Doenças Neurodegenerativas Flashcards

1
Q

Quais os principais desafios na descoberta de BMC em doenças neurológicas?

A
  1. Barreira hemato-encefálica, porque impede a passagem de biomarcadores para a corrente sanguínea e assim, estes tornam-se escassos no sangue, saliva e urina;
  2. Tamanho do cérebro relativamente ao tamanho da circulação sistémica é reduzido - diluição do BMC libertado;
  3. O acesso ao LCR requer punção lombar;
  4. Existem poucos modelos de validação;
  5. O diagnóstico clínico é pobre, estando a doença já num estado mais avançado.
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2
Q

Porque é importante identificar BMC neste tipo de doenças?

A
  1. Permitir um diagnóstico precoce;
  2. Fornecer informações acerca das caraterísticas fisiopatológicas da doença;
  3. Monitorizar o desenvolvimento de novas terapêuticas eficazes.
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3
Q

Quantas pessoas são afetadas pela doença de Alzheimer?

A

20 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 130 mil em Portugal.
5 a 10% de pessoas com mais de 65 anos e 30% com mais de 85 anos.

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4
Q

Que tipos de casos de Alzheimer existem?

A
  1. Casos esporádicos - afetam 90 a 95% dos doentes

2. Casos genéticos - afetam 5 a 10% dos doentes

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5
Q

Os casos esporádicos costumam ocorrer quando? E os genéticos?

A

Em estados mais tardios (>85 anos)

Em estados mais precoces (<65 anos)

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6
Q

Quais os fatores de risco nos casos esporádicos?

A

Idade, sexo (mais propenso em mulheres), lesões cerebrais, dieta (mais suscetível em pessoas com hipercolesterolemia), atividade mental e física reduzidas.

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7
Q

Quais os fatores de risco nos casos genéticos?

A

Genes como APP, PSEN1, PSEN2, síndrome de Down (1 cópia extra do alelo onde se encontra o gene APP)

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8
Q

Quais os principais sintomas na fase precoce?

A

Perda gradual de memória e alterações na linguagem.

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9
Q

Quais os principais sintomas na fase tardia?

A

Deterioração do discernimento e compreensão;
Alterações comportamentais;
Alterações de hábitos e de execução;
Perda de orientação e perceção;
Incapacidade de reconhecer pessoas e comunicar;
Demência.

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10
Q

Quais as alterações cerebrais principais?

A
  1. Extensa perda de massa e volume cerebral;
  2. Diminuição da atividade cerebral;
  3. Perda neuronal no córtex e hipocampo.
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11
Q

Quais as principais caraterísticas neuropatológicas?

A
  1. Tranças neuro fibrilares no interior celular - tau hiperfosforilada;
  2. Placas senis - agregados de Abeta no exterior celular.
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12
Q

Qual a via que a APP deve seguir para ocorrer produção de Abeta?

A

A via amilodoigénica.

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13
Q

Quais as principais enzimas que atuam nas vias amilodoigénica e não amilodoigénica?

A

Em ambas atua a gama-secretase que cliva o AICD. Na amilodoigénica é a beta-secretase que cliva a APP e forma Abeta e APPbeta, enquanto na não amilodoigénica é a alfa-secretase que atua, libertando o P3 e APPalfa.

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14
Q

A hipótese da cascata amilóide é descrita como…

A
  1. Fatores de risco acumulados;
  2. Oligomerização e acumulação de Abeta;
  3. Deposição gradual de Abeta-42 em placas;
  4. Efeitos subtis nas sinapses;
  5. Resposta inflamatória ativada (astrócitos e microglia);
  6. Stress oxidativo (alteração da homeostase);
  7. Disfunção neuronal (deficit de neurotransmissores)
  8. Alteração atividade cinase/fosfatase = NFTs
  9. Demência
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15
Q

Diagnóstico da Alzheimer na prática clínica inclui…

A
  1. Histórico clínico
  2. Exame físico
  3. Testes neuropsicológicos (CDR e MMSE)
  4. Métodos imagiológicos complementares (TAC ou RM)
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16
Q

Qual o tipo de diagnóstico mais conclusivo?

A

Post mortem

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17
Q

A que genes são realizados os testes genéticos?

A

Ao gene APP, PSEN e ApoE (principalmente ApoE4)

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18
Q

Quais os objetivos principais para a descoberta de novos BMC relacionados com esta doença?

A
  1. Diagnóstico diferencial da doença;
  2. Seguir eficácia dum tratamento;
  3. Detetar novos alvos terapêuticos.
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19
Q

Que caraterísticas deve um BMC ter para ser ideal nesta patologia de Alzheimer?

A
  1. Ser dirigido para a patologia (especificidade)
  2. Detetar a doença em estágios precoces assintomáticos
  3. Severidade da doença num estadio pré-clínico
  4. Correlacionar com os critérios histológicos para diagnóstico
  5. Sensível e específico
  6. Confiável e reprodutível
  7. Não invasivo
  8. Económico de forma a repetir experiências
  9. Eficácia dum tratamento
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20
Q

Que BMC proteicos são testados na DA?

A

Proteína tau e as suas isoformas (amostra de LCR) - trás especificidade ao teste;
Peptídeo Abeta 42 (amostra de LCR)

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21
Q

Quais as concentrações de P-tau e Abeta 42, para se considerar a possibilidade de neuropatologia DA?

A

A concentração de P-tau no LCR deve estar aumentada, pois coincide com a morte celular dos neurónios. A de Abeta 42 deve estar diminuída, coincidindo com a deposição deste péptido em placas no parênquima.

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22
Q

Como podem a Abeta 42 e a tau ser detetadas?

A

Através de ensaios de ELISA.

23
Q

Que painéis de BMC fornecem um diagnóstico diferencial mais sensível?

A

Abeta 42 + T-tau permite distinguir de outras doenças neurológicas;
P-tau permite distinguir da doença de corpos de Lewis.

24
Q

O diagnóstico atual é realizado no inicio das alterações cognitivas, quando…

A

A deposição de placas senis está a atingir o seu máximo, as NFTs estão se a desenvolver e já existe perda da integridade neuronal.

25
Q

Qual a diferença entre AD e Demência Vascular ao nível de BMC?

A

Na DV ocorre aumento de concentração de T-tau apenas.

26
Q

Qual a diferença entre AD e Doença de Corpos de Lewis ao nível de BMC?

A

Na DCL tem-se Abeta 42 e T-tau como BMC.

27
Q

Qual a diferença entre AD e DP ao nível de BMC?

A

Na DP não se tem nenhum dos BMC da DA.

28
Q

Qual a diferença entre AD e a doença dos Priões ao nível de BMC?

A

A doença dos Priões (CJD) admite como BMC T-tau, devido à formação de NFTs.

29
Q

Qual a diferença entre AD e Doença Frontotemporal ao nível de BMC?

A

A DFT admite P-tau e T-tau como BMC.

30
Q

Quais as principais técnicas de imagiologia usadas para deteção de BMC?

A

PET (imagem 3D ou funcional) - um isótopo radioativo entra na circulação sanguínea e marca as células, construindo imagens do órgão segundo a captação dos raios gama desse isótopo. Pode utilizar FDG ou PiB.

31
Q

Qual a diferença da utilização de FDG e PiB na deteção e BMC?

A

O FDG tem associado uma molécula de glicose - dados do metabolismo (diminuído nos doentes);
PiB liga-se à beta amilóide (aumentado nos doentes).

32
Q

Que BMC desta doença podemos encontrar no LCR?

A

Cistatina C, beta-2-microglobulina, VEGF, tau, Abeta, ADDLs, monitorização de síntese e clearance de Abeta, testes que juntam Abeta e tau.

33
Q

Que BMC desta doença podemos encontrar no sangue?

A

Proteína cinase C, genes APP e PSEN, Abeta, APP.

34
Q

Concentrações elevadas de Abeta40/Abeta42 no sangue indicam…

A

Tal como no LCR, risco aumentado de demência.

35
Q

Ainda não se consegue diferenciar de forma sensível e especifica MIC (transtorno cognitivo leve) da DA. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

36
Q

A medição periférica do rácio de APP pode fornecer informações sobre a progressão da DA?

A

Sim, o rácio desta molécula vai diminuindo com o aumento da severidade da doença.

37
Q

Diminuição da concentração de Abeta42 significa é um BMC para DA?

A

Sim, porque a sua diminuição equivale à deposição em placas senis.

38
Q

Podemos estudar a eficácia dum tratamento, segundo a farmacodinâmica da droga, direcionado ao metabolismo de Abeta?

A

Sim, através do estudo da taxa de síntese e clearance de Abeta, por um método que envolve o uso de carbono-13 na estrutura dum aminoácido como a leucina que será incorporada nas células.

39
Q

Qual a relação entre o gene ApoE4 com a DA?

A

Estando este alelo ativado, existe maior risco duma pessoa desenvolver DA, pois associa-se à deposição mais rápida das placas Abeta42.

40
Q

Porque devemos determinar a isoforma de tau?

A

Porque adiciona especificidade ao teste biológico, pois é possível distinguir várias demências - presença de isoformas especifica.

41
Q

Qual o método rotineiro para medição de tau no LCR?

A

Método sandwich de ELISA.

42
Q

Quais as principais funções das 23 proteínas que constituem um painel para identificação de DA?

A

Associação com ligação e transporte de Abeta em placas senis, inflamação e disfunção sináptica.

43
Q

Que moléculas parecem promissoras na ajuda à deteção de DA?

A

Cistatina C, beta2-microglobulina, VEGF.

44
Q

Que tecnologias proteómicas são usadas na descoberta de polipéptidos como potenciais BMC no LCR?

A
  1. Deteção: SELDI
  2. Identificação: 1D e 2D SDS-PAGE e MALDI-TOF
  3. Validação: Western Blot e SELDI
45
Q

O que acontece a um indivíduo que admite mutações nos genes APP, PSEN1 ou PSEN2?

A

Níveis elevados de Abeta42 no plasma e níveis diminuídos de APP.

46
Q

Os 2 processos de formação de Abeta estão associados entre si por que enzima?

A

GSK-3, que pode ser medida no sangue. Já foi encontrada altamente expressa em doentes MCI.

47
Q

O que é preciso para avaliar um BMC na AD?

A

Deve ser seguido de forma prospetiva numa amostra grande composta por sujeitos que não teriam predisposição para a doença, sujeitos pré-sintomáticos e sujeitos com sintomas já demonstrados.

48
Q

Identifica os tipos de marcadores bioquímicos da DA em soro:

A
  1. Indicadores de processos inflamatórios;
  2. Indicadores de stress oxidativo;
  3. Vitaminas;
  4. Péptidos e proteínas;
  5. Colesterol e alterações no metabolismo lipídicos;
  6. Dano nas membranas (fosfolípidos).
49
Q

Neurofilamentos de proteína podem ser encontrados…

A

Demência frontotemporal, vascular e Alzheimer.

50
Q

Num teste de eletroforese qual a diferença entre tau e tau fosforilada?

A

A tau fosforilada apresenta 3 isoformas de velocidade lenta.

51
Q

As mutações no gene APP associam-se a…

A

Níveis elevados de tau em LCR.

52
Q

Qual o tipo de tau que discrimina melhor a DA de controlos?

A

Tau hiperfosforilada.

53
Q

As placas amilóides são normalmente encontradas em zonas cerebrais como…

A

Hipocampo e neocórtex.

54
Q

Quais as caraterísticas das placas amilóides?

A

Constituída por Abeta de 43 aminoácidos de comprimento, rodeadas por microglia ativada e astrócitos reativos.