geralmente é o gatilho
  • Edema cerebral e hipertensão intracraniana desencadeiam o reflexo de cushing (⬆ PA e ↓ FC)
  • A normalização da PA é deletéria, pois pode causar isquemia nas área com vasoespasmo e no tecido edemaciado
  • O objetivo é manter a PA entre 150 x 95 a 180 x 105, nos hipertensos com hemorragia intraparenquimatosa
  • Manter PA entre 130 x 95 e 160 x 105 na hemorragia subaracnoide por ruptura de aneurisma
42
Q

Crise Hipertensiva

AVE hemorrágico (AVEH)

Sinais e sintomas

A

Cefaleia intensa e súbita, associada ou não a um dos seguintes:

  • Crise convulsiva focal ou generalizada
  • Queda do nível de consciência
  • Instalação de um súbito deficit neurológico focal (ex.: hemiplegia)

Obs.: a hemorragia subaracnoide geralmente não se manifesta com deficit neurológico focal, geralmente apresenta-se com:

  • Cefaleia súbita
  • Síncope
  • Queda do nível de consciência
  • Rigidez de nuca
43
Q

Crise Hipertensiva

AVE hemorrágico (AVEH)

Confirmação do diagnóstico

A

TC de crânio

44
Q

Crise Hipertensiva

AVE hemorrágico (AVEH)

Conduta

A
  • Internação em UTI
  • PAM e PIC continuamente monitorizadas por acesso invasivo
  • Prótese ventilatória, com hiperventilação (PaCO2 de 30 mmHg) e sedação adequada
  • Anti-hipertensivo IV de meia-vida curta, em infusão contínua (nitroprussiato de sódio, nicardipina, labetalol)
  • Reduzir PA paulatinamente em 3h
  • Se hemorragia subaracnoide, usar nimodipina 60 mg 4/4h, com efeito protetor neuronal e reduz sequela neurológica
  • Manitol pode ser adjuvante quando edema cerebral
45
Q

Crise Hipertensiva

AVE isquêmico (AVEI)

A
  • Uma das principais complicações da hipertensão arterial crônica
  • Quando há oclusão em uma artéria, surge uma área de isquemia cerebral. Com o passar das horas, aparece uma área de necrose no centro que vai estendendo-se para a periferia
  • A queda abrupta da PA levar à extensão do infarto cerebral, por reduzir a perfusão da penumbra isquêmica
46
Q

Crise Hipertensiva

AVE isquêmico (AVEI)

Conduta

A
  • Recomenda-se não tratar a PA na fase aguda do AVEI, a não ser que esteja ≥ 185 x 110
  • Se PA muito elevada (PAD > 140), usar nitroprussiato de sódio
  • Nos outros casos pode-se utilizar labetalol
  • A nifedipina líquida é contrraindicada
  • Após 3 dias, anti-hipertensivo VO de meia-vida curta (captopril, furosemida)
  • Neste caso, manter PA entre 160 x 100
  • Após 7 dias, controlar a PA sem restrições
47
Q

Crise Hipertensiva

Edema agudo de pulmão (EAP)

A
  • Estágio mais grave da síndrome congestiva pulmonar, decorrente de IC esquerda
  • Pode ser causado por fator precipitante de descompensação na IC crônica ou por doença de instalação recente
  • Causa mais comum é o IAM
  • Outras causas são a crise hipertensiva grave, a miocardite viral ou reumática, a endocardite infecciosa e rotura de cordoália mitral
48
Q

Crise Hipertensiva

Edema agudo de pulmão (EAP)

Quadro clínico

A
  • Taquidispneia franca
  • Ortopneia
  • Secreção rósea e fluida das vias aéreas
  • Estortoração crepitante e subcrepitante em > metade dos campos pulmonares
  • Sibilos e roncos difusos (asma cardíaca)
  • Diaforese
  • Pulsos finos
  • Taquicardia
  • PA elevada, normal ou baixa
49
Q

Crise Hipertensiva

Edema agudo de pulmão (EAP)

Tratamento geral

A
  • Quando há deterioração da função respiratória, mesmo com a terapia, indica-se suporte ventilatório não invasivo (CPAP ou BIPAP)
  • Nos casos muito graves, a intubação e ventilação invasiva são indicadas
50
Q

Crise Hipertensiva

Edema agudo de pulmão (EAP)

Tratamento do EAP hipertensivo

A
  • É o tipo com melhor prognóstico e resposta à terapia
  • MOVE -> monitor, oxigênio, veia e ECG
  • Acesso venoso periférico, a princípio
  • O nitroprussiato de sódio e captopril diminuem a pós-carga
  • Furosemida, nitrato e morfina reduzem a pré-carga
  • Drogas e doses:
    Nitroglicerina IV 10-20 mcg/min ou dinitrato de isossorbida 5 mg SL
    Captopril SL 25 mg
    Nitroprussiato de sódio IV 0,5-5 mcg/kg/min
    Furosemida IV 20-80 mg
    Morfina IV 2-4 mg
51
Q

Crise Hipertensiva

Edema agudo de pulmão (EAP)

Tratamento do EAP não hipertensivo

A
  • A PAS encontra-se entre 80-120
  • MOVE
  • Tratamento baseia-se na redução da pré e pós-carga, no suporte inotrópico e corrigir a causa básica (angioplastia primária, trombolítico)
  • A furosemida, o nitrato e a morfina devem ser utilizados com cautela quando PAS < 90
  • EAP + choque cardiogênico devem ser abordados com a terapia de choque cardiogênico
  • Dobutamina é o agente mais potente para tratar congestão pulmonar aguda. Mantida por 3 dias. Efeito arritmogênico e vasodilatador (agonista beta-2)
  • Drogas:
    Dobutamina IV 5-20 ug/kg/min
    Furosemida IV 20-80 mt
    Dinitrato SL 5 mg
    Morfina IV 2-4 mg
52
Q

Crise Hipertensiva

Edema agudo de pulmão (EAP)

Tratamento do EAP relacionado à arritmia

A
  • Na taquiarritmia (ex.: fibrilação atrial), a conduta é a cardioversão elétrica sincronizada (200J)
  • Na bradiarritmia, indica-se o marca-passo transcutâneo (inicialmente), de forma a ganhar tempo para instalar o marca-passo transvenoso
53
Q

Crise Hipertensiva

IAM e angina instável

A
  • A isquemia miocárdica aguda estimula o sistema nervoso simpático, elevando a FC e a PA
  • No IAM ou angina instável, associados à HAS grave (> 180 x 110), está indicado um anti-hipertensivo venoso
  • A droga de escolha é a nitroglicerina
  • O nitroprussiato em casos de refratariedade, pois pode acarretar “roubo” coronariano
  • B-bloqueadores sempre devem ser associados, salvo contraindicações (Killip ≥ II, bradiarritmia, broncoespasmo)
  • B-bloqueador de escolha é o metoprolol venoso
  • Nos casos de dúvida sobre a tolerância, utilizar o esmolol
  • IECA sã indicados de rotina
54
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

A
  • Súbita ruptura da camada íntima da aorta, como um “rasgo”, permitindo com que o sangue penetre entra a íntima e a camada média da artéria, dissecando uma da outra
  • Dois fatores etiopatogênicos se associam: a fraqueza da parede aórtica e uma alta força de cisalhamento do sangue ejetado
  • A possível consequência é a ruptura das camadas média e adventícia
  • A hemorragia pode ser muito grave ou mesmo fatal
55
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Local de rompimento da artéria x complicação

A
  • Ruptura da aorta ascendente: leva ao hemopericárdio, com tamponamento cardíaco quase sempre fatal
  • Aorta descendente torácica: leva ao hemomediastino ou ao hemotórax, com consequente choque obstrutivo (compressão da cava) ou hemorrágico, respectivamente
  • Aorta descendente abdominal: hemorragia digestiva franca (ruptura para a luz intestinal) ou um hemoperitônio, com choque hemorrágico fatal
56
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Classificação de De Bakey

A
  • Tipo I (70%): rasgo na aorta ascendente e a dissecção estende-se pela aorta ascendente, arco aórtico e aorta descendente
  • Tipo II (5%): rasgo na aorta ascendente e a dissecção é restrita à aorta ascendente
  • Tipo III (25%): rasgo é na aorta descendente e a dissecção é restrita à aorta descendente. No tipo IIIa, acomete apenas a aorta descendente torácica; no tipo IIIb, estende-se para a aorta abdominal
57
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Classificação de Stanford

A
  • Tipo A (75%): comprometimento da aorta ascendente
  • Tipo B (25%): não comprometimento da aorta ascendente
58
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Sintomas

A

Tipo I e II:

  • Início súbito de dor torácica retroesternal de grande intensidade, de caráter “rasgante ou cortante”
  • Associa-se a náuseas e sudorese
  • Após alguns minutos ou horas, a intensidade vai reduzindo-se
  • Surge uma dor na região dorsal do tórax
  • Se dissecção continuar até aorta abdominal, a dor migra para a região lombar

Tipo III

  • Súbita dor dorsal torácica ou toracolombar
59
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Sinais

A
  • Diferença significativa de pulso ou PA (> 20 mmHg) entre os membros superiores, devido dissecção da inominada ou subclávia
  • Deficit neurológico focal ou sopro carotídeo intenso, devido à dissecção da inominada ou da carótida
  • Sopro de insuficiência aórtica aguda, devido à dissecção dos folhetos valvares aórticos
60
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Hipertensão renovascular

A
  • Dissecção aórtica abdominal pode estender-se para as artérias renais
  • Causa hipertensão severa renovascular
  • Há sopro sistodiastólico abdominal, na topografia de uma artéria renal
61
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Complicações

A
  • Tamponamento cardíaco
  • Compressão do mediastino (choque com turgência jugular)
  • Choque hemorrágico franco, associado à hemotórax e hemoperitônio
62
Q

Crise Hipertensiva

Dissecção aórtica aguda

Complicações

A
  • Tamponamento cardíaco
  • Compressão do mediastino (choque com turgência jugular)
  • Choque hemorrágico franco, associado à hemotórax e hemoperitônio