Perturbações de Ansiedade Flashcards

1
Q

Qual é a prevalência de perturbações de ansiedade em Portugal?

A

16,5%

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2
Q

Qual o sintoma mais proeminente e severo?

A

A ansiedade

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3
Q

Definição de ansiedade

A

Estado emocional vago, desagradável, de apreensão, receio, aflição, na eminência ou em situação de perigo.

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4
Q

Em que situações ocorre a ansiedade?

A

Como sinal: expressão de resposta à preceção de ameaça.

Patológico: resposta é desadequada à situação.

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5
Q

Quais as causas orgânicas de ansiedade?

A

Endócrinas (Hipertiroidismo) + Metabólicas (hipoglicemia) + SNC (epilepsia do lobo temporal)

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6
Q

Qual a patologia endócrina que frequentemente causa ansiedade?

A

Hipertiroidismo - ansiedade resolve com o controlo da doença

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7
Q

Quais são as causas sintomáticas de ansiedade?

A

Privação:

  • álcool
  • benzodiazepinas
  • cafeína
  • teofilina
  • aminofilina
  • outros broncodilatadores
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8
Q

Estruturas e mecanismos de etiopatogénese

A
  • Eixo hipotálamo-hipófise suprarrenal
  • Aumento do tónus do Sistema Nervoso Simpático
  • Hiperativação do Locus Coeruleus (+++)
  • Ativação paroxística ou mantida do sistema de alerta na ausência de um estímulo ameaçador
  • Desregulação da amígdala e do hipocampo, e com alterações da comunicação entre estas duas estruturas
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9
Q

Que mecanismo esta na etiopatogénese dos ataques de pânico?

A

A Hiperativação do Locus Coeruleus.

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10
Q

Segunda a ICD-10, quais são as subcategorias das perturbações de ansiedade?

A
  • Perturbações de ansiedade fóbica

- Outras perturbações de ansiedade (inclui a Perturbação da Ansiedade Generalizada e a Perturbação de Pânico)

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11
Q

Qual a categoria que a ICD-10 tem que a DSM V não tem?

A

Perturbação mista da ansiedade-depressão

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12
Q

Sintomas de ansiedade - Psicológico

A
  • Aflição Antecipatória
  • Irritabilidade e Inquietude
  • Sensibilidade ao ruído
  • Dificuldade em concentração
  • Preocupação
  • Tremor; Cefaleias; Mialgias
  • Confusão; Dispneia
  • Parestesias nas extremidades
  • Insónia; Terror Noturno
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13
Q

Sintomas de ansiedade - Autonómicos

A

GI: xerostomia; disfagia; epigastralgia: borborigmos
Respiratório: aperto torácico; dispneia inspiratória
CV: palpitações; precordialgia
GU: polaquiúria; disfunção erétil; amenorreia; desconforto menstrual

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14
Q

Como são os sintomas na Perturbação de Ansiedade Generalizada?

A

São persistentes por mais de 6 meses e não são restritos (ou marcadamente aumentados) a nenhuma circunstância em específico (em contraste com as perturbações fóbicas).

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15
Q

Padrão característico de sintomas da Perturbação de Ansiedade Generalizada

A
  • Inquietação e apreensão - prolongadas, transversais (não focadas num assunto em específico) e de controlo difícil;
  • Sintomas psíquicos – irritabilidade, dificuldade de concentração, sensibilidade ao barulho.
  • Hiperatividade autonómica – sudorese, palpitações, xerostomia, desconforto epigástrico, tonturas;
  • Tensão muscular – tremores, incapacidade para relaxar, cefaleias (usualmente bilaterais frontais ou occipitais);
  • Hiperventilação – pode levar a tonturas e, paradoxalmente, a dispneia;
  • Perturbações do sono – incluem dificuldade em adormecer e pensamentos inquietantes constantes
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16
Q

Distinguir PAG de Depressão

A

O diagnóstico é decido com base no sintoma que aparece primeiro e que é mais severo. A depressão é pior de manhã. Ansiedade que é pior neste período de tempo sugere uma patologia depressiva.

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17
Q

Distinção entre PAG e Esquizofrenia

A

Perguntar ao doente o que é que está a causar os seus sintomas. Se ele der uma resposta pouco usual, podemos descobrir ideias delirantes não expressas previamente.

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18
Q

Distinção de PAG e Demência

A

Ansiedade pode ser o primeiro sintoma. Doentes mais velhos com ansiedade, deve-se testar a memória. Se falta de memória objetiva → marcha diagnóstica para encontrar outra causa que não a ansiedade.

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19
Q

Distinção entre PAG e Abuso de Substâncias

A

Ansiedade severa e matinal - os sintomas de privação costumam ser piores de manhã.

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20
Q

Distinção entre Doença Física e PAG

A
  • Tirotoxicose: irritável, tremor, taquicardia;

- Feocromocitoma e hipoglicemia → podem mimetizar um ataque de pânico ou uma perturbação fóbica.

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21
Q

Fatores etiológicos da PAG

A

Fatores stressantes, personalidade predisposta para a ansiedade, fatores genéticos e experiências na infância

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22
Q

Importância dos fatores genéticos na PAG

A

Papel importante a moderado. Genes envolvidos predispõem para uma variedade de perturbações de ansiedade e depressivas.

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23
Q

Tipo de personalidade associada à PAG

A

Neuroticismo

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24
Q

Prognóstico da PAG

A

Perturbações da ansiedade com mais de 6 meses de duração têm mau prognóstico. É uma condição crónica. Avaliação complicada pela existência frequente de comorbilidades que complicam os resultados a longo termo.

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25
Q

Tratamento da PAG 1

A

Autoajuda e psicoeducação - materiais com informação sobre a PAG com exercícios práticos, com base na TCC. Evidência limitada e resultados modestos.

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26
Q

Tratamento da PAG 2

A

Relaxamento. Quando regular, reduz níveis de ansiedade em casos menos severos.

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27
Q

Tratamento da PAG 3

A

Terapia Cognitivo-Comportamental (CBT) - Relaxamento + procedimentos cognitivos. Efeitos importantes de resolução sintomática.

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28
Q

Quando é que se deve passar para um tratamento farmacológico na PAG?

A
  • Para controlar sintomas rapidamente, enquanto os efeitos da CBT ainda não se fizeram sentir.
  • Quando o tratamento psicológico não obteve resultados.
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29
Q

Tratamento farmacológico a curto-prazo da PAG

A

1ª linha - benzodiazepinas de longa duração (t 1/2 > 24h), Diazepam.
Não prescrever ansiolíticos por mais de 3 semanas - risco de dependência.
2ª linha - Buspirona (início de ação mais lento)
Antagonistas beta-2: sintomas de ansiedade relacionados com estimulação simpática. Mais usados na ansiedade de performance.

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30
Q

Tratamento farmacológico a longo-prazo da PAG

A

BENZDIAZEPINAS GERALMENTE NÃO SÃO RECOMENDADAS - DEPENDÊNCIA
1ª linha: SSRI (sertralina, fluoxetina, escitalopram, …)
2ª linha: SNRI (duloxetina e venlafaxina) - eficazes, mas menos bem tolerados.

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31
Q

Como fazer a toma dos SSRIs na PAG

A

Por vezes, um comprimido inteiro (50 mg) não é bem tolerado, devido aos seus efeitos adversos (tonturas, etc.). Assim, divide-se em 4 partes, começando-se com ¼ do comprimido numa fase inicial. Ao mesmo tempo, faz-se uma benzodiazepina ansiolítica durante pelo menos uma semana. Depois, vai-se escalando o SSRI até à dose alvo e para-se a BZD → abordagem “start low, go slow”.

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32
Q

Qual o risco de recaída para doentes que respondem bem à medicação na PAG?

A

O risco diminui substancialmente se o tratamento é mantido por, pelo menos, 6 meses e provavelmente mais tempo.

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33
Q

Abordagem Geral do doente com PAG

A
  • Dar informação
  • Confirmar o diagnóstico e comorbilidades
  • Avaliar fatores psicológicos que estejam a contribuir para a manutenção da PAG
  • Explicar a avaliação e o tratamento proposto
  • Oferecer tratamento psicológico adequado
  • Considerar o uso de medicação
  • Discutir o plano com o doente, o MGF e a equipa da comunidade
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34
Q

Qual a característica principal das Perturbações de Pânico?

A

Ataques de Pânico

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35
Q

Qual a definição de ataques de pânico?

A

Surtos súbitos de ansiedade, com predomínio de sintomas físicos, e acompanhados por medo de uma consequência médica grave - sensação de morte iminente

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36
Q

Distinção de diagnósticos de Perturbação de Pânico DSM-V e ICD-10

A

DSM-5 diagnostica agorafobia e perturbação de pânico separadamente, sendo que os doentes que têm as duas condições recebem os dois diagnósticos. Na ICD-10, existe o diagnóstico de perturbação de pânico, mas, quando os doentes têm concomitantemente agorafobia, diz-se que têm agorafobia com perturbações de pânico.

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37
Q

Características clínicas da Perturbação de Pânico

A

Início súbito de:

  • Palpitações;
  • Sensação de engasgamento;
  • Dor no peito;
  • Tontura e síncope;
  • Despersonalização;
  • Desrealização;
  • Medo de morrer, de perder o controlo, de enlouquecer.

DMS-V requer pelo menos 4 sintomas para o diagnóstico.

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38
Q

Características mais típicas de um ataque de pânico

A
  • Ansiedade aumenta muito rapidamente
  • Os sintomas são graves
  • O doente teme um resultado catastrófico
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39
Q

Quais as consequências da hiperventilação nos ataques de pânico

A

Hipocápnia com sintomas: tonturas, tinnitus, cefaleias, fraqueza, síncope, formigueiro nas mãos, pés e face, desconforto precordial, espasmos carpopedais, sensação de falta de ar (dispneia que piora quadro clínico)

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40
Q

Critérios de diagnóstico de Perturbação de Pânico (DSM-V)

A
  1. Ocorrência de ataques de pânico de uma forma recorrente (pelo menos 2 vezes) e inesperada;
  2. Pelo menos um ataque de pânico foi seguido por 4 semanas ou mais de receio persistente de ocorrência de outro ataque de pânico ou de preocupação sobre as suas implicações, e/ou de uma alteração mal adaptativa do comportamento.
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41
Q

Diagnóstico diferencial da Perturbação de Pânico

A

Os ataques de pânico podem ocorrer na PAG, em fobias, em perturbações depressivas e patologia orgânica.

Os ataques de pânico secundários a uma verdadeira perturbação de pânico têm duas características:

  • Grande preocupação com a possível ocorrência de futuros ataques de pânico;
  • Receio sobre as consequências potencialmente fatais dos ataques de pânico.
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42
Q

Tratamento da Perturbação de Pânico

A

Medidas de suporte, farmacoterapia e/ou terapia cognitiva.

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43
Q

Tratamento dos ataques de pânico

A

Alprazolam ( BZD ação intermédia) em doses elevada - não causa sedação. No fim do tratamento, deve ser reduzido de forma gradual para evitar sintomas de abstinência.

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44
Q

Tratamento farmacológico da Perturbação de Pânico

A

SSRI, venlafaxina (SNRI) ou antidepressivos tricíclicos.

SSRI - start low, go slow

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45
Q

O que é fobia?

A

É o medo excessivo e irracional de uma objeto ou situação, tendencialmente evitados.

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46
Q

Quais são os sintomas das Perturbações de Ansiedade Fóbicas?

A

Sintomas nucleares iguais aos da PAG, mas ocorrem apenas em situações particulares.

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47
Q

Quais são duas características que ocorrem nas fobias?

A
  1. O evitamento de circunstâncias ansiogénicas

2. Ansiedade antecipatória na expectativa de confronto com circunstâncias ansiogénicas.

48
Q

Grupos de circunstâncias que provocam ansiedade nas fobias

A
  • Situações (ex.: multidões, escuro)
  • Objetos (incluindo seres vivos, como aranhas, cobras)
  • Fenómenos naturais (ex.: tempestades)
49
Q

3 Síndrome fóbicas Principais

A
  1. Fobia simples ou específica
  2. Fobia social
  3. Agorafobia
50
Q

Definição de Fobia simples ou específica

A

Ansiedade inapropriado na presença de um objeto/situação particular. A ansiedade antecipatória é comum.

51
Q

5 tipos gerias de fobias específicas (DMS-V)

A
  • Animais
  • Aspetos ambientais
  • Sangue, injeções, ferimentos, cuidados médicos
  • Situações
  • Outros (medo de engasgamento, medo de vomitar, figuras com máscaras, …)
52
Q

Como ocorre a resposta autonómica na fobia a sangue, injeções, ferimentos, cuidados médicos?

A

A taquicardia inicial é seguida por uma resposta vaso-vagais, com bradicardia, palidez, tonturas, náuseas e por vezes síncopes.

53
Q

Diagnóstico diferencial de Fobia Simples

A
  • Perturbação depressiva (pode estar subjacente)

- Perturbações obsessivas (podem-se apresentar por medo e evitamento de certos objetos)

54
Q

Tratamento da Fobia Simples

A
  • Forma de Exposição da terapia de comportamento

- Casos agudos - BZD

55
Q

Definição de Fobia social

A

Ansiedade desproporcional experienciada em situações sociais, em que a pessoa se sente observada e criticada por outros - As pessoas tendem a evitar estas situações ou não participar nelas completamente.

56
Q

Situações possíveis de Fobia Social

A

Restaurantes, cantinas, festas, seminários, reuniões de trabalho, …

57
Q

Fobia social generalizada

A

Doentes ficam com ansiedade num espectro largo de situações sociais

58
Q

Fobia social performance only

A

A ansiedade é restrita a falar ou representar em público.

59
Q

Sintomas da fobia social

A

Podem ser todos os sintomas de ansiedade. Os mais comuns são: corar e tremer

60
Q

Base da fobia social

A

Medo de rejeição ou do ridículo e o medo de ser avaliado negativamente pelos outros

61
Q

Qual um mecanismo de alivio da fobia social

A

O abuso de álcool é mais comum que nos outros tipos de fobia.
A fobia social é um preditor de abuso alcoólico.

62
Q

Idade do primeiro episódio de fobia social

A

17-30 anos - num espaço público, geralmente sem razão aparente.
Depois, a ansiedade é sentida em locais semelhantes e os episódios tornam-se tanto piores quando maior for o evitamento da situação.

63
Q

Diagnóstico Diferencial de Fobia Social

A
  • Agorafobia e perturbação de pânico: enquanto sintoma, pode estar presente nestas duas doenças.
  • Perturbação da ansiedade generalizada: tem de se estabelecer quando é que os sintomas de ansiedade aparecem.
  • Esquizofrenia: Alguns doentes com esquizofrenia evitam situações sociais, porque têm delírios persecutórios. Isto é diferente das pessoas com fobia social, porque estas, apesar de no momento acharem que estão a ser julgadas e observadas, quando já não estão na situação social, sabem que estas ideias são falsas.
  • Dismorfofobia: pessoas com esta condição podem evitar situações sociais.
  • Capacidades sociais inadequadas: neste caso, há uma incapacidade primária social, com ansiedade secundária. Acontece em pessoas com esquizofrenia, ou menos inteligentes, e inclui dicção hesitante, inaudível, expressão facial e gestos inapropriados e incapacidade de olhar para as outras pessoas durante uma conversa.
  • Timidez normal
64
Q

Etiologia de Fobia Social

A
  • Fatores Genéticos (mais comum quando tem parentes com fobia social)
  • Fatores cognitivos: preocupação (não fomentada) de que os outros serão críticos do doente numa situação social - receio de uma avaliação negativa. Acompanhada por várias formas de pensamento.
65
Q

Comportamento usual de alguém com Fobia Social

A

Comportamentos seguros (safety behaviours) - incluem evitar o contacto visual, o que complica a sua normal interação

66
Q

Critérios de diagnóstico para fobia social (ICD-10)

A
  • Medo marcado ou evitamento de se tornar o centro das atenções ou de se comportar de maneira humilhante ou embaraçosa
  • 2 sintomas de ansiedade nas situações receadas, mais pelo menos 1 dos seguintes: corar/tremer, medo de vomitar e medo ou urgência de miccionar ou defecar
  • Aflição emocional significativa, reconhecida como excessiva ou desapropriada
  • Sintomas restritos a, predominantemente, situações receadas ou na sua contemplação
  • Não é secundário a outra perturbação
67
Q

Critérios de diagnóstico para fobia social (DSM-V)

A
  • Medo marcado ou evitamento de situações em que o doente é exposta a pessoas não-familiares ou de escrutínio, com medo de se comportar de forma embaraçosa ou humilhante
  • Situações sociais quase sempre provocam ansiedade ou são evitadas
  • O medo é desproporcional a qualquer ameaça apresentada nas situações sociais. Interferem com a funcionalidade, ou causa aflição marcada
  • Não é secundário a outra perturbação
  • Duração de pelo menos 6 meses
68
Q

Tratamento psicológico da Fobia Social

A

CBT - a dessensibilização funciona bem na fobia social

69
Q

Tratamento farmacológico da Fobia Social

A

1ª linha: SSRI ou Venlafaxina (SNRI - alternativa). Início de ação pode demorar até 6 semanas.

Durante pelo menos 6 meses
BZD - para alívio sintomático
Beta-bloqueantes (propanolol) - controlo agudo de tremores e palpitações.

70
Q

Agorafobia

A

Ansiedade quando os doentes estão longe de casa, em multidões ou em situações de onde não conseguem sair facilmente - evitam estas situações e ficam ansiosos ao antecipá-las.

71
Q

2 Características da Agorafobia

A
  1. Ataques de pânico

2. Cognições ansiosas sobre síncope ou perda de controlo

72
Q

3 temas comuns da Agorafobia

A
  • Distância de casa
  • Multidões
  • Confinamento
73
Q

Características a lembrar na apresentação da Agorabfobia

A
  • Ansiedade anticipatória é comum
  • Sintomas depressivos são comuns: como consequência ou como parte da doença
  • Despersonalização pode ser severa
74
Q

Idade de início da Agorafobia

A

Década dos 20, com outro pico de incidência por volta dos 35 anos

Nota: doentes com agorafobia tornam-se cada vez mais dependentes da sua família/parceiro(a) para realizar determinadas atividades, como ir às compras, o que pode causar dificuldades na relação.

75
Q

Distinção do Diagnóstico na ICD-10 e DSM-V quando há Agorafobia e Perturbação de Pânico

A

ICD-10: os doentes que têm agorafobia e perturbação de pânico são diagnosticados como tendo agorafobia (depois dividida em: com ataques de pânico ou sem ataques de pânico).
DSM-V: São dados os dois diagnósticos (agorafobia + perturbação de pânico)

76
Q

Critérios de Diagnóstico de Agorafobia

A

Ver print

77
Q

Diagnóstico Diferencial de Agorafobia

A
  • Fobia social: alguns doentes com agorafobia sentem ansiedade em situações sociais, e algumas pessoas com fobia social evitam lojas/autocarros com muita gente por medo de se sentirem avaliados/julgados → averiguar qual a ordem em que os sintomas surgiram
  • PAG: Quando a agorafobia é severa, a ansiedade pode estar presente em tantas situações que simula uma PAG.
  • Perturbação de pânico: a agorafobia inclui muitas vezes ataques de pânico;
  • Perturbação depressiva: sintomas de agorafobia podem ocorrer em patologias depressivas e também são comuns sintomas depressivos nos doentes com agorafobia → ordem.
  • Paranoid disorders: o doente com ideias delirantes pode evitar certas situações por ideias de perseguição → história clínica
78
Q

Tratamento psicológico da Agorafobia

A

CBT - a longo prazo é até mais eficaz que a medicação

79
Q

Tratamento farmacológico da Agorafobia

A

Fase aguda: BZD (alprazolam)

Fase crónica: SSRI ou venlafaxina

80
Q

Perturbação da Ansiedade induzida por substâncias ou medicação

A

Ataque de pânico ou ansiedade depois de tomar ou parar de tomar uma substância ou medicação

81
Q

Fatores desencadeantes da PAISM

A
  • Álcool
  • Cafeína
  • Corticosteroides
  • Anfetaminas
  • Canábis
82
Q

Perturbação Obsessiva-Compulsiva (POC)

A

Perturbação crónica, incapacitante, caracterizada por obsessões e/ou compulsões egodistónicas.
Caracterizada por pensamentos obsessivos, comportamento compulsivo e graus variados de depressão, ansiedade e despersonalização.

83
Q

Obsessões ou ideias obsessivas

A

Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes, inapropriados e indesejáveis que se impõem (intensivos), podendo ser absurdos, violentos ou obscenos.

84
Q

Compulsões ou atos compulsivos

A

Pensamentos ou ideias de passagem ao ato em contexto de POC

85
Q

Rituais

A

Comportamentos ou atividades mentais repetitivas a que a pessoa se obriga em resposta a uma obsessão. Têm como objetivo prevenir ou reduzir a ansiedade associada às ideias obsessivas

86
Q

Características principais da POC

A
  • Sintomas obsessivos
  • Ruminações obsessivas (debates internos sobre aspetos insignificantes intermináveis)
  • Impulsos obsessivos
  • Fobias
  • Rituais compulsivos
  • Lentidão anormal
  • Ansiedade
  • Depressão
  • Despersonalização
87
Q

Processos cognitivos chave na POC

A
  1. Fusão pensamento-ação
  2. Responsabilidade
  3. Compulsões e comportamentos que procuram segurança
  4. Sobrestimação da probabilidade de algo de mal acontecer
  5. Intolerância da incerteza e da ambiguidade
  6. Necessidade de controlo
88
Q

Critérios de diagnóstico de POC (DMS-V)

A
  • O diagnóstico de POC requer a presença de OU obsessões OU compulsões OU ambas.
  • As obsessões ou compulsões têm de consumir tempo (ex: mais do que uma hora/dia) e/ou causar angústia clinicamente significativa e/ou prejuízo na função social ou ocupacional.
  • Os sintomas não podem ser atribuídos aos efeitos de uma substância ou a outra condição médica/psiquiátrica.
89
Q

Critérios de Diagnóstico de POC (ICD-10)

A
  • O diagnóstico de POC requer a presença de OU obsessões OU compulsões OU ambas.
  • Os sintomas obsessivos e os atos compulsivos têm de estar presentes na maioria dos dias durante pelo menos 2 semanas consecutivas e têm de ser uma fonte de angústia e/ou interferência com as atividades habituais.
  • Os pensamentos ou impulsos são reconhecidos pelo doente como sendo do próprio, sendo que há uma tentativa de resistência (sem sucesso) a pelo menos um pensamento/ato.
  • Os atos compulsivos, embora possam aliviar a tensão, não são intrinsecamente prazerosos (este último ponto distingue compulsões vs atos que estão a associados a gratificação instantânea, como os que se verificam nas adições).
90
Q

Diagnóstico Diferencial de POC

A
  • Perturbações de ansiedade: PAG, perturbação de pânico, fobias;
  • Depressão: o curso da POC é por vezes pontuado por episódios depressivos, e sintomas obsessivos também podem ocorrer no decurso de uma depressão, cessando após o seu tratamento;
  • Esquizofrenia;
  • Patologia orgânica (encefalite letárgica crónica, na década de 1920);
  • Doenças da infância, como a Síndrome Gilles de la Tourette e autismo.
91
Q

Tratamento de Casos Leves de POC

A

Psicoterapia (CBT)

92
Q

Tratamento de Casos Moderados a Graves de POC

A

Medicação + Psicoterapia (CBT)

93
Q

Psicofármacos usados na POC

A
  • 1ª Linha: SSRI
  • Antipsicóticos (típico ou atípico), em baixa dose, para aumentar a eficácia do tratamento (ex: Risperidona e aripiprazol)
  • Ansolíticos: alívio sintomático a curto-prazo. Máximo 2-4 semanas
94
Q

Porque é que se deixaram de usar os TCAs no tratamento da POC

A

TCAs, como a clomipramina, já foram usados como 1ª linha. Mas deixaram de ser porque os efeitos adversos são comuns e porque, em doses elevadas, causam crises convulsivas. A melhoria só é sentida após 6 semanas de tratamento e muitos doentes têm uma recaída após descontinuação do fármaco.

95
Q

CBT na POC

A
  • Exposição e prevenção da resposta - geralmente melhora os rituais obsessivos
  • Terapia cognitiva - objetivo de diminuir a supressão dos pensamentos obsessivos ou atos compulsivos.
96
Q

Qual a terapia que está contraindicada na POC?

A

A psicanálise pode agravar a POC.

97
Q

Tratamentos de neuroestimulação para a POC

A
  • Deep Brain Stimulation (DBS) - eletrodos nos núcleos da base (hipótese da génese da POC - hiperatividade dos núcleos da base e hipoatividade do córtex).

Usada para a POC refratária à terapêutica médica.

-Transcranial magnetic stimulation (TMS) - utiliza campos magnéticos para estimular ou inibir zonas específicas do cérebro. Muito caro.

98
Q

Acumulação Compulsiva

A

Fenómeno persistente de dificuldade emocional em descartar possessões, independentemente do seu valor. Estes acumulam-se em zonas comuns da casa de uma maneira que compromete a sua utilização.

99
Q

Objetos mais frequentemente acumulados na Acumulação Compulsiva

A

Revistas
Jornais
Roupa

100
Q

Qual a idade em que surge a Acumulação Compulsiva?

A

Meia-idade/velhice

101
Q

Particularidade da Acumulação Compulsiva

A

O doente não reconhece o seu comportamento como inapropriado e os seus pensamentos não são experienciados como repetitivos e intrusivos, ao contrário da POC.

102
Q

Síndrome de Diogenes ou Senil Squalor Syndrome

A

Forma de Acumulação Compulsiva associada a self-neglect extremo e miséria, nos doentes idosos. Pode estar associado a demência.

103
Q

Tratamento da Acumulação Compulsiva

A

Difícil.

Pode tentar-se CBT e farmacoterapia como SSRIs e Venlafaxina.

104
Q

Tricotilomania

A

Arrancar pelos/cabelos de forma recorrente. Pode levar a perda de pelos/cabelos. Pode envolver qualquer parte do corpo, sendo mais frequente no couro cabeludo, pestanas ou sobrancelhas.
O pelo extraído pode ser engolido, podendo formar tricobezoares, que depois podem provocar obstrução intestinal.

105
Q

Quando surge e em que sexo é mais comum a Tricotilomania?

A

Infância/adolescência/juventude.

Sexo feminino

106
Q

Tratamento da Tricotilomania

A

Psicoterapia - acompanhamento psicológico.

107
Q

Perturbação pós-traumática de stress

A

Reação atrasada, intensa e prolongada a um evento stressante.

108
Q

Características essenciais da PTSD

A
  • Experienciar de novo aspetos de um evento stressante
  • Hyperarousal
  • Evitamento de reminders
109
Q

Quais são os eventos mais comuns que podem causar PTSD?

A
  • Catástrofes naturais
  • Guerras
  • Assaltos
  • Violações
110
Q

3 grupos de sintomas da PTSD

A
  1. Episódios de revivescência traumática (intrusão) - flashbacks, imagens ou sons intrusivos
  2. Evitamento
  3. Hyperarousal: Ansiedade persistente + Irritabilidade + Insónia + Dificuldade de Concentração + Medo e Agressividade
111
Q

Outras Características da PTSD

A

Sintomas depressivos, culpa e vergonha

112
Q

Início dos sintomas da PTSD

A

Surge geralmente num intervalo de 3 meses após o evento

113
Q

Abordagem terapêutica da PTSD

A

Verificar a existência de outras patologias como a depressão ou abuso de substâncias.
Perante a coexistência de PTSD e abuso de substâncias, é melhor tratar primeiro o abuso.

114
Q

Psicoterapia na PTSD

A
  • Aconselhamento
  • CBT (+++)
  • Orientação psicodinâmica
115
Q

Tratamento farmacológico da PTSD

A
  • SSRI ou SNRI ou Tricíclicos
  • BZD (na abordagem start low, go slow em conjunto com os SSRI) e depois passar para um Beta-bloqueante
  • Beta-bloquenate
  • Outros: Pregabalina, buspirona
116
Q

Novas abordagens terapêuticas da PTSD

A
  • Propanolol: diminui a probabilidade de evocação de memórias traumáticas;
  • Bloqueio do gânglio simpático serviço-torácico