Síndrome Da Imunodeficiência Adquirida Flashcards

1
Q

Quais os tipos de imunodeficiência?

A
  • Humoral (+ comum): infecções por bactérias encapsuladas (S. pneumoniae, H. influenzae, N. meningitidis, etc) e bronquiectasias.
  • Celular: infecções por microorganismos atípicos, vírus e fungos.
  • Fagocitária: infecções cutâneas e de partes moles (S. aureus, P. aeruginosa), atraso na queda do coto umbilical e da cicatrização.
  • Complemento: doenças autoimunes.
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2
Q

Quais as principais imunodeficiências primárias humorais?

A
  • Deficiência de IgA: é a imunodeficiência primária mais comum, sendo associada à doença celíaca.
  • Imunodeficiência comum variável: hipogamaglobulinemia na ausência de agamaglobulinemia.
  • Agamaglobulinemia transitoria : queda de todas as imunoglobulinas, hipoplasia do tecido linfóide (ex.: tonsilas e amigdalas) e queda de linfócitos B.
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3
Q

Quais as principais imunodeficiências primárias celulares e fagocitária?

A
  • Imunodeficiência combinada grave: linfocitose grave com anergia cutânea (sem resposta à inoculação de antígenos na pela).
  • Doença granulomatosa crônica: doença ligada ao X que leva a um defeito nas enzimas oxidativas fagocitárias, levando a infecções recorrentes de S. aureus e l_esões granulomatosas_ em pulmões, fígado e pele. Deve-se fazer uso de SMZ/TMP profilático.
  • Síndrome de Chédiak-Higashi: albinismo, cabelos platinados e síndrome linfoma-like.
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4
Q

Quando suspeitar de imunodeficiência primária em crianças?

A
  • > 2 episódios de pneumonia por ano.
  • > 4 episódios de otite média por ano.
  • Efeitos adversos ao BCG.
  • Ausência de timo no RX.
  • Atraso na queda do coto umbilical > 10 dias.
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5
Q

Quais as características do HIV?

A
  • Retrovírus de RNA.
  • No Brasil, o subtipo B é o mais frequente.
  • Infecta linfócitos CD4 (principal), células dendrídicas e macrófagos.
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6
Q

Quais as características do vírus HTLV?

A
  • Relacionado a leucemia/linfoma de células T do adulto e paraparesia espástica tropical (5% dos pacientes).
  • Portadores não podem ser doadores de sangue e devem sempre utilizar preservativo nas relações sexuais.
  • Sem tratamento específico.
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7
Q

Quis as enzimas do HIV?

A
  • Proteínas de aderência (gp120 e gp41).
  • Transcriptase reversa: RNA em DNA.
  • Integrase: integra o DNA viral no celular.
  • Protease: monta os capsídeos virais.
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8
Q

Qual a epidemiologia do HIV?

A
  • Aumento da prevalência por redução da mortalidade.
  • Mais homens infectados.
  • Idade média de 20-34 anos.
  • Fenômenos recentes: heterossexualização, feminização, interioração e pauperização.

OBS.: está havendo um aumento de casos em jovens homo/bissexuais (mais ainda não são a maioria).

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9
Q

Quais as vias de transmissão do HIV?

A
  • Vertical (< 13 anos).
  • Sexual (> 13 anos), principalmente sexo anal receptivo (maior risco).
  • Sanguínea.
  • Percutânea.
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10
Q

Qual a história natural do HIV?

A
  • Infecção aguda (síndrome mono-like): febre, linfonodomegali, mialgia e faringite (queda de CD4 e aumento de HIV).
  • Latência clínica (set point viral → principal fator prognóstico): replicação viral lenta e assintomática ao longo de 10 anos (pode haver linfadenopatia generalizada persistente).
  • Fase sintomática: precoce (imunodeficiência moderada) e AIDS (imunodeficiência grave).
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11
Q

Quais as manifestações da fase precoce (CD4 entre 200 e 300) do HIV?

A
  • Diarréia crônica > 1 mês.
  • Febre persistente inexplicável.
  • Anemia inexplicável.
  • Candidíase oral.
  • Tuberculose pulmonar.
  • Displasia cervical ou CA in situ.
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12
Q

Quais as manifestações da fase AIDS (CD4 < 200) do HIV?

A
  • Pneumocistose.
  • Herpes cutânea ou visceral > 1 mês.
  • Candidíase esofágica.
  • Tuberculose extrapulmonar.
  • Neurotoxoplasmose.
  • Neoplasias: Sarcoma de Kaposi, carcinoma cervical invasivo e linfoma não-Hodgkin (linfoma de células B ou primário do SNC).
  • Leucoencefalopatia multifocal progressiva.
  • Criptosporíase e isosporíase > 1 mês.

OBS.: são doenças definidoras de AIDS!

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13
Q

Quais os testes de triagem para AIDS?

A
  • Teste rápido.
  • Imunoensaio (ELISA).

OBS.: os imunoensaios de 4ª geração identificam a infecção pelo HIV dentro de 15 dias.

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14
Q

Quais os testes confirmatórios de AIDS?

A
  • Pesquisa de HIV-RNA.
  • Western-Blot e Imunoblot.
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15
Q

Como é o diagnóstico de AIDS pelos testes rápidos?

A
  • Dois TRs positivos: confirmar com carga viral (HIV-RNA) por PCR.
  • Se carga viral > 5000: confirmado infecção.
  • Se TRs discordantes: repetir os testes. Se persistência, testar com imunoensaio.
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16
Q

Como é o diagnóstico de AIDS pelo imunoensaio?

A
  • Imunoensaio positivo: fazer carga viral (HIV-RNA) por PCR.
  • Se carga viral > 5000: confirma com imunoensaio novamente.
  • Se imunoensaio positivo, mais carga viral < 5000: confirmar com Western-Blot ou Imunoblot.
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17
Q

O que fazer se testes negativos, mais ainda exista suspeita clínica?

A

Repetir em 30 dias (pode-se estar na fase de latência).

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18
Q

Com que frequência deve-se solictar a carga viral, CD4 e hemograma em pacientes com HIV?

A
  • Dosar CD4 em 3/3meses (se carga viral indetectavel, dosar a cada 12meses).
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19
Q

Qual doença deve ser pesquisada em toda consulta em pacientes com HIV?

A

Tuberculose.

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20
Q

Quais as principais classes de medicações para o HIV?

A
  • Inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleotídeos: zinovudina (AZT), lamivudina (3TC), abacavir (ABC) e tenofovir (TDF).
  • Inibidores de transcriptase reversa não-análogos de nucleotídeos: efavirenz (EFZ).
  • Inibidores de integrase: dolutegravir (DTG) e raltegravir (RAL).
  • Outros: inibidores de protease, inibidores da fusão e antagonistas do CCR5.
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21
Q

Como avalir a resposta terapêutica?

A
  • Carga viral (principal).
  • Contagem de CD4 (marcador prognóstico).

OBS.: processos infecciosos que ativem os linfócitos CD4 levam à um aumento no carga viral.

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22
Q

Quando se recomenda o início do tratamento para HIV?

A

TODOS os pacientes com HIV!

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23
Q

Quais os grupos prioritários para iniciar o tratamento para HIV?

A
  • Pacientes sintomáticos.
  • CD4 < 350.
  • Gestantes.
  • Tuberculose ativa.
  • Coinfecção HBV ou HCV.
  • Risco cardiovascular > 20%.
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24
Q

Em que consiste a meta 90-90-90 da OMS para o HIV?

A
  • Diagnosticar 90% dos casos.
  • Tratar 90% dos pacientes.
  • Manter 90% com carga suprimida.

OBS.: visa controlar a epidemia até 2030.

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25
Qual o esquema retroviral de 1ª linha para o HIV?
TDF + 3TC + DTG.
26
Quais os esquemas alternativos de tratamento do HIV?
**TUBERCULOSE** (TDF + 3TC + _EFV)_. **OBS**.: pode-se fazer, como esquema aleternativo, _dolutegravir_ em dose dobrada ou _raltegravir_ no lugar do efavirenz (**2021**)
27
Quais os efeitos adversos das medicações para HIV?
- **TDF**: nefrotixidade e osteoporose ("TDF altera a TFG"). - **DTG**: não usar com fenitoína, fenobarbital ou carbamazepina (trocar por EFV). - **EFV**: pesadelos e alucinações ("efavironha"). **AZ**_T_****: neu**_T_**ropenia grave. **OBS**.: o DTG interfere com a rifampicina (por isso, preferencialmente, deve ser substituido se TB)!
28
Quando fazer a genotipagem do HIV?
- Gestantes. - TB. - Infectados por parceiro em tratamento com antirretrovirais. - Crianças.
29
O que é a síndrome inflamatória da reconstituição imune?
- Piora clínica após inicio ta terapia antirretroviral (4-8 semanas). - Reação imune contra infecções latentes. - Ocorre quando CD4 \< 100 antes do início do tratamento. - Manter TARV e tratar infecções. **OBS**.: as únicas doenças que a TARV deve ser adiada durante o tratamento para evitar a síndrome da reconstituição imune é a **TUBERCULOSE** e a **NEUROTOXOPLASMOSE** (o resto, iniciar tratamento é TARV).
30
Quando ocorre falha na TARV?
Carga viral _detectável após 6 meses_ de tratamento ou rebote após supressão. **OBS**.: a presença de infecções oportunistas **NÃO** é falha da TARV!
31
Quais os materiais biológicos podem transmitir o HIV?
- **S**angue. - **S**êmen. - **S**ecreção vaginal. - Líquidos de **S**erosa. - Líquor (**S**efalorraquidiano). **OBS**.: cuidado! **S**uor e **S**aliva tem **S**, mas _não transmitem_!
32
Quais os tipos de exposição de risco para o HIV?
- Membranas mucosas (ex.: olho, boca). - Percutânea (instrumentos perfurocortantes). - Mordedura com sangue. - Cutânea com pele não íntegra.
33
Quando fazer a profilaxia pós-exposição de risco para HIV?
- Exposição de risco com material biológico de risco de pacientes infectados por HIV (ou desconhecido). - Inclui-se criança, filha de mae que descobriu HIV, exposta na amamentação. **OBS**.: se o paciente exposto já for HIV positivo, _não fazer profilaxia_.
34
Qual o esquema de profilaxia pós-exposição para HIV?
TDF + 3TC + DTG até **72h pós-exposição** (ideal \< 2h) por 28 dias. **OBS**: para criança que foram amamentadas por pessoa-fonte com risco de transmissao de HIV, deve-se interromper a amamentação imediatamente, realizar carga viral e inicar PEP **até 72h da ultima vez que foi amamentada.**
35
Qual a conduta pós-profilaxia pra HIV?
Repetir sorologia com 30 e 90 dias após a exposição (se RN, solicitar _carga viral_).
36
Quais grupos se beneficiam de profilaxia pré-exposição ao HIV?
- Gays. - Homens que fazem sexo com homens. - Pessoas trans. - Profissionais do sexo. - Parcerias discordantes para o HIV.
37
Quais os critérios de indicação de profilaxia pré-exposição para o HIV?
- Relação sexual anal ou vaginal sem preservativo. - Episódios recorrentes de DSTs. - Uso repetitivo de profilaxia pós-exposição para HIV.
38
Qual o esquema antirretroviral para profilaxia pré-exposição para HIV?
TDF + _Entricitabina_ (mínimo de 7 dias para sexo anal e 20 para vaginal).
39
Qual o período de maior risco de transmissão vertical do HIV?
Trabalho de parto.
40
Qual a conduta na gestante com HIV na primeira consulta de pré-natal?
- Iniciar TARV na 13ª semana (TDF + 3DF + DTG → **2020!**). - Solicitar fenotipagem viral. - Antecipar o parto para a 38ª semana de gestação.
41
Qual a via de parto na gestante com HIV?
- **Carga viral \> 1000 na 34ª semana**: _cesareana_ com parto empelicado. - **Carga viral \< 1000 na 34ª semana**: _indicação obstétrica_ (vaginal se dilatação \> 4cm). **OBS**.: ligadura do cordão imediata e sem ordenha.
42
Quais as indicação de quimioproflaxia com AZT na hora do parto?
- **Carga viral indetectável**: não fazer. - **Carga viral detectável/desconhecida**: fazer AZT IV 1mg/kg/h pelo menos _3h antes da cesárea_, ou no _início do trabalho do parto_, até o _clampeamento do cordão_. **OBS**.: se não tiver AZT injetável, fazer 300mg VO a cada 3h
43
Qual a conduta na roptura prematura de membranas ovulares em pacientes com HIV \> 34 semanas?
AZT + cesárea de urgência.
44
Qual a profilaxia para HIV para o recém-nascido?
- **AZT** **ORAL:** primeiras **4 horas** de vida até 4 semanas (não fazer após 48h). - **Nevirapina (se \> 1.500g)**: mãe sem TARV, má adesão, carga viral \> 1000 ou desconhecida e DST (especialmente sífilis) → 3 doses. - **SMX + TMP:** a partir da 4ª semana até definição diagnóstica ou 1 ano (previnir pneumocistose). **OBS**.: se alto risco decontaminação (mãe sem tratamento ou com falha terapeutica), fazer **AZT + 3TC + RAL** por 4 semanas no RN.
45
Quando deve ser colhida a primeira carga viral em crianças nascidas de mães contaminadas?
- **Com profilaxia**: 2 e 6 semanas após o fim da profilaxia. - **Sem profilaxia**: imediatamente. **OBS**.: se cargas indetectáveis, fazer mais uma com _18 semanas_.
46
Como é a avaliação da carga viral em crianças nascidas de mães infectadas?
- **Carga \> 5000**: repetir exame imediatamente. Se persistir, criança _infectada_. - **Carga \< 5000**: repetir exame em 4 semanas. Se persistir, criança _não infectada_. **OBS**.: até 18 meses, pode haver anti-HIV materno no plasma fetal devido a passagem transplacentária (ou seja, não diagnosticar por sorologia).
47
Deve-se amamentar a criança sendo a mãe portadora de HIV?
**- Não!!!** Alimentar **APENAS** com fórmula infantil!!! - Suspender a lactogênese materna com cabergolina 1mg DU. **OBS**.: após o parto, limpar todo o sangue e secreções com compressas macias, aspirar delicadamente vias aéreas e encaminhar parao banho. **OBS.2**: devido a contraindicação à amamentação, mesmo com carga viral negativa, filhos de mães HIV positivas são mais suceptivos à infecções.
48
Qual o esquema terapéutico de TARV em crianças?
- **\< 12 anos**: ABC + 3TC + RAL. - **\> 12 anos**: TDF + 3TC + DTG.
49
Quais doenças precisam de profilaxia em pacientes com HIV?
- Pneumocistose. - Neurotoxoplasmose. - Tuberculose. - Doenças do complexo Mycobacterium avium (MAC). **OBS**.: não se faz profilaxia para herpes, citomegalovírus, histoplasma e criptococo!
50
Paciente com HIV vem ao PS com queixas de tosse seca e febre a 10 dias. Radiografia de tórax revela infiltrado pulmonar bilateral que poupa os ápices. PaO2 de 68. Qual o diagnóstico?
Pneumocistose.
51
O que é pneumocistose?
- Infecção pulmonar pelo *Pneumocystis jirovecii*. - Ocorre em pacientes com _CD4 \< 200_ (rara acima disso).
52
Qual o quadro clínico da pneumocistose?
- Tosse seca arrastada (dias a semanas). - Estertores bilaterais em bases pulmonares. - Febre baixa. - Dispnéia.
53
Quais os achados radiográficos da pneumocistose?
- Iniltrado difuso pulmonar bilateral. - Poupa os ápices. - Pode haver _pneumotórax_ (princioal causa de pneumotórax infeccioso no HIV). **OBS**.: **NÃO** apresenta **derrame pleural** nem **adenomegalia hilar**.
54
Quais as características laboratoriais da pneumocistose?
- **Hipoxemia grave**. - LDH elevada. - Alcalose respiratória. **OBS**.: exame mais sensível é o lavado broncoalveolar.
55
Qual o tratamento da pneumocistose?
- **Leve (PaO2 \> 70)**: SMX + TMP VO por 14-21 dias. - **Grave (PaO2 \< 70)**: SMX + TMP IV + predinisona por 14-21 dias. **OBS**.: clindamicina + primaquina é uma alternativa para alérgicos.
56
Quais as indicações de profilaxia para pneumocistose com SMX + TMP 3x/semana?
- CD4 \< 200. - Candidíase oral. - Febre \> 2 semanas. - Após episódio de pneumocistose. **OBS**.: se ainda sem TARV, iniciar esta só após _2 semanas_ do SMX-TMP
57
Quais as características da histoplasmose?
- Ocorre em pacientes com CD4 \< 100 que tiveram contato com _criação de aves_. - Causa perda de peso, febre prolongada, pancitopenia, hepatoesplenomegalia, icterícia e lesões cutâneas (**"tuberculose + paracocidioidomicose"**). - Tratar com anfotericina B ou itracinazol.
58
Paciente vem ao PS com queixas de tosse, febre vespertina e sudorese noturna a 2 meses. Alega que perdeu 6kg no período. Baciloscopia de escarro positiva. Qual o diagnóstico?
Tuberculose.
59
Quis as características da tuberculose em pacientes com HIV?
- Causada pelo Mucobacterium tuberculose. - É a principal causa de **infecção pulmonar** e **óbito** da AIDS. - Ocorre em _qualquer_ CD4. - Clínica clássica (tosse crônica, febre, emagrecimento, sudorese notura, etc).
60
Quais as formas clínicas da tuberculose em pacientes com HIV?
- **CD4 \> 350**: apical e cavitária. - **CD4 \< 350**: miliar e difusa.
61
Quais as característicos do derrame pleural da tuberculose em pacientes com HIV?
- Predomínio de mononucleares. - Glicose baixa. - Adenosina deaminase (ADA) positiva.
62
Qual o diagnóstico da tuberculose em pacientes com HIV?
- Teste do escarro (teste rápido, baciloscopia). - Cultura.
63
Qual o tratamento da tuberculose em pacientes com HIV?
**Esquema RIPE por 6 meses.** - **CD4 \> 50**: RIPE + TARV após 4 semanas. - **CD4 \< 50**: RIPE + TARV após 2 semanas. **OBS**.: sempre fazer a genotipagem!
64
Qual as indicações de profilaxia da tuberculose em pacientes com HIV?
**4Cs!** - **C**icatriz de TB nunca tratada. - **C**D4 \< 350. - **C**D4 \> 350 + PPD \> 5 ou IGRA. - **C**om PPD \> 5 e sem tratamento prévio. **OBS**.: fazer com _isoniazida 270 doses_ ou _rifampcina 120 doses_ (se \< 10 ou \> 50 anos, hepatopatas e contato com bacilífero resistente à isoniazida).
65
Quais as características da micobacteriose por MAC?
- Ocorre em pacientes com CD4 \< 50. - Sintomas similares à tuberculose, porém com enterite/diarréia. - Tratar com claritromicina e etambutol.
66
Quais as características do sarcoma de Kaposi?
- Causado por coinfecção do HIV com o **Herpes 8**. - Ocorre com CD4 \< 200. - Causa lesões cutâneas **violáceas**/amarronzadas, sintomas pulmonares (tosse, dispnéia e dor torácica) e derrame pleural sanguinolento. - Tratar com a TARV.
67
Quais as características da pneumonite intersticial linfóide?
- Mais comum em crianças. - Causa hipoxemia, tosse, sibilos e baqueteamento digital.
68
Paciente com HIV vem ao PS com cefaléia, confusão mental, náuseas e vômitos há 10 dias. Na punção liquórica, a pressão de abertura estava elevada. Qual o diagnóstico.
Meningite criptocócica.
69
Quais as características da meningite criptocócica?
- Causada pelo *Cryptococcus neoformans*. - Ocorre com CD4 \< 100. - É a **principal** causa de meningite em paciente com HIV.
70
Qual a clínica da meningite criptocócica?
- Quadro _subagudo_. - Cefaléia. - Náuseas. - Vômitos. - Confusão mental. - Pode causar linfonodomegalia hilar. - Raros sinais meníngeos. - **NÃO** causa _convulsões_ ou _déficits focais_.
71
Quais os achados da punção lombar da meningite criptocócica?
- **Teste da tinta da China/nanquim**. - Pressão de abertura elevada. - Predomínio de mononucleares. - Aumento da proteína e queda da glicose. - Teste da aglutinação do látex.
72
Qual o tratamento da meningite criptocócica?
- Anfotericina B, seguida de fluconazol. - **Hipertensão craniana (principal causa de morte)**: punções liquóricas de alívio seriadas.
73
Qual a profilaxia para meningite criptocócica?
Fluconazol após 6 meses do fim do tratamento OU se CD4 \< 100. **OBS**.: só se faz profilaxia _secundária_ (se nunca teve meningite criptocócica, **NÃO** fazer).
74
Paciente com HIV vem ao PS com queixas de convulsão e déficit motor em membro superior esquerdo. Na TC de crânio, presença de múltiplas lesões cerebrais com reforço anular pós-contraste. Qual o diagnóstico?
Neurotoxoplasmose.
75
Quis as características da neurotoxoplasmose?
- Causada pelo *Toxoplasma gondii*. - Ocorre com CD4 \< 200.
76
Qual o quadro clínico da neurotoxoplasmose?
- **Convulsões**. - **Déficit neurológico focal**. - Febre. - Cefaléia. - Rebaixamento do nível de consciência.
77
Qual o achado tomográfico da neurotoxoplasmose?
Múltiplas lesões hipodensas com edema perilesional e **reforço anelar** após infusão do contraste.
78
Qual o tratamento da neurotoxoplasmose?
- Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico por 6 semanas. - Se alergia a sulfas: clindamicina.
79
Qul a profilaxia para neurotoxoplasmose?
- CD4 \< 100 + sorologia para toxoplasma. - Após quadro de neurotoxoplasmose. **OBS**.: fazer SMX + TMP.
80
Qual o principal diagnóstico diferencial da neurotoxoplasmose?
**LINFOMA PRIMÁRIO DO SNC!** - 1-3 lesões. - Sorologia negativa para toxoplasmose. - Não melhora com o tratamento. **OBS**.: nesse caso, pesquisar EBV no líquor e fazer biópsia cerebral!
81
Paciente com HIV vem ao PS com queixas de déficit motor em membro superior esquerdo e parestesia em membro inferior esquerdo. Não lembra qundo iniciou o quadro. RNM de crânio com áreas de desmielinização. Qual o diagnóstico?
Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP).
82
Quais as características da LEMP?
- Decorre da infecção do **Vírus JC**. - Ocorre quando CD4 \< 200.
83
Qual a clínica da LEMP?
- Quadro arrastado. - Múltiplos déficits focais neurológicos. - Confusão mental.
84
Quis os achados da RNM da LEMP?
- Áreas de desmielinização. - Múltiplas lesões hiperintensas em T2.
85
Qual o tratamento da LEMP?
TARV.
86
Quis as características da encefalite pelo HIV?
- Síndrome demencial pelo HIV. - **Tríade**: demência + alteração motora + alteração comportamental. - RNM: atrofia cerebral. **OBS**.: encefalite pelo CMV → ventriculoencefalite, lesão de nervos cranianos e delírium.
87
Quais os outros sistemas afetados pelo HIV?
- **Gastrointestinal**: diarréia pelo Criptosporidium (principal), Microsporidium e Isospora (causa **EOSINOFILIA**). - **Cardiovascular**: doenças coronarianas (devido à dislipidemia e DM). - **Rim**: GESF. - **Olho**: retinite por CMV (lesões em queijo com ketchup). - **Outras**: afecçoes cutaneas (dermatite seborreica, psoriase) e intolerancia à lactose (devido ao TARV). **OBS**: por interação da estatina com a TARV, é preferivel o uso de _ezetimibe_ para tratamento da dislipidemia.
88
Como ocorre o envelhecimento precoce pelo HIV?
- Ativação contínua do sistema inune. - Inflamação crônica. - Apresentação em jovens das doença da senilidade (AVC, IAM, demências). - A TARV minimiza, mas não impede o processo.