Perturbações de Ansiedade Flashcards
Qual é a prevalência de perturbações de ansiedade em Portugal?
16,5%
Qual o sintoma mais proeminente e severo?
A ansiedade
Definição de ansiedade
Estado emocional vago, desagradável, de apreensão, receio, aflição, na eminência ou em situação de perigo.
Em que situações ocorre a ansiedade?
Como sinal: expressão de resposta à preceção de ameaça.
Patológico: resposta é desadequada à situação.
Quais as causas orgânicas de ansiedade?
Endócrinas (Hipertiroidismo) + Metabólicas (hipoglicemia) + SNC (epilepsia do lobo temporal)
Qual a patologia endócrina que frequentemente causa ansiedade?
Hipertiroidismo - ansiedade resolve com o controlo da doença
Quais são as causas sintomáticas de ansiedade?
Privação:
- álcool
- benzodiazepinas
- cafeína
- teofilina
- aminofilina
- outros broncodilatadores
Estruturas e mecanismos de etiopatogénese
- Eixo hipotálamo-hipófise suprarrenal
- Aumento do tónus do Sistema Nervoso Simpático
- Hiperativação do Locus Coeruleus (+++)
- Ativação paroxística ou mantida do sistema de alerta na ausência de um estímulo ameaçador
- Desregulação da amígdala e do hipocampo, e com alterações da comunicação entre estas duas estruturas
Que mecanismo esta na etiopatogénese dos ataques de pânico?
A Hiperativação do Locus Coeruleus.
Segunda a ICD-10, quais são as subcategorias das perturbações de ansiedade?
- Perturbações de ansiedade fóbica
- Outras perturbações de ansiedade (inclui a Perturbação da Ansiedade Generalizada e a Perturbação de Pânico)
Qual a categoria que a ICD-10 tem que a DSM V não tem?
Perturbação mista da ansiedade-depressão
Sintomas de ansiedade - Psicológico
- Aflição Antecipatória
- Irritabilidade e Inquietude
- Sensibilidade ao ruído
- Dificuldade em concentração
- Preocupação
- Tremor; Cefaleias; Mialgias
- Confusão; Dispneia
- Parestesias nas extremidades
- Insónia; Terror Noturno
Sintomas de ansiedade - Autonómicos
GI: xerostomia; disfagia; epigastralgia: borborigmos
Respiratório: aperto torácico; dispneia inspiratória
CV: palpitações; precordialgia
GU: polaquiúria; disfunção erétil; amenorreia; desconforto menstrual
Como são os sintomas na Perturbação de Ansiedade Generalizada?
São persistentes por mais de 6 meses e não são restritos (ou marcadamente aumentados) a nenhuma circunstância em específico (em contraste com as perturbações fóbicas).
Padrão característico de sintomas da Perturbação de Ansiedade Generalizada
- Inquietação e apreensão - prolongadas, transversais (não focadas num assunto em específico) e de controlo difícil;
- Sintomas psíquicos – irritabilidade, dificuldade de concentração, sensibilidade ao barulho.
- Hiperatividade autonómica – sudorese, palpitações, xerostomia, desconforto epigástrico, tonturas;
- Tensão muscular – tremores, incapacidade para relaxar, cefaleias (usualmente bilaterais frontais ou occipitais);
- Hiperventilação – pode levar a tonturas e, paradoxalmente, a dispneia;
- Perturbações do sono – incluem dificuldade em adormecer e pensamentos inquietantes constantes
Distinguir PAG de Depressão
O diagnóstico é decido com base no sintoma que aparece primeiro e que é mais severo. A depressão é pior de manhã. Ansiedade que é pior neste período de tempo sugere uma patologia depressiva.
Distinção entre PAG e Esquizofrenia
Perguntar ao doente o que é que está a causar os seus sintomas. Se ele der uma resposta pouco usual, podemos descobrir ideias delirantes não expressas previamente.
Distinção de PAG e Demência
Ansiedade pode ser o primeiro sintoma. Doentes mais velhos com ansiedade, deve-se testar a memória. Se falta de memória objetiva → marcha diagnóstica para encontrar outra causa que não a ansiedade.
Distinção entre PAG e Abuso de Substâncias
Ansiedade severa e matinal - os sintomas de privação costumam ser piores de manhã.
Distinção entre Doença Física e PAG
- Tirotoxicose: irritável, tremor, taquicardia;
- Feocromocitoma e hipoglicemia → podem mimetizar um ataque de pânico ou uma perturbação fóbica.
Fatores etiológicos da PAG
Fatores stressantes, personalidade predisposta para a ansiedade, fatores genéticos e experiências na infância
Importância dos fatores genéticos na PAG
Papel importante a moderado. Genes envolvidos predispõem para uma variedade de perturbações de ansiedade e depressivas.
Tipo de personalidade associada à PAG
Neuroticismo
Prognóstico da PAG
Perturbações da ansiedade com mais de 6 meses de duração têm mau prognóstico. É uma condição crónica. Avaliação complicada pela existência frequente de comorbilidades que complicam os resultados a longo termo.
Tratamento da PAG 1
Autoajuda e psicoeducação - materiais com informação sobre a PAG com exercícios práticos, com base na TCC. Evidência limitada e resultados modestos.
Tratamento da PAG 2
Relaxamento. Quando regular, reduz níveis de ansiedade em casos menos severos.
Tratamento da PAG 3
Terapia Cognitivo-Comportamental (CBT) - Relaxamento + procedimentos cognitivos. Efeitos importantes de resolução sintomática.
Quando é que se deve passar para um tratamento farmacológico na PAG?
- Para controlar sintomas rapidamente, enquanto os efeitos da CBT ainda não se fizeram sentir.
- Quando o tratamento psicológico não obteve resultados.
Tratamento farmacológico a curto-prazo da PAG
1ª linha - benzodiazepinas de longa duração (t 1/2 > 24h), Diazepam.
Não prescrever ansiolíticos por mais de 3 semanas - risco de dependência.
2ª linha - Buspirona (início de ação mais lento)
Antagonistas beta-2: sintomas de ansiedade relacionados com estimulação simpática. Mais usados na ansiedade de performance.
Tratamento farmacológico a longo-prazo da PAG
BENZDIAZEPINAS GERALMENTE NÃO SÃO RECOMENDADAS - DEPENDÊNCIA
1ª linha: SSRI (sertralina, fluoxetina, escitalopram, …)
2ª linha: SNRI (duloxetina e venlafaxina) - eficazes, mas menos bem tolerados.
Como fazer a toma dos SSRIs na PAG
Por vezes, um comprimido inteiro (50 mg) não é bem tolerado, devido aos seus efeitos adversos (tonturas, etc.). Assim, divide-se em 4 partes, começando-se com ¼ do comprimido numa fase inicial. Ao mesmo tempo, faz-se uma benzodiazepina ansiolítica durante pelo menos uma semana. Depois, vai-se escalando o SSRI até à dose alvo e para-se a BZD → abordagem “start low, go slow”.
Qual o risco de recaída para doentes que respondem bem à medicação na PAG?
O risco diminui substancialmente se o tratamento é mantido por, pelo menos, 6 meses e provavelmente mais tempo.
Abordagem Geral do doente com PAG
- Dar informação
- Confirmar o diagnóstico e comorbilidades
- Avaliar fatores psicológicos que estejam a contribuir para a manutenção da PAG
- Explicar a avaliação e o tratamento proposto
- Oferecer tratamento psicológico adequado
- Considerar o uso de medicação
- Discutir o plano com o doente, o MGF e a equipa da comunidade
Qual a característica principal das Perturbações de Pânico?
Ataques de Pânico
Qual a definição de ataques de pânico?
Surtos súbitos de ansiedade, com predomínio de sintomas físicos, e acompanhados por medo de uma consequência médica grave - sensação de morte iminente
Distinção de diagnósticos de Perturbação de Pânico DSM-V e ICD-10
DSM-5 diagnostica agorafobia e perturbação de pânico separadamente, sendo que os doentes que têm as duas condições recebem os dois diagnósticos. Na ICD-10, existe o diagnóstico de perturbação de pânico, mas, quando os doentes têm concomitantemente agorafobia, diz-se que têm agorafobia com perturbações de pânico.
Características clínicas da Perturbação de Pânico
Início súbito de:
- Palpitações;
- Sensação de engasgamento;
- Dor no peito;
- Tontura e síncope;
- Despersonalização;
- Desrealização;
- Medo de morrer, de perder o controlo, de enlouquecer.
DMS-V requer pelo menos 4 sintomas para o diagnóstico.
Características mais típicas de um ataque de pânico
- Ansiedade aumenta muito rapidamente
- Os sintomas são graves
- O doente teme um resultado catastrófico
Quais as consequências da hiperventilação nos ataques de pânico
Hipocápnia com sintomas: tonturas, tinnitus, cefaleias, fraqueza, síncope, formigueiro nas mãos, pés e face, desconforto precordial, espasmos carpopedais, sensação de falta de ar (dispneia que piora quadro clínico)
Critérios de diagnóstico de Perturbação de Pânico (DSM-V)
- Ocorrência de ataques de pânico de uma forma recorrente (pelo menos 2 vezes) e inesperada;
- Pelo menos um ataque de pânico foi seguido por 4 semanas ou mais de receio persistente de ocorrência de outro ataque de pânico ou de preocupação sobre as suas implicações, e/ou de uma alteração mal adaptativa do comportamento.
Diagnóstico diferencial da Perturbação de Pânico
Os ataques de pânico podem ocorrer na PAG, em fobias, em perturbações depressivas e patologia orgânica.
Os ataques de pânico secundários a uma verdadeira perturbação de pânico têm duas características:
- Grande preocupação com a possível ocorrência de futuros ataques de pânico;
- Receio sobre as consequências potencialmente fatais dos ataques de pânico.
Tratamento da Perturbação de Pânico
Medidas de suporte, farmacoterapia e/ou terapia cognitiva.
Tratamento dos ataques de pânico
Alprazolam ( BZD ação intermédia) em doses elevada - não causa sedação. No fim do tratamento, deve ser reduzido de forma gradual para evitar sintomas de abstinência.
Tratamento farmacológico da Perturbação de Pânico
SSRI, venlafaxina (SNRI) ou antidepressivos tricíclicos.
SSRI - start low, go slow
O que é fobia?
É o medo excessivo e irracional de uma objeto ou situação, tendencialmente evitados.
Quais são os sintomas das Perturbações de Ansiedade Fóbicas?
Sintomas nucleares iguais aos da PAG, mas ocorrem apenas em situações particulares.