Semiologia do Sistema Nervoso Flashcards
Síndrome do neurônio motor superior (primeiro neurônio)
Resulta da lesão de áreas motoras do córtex cerebral ou de vias motoras, como no TCE e no TCL. Nesse caso, quaisquer outros estímulos ativam o segundo neurônio motor e então a contração muscular é despida do controle cortical e passa a ocorrer inconscientemente. A força diminui pela hipertonia gerada.
Síndrome do neurônio motor inferior (segundo neurônio)
Pode decorrer de lesões na região anterior da medula, na raiz nervosa ou no nervo periférico.
Essa síndrome implica na ausência de movimento, já que é esse o neurônio responsável pela contração muscular. Assim, mesmo que os estímulos surjam, a contração não acontece, havendo diminuição de força por hipotonia muscular. Ex: TRM.
Sintomas da sídrome do primeiro neurônio motor
-Paralisia espástica (paralisia com hipertonia e hiperreflexia) com discreta atrofia muscular;
-Exacerbação de reflexos miotáticos profundos;
- Aparecimento de reflexos patológicos, como o sinal de Babinski em > 1 ano (reflexo cutâneo-plantar extensor).
Sintomas da sídrome do segundo neurônio motor
+ Atrofia muscular grave;
+ Flacidez e hipotonia;
+ Reflexos profundos diminuídos ou abolidos;
+ Miofasciculações nos segmentos inervados.
Paralisia facial central X periférica
-Central: os axônios contra-laterais ainda conseguem invervar o QS da face, havendo preservação de movimentos da testa e sobrancelha, mas apagamento do sulco nsolabial e queda do lábio inferior. Acomente neurônio cortical.
-Periférica: os axônios contra-laterais e ipsilaterais não conseguem inervar, gerando uma hemiface em completa plegia. Acomete neurônio a nível de tronco encefálico.
Qual nervo e acometido pela paralisia facial?
Nervo facial
Teste de Rinne
Posicionamento do cabo do diapasão na apófise mastoide do paciente (CO), que deve sinalizar quando
deixar de sentir. Após isso, o diapasão, ainda em vibração, deve ser colocado próximo ao pavilhão auditivo (CA). Em situação normal, a condução aérea (CA) é melhor que a condução óssea (CO), assim, se
CA > CO, o teste de Rinne é positivo e se CA < CO o teste e Rinne é negativo.
Teste de Weber
Ajuda a localizar o lado da lesão/deficiência.
O diapasão é colocado vibrando sobre a cabeça do paciente, que deve perceber a vibração igualmente. Se a vibração se propagar melhor pelo lado esquerdo, há acometimento do lado direito e vice-versa se for uma perda neurosensorial. Se for um perda por condução lateraliza para o mesmo lado.
Nervo envolvido no teste de Rine e Weber
Vestíbulococlear (VIII)
O que pode atrapalhar a condução aérea do som?
Presença de cerume
Na lesão coclear, como ficam CO e CA?
Ambos diminuem
Perda auditiva neurossensorial
mantém os padrões fisiológicos (CA > CO), mas há diminuição da capacidade auditiva
Teste de Rinne +
Sinal de Romberg
Pede para o paciente ficar em pé e de olhos fechados (sensibiliza). É positivo quando o paciente tem perda de equilíbrio, caindo.
Manobra de Mingazzini
Extensão dos braços com as mãos pronadas e estendidas e os olhos fechadas de 20 a 30s. Quando há fraqueza, há queda uni ou bilateralmente dos MMSS. Pode fazer também em MMII com paciente em DD e os membros a 90 graus.
Manobras de resistência/ força
• Flexão e extensão do pescoço
• Abdução e adução dos braços;
• Flexão e extensão do antebraço;
• Flexão e extensão da mão
Grau de forças
-Grau 0: em contração
-Grau 1: contrai, mas sem movimento
-Grau 2: movimento ativo quando a gravidade é eliminada
-Grau 3: movimento ativo contra a gravidade
-Grau 4: movimento ativo contra a gravidade e resistência, mas mais fraco
-Grau 5: força normal
Manobras usadas para o tônus
punho-ombro, calcanhar-nádega (a hipotonia facilita esses 2 movimentos), mobilização passiva dos membros, sinal do canivete
Sinal do canivete
-Característico da hipertonia piramidal.
-Faz uma flexão de perna sobre a coxa e realização de movimentos rápidos. Isso gera aumento súbito de tônus, causando resistência/hipertonia inicial, mas depois ocorre normalmente (consegue aproximar calcâneo da nádega)
Hipertonia extrapiramidal -> cabo de chumbo
aumento difuso e constante do tônus na mobilização passiva do membro
Hipertonia extrapiramidal -> roda dentada
O tremor se sobrepõe à rigidez
Avaliação da diadocinesia
Analisa movimentos rápidos, alternados, simétricos e repetidos
-Exame de coordenaação motora
-O paciente, com as mãos espalmadas sobre as coxas, alterna rapidamente as mãos em pronação e supinação e assim sucessivamente. A alteração dessa função é a disdiadococinesia.
Manobra de rebote ou de Stewart-Holmes
-Avalia tônus e coordenação muscular
-Capacidade de parada súbita do movimento, que necessita do relaxamento da musculatura agonista e da contração rápida da antagonista.
O paciente fica sentado
O examinador pede para o paciente flexionar o antebraço contra resistência
O examinador faz uma força brusca e solta a resistência
Se o paciente mantiver o membro na mesma posição, não houve alteração na coordenação
Se o movimento continuar (aproxima o punho do ombro), pode indicar uma possível lesão cerebral
Testes para coordenação
Teste dedo-nariz
Teste calcanhar-joelho-canela
Index-index
Diadococinesia
Pacientes paréticos ou hipertônicos têm dificuldade de fazer
Reflexos superficiais
-Reflexo cremastérico (L1-L2)
-Reflexos cutâneos adominais (T7-T11): contratura da m. abdominal como resposta
-Reflexo cutâneo plantar (S1): é esperado que aconteça flexão dos dedos em adultos e extensão/Babinski em crianças de até 1 ano
Reflexos profundos
-Reflexo bicipital (C5-C6): flexão do antebraço
-Reflexo braquiorradial (C5-C6): flexão do antebraço e pronação da mão
-Reflexo tricipital (C8-T1): extensão do antebraço
-Reflexo flexor dos dedos (C8-T1)
-Reflexo patelar (L2-L4): extensão da perna
-Reflexo aquileu (S1): flexão plantar
Reflexos patológicos
-Reflexo cutâneo plantar (Babinski) com extensão como resposta em > 1 ano de idade
-Pesquisa do Sinal de Chaddock
-Pesquisa dos sinais de Hoffman e Tromner
Precisa ter assimetria
Reflexos presentes apenas em pessoas com hiperreflexia
peitoral e dos adutores
Sinal de Chaddock
-Lesão na via piramidal
-Estimula na lateral do pé e acontece extensão do hálux como resposta
Sinal de Hoffman e de Tromner
-Indica problema nos circuitos neuronais do cérebro e da medula espinhal
-Golpe na falange distal do polegar e do indicador de ambas as mãos, gerando flexão involuntária da falange distal dos dedos médios e anular
O de Tromner se faz com o dedo extendido para cima
Clônus
Encontrado em pessoas com hiperreflexia (hiperestímulo do 2 neurônio motor) e pode ser evocado por manobras de flexão e extensão, gerando uma série de respostas involuntárias
Exame de sensibilidade superficial e profunda
Superficial: táctil (hipo e hiperestesia), térmica (quente e frio) e dolorosa (hipo, hiper e analgesia);
Profunda: vibratória (palestesia), propriocepção (batiestesia) e pressão (barestesia)
Sensibilidade vibratória
palestesia
propriocepção
batiestesia
Pressão
barestesia
Sinais meningorradiculares
sinais de Brudzinski e Kerning e nuca rígida
Sinal de Brudzinski
A manutenção da máxima flexão de pescoço leva a flexão dos MMII involuntária pela dor
Indica irritação meníngea
Sinal de Kerning
extensão da perna do paciente que estava com a perna em 90° gera estiramento de meninges e dor
Sinais de irritação radicular
Laségue e Bradarg
Sinal de Bradarg
Sinal de Laségue + dorsiflexão do pé
Pesquisa compressão de raízes nervosas por hérnias discais, por exemplo
Exame da mobilidade ocular
III: oculomotor, IV: troclear e VI: abducente
Concussão X Contusão
Concussão: choque violento com inexistência de substrato anatômico lesional (sangue ou edema). Alteração temporária.
Contusão: presença de substrato anatômico lesional. Repercute clinicamente com o tempo.
Lesão axional difusa é uma
Contusão com desconexão córtex- axônio e ruptura axonal
Decorticação
Lesão abaixo do córtex = atuação do núcleo rubro e vestibular independente do córtex.
Rubro = flexão dos MMSS
Vestibular = extensão dos MMII
Descerebração
Evolução da decorticação, a lesão passa a atingir níveis mais inferiores = abaixo do nervo rubro = perde sua função e predomina a extensão dos MMII e MMSS pelo núcleo vestibular
Reflexo pupiplar ou fotomotor
Mesencefalo
N. Óptico (aferente) e n. Oculomotor (eferente)
Reflexo corneano/ corneo-palpebral (Teste do piscar)
Ponte
N trigêmeo/ Ramo oftalmico (aferente) e n facial (eferente)
Reflexo vestíbulo calórico
Ponte
O desvio ocular depende da temperatura da água (fria = olha para o lado da água e quente = olha contra-lateralmente)
Envolve os nervos oculomotor, abducentente (eferentes) e vestibulococlear (aferente)
Reflexo da tosse e do vômito
N. Glossofaríngeo (aferente) e n. Vago (eferente)
O que pode diagnosticar HIC
Fundoscopia -> tem um borramento, não sendo possível visualizar a vasculatura do fundo óptico
Hematoma subdural
Mais comum em idosos
Venoso e por isso gradual
Côncavo-convexo (banana)
Entre dura máter e aracnoide
Hematoma extradural ou epidural
Ruptura arterial e por isso sintomatologia aguda
(P, V e compressão maiores)
Biconvexo (limão)
Entre o crânio e a dura máter
O que pode levar a PCR
Hiperpressão do tentório que pode herniar e comprimir o bulbo
Aneurisma sacular
Mais periférico
Hemorragia subaracnóidea
Aneurisma de Charcot Bouchard
Hemorragia intraparenquimatosa
Quando se exclui punção lombar?
Quando tem HIC, pois pode levar a herniação secundária
Teste de Spurling
Pesquisa radiculopatia (compressao de raizes nervosas) cervical
Faz tração cervical, posiciona para o lado do sintoma e faz discreta compressão-> + quando a dor irradia para MMSS
Sinal de Lhermitte
Apoia a mão no ombro do paciente e faz movimento de flexão/aproximação para o tórax
É positivo quando tem dor (choque) irradiada para MMII
Choque medular
paralisia flácida temporária causada pela ausência de atividade medular reflexa, podendo durar dias, meses ou anos
Suspensão transitória da função e reflexos abaixo do nível da lesão
Avaliação dos músculos da mímica
Nervo facial (VII) -> Quadrante superior e inferior da face e m. platisma
Avaliação da força dos m. esternocleidomastoideo e trapézio
XI: nervo acessório
Avaliação da força muscular da língua
XII: nervo hipoglosso
TCE
• Alterações do estado de consciência
ou inconsciência imediata;
• Convulsões;
• Déficits motores e sensitivos;
• Assimetria pupilar (midríase paralítica);
• Alteração do reflexo fotomotor;
• Alteração do reflexo córneo-palpebral;
• Alterações do padrão respiratório (Cheyne-Stockes, Biot);
• Taqui/bradicardia
• Hipertensão/hipotensão arterial
Estrabismo divergente
Estrabismo por lesão do III nervo craniano = predomínio do n. abducente e hipofunção do n. oculomotor
Pode ocorrer na fratura de base de cranio
Reflexo fotomotor direto e indireto
Quando existe integralidade entre os núcleos e o quiasma óptico (anisocoria falta integralidade, pois só um olho responde ao estímulo luminoso)
Exame do nervo olfatório I
substância de odor característico embaixo das narinas do paciente. A perda desse sentido é chamada de anosmia, a perversão do olfato – parosmia –e a percepção de odores desagradáveis é cacosmia
Exame do nervo óptico II
Campimetria, acuidade visual, reflexos e exame do fundo do olho
Estrabismo convergente
Lesão do VI par
Exame do nervo trigêmeo V
-Reflexo córneo-palpebral para o ramo oftalmico
-Abertura e fechamento da boca, desvio da mandíbula, dificuldade de matigacao para os ramos mandibular e maxilar
Exame dos nervos glossofaringeo e vago
responsáveis pela motricidade do palato mole, da
úvula e de músculos da deglutição,
Pede para o paciente abrir a boca e falar “ah!” por alguns segundos. Se os nervos de um lado estiverem lesionados, somente o palato contralateral sobe, desviando a úvula para esse lado.
Pode testar também o reflexo de vômito e tosse com o uso de um tubo desinsuflado e sem anestesia