queimadurass Flashcards
definicao
são lesões decorrentes de agentes (tais como a energia
térmica, química ou elétrica) capazes de produzir calor excessivo que dani-
fica os tecidos corporais e acarreta a morte celular.
Cálculo da extensão do agravo:
é classificado de acordo com a idade.
Nestes casos, normalmente utiliza-se a conhecida regra dos nove, criada
por Wallace e Pulaski, que leva em conta a extensão atingida, a chamada
superfície corporal queimada (SCQ).
- Processo de reparação tecidual do queimado:
dependerá de vários fato-
res, entre eles a extensão local e a profundidade da lesão. A queimadura
também afeta o sistema imunológico da vítima.
Classificação quanto à profundidade:
- Primeiro grau: eritema e vê a epiderme.
- Segundo grau: bolha.
- Terceiro grau: tecido carbonizado (necrose) – podem expor músculos e
tendões.
Classificação mais atualizada:
- Primeiro grau: superficial.
- Segundo grau: dérmica superficial e dérmica profunda.
- Terceiro grau: espessura total.
Classificação médica:
- Superficial: é uma queimadura onde o contato com a energia térmica
erodiu apenas um extrato da epiderme, não erodiu a epiderme inteira.
São queimaduras mais leves. - Dérmica superficial: perdi a epiderme e uma parte da derme.
- Dérmica profunda: perdi a epiderme e praticamente toda a derme.
- Espessura total: perdi a epiderme, derme e expõe o subcutâneo.
Classificação /Tecidos afetados/ Sintomas
1o grau /Epiderme/ Eritema, edema mínimo e dor.
2o grau – superficial/ Epiderme e derme /Eritema, flictenas (bolhas) e
dor intensa.
2o grau – profunda/ Epiderme e derme
profunda/
Eritema, flictenas (bolhas), ex-
sudado e dor menos intensa.
3o grau /Epiderme, derme e
tecido subcutâneo
(com destruição das
terminações nervo-
sas)./
Aparência esbranquiçada ou
nega que pode não ter dor.
Classificação quanto à gravidade da queimadura:
- Pequena (<10% SCQ).
- Média (10-25% SCQ).
- Grande (>20-25% SCQ)
Tratamento imediato de emergência:
- Remova roupas, joias, anéis, piercings e próteses (não é prioridade na
sala de emergência). - Cubra lesões com tecido limpo, quente e seco para prevenir hipotermia.
a roupa aderida à pele não deve ser arrancada.
Tratamento na sala de emergência:
A)Vias aéreas (avaliação):
Estabilização da cervical
glasgow
Avalie a presença de corpos estranhos, verifique e retire qualquer tipo
de obstrução.
B) Respiração:
Aspire as vias aéreas superiores, se necessário.
* Administre oxigênio a 100% (máscara umidificada) - 15L/min, e na sus-
peita de intoxicação por monóxido de carbono, mantenha a oxigena-
ção por três-quatro horas.
Suspeita de lesão inalatória: queimadura em ambiente fechado com
acometimento de face, presença de rouquidão, estridor, escarro car-
bonáceo, dispneia, queimadura das vibrissas, insuficiência respirató-
ria.
* Mantenha a cabeceira elevada (30o).
Realizar exame físico respiratório:
O tórax deve ser exposto, observado e então, a ausculta dos pulmões deve ser realizada.
Preocupações com a ventilação estão relacionadas com três situações: hipóxia, intoxicação por monóxido de
carbono e lesão por inalação de fumaça. Desse modo, deve-se administrar oxigênio suplementar com ou
sem intubação.
Indique intubação orotraqueal quando:
1. A escala de coma Glasgow for menor do que 8.
2. A paO2 for menor do que 60.
3. A PaCO2 for maior do que 55 na gasometria.
4. A Dessaturação for menor do que 90 na oximetria.
5. Houver edema importante de face e orofaringe.
avaliar se está hipertimpanico (pneumotórax hiperten-
sivo). Se estiver, realizar toracocentese (5o espaço intercostal).
c) Circulação:
Aferição de pressão arterial:
Eletrocardiograma: arritmas cardíacas podem ser o primeiro sinal de
hipóxia e distúrbios eletrolíticos ou ácido-base;
Colocar os acessos venosos: com solução de Ringer Lactato (inicial-
mente não precisa fazer usar a fórmula de Parkland, pois estamos em
uma emergência, realizar a conta posteriormente) - 1 gota = 3 micro-
gotas. Em crianças: 125 mL/hora. Em crianças acima de 6 anos: 250
mL/hora. Adultos 500 mL/hora.
Realizar gasometria arterial
Se gasometria arterial estiver normal e a oximetria de pulso estiver baixa,
provavelmente, paciente está tendo síndrome compartimental [proce-
der com fasciotomia “chegou até o músculo” ou escarotomia “epi-
derme e derme”
d) Disfunção neurológica:
Glasgow:
e) Exposição:
* Exponha a área queimada.
* Retirar os adornos, se presentes.
f) Acesso venoso:
Obtenha preferencialmente acesso venoso periférico calibroso
Instale sonda vesical de demora para controle da diurese
Profundidade da queimadura:
a) Primeiro grau
(espessura superficial) - eritema solar (não entra no cálculo de área da superfície corporal):
- Afeta somente a epiderme, sem formar bolhas.
- Apresenta vermelhidão, dor, edema e descama em 4 a 6 dias.
Profundidade da queimadura:
b) Segundo grau
Afeta a epiderme e parte da derme, forma bolhas ou flictenas.
* Superficial: a base da bolha é rósea, úmida e dolorosa.
* Profunda: a base da bolha é branca, seca, indolor e menos dolorosa
(profunda).
* A restauração das lesões ocorre entre 7 e 21 dias.
c) Terceiro grau (espessura total):
Afeta a epiderme, a derme e estruturas profundas.
* É indolor.
* Existe a presença de placa esbranquiçada ou enegrecida.
* Possui textura coreácea.
* Não reepiteliza e necessita de enxertia de pele (indicada também para
o segundo grau profundo).
Extensão da queimadura (superfície corpórea queimada):
- Regra dos nove (urgência).
- A superfície palmar do paciente (incluindo os dedos) representa cerca de
1% da SCQ.
Cálculo da hidratação:
- Fórmula de Parkland: 2 a 4 ml x % SCQ x peso (kg).
Idosos, portadores de insuficiência renal e de insuficiência cardíaca
congestiva (ICC):
devem ter seu tratamento iniciado com 2 a 3 ml/kg/%SCQ e necessitam de observação mais criteriosa da diurese.
Faça infusão de 50% do volume calculado nas primeiras 8 horas e 50%
nas 16 horas seguintes.
Mantenha a diurese entre 0,5 a 1ml/kg/h.
* No trauma elétrico: mantenha a diurese em torno de 1,5 ml/kg/hora
ou até clareamento da urina.
Na fase de hidratação (nas 24 horas iniciais): evite o uso de coloide,
diurético e drogas vasoativas.
Tratamento da dor:
- Instale acesso intravenoso e administre:
dipirona ou morfina
Condições que classificam queimadura grave:
- Extensão/profundidade maior do que 20% de SCQ em adultos.
- Extensão/profundidade maior do que 10% de SCQ em crianças.
- Idade menor que 3 anos ou maior do que 65 anos.
- Presença de lesão inalatória.
- Politrauma e doenças prévias associadas.
- Queimadura química.
- Trauma elétrico.
- Áreas nobres/especiais.
- Violência, maus-tratos, suicídio (tentativa de autoextermínio) e ou-
tros.
Medidas gerais imediatas e tratamento da ferida:
- Limpe a ferida: com água e clorexidina degermante a 2%. Na falta deste,
use água e sabão neutro. - Administre toxoide tetânico: para profilaxia/reforço antitétano.
- Administre bloqueador receptor de H2: para profilaxia de úlcera de es-
tresse. - Administre heparina subcutânea: para profilaxia de tromboembolismo.
- Administre sulfadiazina de prata a 1%: como antimicrobiano tópico.
- Curativo oclusivo em quatro camadas:
- Atadura de morim ou de tecido sintético (Rayon), contendo o princípio
ativo (sulfadiazina de prata a 1%). - Gaze absorvente/gaze de queimado.
- Algodão hidrófilo.
- Atadura de crepe (crepom).
uso de antibiotico sistemico profilático:?
- Restrinja o uso de antibiótico sistêmico profilático: apenas às queima-
duras potencialmente colonizadas e com sinais de infecção local ou sistê-
mica.
locais de escarotomia?
sempre nas laterais do lugar acometido, seja medial ou lateral
Infecção da área queimada:
- Mudança da coloração da lesão.
- Edema de bordas das feridas ou do segmento corpóreo afetado.
- Aprofundamento das lesões.
- Mudança do odor (cheiro fétido).
- Descolamento precoce da escara seca e transformação em escara
úmida. - Coloração hemorrágica sob a escara.
- Celulite ao redor da lesão.
- Vasculite no interior da lesão (pontos avermelhados).
- Aumento ou modificação da queixa dolorosa.
Critérios de transferência de pacientes para unidades de tra-
tamento de queimaduras:
- Queimaduras de 2° grau em áreas maiores do que 20% da SCQ em adul-
tos. - Queimaduras de 2° grau maiores do que 10% da SCQ em crianças ou
maiores de 50 anos. - Queimaduras de 3° grau em qualquer extensão.
- Lesões na face, nos olhos, no períneo, nas mãos, nos pés e em grandes
articulações. - Queimadura elétrica.
- Queimadura química.
- Lesão inalatória ou lesão circunferencial de tórax ou de membros.
- Doenças associadas, tentativa de autoextermínio (suicídio), politrauma,
maus-tratos ou situações sociais adversas.
- Síndrome compartimental:
é causada pelo aumento da pressão dentro
do compartimento muscular, o que interfere na perfusão das estruturas
dentro desse compartimento. Em queimaduras, esta condição resulta da
combinação da diminuição de elasticidade da pele e do aumento do edema
dos tecidos moles.
- O médico deve estar atento para os sinais de síndrome compartimental:
- Dor maior que a esperada e desproporcional ao estímulo ou Iesão.
- Dor ao estiramento passivo do músculo afetado.
- Inchaço tenso do compartimento afetado.
- Parestesias ou alteração da sensibilidade distal no compartimento afe-
tado.