Terapia Intensiva Flashcards

1
Q

O que é choque?

A

Condição clínica que resulta na redução da perfusão tissular, gerando um desequilíbrio entre a demanda e o consumo de O2 pelos tecidos.

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2
Q

Quais os fatores determinantes da PA?

A
  • PA = DC x RVS.
  • Numa queda do DC, há um aumento da RVP, e vice versa.
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3
Q

Qual a consequência da hipóxia tecidual para as células?

A
  • Metabolismo anaeróbio.
  • Disfunção mitocondrial e de membrana.
  • Morte celular.

OBS.: o ponto mais crítico do choque ocorre com a necrose dos enterócitos, levando à translocação bacteriana.

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4
Q

Qual o quadro clínico do choque?

A
  • Hipotensão.
  • Alteração do nível de consciência.
  • Pele fria e pegajosa.
  • Oligúria.
  • Acidose metabólica.
  • Outros: turgência jugular, bulhas cardíacas abafadas, estertores pulmonares, etc.

OBS.: a maioria dos sintomas decorre da hipotensão!

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5
Q

Como é feita a monitorização hemodinâmica do paciente?

A

Pelo cateter de Swan-Ganz.

OBS.: o melhor parâmetro CLÍNICO para avaliar a perfusão tecidual do paciente é a diurese.

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6
Q

Quais os parâmetros avaliados pelo cateter de Swan-Ganz?

A
  • PVC (8-12mmHg): avalia a pressão do átrio direito, refletindo a volemia do paciente.
  • POAP/PCP: avalia a pressão do átrio esquerdo.
  • Saturação venosa mista de O2 (SvO2): indica a demanda tecidual de O2, devendo estar maior que 65%.
  • DC e RVS.

OBS.: PAM = (2xPAD + PAS)/3.

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7
Q

Quais outros exames solicitar numa suspeita de choque?

A
  • Lactato sérico: melhor exame laboratorial para avalir a perfusão do organismo.
  • PAM.
  • Variação da pressão de pulso (^PP): se > 13%, indica boa resposta à expansão volêmica.

OBS.: o lactato também e marcador de gravidade e mortalidade (prognóstico).

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8
Q

Quais os dois grandes grupos de classificação do choque?

A
  • Hipodinâmico (baixo DC e alta RVS).
  • Hiperdinico (alto DC e baixa RVS).

OBS.: nos estágios finais do choque hipodinâmico, há uma redução da RVS (disfunção endotelial com liberação de vasodilatadores).

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9
Q

Quais os choques hipodinâmicos?

A
  • Hipovolêmico.
  • Cardiogênico.
  • Obstrutivo.
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10
Q

Qual o choque hiperdinâmico?

A

Distributivo (séptico, anafilático e neurogênico).

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11
Q

Qual a causa do choque hipovolêmico?

A

Perda de sangue ou líquido, levando a uma queda do volume circulante (ex.: hemorragias, queimaduras, vômitos, etc).

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12
Q

Como é o estado hemodinâmico do choque hipovolêmico?

A

PVC e POAP baixas!

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13
Q

Qual o parâmetro clínico que se altera mais precocemente no choque hipovolêmico?

A

Taquicardia.

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14
Q

Qual a classificação do choque hipovolêmico?

A
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15
Q

Como fazer a reposição volêmica no choque hipovolêmico?

A
  • Grau I e II: cristalóide.
  • Grau III e IV: cristalóide e concentrado de hemácias.
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16
Q

Qual o melhor parâmetro clínico para avaliar a ressucitação hemodinâmica no choque hipovolêmico?

A

Débito urinário.

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17
Q

Qual a causa do choque cardiogênico?

A

Alterações na função cardíaca (ex.: IAM, valvopatias).

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18
Q

Como é a resposta hemodinâmica do choque cardiogênico à infusão volumétrica?

A

Não há melhora (ao contrário do hipovolêmico).

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19
Q

Como é o estado hemodinâmico no choque cardiogênico?

A

PVC e POAP elevadas!

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20
Q

Qual a causa do choque obstrutitvo?

A

Compressão extrínseca do sistema vascular ou do coração, prejudicando o enchimento diastólico ou a função sistólica (ex.: tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, TEP).

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21
Q

Como é o estado hemodinâmico no choque obstrutivo?

A

PVC, POAP e índice cardíaco elevados!

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22
Q

Quais as características do choque distributivo?

A
  • Vasodilatação da microvasculatura.
  • Extremidades quentes.
  • Débito cardíaco elevado.
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23
Q

Como é o estado hemodinâmico no choque distributivo?

A

PVC e POAP normal ou baixa!

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24
Q

Qual a causa do choque séptico?

A

Hipovolemia, depressão miocárdica e inflamação sistêmica em resposta a uma infecção.

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25
Qual a causa do choque anafilático?
Vasodilatação sistêmica devido a liberação de histamina pelos mastócitos mediada por IgE.
26
Qual a causa do choque neurogênico?
- Interrupção do estímulo simpático devido a trauma raquimedular. - Causa choque com **FC normal/baixa** e **pulsos cheios**!!!
27
Quais as principais drogas utilizadas no choque?
- **Noradrenalina**: efeito alfa-adrenérgico (aumenta a PA). - **Adrenalina**: efeito alfa e beta-adrenérgico (aumenta a PA e a resistência vascular sistêmica). - **Dobutamina**: efeito beta-adrenérgico (aumenta o DC, mas pode causar hipotensão se PAS \< 100). - **Dopamina**: efeito alfa-adrenérgico (até 10mcg/kg/min) ou beta-adrenérgico (\> 10mcg/kg/min).
28
Qual o tratamento no choque?
- **Hipovolêmico**: reposição volêmica, noradrenalina ou dopamina. - **Cardiogênico**: dobutamina (**principal**), noradrenalina (se hipotensão pós-dobutamina) ou balão intra-aórtico. - **Obstrutivo**: tratar causa. - **Distributivo**: vasopressores (noradrenalina, dopamina). - **Anafilático**: adrenalina.
29
Quais outras causas de choque?
- Insuficiência adrenal. - Hipotireoidismo. - Síndrome do choque tóxico.
30
Qual o choque mais comum em criânças?
Hipovolêmico.
31
Qual o tratamento do choque hipovolêmico em criânças?
Reposição com cristalóides 20ml/kg.
32
Qual o quadro clínico da anafilaxia em crianças?
- Angioedema. - Urticária. - Broncoespasmo. - Hipotenção. - Náuseas e vômitos. - Dor abdominal.
33
Qual o tratamento do choque anafilático em crianças?
- Adrenalina 0,01 mg/kg IM (se falha, IV) a cada 10 minutos até 3x. - Corticóide 1-2mg/kg IM ou IV a cada 6h. - Hidratação 30ml/kg em 1h.
34
O que é sepse?
Disfunção orgânica potencialmente fatal causada por uma resposta imune desregulada a uma infecção.
35
O que é disfunção orgânica?
SOFA \> ou = a 2.
36
O que é choque séptico?
Paciente com sepse e **necessidade de vasopressores** pra manter PAM \> 65 OU lactato \> 2 **após ressucitação volêmica**. **OBS**.: SOFA não define sepse!!!
37
Quais eram os conceitos antigos de sepse?
- **SIRS** (síndrome da resposta inflamarória sistêmica): taquicardia, taquipnéia, febre e leucocitose. - **Sepse**: SIRS + foco infeccioso. - **Sepse grave**: sepse + sinais de disfunção orgânica. - **Choque séptico**: sepse grave + hipotensão não responsiva à administração de volume em 1h.
38
Qual o marcador pra diferenciar sepse de SIRS?
Procalcitonina.
39
Quais os parâmetros avaliados no SOFA?
- **SNC**: escala de glasgow. - **Sangue**: plaquetopenia. - **Pulmão**: PaO2/FiO2. - **Fígado**: bilirrubinas. - **Coração**: PAM. - **Rim**: creatinina e débito urinário.
40
Qual score é utilizado para avaliar pacientes com risco de desfecho desfavorável?
qSOFA \> ou = 2. **OBS**.: **NÃO** é um exame de triagem para sepse!!! Porém, pode-se iniciar o protocolo com base nele!
41
Quais os parâmetros avaliados no qSofa?
- Frequência respiratória \> 22. - Estado mental alterado. - PA sistólica \< 100. **OBS**.: na avaliação de uma suspeita de sepse, vá pelo qSOFA!
42
Quais os fatores relacionados a ocorrência da sepse?
- Predisposição do indivíduo. - Mecanismos bacterianos (exotoxinas, superantígenos). - Mecanismos inflamatórios (TNF-alfa e IL-1 - mais importantes). - Disfunção orgânica (CIVD, vasodilatação periférica, disfunção miocárdica e respiratória). **OBS**.: lesão renal da sepse → lesão tubular e glomerular por mediadores inflamatórios, vasocontricção e hipoperfusão renal (porém, não é precoce).
43
Quais as alterações hemodinâmicas da sepse?
- Taquicardia. - Hipotensão. - Aumento do DC. - Redução da RVS (disfunção endotelial). - Queda da oferta e consumo de O2. - Estado pró-coagulante (redução das proteinas C e S).
44
Qual a clínica da sepse?
- **Choque compensado**: febre, taquipneia, taquicardia e leucocitose. - **Choque séptico**: dispneia, hipotensão, oligúria, etc. - Disfunção de órgãos.
45
Quais as duas fases da sepse?
- **Quente (compensado)**: DC e PA normais, débito urinário presente, pulsos cheios e redução da RVS. - **Fria**: aumento da RVS, queda do volume urinário e do DC.
46
Qual a conduta na 1ª hora da sepse?
- Medir lactato (se \> 2, repetir em 2-4h). - Colher ao menos 2 culturas (antes do ATB) e radiografia de tórax. - Iniciar reposição volêmica para todos (_30ml/kg_ de cristalóide). - Oxigênio suplementar (independente da SatO2). - Vasopressores (se PAM \< 65 após ressucitação inicial ou lactato \> 2). - ATB de largo espectro (descalonar com resultado da cultura): **medida mais importante** → 7% de mortalidade a cada hora de atraso! - Ventilação protetora (se falência respiratória). **OBS**.: se necessidade de grandes quantidades de cristalóide ou paciente desnutrido, pode-se acrecentar colóides/albumina na ressucitação!
47
Quais as drogas vasoativas utilizar?
- Noradrenalina (**principal**) - Adrenalina ou vasopressina (sempre associados à noradrenalina).
48
O que fazer se o choque persistir após reposição volêmica e uso de drogas vasoativas?
- **Corticóide (hidrocortisona)**: se hipotensão refratária à duas ou mais drogas vasoativas. **Dobutamina**: se SvO2 \< 65%. - **Concentrado de hemácias**: se HB \< 7.
49
Quais outras medidas de suporte na sepse?
- Sedação. - Controle glicêmico \< 180. - Profilaxia para TVP (HBPM). - Profilaxia de úlcera de estresse (omeprazol).
50
Quais as metas do tratamento da sepse?
- PVC entre 8-12. - PAM \> 65. - Débito urinário \> 5ml/kg/hora. - Saturação venosa mista \> 65%.
51
Qual a melhor maneira de se higienizar as mãos?
- Formulação alcoólica. - Lavagem das mãos com água e sabão (se sujidade visível nas mãos).
52
Como é o diagnóstico de choque séptico em crianças?
- Suspeita de infecção, manifestada por febre ou hipotermia. - Sinais clínicos de má perfusão tecidual (rebaixamento do nível de consciência, TEC \> 2s, pulsos finos, redução do débito urinário e livedo de extremidades). - Redução do DC e aumento da RVP. - O choque séptico em criança é predominantemente **FRIO**. **OBS**.: hipotensão em crianças = PAS \< 70 + 2 x idade.
53
Qual o tratamento do choque séptico em crianças?
- Cristalóides 20ml/kg. - Ceftriaxone. - **Choque frio** (pele fria, pulsos finos e TEC \> 2s): _adrenalina_ ou dopamina. - **Choque quente** (pele quente, pulsos amplos e TEC \< 2s): noradrenalina. **OBS**.: evitar utilizar insulina, amidos, óxido nítrico e transfusão sanguínea. .
54
O que é insuficiência respiratória?
Incapacidade dos pulmões de realizarem as trocas gasosas.
55
Qual o quadro clínico da insuficiência respiratória?
- Dispnéia. - Batimento da asa do nariz. - Tiragem intercostal. - Respiração agônica.
56
Quais os tipos de insuficiência respiratória?
- **Hipoxêmica (tipo 1)**: PaO2 \< 60. - **Hipercápnica (tipo 2)**: PaCO2 \> 50.
57
Qual a principal causa da insuficiência respiratória hipoxêmica?
Distúrbio ventilação/perfusão (SDRA, pneumonia).
58
Como avaliar a gravidade de uma insuficiência respiratória hipoxêmica?
PaO2/FiO2 \< 300.
59
Qual a principal causa de insuficiência respiratória hipercápnica?
Hipoventilação (miastenia gravis, DPOC, opióides, etc).
60
Como diferenciar laboratorialmente os tipos de insuficiência respiratória?
- **Hipoxêmica**: P(A-a)O2 \> 10-15. - **Hipercápnica**: P(A-a)O2 \< ou = 10.
61
Qual o tratamento da insuficiência respiratória?
- **Hipoxêmica**: oferecer O2. - **Hipercápnica**: IOT.
62
O que é a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)?
Lesão inflamatória pulmonar com formação de membrana hialina, colapso alveola e edema intersticial, cursando com hipoxemia grave e insuficiência respiratória.
63
Qual a fisiopatologia da SDRA?
Aumento da permeabilidade capilar → infiltrado neutrofílico e formação da membrana hialina → infiltrado mononuclear → fibrose alveolar e intersticial (distúrbio restritivo).
64
Quais as causas de SDRA?
- Sepse (**principal**). - Choque. - Grande queimado. - Pancreatite - Politraumatisado - Aspiração de conteúdo gástrico (síndrome de Mendelson).
65
Qual a clínica da SDRA?
- Dispnéia franca. - Taquipnéia (com hipocapnia). - Estertores pulmonares bilaterais. - Alcalose metabólica. - Hipoxemia não responsiva à oferta de O2. - Diminuição de todos os volumes pulmonares (distúrbio restritivo → redução da complacência pulmonar).
66
Qual o achado radiográfico da SDRA?
Infiltrado pulmonar misto bilateral (alveolar e intersticial).
67
Como é feito o diagnóstico de SDRA?
**Critérios de Berlim (SDRA)!** - **S**ete dias de evolução após exposição a fator de risco. - **D**escartar ICC e hipervolemia. - **R**x com opacidade bilateral sem outras causas. - **A**lteração na PaO2/FiO2.
68
Qual a classificação da SDRA segundo os critérios de Berlim?
- **Leve**: PaO2/FiO2 \< ou = 300. - **Moderado**: PaO2/FiO2 \< ou = 200. - **Grave**: PaO2/FiO2 \< ou = 100.
69
Qual o tratamento da SDRA?
Ventilação mecânica protetora.
70
No que consiste a ventilação mecânica protetora da SDRA?
- Volume corrente \< ou = 6ml/kg. - Pressão de platô \< ou = 30 cmH2O. - Elevar PEEP e reduzir FiO2 para conseguir SatO2 \> 90%. - Hipercapnia permissiva. - Pressão de distensão alveolar (driving preassure) \< 15. **OBS**.: na SDRA leve, pode usar ventilação não invasiva.
71
Qual a conduta tomar na SDRA grave refratária à ventilação mecânica protetora?
- Manobras de recrutamento alveolar. - Posição prona. - Bloqueador neuromuscular (cisatracúrico). - ECMO.
72
Qual o primeiro passo na abordagem de pacientes com alteração do nível de consciência?
- Atendimento inicial. - MOV. - Colher glicemia. - Aplicar escalas de coma (Glasgow, FOUR).
73
Qual a alteração na escala de coma de Glascow e avaliação da resposta pupilar?
- **Duas pupilas reagentes**: 0 pontos. - **Uma pupila reagente**: 1 ponto. - **Duas pupilas não-reagentes**: 2 pontos. **OBS**.: subtrai-se do resultado do Glasgow (assim, a escala vai de 1 a 15).
74
Qual o segundo passo no atendimento de pacientes com alteração do nível de consciência?
Investigação do coma.
75
Como avaliar a localização da lesão na alteração do nível de consciência?
- Resposta motora. - Resposta a estímulas táteis, verbais e álgicos. - Avaliar pupilas. - Avaliar sinais de lateralização. - Avaliar reflexos do tronco (fotomotor, consensual, corneopalpebral, oculocefálico, oculovestibular e tosse).
76
Quais as principais causas de alteração do nível de consciência?
- **Toxicometabólicas**: hipoglicemia, drogas, hipóxia, hiponatremia, etc. - **Estruturais**: sangramentos, tumores, abcessos, infartos, etc.
77
Como diferenciar as causas toxicometabólicas das estruturas pelo exame físico?
- **Toxicometabólicas**: déficit _global_ do SNC (curso flutuante, mioclonias multifocais). - **Estruturais**: déficits neurológicos _focais_ (hemiparesia, curso progressivo e pupilas não-reagentes). **OBS**.: a _hipoglicemia_ é uma causa metabólica que pode mimetizar uma causa estrutural!
78
Qual a conduta na alteração do nível de consciência?
- Corrigir hipoglicemia. - Intubar se Glasgow \< ou = 8. - Administrar _tiamina_ se coma sem causa aparente. - Se sinais de herniação: manitol.
79
O que é hipertensão intracraniana (HIC)?
Elevação da pressão intracraniana \> 20mmHg.
80
Quais as principais causas de HIC?
- Tumores. - Sangramentos. - Edema cerebral. - Hidrocefalia.
81
Qual o quadro clínico da HIC?
- **Tríade clássica**: cefaléia, vômitos em jato e papiledema. - Paralisia do VI par. - Convulsões. - Alteração no nível de consciência.
82
Qual o principal problema da HIC?
Reduz a pressão de perfusão cerebral, causando isquemia. **OBS**.: PPC = PAM - PIC.
83
Qual a conduta na HIC?
- Elevar cabeceira 30°. - Osmoterapia (manitol ou salina hipertônica). - Hiperventilação transitória (hipocapnia = vasoconstricção cerebral). - Corticóide (tumor ou abcesso). - Hemicraniectomia descompressiva.
84
Qual a complicação que mais mata na HIC?
Herniação cerebral.
85
Quando suspeitar de morte encefálica?
Coma aperceptivo, com ausência de reatividade supraespinhal e apnéia persistente.
86
Quais os pré-requisitos pra se abrir o protocolo de morte encefálica?
- Lesão encefálica irreversível de causa conhecida. - Ausência de fatores tratáveis (distúrbios hidroeletrolíticos, hipotermia, medicações, etc). - Observação mínima de **6h** de coma (se encefalopatia hipoxico-isquêmica, 24h). - T \> 35°C, SatO2 \> 94%, PAS \> 100 e PAM \> 65. **OBS**.: hipernatremia grave **NÃO** impede a abertura do protocolo de morte encefálica, exceto se for a única causa para o coma.
87
Quantos exames devem ser feitos para se atestar a morte encefálica?
2 exames, sendo ao menos 1 realizado por neurologista, neurocirurgião, intensivista ou emergencista. **OBS**.: ambos não podem ser da equipe de transplante.
88
Como é feita a avaliação de morte encefálica?
- Avalir reflexos do tronco. - Teste da apnéia (positivo se PaCO2 \> 55 após 5 minutos). - Exames que comprovem ausência de fluxo sanguíneo, atividade elétrica ou metabólica cerebral.
89
Qual o intervalo entre os dois exames do protocolo de morte encefálica?
- **\< 2 meses**: 24h. - **Entre 2 meses e 2 anos**: 12h. - **\> 2 anos**: 1h.
90
Quais exames utilizar na investigação de morte encefálica?
- **Angiografia cerebral:** ausência de fluxo intracraniano. - **EEG:** linha reta. - **Doppler transcraniano:** fluxo reverso. - Cintilografia/SPECT.
91
Qual a conduta na confirmação da morte encefálica?
- Notificação compulsória. - Informar a equipe de transplantes. - Conseguir consentimento da família.
92
Quais as contraindicações de utilização dos órgãos na morte encefálica?
- Doenças infectocontagiosas transmissíveis (HIV, hepatites). - Sepse. - Neoplasias malignas (exceto SNC, câncer de pele não melanoma e de colo uterino in situ). - Insuficiência dos órgão que seriam doados.
93
Qual a escala de sedação de Ramsay?
94
Quais as indicações de ventilação não-invasiva (VNI)?
- Exacerbação aguda do DPOC. - Edema agudo de pulmão. - SDRA leve. - Desmame de ventilação mecânica. **OBS**.: está contraindicada em pacientes com **rebaixamento do nível de consciência**, **apneia** e **instabilidade hemodinâmica**.
95
Quais os modos de VNI?
- **CPAP**: pressão contínua. - **BIPAP**: pressão variável.
96
Quais as principais indicações de ventilação mecânica invasiva (VMI)?
- Parada cardiorrespiratória. - Depressão do nível de consciência. - Instabilidade hemodinâmica. - Obstrução grave de vias aéreas. - Falência respiratória. - Vômitos incoercíveis.
97
Quais as fases do ciclo ventilatório na VMI?
- **Inspiratória**: insuflação pulmonar. - **Ciclagem**: transição da inspiração para expiração. - **Expiratória**: saída de ar. - **Disparo**: reinício do ciclo. **OBS**.: nos modos assistidos, essas transições ocorrem tanto pelo ventilador quanto pelo esforço do paciente.
98
Quais as variáveis avaliadas na ventilação mecânica?
- **Frequência respiratória**: número de respirações me 1 minuto. - **Volume corrente**: volume de ar que entra nos pulmões em uma inspiração. - **Volume minuto**: volume corrente x frequência respíratória. - **Fluxo**: velocidade que o ar entra no pulmão em um ciclo respiratório. - **Tempo inspiratório e expiratório:** relação I:E**.** - **FiO2**: fração inspirada de oxigênio. Modifica a saturação de oxigênio. - **PEEP (pressão expiratória final positiva)**: pressão residual após a expiração, evitando o colabamento alveolar. Modifica a saturação de oxigênio (mas diminui a PVC). - **Pressão de pico**: pressão máxima na inspiração. - **Pressão de platô**: pressão na via aérea após uma pausa inspiratória.
99
Quais parâmetros não aparecem na tela do ventilador, mas podem ser estimados durante a ventilação mecânica?
- **Pressão de distensão alveolar (driving preassure)**: Pressão de platô - PEEP. - **Resistência da via aérea**: (Pressão pico - Pressão de platô)/Fluxo (L/s). - **Complacência pulmonar estática**: volume corrente/(Pressão de platô - PEEP). - **Complacência pulmonar dinâmica**: volume corrente/(Pressão de pico - PEEP).
100
Quais as características do modo VCV na VMI?
- O **FLUXO** é _constante_. - A ciclagem ocorre após que se atinja um **volume corrente** pré-estabelecido. - **Variáveis**: _volume corrente_, _fluxo inspiratório_, frequência respiratória, FiO2 e PEEP. - É o que apresenta maior risco de barotrauma. **OBS**.: colocar o volume de 6-8ml/kg e fluxo de 40-60L/min.
101
Quais as características do modo PCV na VMI?
- A **PRESSÃO** durante toda inspiração é _constante_. - A ciclagem ocorre devido ao **tempo inspiratório.** **Variáveis**: _pressão inspiratória_, _tempo inspiratório (relação I:E)_, frequencia respiratória, FiO2 e PEEP. - Pode haver variabilidade no volume pulmonar. **OBS**.: colocar o tempo de inspiração de 1 a 1,2s ou I:E de 1:2, e pressão de 12 a 20 cmH2O.
102
Quais as características do modo SIMV (ventilação mandatória intermitente sincronizada)?
- Alternância de ciclos **EXPONTÂNEOS** do paciente e **CONTROLADOS** pelo ventilador. - Pode-se pré-estabelecer um número fixo de disparos do ventilador por minuto. - Ideal para o _desmame_ da ventilação mecânica. **OBS**.: quando o paciente estiver com ciclos respiratórios _espontâneos_ de respiração, prefere-se o modo de ventilação com pressão de suporte (PSV).
103
Quais os parâmetros básicos de iniciação numa VMI?
- FiO2 = 100% (mas logo em seguida diminuir para o menor valor possível). - FR = 10-16. - Tempo inspiratório = 0,8-1,2s. - Relação I:E = 1:2. - Volume corrente = 6-8ml/kg e - Fluxo inspiratório = 40-60L/min. - Pressão inspiratória = 12-20. - PEEP = 5. - Driving preassure: \< 15mmHg.
104
Quais as complicações dos níveis elevados de PEEP na VMI?
- Aumento da pressão intratorácica/redução do retorno venoso → **hipotensão** e **redução do DC** (iniciar reposição volêmica ou drogas vasoativas). - Maior risco de barotrauma.
105
O que é auto-PEEP?
- Persistência da pressão alveolar elevada devido a uma volume pulmonar expiratório final maior do que a capacidade residual funcional. - Ocorre no DPOC e asma.
106
Quais as medidas para tratar a auto-PEEP?
- **Aumento do tempo expiratório (reduzindo o tempo inspiratório → relação I:E)**. - Diminuição da frequência respiratória. - **Outros**: broncodilatadores, sedativos e relaxantes musculares. **OBS**.: o objetivo é jogar mais ar para fora do que se coloca para dentro (consequentemente, pode causar hipocapnia e alcalose).
107
Nos casos de aumento da pressão abdominal (ex.: laparoscopia) com dessaturação de O2, qual medida deve ser tomada na ventilação mecânica?
- Aumentar a PEEP. - Se falha, mudar o modo de ventilação (controlado por volume para controlado por pressão).
108
Qual a conduta no ventilador frente a uma hipercapnia ou acidose respiratória?
- Aumentar o **VOLUME MINUTO** (aumento da frequência respiratória ou do volume corrente). - Aumentar o tempo expiratório. **OBS**.: sempre evitar aumentar a FiO2 para corrigir uma acidose respiratória.
109
Qual a melhor forma de nutrição do paciente?
Nutrição enteral.
110
Quais as contraindicações da nutrição enteral?
- Instabilidade hemodinâmica (**principal**). - Obstrução interstinal. - Íleo paralítico. - Vômitos frequentes. - Fístualas gastrointestinais. **OBS**.: nesses casos, fazer **nutrição parenteral** por veia central.
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Quais as contraindicações da nutrição parenteral?
**"HIPER's"** - Hiperglicemia. - Hiperosmolaridade plasmática. - Hipervolemia. - Hipernatremia e hipercalemia.