Seminário ONCO Flashcards

1
Q

O que é o cancro?

A

Uma doença, ou conjunto de doenças, genética que resulta de alterações ao nível do DNA.

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2
Q

Que tipos de mutações podem ocorrer nas células, para produzir células cancerígenas?

A
  1. Mutações Somáticas - ocorrem no organismo já formado e normalmente no tipo celular, sendo os descendentes não admitem essa mutações (a não ser que a mutação ocorra nos gâmetas, assim será uma mutação somática hereditária).
  2. Mutações Germinativas - um ou os dois gâmetas parentais admitem a mutação, logo todas as células do organismo têm a mutação, sendo esta passada aos descendentes (pelo menos 50% admitem mutação).
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3
Q

A que se devem as mutações nas células?

A

Principalmente à incapacidade da célula reparar os danos do seu DNA, produzindo instabilidade genética.

(Também permite diversidade)

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4
Q

Quais os pontos principais da tumorogénese?

A
Sinalização de proliferação prolongada;
Silenciamento de supressores de crescimento;
Imortalidade replicativa;
Angiogénese;
Resistência à morte celular.
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5
Q

Que genes estão associados à tumorogénese?

A
  1. Proto oncogenes: ao serem ativados tornam-se oncogenes e levam a uma proliferação anormal das células;
  2. Supressores tumorais: controlam o crescimento e proliferação celular - mutações causam proliferação descontrolada (necessários 2 alelos mutados)
    • Gatekeepers - regulam o crescimento celular por paragem do ciclo ou indução da apoptose (TP53)
    • Caretakers - reparam o DNA, mas estando mutados levam a instabilidade genética (BRCA1)
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6
Q

Quais as caraterísticas etiológicas do cancro?

A
  1. Esporádico (70% a 80%)
  2. Familiar (15% a 20%)
  3. Hereditário (5% a 10%)
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7
Q

Quais as caraterísticas do cancro esporádico?

A
  1. Sem história familiar da doença
  2. Idade de diagnóstico esperada
  3. ‘Acontece por acaso’
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8
Q

Quais as caraterísticas do cancro familiar?

A
  1. Múltiplos familiares afetados com vários cancros
  2. Idade de diagnóstico esperada
  3. Processo de transmissão indefinido (pode dever-se ao mesmo fator de risco)
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9
Q

Quais as caraterísticas do cancro hereditário?

A
  1. Apresentação precoce da doença
  2. Vários casos de cancro na família
  3. Diversos tipos de tumores primários num indivíduo
  4. Neoplasias caraterísticas de síndromes
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10
Q

O que acontece na transmissão autossómica dominante com penetrância incompleta?

A

Ocorrem saltos geracionais e alguns indivíduos herdam genes alterados, mas não o cancro.

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11
Q

Quais os genes supressores ou de reparação genética que são alterados no Síndrome de Lynch?

A

MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2.

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12
Q

Qual a função dos genes MSH e MLH/PMS?

A

Os MSH2 e 6 reconhecem os erros no DNA (substituição, deleção e inserção).

Os MLH e PMS2 corrigem os erros.

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13
Q

Que caraterísticas tem a Síndrome de Lynch?

A

Autossómica dominante com elevada penetrância;
Germinativa;
Mutações em genes associados à reparação do tipo Mismatch;
Desenvolvimento precoce de cancro de colorretal e incidência aumentada de outras neoplasias como endométrio, intestino, estômago, ovários…

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14
Q

Quais os genes mais mutados na Síndrome de Lynch?

A

MSH2 em 50% dos indivíduos e MLH1 em 30% a 40%

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15
Q

Com que métodos podemos rastrear o Síndrome de Lynch?

A

Imunohistoquímica (análise de perda de expressão proteica) e Identificação de instabilidade por microssatélite (IMS)

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16
Q

Apenas existe potencialidade para cancro, se as mutações ocorrerem no gene MSH2?

A

Não. Deleções na zona EPCAM (promotor de MSH2), leva a que não haja um mRNA funcional, pois o transcrito não é produzido devido à falta de promoção da transcrição.

17
Q

Quais as guidelines para estudar a propensão genética dum indivíduo ter Síndrome de Lynch?

A

Tem-se os critérios de Amesterdão mais restritos:

  1. 3 ou mais indivíduos parentes (de 1º grau) devem admitir cancro confirmado histologicamente;
  2. 2 ou mais gerações devem ser afetadas;
  3. Um parente deve ser diagnosticado antes dos 50 anos.

Tem-se Guidelines Bethesda revistos:
1. Basta um dos critérios se verificar, sendo esses os graus de parentesco podem ser de 2º ou 3º, não importa a idade do diagnóstico do tumor e este pode ser dos tipos relacionados com colorretal.

18
Q

Qual a principal estratégia de diagnóstico de Síndrome de Lynch?

A
  1. Análise dos critérios de Amesterdão (se forem válidos, pode-se passar para a análise genética)
  2. Análise dos critérios de Bethesda (se não forem válidos não vale a pena testar geneticamente)
    1. a. Seguir para IHQ/MSI
    2. b. Se o anterior for positivo, então testar geneticamente.
19
Q

Qual a importância do diagnóstico pré-assintomático?

A

Identificar portadores de mutações e conduzi-los para programas de rastreio ou profilaxia adequados (colonoscopia a cada 1-2 anos depois dos 20 anos ou mais espaçado e antes dos 20 anos, caso o diagnóstico mais recente seja de alguém muito mais novo - polipectomia no caso de ser adenoma ou colectomia segmentar se for adenocarcinoma no cancro colorretal).

20
Q

O que é o CMMRD?

A

É síndrome rara de predisposição hereditária para crianças ou jovens adultos com um espetro alargado de neoplasias (deve-se a um indivíduo ter mutações nos 2 alelos provenientes dos pais com LS).

O principal sintoma é aparecimento de manchas café com leite.

21
Q

Como se pesquisam as variantes dos genes MMR?

A

Por NGS que inclui um painel de 113 genes (é capaz de identificar variantes pontuais, muito comum no gene MSH2, e rearranjos exónicos, muito comum no gene PMS2).

22
Q

Quais as etapas de NGS?

A
  1. Preparação da biblioteca (fragmentação do DNA e ligação a adaptadores)
  2. Formação dos clusters
  3. Sequenciação (amplificação paralela de DNA - PCR)
  4. Análise de dados (alinhamento das reads do genoma de referência)
23
Q

Que tipo de classificação pode ser dada às variantes génicas?

A
  1. Patogénica - acionar métodos clínicos preventivos
  2. Potencialmente patogénica - a.m.c.p.
  3. Variante de significado incerto
  4. Potencialmente benigna - sem intervenção clínica
  5. Benigna - sem intervenção clínica
24
Q

Qual a etiologia do cancro mamário?

E do ovário?

A

70% a 80% é esporádico e 5% a 10% é hereditário.

75% a 90% é esporádico e 10% a 25% é hereditário.

25
Q

Quais as caraterísticas do cancro hereditário da mama e ovários?

A

Trata-se dum síndrome - HBOC e é uma doença autossómica dominante com penetrância incompleta associada a mutações na linha germinativa dos genes BRCA 1 e 2.
Estes genes relacionam-se com a reparação dos danos no DNA e admitem caraterísticas de genes supressores tumorais (caretakers), mantendo a estabilidade genética.

26
Q

Quando deve ser dado aconselhamento genético relativamente ao cancro mamário/do ovário?

A
  1. Pessoas com históricos de família onde os cancros da mama, ovário e próstata já tenham sido diagnosticados;
  2. Diagnóstico do cancro da mama antes dos 50 anos;
  3. Diagnóstico de TNBC antes dos 60 anos;
  4. Histórico pessoal de cancro do ovário ou mamário (feminino ou masculino).

Se o indivíduo estiver integrado nestes critérios será calculado o risco de predisposição (BRCAPRO) e caso este dê superior a 10%, testes genéticos devem ser efetuados para as mutações BRCA1/BRCA2.

27
Q

Qual a mutação de novo já estabelecida nas famílias portuguesas relativamente ao HBOC?

A

Mutação no codão Alu no gene de BRCA2 - mutação fundadora e do tipo de deleção.

28
Q

Que ações devem ser tomadas segundo os critérios que foram validados (HBOC) e as novas mutações fundadoras das famílias portuguesas?

A
  1. Testagem a mutações fundadoras positiva - intervenções clínicas segundo as recomendações para a síndrome HBOC;
  2. Critério BRCAPRO < 10% e testagem negativa - monitorização própria e de familiares segundo o histórico;
  3. Critério BRCAPRO > 10% e testagem negativa - análise dos genes BRCA1/BRCA2.
29
Q

Qual o tipo de terapia normalmente usada em cancros derivados de mutações BRCA1 e 2?

A

Usa-se inibidores PARP (olaparib e talazoparib) que vão anular a reparação do DNA e desta forma levar a que a célula entre em apoptose, tratando-se duma morte sintética. Pode ser usado tanto em mutações da linha germinativa como somáticas.

30
Q

Quais as principais desvantagens de usar FFPE na análise de tumores?

A
  1. Baixa qualidade e material muito fragmentado
  2. Amostras heterogéneas (células tumorais e normais)
  3. O DNA das amostras pode conter artefactos de alterações genéticas;
  4. Deteção pouco precisa por NGS.
31
Q

Descreva quais as variantes maioritárias das famílias com HBOC e do gene BRCA1.

A

BRCA2 c.156_157insAlu + BRCA1 c.3331_3334del + BRCA1 c.2037delinCC representam 52% das variantes patogénicas dos genes BRCA1/BRCA2 nas famílias com HBOC;

BRCA1 c.3331_3334del + BRCA1 c.2037delinCC representam 73% das variantes de linha germinativa do gene BRCA1

32
Q

Quais os biomarcadores que podem prever alguma sensibilidade à terapia por PARPi?

A
  1. Metilação dos genes de HR (recombinação homóloga);
  2. Mutações somáticas ou germinativas nos genes de HR.

Analisados por Genomic scar assays e functional assay.

33
Q

Em que gene de HR ocorrem as principais mutações (somáticas ou linha germinativa) no caso de cancro dos ovários?

A

BRCA1 (54%)