Organizações Flashcards
Organização - Definição A
A. As organizações são unidades sociais intencionalmente construídas e reconstruídas a fim de atingir objetivos específicos. (Talcott Parsons, 1960)
Organização - Definição B
B. As organizações caracterizam-se por serem estabelecidas na intenção explícita de atingir certos objetivos, tendo simultaneamente:
I. Regras concebidas para prever e modelar os comportamentos no sentido desses objetivos.
II. Uma estrutura formal com canais de comunicação e linhas hierárquicas claramente definidas. (Blau e Scott, 1963)
Organização - Definição C
C. As organizações caracterizam-se por:
I. Divisões de trabalho, poder e responsabilidades de comunicação, que não são casuais ou estabelecidas pela tradição, mas planeadas intencionalmente a fim de intensificar a realização de objetivos específicos;
II. A presença de um ou mais centros de poder que controlam os esforços combinados da organização e os dirigem para os seus objetivos; esses centros de poder devem reexaminar continuamente a realização da organização e, quando necessário, reordenar a sua estrutura a fim de aumentar a sua eficiência - coordenação;
III. Substituição do pessoal , isto é, as pessoas pouco satisfatórias podem ser demitidas e designadas outras pessoas para as suas tarefas. A organização pode também recombinar o seu pessoal, através de transferências e promoções. (Etzioni, 1972)
Organização - Definição D
D. Uma organização caracteriza-se pelas seguintes atividades:
I. realização de objetivos.
II. manutenção da estrutura interna.
III. adaptação ou modificação tendo em conta o meio ambiente. (Argyris, 1974) – pode implicar que haja manutenção interna (II.)
Como garantir a cooperação? - solução 1
Solução 1: Obedecendo
Estudos:
1. A invenção da fábrica e do trabalho fabril
2. Henri Fayol e a ideia de administração racional (1842-1925)
3. Max Weber e a ideia de burocracia (1864-1920)
4. Frederick Taylor e a ideia da organização científica do trabalho
Cooperação e Obediência (1)
1.REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - INVENÇÃO DA FÁBRICA E DOS SISTEMAS FABRIS
A. Tradição do trabalho artesanal – Trabalho controlado do início ao fim pelo artesão
B. Concentração dos artesãos num mesmo local 4
C. Possibilidade de investimento em grandes quantidades de matérias-primas
D. Possibilidade de investimento em equipamentos pesados
E. Possibilidade de transformar a energia disponível em produtos valiosos 5
Cooperação e Obediência (1) - mudanças legislativas
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Cooperação e Obediência (1) - Emergência dos administradores profissionais no séc. XIX
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Cooperação e Obediência (2)- CV
- HENRI FAYOL (1842-1925)
CV resumido - M. Jules Henri Fayol
o Engenheiro chefe numa mina (França) - 1860
o Gestor da mina - 1866
o Diretor da mina - 1872
o Administrador Geral do complexo mineiro, salvando-o de bancarrota iminente.
o Quando se reforma, publica “Administration industrielle et génerale” em 1916
Cooperação e Obediência (2) - Contributos de Fayol (1)
- Definição da função de gestão: O trabalho de gestão compõe-se de cinco elementos:
o Planear
o Organizar
o Comandar
o Coordenar
o Controlar
Cooperação e Obediência (2) - Contributos de Fayol (2)
- Natureza da autoridade e da responsabilidade
o A autoridade, de acordo com Fayol, é o direito de ordenar algum tipo de ação, decorre da propriedade (do capital, dos meios de produção, etc.).
o A autoridade do ou dos proprietários é delegada ao longo de uma cadeia hierárquica.
o A responsabilidade é a obrigação de realizar algo que nos é atribuído
o A responsabilidade e a autoridade devem estar em equilíbrio: quanto mais responsabilidade, mais autoridade (e vice-versa, claro!…)
Cooperação e Obediência (2) - Contributos de Fayol (3)
- Alguns princípios de organização:
o Equilíbrio organizacional: o tamanho relativo e a importância de cada departamento da organização devem manter-se proporcional ao seu contributo para os objetivos da organização – ou seja, mais importante o departamento mais gente deve ter; ou quanto mais contribui, mais trabalhadores precisa (hoje sabemos que isto não é necessariamente verdade);
o Unidade de comando: nenhum membro da organização deve receber ordens de mais do que um superior – importante por causa da hierarquia e para evitar instruções contraditórias;
o Princípio da exceção: as decisões que se repetem frequentemente devem ser rotinizadas e delegadas nos subordinados; só as decisões não rotinizadas devem subir na hierarquia;
o Número de subordinados diretos: o número de subordinados diretos a qualquer nível da hierarquia não deve ser muito grande (cinco ou seis pessoas)
Cooperação e Obediência (3) - A ideia de poder racional
- MAX WEBER (1864-1920)
A IDEIA DE PODER RACIONAL
A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904)
Tipos de autoridade:
o Coercivo
o Baseado na autoridade
o Tradicional
o Carismático
o Legal-racional: associado à posição numa estrutura (ex. o cargo em que alguém está é o que permite que a pessoa tenha poder - um professor terá tanto poder tendo em conta o contexto e a importância do seu papel; numa escola terá mais poder do que por exemplo num hospital; também o local vai impactar, por exemplo, um professor de universidade tem mais poder normalmente por ser visto como mais capacitado do que um professor de uma escola básica)
A ideia de poder racional legítimo e a estrutura burocrática
Implicações para a forma de pensar a organização
Cooperação e Obediência (3) - Weber nas suas próprias palavras
WEBER, NAS SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS…
“Disciplina não é mais do que a execução rigorosa, racional e sistematicamente treinada das ordens recebidas, em que o espírito crítico é incondicionalmente suspenso e o ator se organiza para, exclusivamente e sem hesitação, obedecer às instruções que recebe.”
Weber (1946) Essays in Sociology, Oxford University Press
Cooperação e Obediência (4) - CV
CV resumido
o Engenheiro mecânico
o Começou por ser operário e mecânico
o Fez o curso de Engenharia Mecânica
o Implementou formas de organização do trabalho que aumentaram muito a produtividade do trabalho fabril
o 1911 - Os Princípios da Administração Científica
Cooperação e Obediência (4) - OCT: contextos de desenvolvimento das propostas tayloristas
Organizar cientificamente o trabalho de modo ao trabalhador não controlar o conhecimento associado ao trabalho e por isso ser facilmente substituído.
o EUA no fim do séc. XIX
o Grande afluxo de imigrantes europeus, vindos principalmente de meios rurais: sem competência para o trabalho em fábricas
o Organização dos trabalhadores em guildas que formavam os aprendizes e que controlavam o acesso às profissões
o Um mestre certificado pela guilda detinha todo o conhecimento necessário à sua arte, isto é, tinha autonomia para decidir como trabalhar e a que ritmo.
o Trabalho organizado segundo uma lógica de trabalho artesanal
Cooperação e Obediência (4) - OCT: postos de trabalho
- Separação rigorosa entre a planificação do trabalho e a sua execução
o Métodos
o Ferramentas
o Ritmo - Fragmentação ao máximo do trabalho em tarefas simples e entrega destas tarefas a operários especializados
Cooperação e Obediência (4) - OCT: Vantagens
Segundo Taylor estes dois princípios teriam as seguintes vantagens:
o reduzir o tempo de treino dos operários
o facilitar o recrutamento
o facilitar a organização do trabalho em cadeias de produção (Cf. Ford)
o remover decisões da fabricação
o estabelecer o pagamento à tarefa, conforme o ritmo de trabalho
Efeitos comportamentais destes desenvolvimentos
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As disfunções da burocracia
(GOULDNER, 1954)
O esquema representa as disfunções da burocracia segundo Gouldner (1954), descrevendo dois ciclos: um ciclo vicioso e um de autorregulação.
o No ciclo vicioso (esquema cinzento-escuro), a burocracia utiliza regras gerais e impessoais para controlar o comportamento dos trabalhadores, o que reduz a visibilidade das relações de poder e aumenta a tensão interpessoal. Isso leva à criação de ainda mais regras impessoais, intensificando o problema.
o Já no ciclo de autorregulação (esquema branco), os trabalhadores reconhecem o esforço mínimo aceitável para cumprir as regras, mas isso gera uma diferença crescente entre os objetivos da organização e sua execução. Em resposta, a supervisão torna-se mais rigorosa, aumentando a visibilidade das relações de poder e, consequentemente, a tensão interpessoal, tentando autorregular o sistema, mas reforçando o controlo.
Esquema (4)
Como garantir a cooperação? - solução 2
Solução 2: satisfação das necessidades psicológicas
Cooperação e necessidades - Psicologia industrial inglesa: estudo da fadiga
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Estudo da fadiga (Myers) - Fadiga fisiológica
Fadiga fisiológica:
o Aumento da frequência cardíaca e respiratória
o Alterações da composição química do sangue (p.ex. aumento da concentração do ácido lático)
Que efeitos tem o trabalho sobre estes indicadores de fadiga? Como diminuir a fadiga? E se descobrissem um antidoto para as toxinas do cansaço? estudos maioritariamente da área da medicina, associados ao uso de anfetaminas
Estudo da fadiga (Myers) - Investigações sobre o efeito dos intervalos de cansaço
Investigações sobre o efeito dos intervalos no cansaço
o Em experiências com alterações das horas do trabalho
o A produtividade aumentava, mas por vezes só meses depois (isto foi algo estranho porque um organismo não demora assim tanto tempo a criar um hábito)
o Os índices de acidentes de trabalho (indicadores indiretos do cansaço) diminuíam de forma acentuada (cerca de 50%) com pequenas diminuições de horas de trabalho (17%)
o Em experiências com intervalos durante o trabalho a produtividade aumentava antes e depois dos intervalos
Estudo da fadiga - myers e colegas do NIIP distinguem 2 tipos de fadiga
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Estudos da Fadiga - Reino Unido
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Os estudos de Hawthorne (EH)
O problema: determinação da intensidade luminosa ótima para o trabalho de um grupo de 120 operárias que montavam relés para PBX
2 grupos de operárias
o Grupo experimental: alterações da intensidade luminosa aumento regular da produtividade
o Grupo de controlo: intensidade luminosa constante aumento regular da produtividade
EH - Relay assembly test room de Mayo (1)
Grupo de seis operárias isoladas do grupo de 120 após medição da sua produtividade, com um observador da equipa de investigação
Encorajadas a fazer sugestões em relação às condições de trabalho
EH (1) - variáveis controladas
o horas de trabalho, nº de horas, duração de intervalos para refeição, frequência e duração de pausas
o Cada 2 meses durante 2 anos, as condições mudavam
EH (1) - resultados
o A produtividade aumentou com cada mudança das condições de trabalho (independentemente da sua natureza);
o Atingiu o seu máximo (30% acima da linha de base) no fim da experiência quando o grupo regressou às condições originais (48 horas, seis dias por semana)
EH (1) - interpretação dos resultados
- Aumento da satisfação com o trabalho por terem maior controlo sobre o seu ambiente e ritmo de trabalho
- Formação de um grupo estável com as suas próprias normas e expectativas (cooperação e alta produtividade), que se refletiam positivamente na produtividade
- Boa relação com o observador: supervisor amigável que servia de porta-voz junto da empresa