Trabalho 2 Flashcards

1
Q

Caso Prático A: Objetivo primário

A

Pedido do Departamento de Recursos Humanos - Aumentar a taxa de utilização de EPI´s (neste caso, auriculares), para isso:
o Diagnóstico da situação, incluindo a compreensão das razões para a não utilização dos EPI’s → Apresentação de uma proposta de intervenção
Etapas:
o Estudo 1: Mapeamento da situação
o Estudo 2: Razões dadas pelos trabalhadores para a utilização e a não utilização

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2
Q

Caso Prático A: Principais Etapas - Estudo 1

A

Estudo 1: principais fases
1. Levantamento do número de trabalhadores expostos segundo as disposições legais aplicáveis
o Cerca de 33% dos trabalhadores “expostos”
2. Seleção da secção da tecelagem (uniformização das condições de avaliação)
o três salões → 94 dB
o 147 trabalhadores
3. Taxa de utilização (grelha de observação)
o colaboração do responsável pela área da segurança e saúde no trabalho
4. Análise das avaliações audiométricas
o colaboração do médico de trabalho

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3
Q

Caso Prático A: Principais Etapas - Estudo 2

A

Metodologia
o Entrevistas semi-estruturadas aos trabalhadores (30 trabalhadores da tecelagem, selecionados aleatoriamente)
o Entrevistas a intervenientes relevantes

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4
Q

Caso Prático A: Resultados

A

Tabela 1

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5
Q

Caso Prático B (Silva et al.): Objetivo Primário

A

Pedido do Departamento de Recursos Humanos - Aumentar a taxa de utilização de EPI´s (neste caso, auriculares), para isso:
o Promoção do aumento de frequência de utilização dos EPI’s através de uma lógica de “investigação-ação”

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6
Q

Caso Prático B: Método

A

Tabela 2

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7
Q

Caso Prático B: resultados

A

Obs. 1 – Obs. 2: aumento (22%-59%) potencialmente pelo envolvimento dos trabalhadores (com foco na sensibilização e utilização correta dos EPI’s); feedback e acompanhamento diário; resolução de problemas práticos (disponibilização de tamanhos adequados de EPI’s)
Obs. 10 – Obs. 11: a diminuição pode ter sido influenciada pela troca de acompanhamento diário para semanal intermitente (redução da pressão social; diminuição da perceção de importância; criação de falsa sensação de segurança)
Obs. 12 – Obs. 13: o aumento do uso pode ser explicado pela visita do presidente da administração, que demonstra o compromisso da gestão na promoção de comportamentos seguros.
Obs. 16: Os resultados mostram um aumento significativo na utilização de protetores auriculares após a intervenção. A taxa de utilização passou de uma média de 60% para 86,2%.
Gráfico 2

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8
Q

Caso Prático B: Informações extra

A

Análise dos audiogramas num grupo de trabalhadores em função do tempo de exposição
o Envolvimento da médica do trabalho
Elaboração de um panfleto informativo, entregue a cada trabalhador na fase final do estudo
o Integração no panfleto dos resultados respeitantes à análise dos audiogramas

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9
Q

Cultura de Segurança (Fernández-Muñiz): Casos A e B

A

De um modo geral, exibem uma pobre cultura de segurança

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10
Q

Cultura de Segurança (Fernández-Muñiz): definição

A

Conjunto de valores, perceções, atitudes e padrões comportamentais relacionado com a segurança e que são partilhados pelos membros uma organização;
Integra também o conjunto de políticas, práticas e procedimentos relacionados com a gestão da exposição aos riscos ocupacionais, implementadas a cada nível da organização.
Adaptado de Fernández-Muñiz et al., 2007

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11
Q

Cultura de Segurança (Fernández-Muñiz)

A

o Normas, crenças, atitudes e práticas organizacionais orientadas para a diminuição da exposição dos trabalhadores aos riscos ocupacionais
o Demora tempo a ser desenvolvida, requerendo um esforço coletivo
o Congruência entre valores e comportamentos/práticas
o Incutir uma “cultura de permanente auscultação” por parte dos trabalhadores face aos riscos ocupacionais

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12
Q

Cultura de Segurança (Fernández-Muñiz): Estudo

A

o Teste de um modelo sobre indicadores considerados chave do ponto de vista da cultura de segurança
o 455 empresas espanholas de diferentes sectores de atividade

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13
Q

Cultura de Segurança (Fernández-Muñiz): Indicadores-chave

A

O estudo formula hipóteses para testar as relações causais entre as dimensões-chave da cultura de segurança:
1. Compromisso da administração face às questões de segurança
o Efeito direto: Investimento no sistema de gestão de segurança
o Efeito indireto: Atuam como “modelos” do ponto de vista comportamental
2. Envolvimento dos trabalhadores
3. Presença de um forte sistema de gestão de segurança
o Política de segurança
o Incentivos á participaçao
o Formação
o Comunicação
o Planeamento (preventivo e de emergência)
o Controlo interno
o Técnicas de Benchmarking
A Escala de Medição do Sistema de Gestão de Segurança Ocupacional proposta por Férnandez-Muniz foi a ferramenta utilizada para medir e avaliar o SGS

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14
Q

Cultura de Segurança (Fernández-Muñiz): Resultados do teste do Modelo Proposto

A
  1. O compromisso dos gestores, através das suas atitudes positivas em relação à prevenção de acidentes de trabalho e seus comportamentos, influencia positivamente o envolvimento e a participação ativa dos funcionários em atividades de segurança.
  2. Um elevado grau de desenvolvimento do sistema de gestão de segurança influencia positivamente o envolvimento e a participação dos funcionários em atividades de segurança.
  3. O compromisso dos gestores condiciona o desenvolvimento do sistema de gestão de segurança, disponibilizando recursos financeiros, humanos e materiais.
  4. O nível de desenvolvimento do sistema de gestão de segurança da empresa influencia positivamente o seu desempenho em matéria de segurança.
  5. A participação dos funcionários em atividades relacionadas com a sua saúde e segurança afeta positivamente o desempenho da empresa em matéria de segurança.
    Esquema 3
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15
Q

Abordagens para a Redução das Lesões no Trabalho (Guastello e Geller)

A

Tabela 4

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16
Q

Abordagens para a Redução das Lesões no Trabalho (Guastello e Geller): Resultados das abordagens

A

Tabela 4

17
Q

Abordagens para a Redução das Lesões no Trabalho: evidência empírica

A

Estudo de Depasquale & Geller (1999) – 20 organizações (701 participantes)
o Fatores críticos no envolvimento em comportamentos de segurança
 Confiança/suporte na gestão
 Grau em que a segurança é integrada na avaliação de desempenho
 Ter recebido ou não formação comportamental em segurança

18
Q

Programas de Formação Comportamental em Segurança: Elementos Centrais

A

Elementos centrais:
o Definição de um ou mais comportamentos críticos
o Observação e registo de comportamentos, incluindo feedback aos trabalhadores
 Definição da linha de base
 Formação
 Avaliação da eficácia (follow-up)

19
Q

Programas de Formação Comportamental em Segurança: Eficácia (Burke et al)

A

Meta-análise (1971-2003)
o 95 estudos quase-experimentais (126 amostras, 20 991 trabalhadores)
o 3 métodos de intervenção em função da participação do formando no processo de formação
o Desde métodos mais passivos (ex., leitura de panfletos, visionamento de vídeos) até métodos mais ativos (modelagem comportamental: observação de um modelo, prática e feedback; “mãos na formação”)
Formação mais efetiva é a que envolve: modelagem comportamental, treino/prática significativo e diálogo

20
Q

Estudo dos Acidentes Organizacionais (Reason): Paradigmas centrados no Indivíduo

A
  1. Paradigmas Centrados no Indivíduo:
    o Dominante em áreas como a medicina, atribui os erros às falhas individuais dos operadores na ponta do sistema (ex: médicos, enfermeiros, pilotos).
    o A culpa é atribuída a processos mentais - esquecimento, desatenção, falta de motivação ou negligência.
    o Medidas corretivas visam modificar o comportamento individual - campanhas de conscientização, punições, treinos adicionais e atribuição de culpa.
    o Limitações:
     ignora o contexto sistémico em que os erros ocorrem (não identificam as condições latentes)
     a ênfase na culpa e punição inibe a criação de uma cultura de reporte transparente de erros, fundamental para a identificação e correção de falhas sistémicas
21
Q

Estudo dos Acidentes Organizacionais (Reason): Paradigmas centrados no Sistema

A
  1. Paradigmas centrados no sistema
    o reconhece que os erros são inevitáveis em qualquer sistema complexo operado por humanos
    o o foco é direcionado para a identificação e correção das condições latentes que tornam os erros mais prováveis
    o Defesas, barreiras e salvaguardas são implementadas
22
Q

Estudo dos Acidentes Organizacionais (Reason): Modelo do Queijo Suiço - Relaçao entre riscos, defesas e perdas

A
  1. Relação entre riscos, defesas e perdas
    o Todos os acidentes organizacionais envolvem rompimento nas barreiras/mecanismos de segurança que separam os riscos das pessoas ou recursos (designados coletivamente como “perdas”)
    o Fatores provavelmente implicados no rompimento das defesas (criação de “fendas/buracos):
     Humanos
     Técnicos
     Organizacionais
23
Q

Estudo dos Acidentes Organizacionais (Reason): Modelo do Queijo Suiço - Natureza e variedade das defesas

A
  1. Natureza e variedade das defesas
    As defesas são desenhadas para servir uma ou mais das seguintes funções:
    o criar compreensão e consciência dos riscos locais
    o dar orientações claras de como operar com segurança
    o providenciar alarmes ou avisos quando o perigo é iminente
    o interpor barreiras de segurança entre os riscos e perdas potenciais
    o conter e eliminar os riscos que podem escapar à respetiva barreira
    o providenciar meios de fuga e de restauro do sistema
24
Q

Estudo dos Acidentes Organizacionais (Reason): Modelo do Queijo Suiço - Como são criados os “buracos” no sistema?

A
  1. Como é que são criados os “buracos” no sistema?
    Estes podem ser criados por:
    o Falhas ativas (atos inseguros)
     O fator humano contribui para a quebra dos sistemas através:
     Erros e violações cometidos no “final da linha” do sistema
     Visibilidade “imediata” de tais falhas, daí a designação de “ativas”
     Tais atos inseguros são atualmente perspetivados mais como uma consequência do que a principal causa – Necessário ter em conta o contexto
    o Condições latentes
     São como que “agentes patogénicos”:
     Pobre design
     Supervisão deficiente
     Defeitos no equipamento
     Falhas na manutenção
     Procedimentos inadequados
     Formação deficiente
     Podem estar dormentes por longos períodos de tempo, antes de se combinarem com circunstâncias locais e falhas ativas de modo a penetrarem nas várias camadas de defesa do sistema e, assim, conduzirem aos acidentes organizacionais
     Emergem de tomadas de decisão ao nível do topo ou dos gestores (ex., alocação de recursos, orçamento, planeamento), entidades reguladoras, fabricantes, designers - Nível organizacional
    Falhas ativas  condições latentes
    “(…) apesar do erro constituir um aspeto incontornável da condição humana, é atualmente reconhecido que as pessoas que operam em sistemas complexos cometem erros ou violam procedimentos por razões que geralmente vão para além do âmbito da psicologia individual. razões são condições latentes” (Reason, 1996, p. 10)
25
Q

Estudo dos Acidentes Organizacionais (Reason): Fases no desenvolvimento e investigação de um acidente organizacional

A

Na investigação de um acidente organizacional devemos considerar:
o Os principais elementos dos acidentes organizacionais
 Perigo: ameaças/risco inerente a uma atividade ou sistema
 Defesas: camadas/barreiras implementadas para prevenir que os perigos causem perdas
 Prejuízos ou perdas: o acidente, que resulta em danos/consequências negativas
o O sistema:
 Condições Latentes
 Atos Inseguros (Podem ser influenciadas pelas condições latentes).
 Fatores de Trabalho: condições locais que contribuem para as ações inseguras (ex. pressão por produtividade, ambiente stressante ou equipamentos inadequados).
 Fatores Organizacionais: Estão na base da pirâmide e incluem aspetos estruturais, culturais e gerenciais que criam ou perpetuam as condições latentes.
Investigação:
o Causa: Vai de fatores organizacionais até o acidente.
o Investigação: Retrocede do acidente para identificar falhas no sistema.
Esquema 6

26
Q

Estudo dos Acidentes Organizacionais (Reason): Conclusão - Erro Humano

A

o As pessoas são críticas para a segurança de um sistema
 A maior parte das falhas deve-se a erro humano
o Erro humano é inevitável
 Embora se continue a culpar o operador pelos erros em vez de se mudar os sistemas
o A melhor forma de lidar com o erro humano é a criação de tolerâncias no sistema

27
Q

Caso prático C (Wong): Objetivo

A

O principal objetivo era compreender as razões do uso ou não dos EPI.

28
Q

Caso prático C: Metodologia

A

A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com a realização de 60 entrevistas individuais presenciais com trabalhadores da construção civil. A técnica de codificação em três etapas (aberta, axial e seletiva) foi empregue para analisar os dados e desenvolver um modelo de teoria fundamentada.
Tabela 7
A análise de dados qualitativos produziu um esquema de codificação e um modelo de teoria fundamentada que explica o uso e não uso de EPI entre trabalhadores da construção.

29
Q

Caso prático C: Resultados - Codificação

A

Tabela 7

30
Q

Caso prático C: Resultados - Modelo da Teoria Fundamentada (Contextos)

A
  1. Contexto Pessoal
  2. Contexto Tecnológico
  3. Contexto Ambiental
31
Q

Modelo da Teoria Fundamentada: Contexto Pessoal

A

o Experiência com Acidentes: Trabalhadores que sofreram acidentes devido à falta de uso de EPI demonstram maior propensão a usar EPI no futuro.
o Atitudes em relação ao uso de EPI: Atitudes positivas, baseadas na perceção da utilidade do EPI na prevenção de lesões, incentivam o uso. Atitudes negativas, muitas vezes relacionadas ao desconforto ou inconveniência, desencorajam o uso.
o Habituação: A habituação pode levar trabalhadores experientes a negligenciar o uso de EPI, especialmente se as exigências de segurança no início de suas carreiras eram menos rigorosas.
o Perceção de Risco: Uma maior perceção de risco, ou seja, a consciência dos perigos e a probabilidade de acidentes, está associada ao aumento do uso de EPI.
o Consciência de Segurança: Trabalhadores com maior consciência sobre questões de segurança tendem a usar EPI de forma mais consistente.
o Conhecimento de Segurança: O conhecimento sobre como e quando usar o EPI adequadamente é essencial para o seu uso eficaz.

32
Q

Modelo da Teoria Fundamentada: Contexto Tecnológico

A

o Consequências do Não Uso de EPI: As consequências negativas, como lesões graves ou perda de emprego, incentivam o uso de EPI. As consequências positivas percebidas, como maior conveniência, conforto físico, economia de tempo e esforço, podem desencorajar o uso.
o Design do EPI: A facilidade de uso e o conforto proporcionado pelo EPI influenciam a sua aceitação pelos trabalhadores.

33
Q

Modelo da Teoria Fundamentada: Contexto Ambiental

A

o Sistema de Gestão de Segurança: A implementação de sistemas de gestão de segurança eficazes, incluindo sistemas de pontos por infrações de segurança, supervisão de segurança, treino de segurança, regras de segurança e incentivos de segurança, promove o uso consistente de EPI.
o Influência Social: A responsabilidade familiar e a influência dos colegas podem influenciar a decisão do trabalhador de usar ou não EPI.
o Pressão do Tempo: Prazos apertados e pressão para aumentar a produtividade podem levar os trabalhadores a negligenciar o uso de EPI.
o Condições do Local de Trabalho: A disponibilidade de EPI adequado e as limitações do local de trabalho, como a falta de pontos de ancoragem para cintos de segurança, afetam o uso de EPI.

34
Q

Caso Prático D (Silva & Keating)

A

Programa:
1. Diagnóstico: SGS, compromisso dos gestores e envolvimento dos funcionários
2. Intervenção: Sensibilização, medidas de reforço, feedback, administração demonstrar apoio, investir em material, reavaliar o design das máquinas/liga-las (reforçar o uso de EPI´s)
3. Monitorização: avaliação contínua da utilização e da eficácia do programa, fazer os ajustes necessários, potencialmente follow-up
Pontos fortes:
o Disponibilização de EPIs e procuram convencer as pessoas a usar os EPIs
o Documentos de identificação de perigos/riscos e registos de acidentes de trabalho bem definidos
Pontos fracos:
o Material improvisado (pode causar acidentes)
o Vários trabalhadores não usam EPIs
o Falta de equipamento
o Ruído insuportável  desligaram o som de segurança
o Atitudes dos trabalhadores em relação ao uso de EPIs