Perturbações Mentais Orgânicas Flashcards

1
Q

Diferença na categorização entre ICD-10 e DSM-V

A

Na DSM-V, o delirium está dividido em categorias de acordo com a sua etiologia.

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2
Q

Delirium ou Estado Confusional Agudo

A

Diminuição global do estado de consciência, que resulta numa redução do estado de alerta, da atenção, da perceção do ambiente e, consequentemente, da performance cognitiva.

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3
Q

Epidemiologia do Delirium

A

Muito comum. Mais comum nos idosos (++ em internamento 29-64% Vs comunidade 1-2% Vs lares 8%) e nas pessoas com diminuição da reserva cerebral, em especial nos doentes com demência.

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4
Q

Características Clínicas do Delirium

A
  • ALTERAÇÃO DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA: distratibilidade, desorientação temporal e espacial, letargia, erros e distorções da perceção e défice de atenção. + comum alterações subtis
  • Lentificação psicomotora
  • O delirium acompanha-se SEMPRE por alterações da atenção.
  • Desorganização do ciclo sono-vigília: dificuldade em dormir no período noturno e sonolência diurna -> Expressam o quadro clínico à tarde/noite.
  • Há grande variabilidade circadiana e interindividual dos sinais e sintomas -> Geralmente piores à noite
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5
Q

Delirium Hiperativo

A

Manifestam hiperatividade, inquietude, irritabilidade e sintomas psicóticos

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6
Q

Delirium Hipoativo

A

Manifestam lentificação, preserveração e diminuição da atividade.

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7
Q

Outros sintomas do delirium

A
  • Movimentos repetitivos e não dirigidos
  • Ideias de autorreferência
  • Delírios (na sua maioria, persecutórios)
  • Ilusões e alucinações (principalmente visuais - bichos, vultos, etc, mas também podem ser táteis ou auditivas)
  • A ansiedade, a depressão e a labilidade emocional são comuns
  • Atenção e memória estão perturbadas e após remissão há frequentemente amnésia para o período de delirium
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8
Q

Identificação das manifestações clínicas de Delirium

A

FAZER AS PERGUNTAS CERTAS!!!

  • Onde é que estamos?
  • Em que ano é que estamos?
  • MMSE: identificação de défices de atenção
  • Pedir ao doente para dizer os meses do ano de dezembro para janeiro: ATENÇÃO e CONCENTRAÇÃO
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9
Q

Etiologia do Delirium

A

Multifatorial e complexa - fisiopatologia exata desconhecida

Existem fatores predisponentes e fatores precipitantes

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10
Q

Fatores Predisponentes do Delirium

A
  • Demência
  • Episódio prévio de delirium
  • História de doença cerebrovascular
  • Disfunção sensorial
  • Disfunção funcional
  • Abuso de álcool
  • Idade avançada
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11
Q

Fatores Precipitantes de Delirium

A
  • Iatrogenia
  • Álcool (intoxicação, abstinência, delirium tremens)
  • Causa fisiológicas:
    • Septicémia
    • Infeções +++ (ITUs, respiratórias)
    • Hipoxia
    • Insuficiência orgânica
    • Acidose metabólica
    • Hipoglicemia e hiperglicemia
    • Desidratação
  • Causa neurológicas - TCE, tumores, epilepsia, estado pós-ictal, lesão ocupante de espaço, encefalite
  • Uso de restrição física
  • Privação de sono
  • Dor
  • Cateterização vesical
  • Obstipação
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12
Q

Delirium tremens

A

Síndrome de privação aguda no alcoólico.

Características diferenciadoras:
- Alteração na atenção
Alucinações visuais muito específicas: zoopsias (bichinhos muito pequeninos em cima de si, sensação de estar coberto de insetos) -> contribui muito para a agitação do doente
- Alterações do sistema nervoso autónomo muito intensas (sudação intensa, labilidade)

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13
Q

Encefalopatia de Wernicke

A

Diminuição de tiamina no SNC, envolvida na síntese das bainhas de mielina.

Manifesta-se por confusão, delirium, marcha atáxica e oftalmoplegia, nistagmo horizontal.

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14
Q

Prevenção do Delirium

A

As intervenções de prevenção do delirium são mais eficazes do que as de tratamento.

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15
Q

Tratamento do delirium

A

EMERGÊNCIA MÉDICA - DIAGNÓSTICO CLÍNICO

TRATAMENTO DA CAUSA DE BASE

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16
Q

MDCTs que se podem pedir

A
  • Análises: hemograma, ureia, ionograma, função renal, função hepática, cálcio, glicemia
  • Hemoculturas
  • Gasimetria
  • Serologia sífilis
  • Urina II
  • Raio-x Tórax
  • Teste toxicológico
  • Enzimas cardíacas
  • RM ou TAC ou EEG
  • Punção lombar
17
Q

Medidas não farmacológicas do tratamento do Delirium

A

SÃO O PILAR DO TRATAMENTO -> Aliviar a ansiedade do doente

  • Tentar falar com o doente + Orientar o doente no tempo e no espaço
  • Iluminar a cabeceira do doente
  • Limitar o nº de visitas
  • Promover a visita dos familiares do doente

São medidas difíceis de operacionalizar -> muitos doentes acabam por ser medicados para controlo da sua agitação e regulação do ciclo sono-vigília

18
Q

Medidas Farmacológicas para o tratamento do Delirium

A
  • ANTIPSICÓTICOS - 1ª Linha, reservados para casos com agitação severa ou sintomas psicóticos
  • BZD - Normalmente causam síndrome confusional agudo. Só se dá em 2 situações.
  • Vitaminas (tiamina) - deve dar-se sempre nos doentes alcoólicos
19
Q

Antipsicóticos no tratamento do Delirium

A
  • Quetiapina ou haloperidol - em doses baixas
  • EVITAR em doentes com Delirium tremens ou epilespsia -> diminui o limiar convulsivo
  • Usar com PRECAUÇÃO nos doentes com demência (++ demência de corpos de Lewy)
20
Q

BZD no tratamento do Delirum

A

2 situações:

  • Privação de BZD - introduzir o esquema de desmame
  • Delirium tremens - o álcool liga-se a recetores GABA no SNC. Assim, tratam-se privações de álcool com BZD (normalmente de semi-vida curta, mas também se pode usar diazepam que tem uma semi-vida maior - pode implicar desmame)
21
Q

Prognóstico do Delirium

A
  • Remissão rápida na maioria dos casos
  • Depende da etiologia - pior nos idosos e nos doentes com diagnóstico prévio de demência ou de doença física
  • Delirium hipoativo - pior prognóstico (talvez por ser menos facilmente diagnosticado)
  • Taxa de mortalidade aos 3 mese de 25%
  • Episódios de delirium associado ao dobro do risco de morte nos dois anos seguintes
  • Favorece o declínio cognitivo - agressão direta ao SNC

É um fator de risco independente para mortalidade e morbilidade e por isso precisa de ser detetado e tratado

22
Q

Relação entre delirium e demência

A

Complexa e bidirecional.

A demência é um fator de risco major para o desenvolvimento de delirium.
Há cada vez mais evidência de que o delirium tem influência na génese da demência.

23
Q

Take home messages

A
  • Situação muito frequente
  • DETEÇÃO - o Delirium é um fator independente de mortalidade e morbilidade
  • Diagnóstico fácil: alteração da atenção e diminuição do estado de consciência
  • Piora à tarde/noite
  • IDENTIFICAR CAUSA -> TRATAR CAUSA
  • Usar medidas não farmacológicas
  • Não há nenhuma medida farmacológica que previna o delirium
  • Se doente muito agitado, muito paranoide, com uma intensa atividade alucinatória visual: AP ou BZD
  • Tiamina SEMPRE nos doentes com alcoolismo