Suicídio Flashcards

1
Q

Suicídio e perturbações afetivas

A

Estão ligados, porque havendo uma perturbação afetiva não tratada, o risco de suicídio é muito elevado.

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2
Q

Chamada de atenção muito importante!!!

A

O suicídio é uma das complicações mais graves da doença psiquiátrica major não tratada: depressão grave não tratada, esquizofrenia, psicose associada a drogas.

Sempre que há sintomas psicóticos, temos uma doença psiquiátrica grave e, tendo uma doença psiquiátrica grave, temos risco de suicídio importante.

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3
Q

Taxa de suicídio

A

1 milhão de suicídios + 10-15 milhões de tentativas

A taxa de suicídio no ano a seguir à tentativa de suicídio em doentes com patologia mental é 60-100 vezes superior à população geral.

A taxa de suicídio também aumenta após a alta dos serviços de psiquiatria - é muito importante uma vigilância apertada após a alta e haver um familiar responsável por essa pessoa.

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4
Q

Suicídio

A

Morte ocorrida por lesão auto-infligida pelo próprio de forma deliberada com o objetivo de atingir esse fim.

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5
Q

Ideação suicida

A

Pensamentos de empreender um comportamento com o propósito de terminar com a própria vida.

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6
Q

Planeamento de suicídio

A

Formulação de um método específico para terminar com a vida.

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7
Q

Intencionalidade suicida

A

Grau de intenção para atingir a morte num ato autoagressivo.

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8
Q

Tentativas de suicídio

A

Empreender um comportamento potencialmente autoagressivo no qual há uma clara intenção de morrer.

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9
Q

Meios letais

A

Método pelo qual o ato autodestrutivo é realizado.

  • Baixa letalidade: ingestão medicamentosa.
  • Elevada letalidade: armas de fogo, aramas brancas, defenestrarão, enforcamento.
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10
Q

Letalidade

A

Potential de um determinado método autoagressivo de provocar a morte

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11
Q

Autoagressão deliberada

A

Pessoa que fez uma autoagressão deliberada, mas não há uma clara intenção de morte. Muitas vezes são pessoas que estão em sofrimento psicológico grave e para aliviar, provocam ferimentos físicos, para aliviar o sofrimento psicológico.

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12
Q

Parasuicídio

A

Não há uma clara intenção de morte.

Ex.: pessoa que queria dormir e tomou imensas BZDs e depois entra no SU com intoxicação por BZD

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13
Q

Fatores de risco

A

Podem ser classificados como:

  • Primários/Psiquiátricos: os que têm maior valor preditivo - ++++ DOENÇA PSIQUIÁTRICA MAJOR NÃO TRATADA
  • Secundários/Psicossociais
  • Terciários/Demográficos
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14
Q

Menmónica dos Fatores de Risco

A

SAD PERSONS

Sex (male)
Age (older)
Depression

Previous suicide attempt
Ethanol abuse
Rational thinking loss
Social support lacking
Organised plan
No spouse or partner
Sickness
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15
Q

Depressão no suicídio

A

Risco de suicídio habitualmente maior no primeiro episódio depressivo - ++ nos que não recebem tratamento.

Na PAB, o risco é de 10-15% ao longo da vida, sendo mais comum nas fases iniciais da doença.

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16
Q

Perturbação da Personalidade no Suicídio

A

Diagnóstico comprido de perturbação da personalidade e 50% dos indivíduos que cometem suicídio - +++ Perturbações borderline e anti-social da personalidade

17
Q

Abuso de substâncias no Suicídio

A

A dependência de álcool está fortemente relacionada com o risco suicidário.

Abuso de outras substâncias tóxicas é comum, principalmente em jovens.

É desinibidor e as pessoas usam para ganhar coragem para fazer a tentativa de suicídio. Por outro lado, se o doente desenvolve uma psicose associada à canais, pode tentar o suicídio durante esse surto psicótico.

18
Q

Esquizofrenia no Suicídio

A

Risco aumentado em indivíduos do sexo masculino nos primeiros anos de evolução da doença (+++ sintomas depressivos ou disfunção/sofrimento associados)

19
Q

Fatores de risco primários ou psiquiátricos

A
  • DOENÇA PSIQUIÁTRICA MAJOR (NÃO TRATADA)
  • TENTIVA PRÉVIA DE SUICÍDIO
  • Pensamentos recorrentes de morte, desejo de morrer, ideação suicida, planeamento
  • História familiar de suicídio - DUPLICA O RISCO - indicador indireto de doença mental grave
20
Q

Fatores de risco secundários ou psicossociais

A
  • Eventos adversos de vida
  • Desemprego, dificuldades financeiras graves
  • Isolamento social (solteiro, divorciado)
  • Aparecimento de doenças graves, terminais
21
Q

Fatores de risco ternários ou demográficos

A
  • Sexo masculino: usam meios com maior letalidade e porque são mais impulsivos
  • Adolescência, velhice
  • Períodos de vulnerabilidade
  • Grupos minoritários
22
Q

Grupos especiais

A
  • Indivíduos em contacto com serviços psiquiátricos
  • Suicídio racional
  • Profissão de risco: médicos, cirurgiões veterinários (grupo profissional com maior taxa de suicídio), agricultores
  • Imigrantes
  • Pactos suicidários
23
Q

Qual a pergunta mais importante de se fazer após uma tentava de suicídio?

A

“Qual foi o primeiro pensamento que lhe veio à cabeça quando percebeu que estava vivo?”

Perguntar o contexto. É importante saber se houve ideação suicida estruturada, planeamento ou se foi algo impulsivo.

24
Q

Fatores de proteção

A
  • Bom suporte familiar
  • Gravidez
  • Pós-parto
  • > 3 filhos
  • crenças religiosas fortes

ATENÇÃO: na presença de doença psiquiátrica major, o efeito protetor desaparece.

25
Q

PAB no suicídio

A

O risco de suicídio em doentes bipolares é 15-30 vezes mais elevado do que na população geral

Prevalência de tentativas de suicídio em doentes bipolares varias entre os 20-58%.

26
Q

Perturbações afetivas e suicídio - Subtipo clínico

A
  • Taxa de suicídio superior em doentes bipolares
  • Tentativas aumentam ao longo da vida
  • Bipolar tipo II com mais predominância de suicídio - + episódios de depressão. tentativas mais graves e violentas (+ hipótese de morrer)
  • Maior taxa de suicídio após alta hospitalar em doentes bipolares tipo II
  • O risco e o suicídio consumado em bipolares é também mais elevado na doença de início precoce e de maior duração.
  • História familiar muito importante nos doentes bipolares
  • Presença de comorbilidades nos doentes bipolares (++++ PERTURBAÇÕES DA PERSONALIDADE - + BORDERLINE)
  • Eventos adversos recentes aumentam o risco de suicídio quando surgem no bipolar num episódio depressivo ou misto.
27
Q

PAB Tipo II

A
  • Difícil de diagnosticar - muitas vezes diagnosticado como depressão recorrente
  • Muitas vezes diagnosticados quando fazem VIRAGENS HIPOMANÍACAS COM ANTIDEPRESSIVOS - VENLAFAXINA é o fármaco mais implicado nas viragens.
  • GRANDE DESAFIO: tratar as depressões , porque há sempre risco de viragem
28
Q

PERURBAÇÕES DA PERSONALIDADE (BORDERLINE)

A
  • Personalidades mais problemáticas
  • Muito impulsivas
  • Baixa tolerância à frustração
  • Associadas a um vazio existencial (associado com procura de drogas)
  • Vêm a vida a preto e branco - tudo ou nada
  • Projeta sempre a culpa no outro
  • Gostam muito de demonstrar que os médicos são completamente incapazes de os ajudar
  • Muita dificuldade em lidar com as figuras de autoridade
29
Q

Avaliação do risco suicidário

A

2 passos:

  1. Questionar o doente sobre as suas intenções, fazendo perguntas diretas.
  2. Estar alerta para fatores de risco que possam fazer prever uma tentativa de suicídio - baixa sensibilidade e especificidade
30
Q

Sinal de alerta mais óbvio

A

Declaração direta de ideação suicida - averiguar a presença de fatores que aumentem o risco de suicídio

31
Q

Abordagem pós 2 passos iniciais

A

Questionar o doente sobre os seus problemas atuais e sobra a sua reação a estes:

  • Perdas
  • Existência de conflitos interpessoais, isolamento ou doença física
  • Personalidade do doente (descrição de si próprio pode estar mascarada por uma depressão!!)
  • Variações de humor, tendências impulsivas ou agressivas, atitude do doente face à religião e à morte
  • Função cognitiva
  • Avaliar ideias homicidas (++ doentes com depressão muito severa - ato de piedade que poupará as pessoas mais próximas de sofrimento intolerável)
32
Q

Gestão do doente

A

Internamento Vs Ambulatório

  1. Intensidade da ideação suicida
  2. Gravidade de alguma doença psiquiátrica que o doente possa ter
    - Disponibilidade/existência de suporte social fora do hospital
33
Q

Tratamento em ambulatório

A
  • Envolvimento de familiares e amigos
  • Assegurar linha de contacto para o doente
  • Garantir ambiente seguro
34
Q

Tratamento em internamento

A
  • Ambiente seguro na enfermaria
  • Nº adequado de profissionais de saúde bem treinados
  • Alta hospitalar bem planeada e discutida com o doente e a sua família - consulta de follow-up marcada + plano de alta

ATENÇÃO: No período pós-alta existe um risco aumentado de suicídio, se a saída para o ambulatório não for convenientemente planeada

35
Q

Tratamento farmacológico

A

Tratamento da MANIA:

  1. Estabilizadores do humor: Lítio (GOLD-STANDARD) -> valproato (cuidado com as mulheres em idade fértil)
  2. Carbamazepina

Antipsicótico de 2ª gerações (propriedades estabilizadoras do humor) + Estabilizador do Humor clássico

36
Q

Lítio

A

Medicamento em psiquiatria com evidência robusta de efeito anti-suicidário

  • Excretado via renal - Pessoas idosas ter em atenção a desidratação
  • Desvantagem: janela terapêutica muito próxima da janela tóxica
  • Intoxicação por lítio: ataxia da marcha, delirium
37
Q

Clozapina

A

Medicamento em psiquiatria com evidência robusta de efeito anti-suicidário

  • Antipsicótico de 2ª geração que são é dados nas esquizofrenias resistentes a tratamento
  • Vários efeitos secundários graves: leucopenia com neutropenia +++ (megacólon tóxico, miocardites -> raro)
38
Q

Prevenção do suicídio

A
  • Capacitar os cuidados de saúde primários
  • Melhorar o atendimento nos serviços psiquiátricos e criar serviços de aconselhamento;
  • Planear estratégias de prevenção dirigidas aos grupos de risco identificados;
  • Prescrição racional de fármacos: toma a longo prazo + agentes com menor risco de toxicidade

A prescrição de antidepressivos no período subsequente a um episódio depressivo parece reduzir o risco de recorrência do mesmo, mas não tem impacto demonstrado na taxa de suicídio.

Profilaxia com Lítio parece reduzir a taxa de suicídio

39
Q

Conclusões

A
  • Maior risco nos doentes bipolares tipo II
  • Episódios mistos aumentam o risco de suicídio
  • tentativas anteriores - preditor muito importante
  • Perturbações de ansiedade, abuso de substâncias, perturbações da personalidade e doença terminal aumentam o risco
  • História familiar de suicídio em parentes em 1º grau, eventos adversos e fraco suporte familiar aumentam o risco de suicídio
  • Deteção precoce e tratamento eficaz das perturbações afetivas reduzem a mortalidade por suicídio