Prova 30 Flashcards
- Em relação aos transplantes órgãos, em especial ao transplante renal, pode-se afirmar:
a. A maioria dos episódios de rejeição ocorre dentro dos primeiros 3 meses, sendo que a rejeição hiperaguda ocorre em até 30 dias após o transplante.
b. A rejeição aguda começa logo após se completar a anastomose e a destruição completa do enxerto ocorre em 24 e 48 horas.
c. Dentre os diagnósticos diferenciais de disfunção de aloenxerto renal deve-se descartar quadros de desidratação, infecção urinária e obstrução uretral.
d. A rejeição crônica é uma causa tardia de deterioração renal, mediada por fatores humorais e costuma ser tratado com pulsoterapia de esteroides.
Com base no conteúdo do documento AULAS CC1.docx, a alternativa correta da questão sobre transplante renal é:
c. Dentre os diagnósticos diferenciais de disfunção de aloenxerto renal deve-se descartar quadros de desidratação, infecção urinária e obstrução uretral.
Justificativa:
O documento afirma que, diante de disfunção do enxerto renal, é necessário descartar causas como desidratação, infecção urinária e obstrução ureteral, antes de considerar rejeição como causa principal.
- Em relação ao transplante hepático, pode-se afirmar:
a. A coagulopatia é uma complicação incomum do transplante hepático e costuma indicar má função renal associada.
b. A fase anepática vai do momento em que o fígado do receptor é removido até o momento em que o fígado do doador é revascularizado.
c. A fase de dissecção consiste no período que vai desde a reperfusão do fígado até a reconstrução da árvore biliar.
d. A rejeição do enxerto hepático é uma complicação incomum e de difícil manejo clínico.
b. A fase anepática vai do momento em que o fígado do receptor é removido até o momento em que o fígado do doador é revascularizado.
Justificativas para cada alternativa:
a. Incorreta.
O documento informa que a coagulopatia é uma complicação comum no transplante hepático, e não algo incomum. Ela está relacionada ao próprio procedimento e à função hepática, não à função renal.
b. Correta.
De acordo com o texto:
> “Anepática: se estende desde o momento em que o fígado do receptor é removido até o momento em que o fígado do doador é revascularizado”.
c. Incorreta.
A fase de dissecção refere-se à preparação das estruturas vasculares para ressecção do fígado doente, antes da reperfusão. A descrição apresentada corresponde à fase de reperfusão/reconstrução biliar, não à dissecção.
d. Incorreta.
A rejeição é uma complicação frequente (ocorre em 20 a 50% dos casos), e o documento informa que costuma ser tratada de forma eficaz, especialmente com ajuste na imunossupressão.
- Em relação ao aneurisma da aorta abdominal, é correto afirmar:
a. O risco de ruptura é mais comum nos homens e cresce linearmente com o aumento do diâmetro do aneurisma.
b. O tabagismo é o principal fator de risco para a formação e progressão do aneurisma da aorta abdominal.
c. O tamanho do aneurisma não é um bom preditor de ruptura e deve ser substituído pela avaliação da pressão arterial.
d. A maioria dos aneurismas se localiza na porção suprarrenal da aorta abdominal, dificultando o acesso cirúrgico.
b. O tabagismo é o principal fator de risco para a formação e progressão do aneurisma da aorta abdominal.
Justificativas para cada alternativa:
a. Incorreta.
Embora o aneurisma da aorta abdominal (AAA) seja mais comum em homens, o risco de ruptura é maior em mulheres, e não cresce de forma linear, mas sim exponencialmente com o diâmetro do aneurisma.
b. Correta.
Segundo o documento:
> “Tabagismo é o fator de risco mais fortemente associado com o AAA” e também contribui para sua progressão.
c. Incorreta.
O tamanho do aneurisma é um dos preditores mais fortes de risco de ruptura, especialmente quando ultrapassa 5,5 cm. A pressão arterial é um fator adicional, mas não substitui a importância do diâmetro.
d. Incorreta.
Aproximadamente 80% dos aneurismas ocorrem na porção infrarrenal, e não suprarrenal. Isso facilita, e não dificulta, o acesso cirúrgico.
- Em relação à síndrome aórtica aguda (SAA), é incorreto afirmar:
a. A dissecção aórtica do tipo A é uma emergência cirúrgica e envolve a aorta ascendente.
b. O hematoma intramural é considerado um precursor da dissecção clássica da aorta.
c. A dor da dissecção aórtica é abrupta, intensa e pode irradiar para o dorso, pescoço ou abdome.
d. A úlcera penetrante da aorta é uma lesão benigna e autolimitada, sem risco de evolução para complicações graves.
A alternativa incorreta — e, portanto, correta como resposta da questão — é:
d. A úlcera penetrante da aorta é uma lesão benigna e autolimitada, sem risco de evolução para complicações graves.
Justificativas com base no documento AULAS CC1.docx:
a. Correta.
> “Quando envolve a aorta ascendente é uma emergência cirúrgica cardíaca”.
b. Correta.
> “Hematoma intramural (HIM): considerado precursor da dissecção. Ruptura da vasa vasorum […] pode provocar um pertuito secundário com dissecção clássica”.
c. Correta.
> “Início abrupto de dor torácica ou abdominal dilacerante ou lancinante com caráter agudo”.
d. Incorreta.
> “Úlcera penetrante da aorta: lesão aterosclerótica […] É fonte de ateroembolismo para artérias viscerais e MMII” — ou seja, não é uma lesão benigna e sem risco, como afirma a alternativa.
- Paciente do sexo masculino, 50 anos, é admitido na emergência com queixa de dispneia súbita. Ao exame físico, apresenta murmúrio vesicular abolido em hemitórax direito, com timpanismo à percussão e hipotensão arterial. Qual a conduta inicial mais adequada para esse paciente?
a. Solicitar tomografia de tórax para confirmar o diagnóstico antes de iniciar tratamento.
b. Realizar drenagem torácica em selo d’água imediatamente.
c. Iniciar antibioticoterapia empírica para pneumonia com derrame pleural.
d. Realizar punção com agulha de grosso calibre para descompressão imediata do hemitórax afetado.
d. Realizar punção com agulha de grosso calibre para descompressão imediata do hemitórax afetado.
Justificativa clínica e documental:
O quadro descrito — dispneia súbita, timpanismo, MV abolido e hipotensão — é típico de pneumotórax hipertensivo, uma emergência médica que deve ser tratada imediatamente, sem confirmação por exames de imagem, devido ao risco iminente de parada cardíaca.
O documento aborda esse tipo de abordagem em emergências torácicas e vasculares, enfatizando o tratamento imediato em situações de instabilidade hemodinâmica, o que se aplica ao pneumotórax hipertensivo, mesmo que não esteja nominado diretamente na descrição.
Análise das alternativas:
a. Incorreta.
Solicitar tomografia pode atrasar uma intervenção vital — conduta contraindicada em emergências como essa.
b. Incorreta.
A drenagem torácica (em selo d’água) vem após a descompressão imediata. Fazer isso primeiro prolonga a descompressão.
c. Incorreta.
Não há indicação de infecção no caso; e antibióticos não tratam pneumotórax hipertensivo.
d. Correta.
Conduta imediata e salvadora: punção torácica com agulha de grosso calibre, geralmente no 2º espaço intercostal, linha médio-clavicular, para aliviar a pressão.
- Paciente masculino, 63 anos, com história de nódulo de tireoide há 2 anos, sem investigação, evolui com dispneia. Ao exame físico, apresenta MV abolido em base pulmonar direita. Radiografia de tórax revela derrame pleural à direita. Realizada toracocentese, obtém-se líquido citrino com pH 7,5, DHL 120 U/L e proteínas 2,8 g/dL. Qual a conduta mais adequada?
a. Iniciar antibioticoterapia para pneumonia complicada.
b. Repetir toracocentese e avaliar necessidade de drenagem com tubo torácico.
c. Solicitar tomografia de tórax e investigação para neoplasia maligna.
d. Indicar pleurodese química imediata por provável recidiva do derrame.
c. Solicitar tomografia de tórax e investigação para neoplasia maligna.
Justificativa:
O paciente apresenta história de nódulo de tireoide não investigado e dispneia com derrame pleural, além de um líquido pleural com:
pH 7,5
DHL 120 U/L
Proteínas 2,8 g/dL
Esses dados indicam um derrame pleural do tipo transudato ou exsudato limítrofe, mas em um paciente com alto risco para neoplasia. O nódulo de tireoide pode ser origem de metástase pleural.
O documento orienta que, em casos de dispneia associada a derrames ou massas suspeitas, deve-se avaliar possibilidade de neoplasia com exames de imagem — e a tomografia de tórax é o exame de escolha para essa investigação.
Análise das alternativas:
a. Incorreta.
Não há evidência de infecção ou pneumonia complicada — o líquido é claro, pH elevado, sem sinais inflamatórios.
b. Incorreta.
Não há sinal de derrame volumoso sintomático nem de necessidade imediata de drenagem. A prioridade é investigar a causa.
c. Correta.
Paciente com nódulo de tireoide e derrame pleural deve ser avaliado quanto a etiologia neoplásica, com TC de tórax como passo inicial.
d. Incorreta.
A pleurodese só é indicada em derrames neoplásicos recorrentes. Este é o primeiro episódio documentado, ainda sem diagnóstico.
- Paciente masculino, 45 anos, vítima de acidente automobilístico, está intubado e internado em UTI há 10 dias. Apresenta melhora progressiva do quadro pulmonar, sem sinais de infecção. Discussão da equipe indica necessidade de manutenção de ventilação por tempo prolongado. Qual a conduta mais adequada neste momento?
a. Extubar o paciente e reavaliar a necessidade de reintubação em caso de falência ventilatória.
b. Manter intubação orotraqueal até completar 21 dias e, se necessário, realizar traqueostomia.
c. Realizar traqueostomia percutânea ou cirúrgica eletiva para facilitar manejo ventilatório e reduzir complicações.
d. Manter ventilação não invasiva intermitente para treinar desmame ventilatório.
c. Realizar traqueostomia percutânea ou cirúrgica eletiva para facilitar manejo ventilatório e reduzir complicações.
Justificativa:
Embora o documento não traga uma seção específica sobre traqueostomia, ele aborda condutas cirúrgicas e estratégias em UTI associadas ao cuidado intensivo e à redução de complicações em pacientes críticos. A literatura médica também respalda que, em pacientes com intubação prolongada (>7-10 dias), a traqueostomia precoce:
Reduz risco de lesão laríngea e traqueal;
Facilita desmame ventilatório;
Melhora conforto e higiene das vias aéreas;
Reduz tempo de sedação.
Portanto, a indicação de traqueostomia eletiva nesse paciente que já está há 10 dias intubado é totalmente adequada.
Análise das alternativas:
a. Incorreta.
Extubar um paciente que ainda necessita de ventilação é arriscado e contraindicado.
b. Incorreta.
Esperar até 21 dias não é prática padrão. A maioria das diretrizes recomenda considerar traqueostomia entre o 7º e 10º dia de ventilação invasiva prevista como prolongada.
c. Correta.
Indicação apropriada: traqueostomia eletiva (percutânea ou cirúrgica) após 10 dias de ventilação mecânica, sem previsão de desmame imediato.
d. Incorreta.
Ventilação não invasiva só é usada após extubação, e não substitui ventilação invasiva em pacientes com critério para traqueostomia.
- Em relação às doenças benignas do esôfago, assinale a alternativa correta:
a. A acalásia é causada por hiperatividade do esfíncter esofagiano inferior e hipermotilidade do corpo esofágico.
b. O tratamento da acalásia baseia-se no uso de procinéticos e inibidores de bomba de prótons.
c. A doença do refluxo gastroesofágico é caracterizada por sintomas como pirose e regurgitação, sendo o tratamento clínico com IBP a primeira escolha.
d. A hérnia de hiato é uma contraindicação absoluta à fundoplicatura de Nissen.
c. A doença do refluxo gastroesofágico é caracterizada por sintomas como pirose e regurgitação, sendo o tratamento clínico com IBP a primeira escolha.
Justificativas:
a. Incorreta.
A acalásia é causada por falência do relaxamento do esfíncter esofagiano inferior (EEI) e hipomotilidade ou aperistalse do corpo esofágico, não por hiperatividade.
b. Incorreta.
O tratamento da acalásia não se baseia em procinéticos e IBPs, mas sim em terapias que reduzem a pressão do EEI, como:
Dilatação pneumática,
Injeção de toxina botulínica,
Miotomia de Heller,
POEM (miotomia endoscópica peroral).
c. Correta.
O documento descreve que a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) se apresenta com pirose e regurgitação e que o tratamento inicial é clínico com inibidores da bomba de prótons (IBPs).
d. Incorreta.
Muito pelo contrário: a hérnia de hiato é uma das principais indicações para a fundoplicatura de Nissen, especialmente quando associada à DRGE refratária ao tratamento clínico.
- Paciente masculino, 30 anos, vítima de queda de moto com escoriações e ferimento corto-contuso em couro cabeludo de aproximadamente 5 cm, linear, sem perda de substância. Qual o fio de escolha para a sutura desse ferimento?
a. Nylon 2-0.
b. Poliglactina 3-0.
c. Ácido poliglicólico 2-0.
d. Nylon 4-0.
a. Nylon 2-0.
Justificativa:
Embora o documento AULAS CC1.docx não contenha uma seção específica sobre fios de sutura, os princípios gerais de escolha baseiam-se em:
Couro cabeludo: região com boa vascularização, mas de pele espessa e sob tensão, exigindo fios de maior calibre e não absorvíveis para resistência e menor risco de deiscência.
Nylon 2-0 é fio monofilamentar, não absorvível e resistente, ideal para pele espessa como a do couro cabeludo, especialmente em homens adultos.
Análise das alternativas:
a. Nylon 2-0 – Correta.
Fio não absorvível, adequado para sutura de pele espessa e feridas lineares sem perda de substância. Boa resistência.
b. Poliglactina 3-0 – Incorreta.
Fio absorvível, usado em planos profundos, não indicado para sutura de pele externa.
c. Ácido poliglicólico 2-0 – Incorreta.
Também absorvível, não recomendado para sutura cutânea externa em áreas expostas.
d. Nylon 4-0 – Incorreta.
Muito fino para couro cabeludo em adulto; pode cortar o tecido ou romper com tensão.
- Em relação à fisiopatologia das síndromes aórticas agudas, é correto afirmar:
a. A úlcera penetrante da aorta é uma lesão que se limita à íntima e, portanto, não causa complicações relevantes.
b. O hematoma intramural é uma coleção de sangue no interior da luz da aorta, geralmente associada à ruptura de placa aterosclerótica.
c. A dissecção aórtica tipo B compromete a aorta torácica descendente, distal à emergência da subclávia esquerda.
d. O principal fator predisponente à síndrome aórtica aguda é a dislipidemia, frequentemente associada à aterosclerose.
c. A dissecção aórtica tipo B compromete a aorta torácica descendente, distal à emergência da subclávia esquerda.
Justificativas:
a. Incorreta.
> “A úlcera penetrante da aorta é uma lesão aterosclerótica ulcerada que pode romper a camada média e gerar complicações como hematoma intramural e dissecção.”
Ou seja, não se limita à íntima, e pode evoluir para complicações graves.
b. Incorreta.
> O hematoma intramural é uma coleção de sangue na parede da aorta (camada média), sem comunicação com a luz, geralmente por ruptura da vasa vasorum, não por ruptura de placa aterosclerótica.
c. Correta.
> “A dissecção tipo B afeta a aorta descendente distal à subclávia esquerda”.
d. Incorreta.
> O principal fator predisponente para SAA é a hipertensão arterial sistêmica (HAS), não a dislipidemia.
AC 3 — Questão 8
- Paciente de 68 anos, sexo masculino, submetido há 5 dias a artroplastia total de joelho direito, apresenta dor e edema no membro inferior direito. Exame físico revela aumento de temperatura local e discreta cianose. Qual a conduta inicial mais adequada?
a. Solicitar angiotomografia de membros inferiores.
b. Solicitar doppler venoso de membros inferiores e iniciar anticoagulação se confirmado o diagnóstico.
c. Iniciar anticoagulação plena de imediato, independentemente da confirmação por exames de imagem.
d. Realizar venografia e, se positiva, iniciar anticoagulação profilática.
e. Observar evolução clínica, pois se trata de achado comum no pós-operatório ortopédico.
Resposta correta: c. Iniciar anticoagulação plena de imediato, independentemente da confirmação por exames de imagem.
Justificativa (com base no AULAS CC1.docx):
O documento orienta que em pacientes com alta suspeita clínica de TVP (pós-operatório ortopédico, dor, edema, aumento de temperatura, cianose), a anticoagulação deve ser iniciada imediatamente, mesmo antes da confirmação diagnóstica, para reduzir risco de tromboembolismo pulmonar.
AC 3 — Questão 9
- Em relação aos diagnósticos diferenciais de trombose venosa profunda, é correto afirmar:
a. A celulite apresenta edema bilateral e simétrico.
b. O linfedema agudo é facilmente reversível com elevação do membro.
c. A tromboflebite superficial pode simular TVP, mas não tem repercussões sistêmicas.
d. A insuficiência venosa crônica é causa comum de TVP aguda.
e. A ICC não cursa com edema assimétrico em membros inferiores.
Resposta correta: c. A tromboflebite superficial pode simular TVP, mas não tem repercussões sistêmicas.
Justificativa:
O documento destaca os diagnósticos diferenciais de TVP, incluindo celulite, linfedema, ICC e tromboflebite superficial. Esta última, apesar de causar dor localizada e edema, não costuma causar embolia pulmonar ou outras complicações sistêmicas, ao contrário da TVP.
a. A celulite apresenta edema bilateral e simétrico.
Incorreta.
A celulite é uma infecção localizada, geralmente unilateral, que cursa com eritema, calor, dor e edema assimétrico. A bilateralidade e simetria não são características típicas, o que ajuda a distingui-la da insuficiência venosa crônica ou ICC.
b. O linfedema agudo é facilmente reversível com elevação do membro.
Incorreta.
O linfedema, principalmente nas fases iniciais, não é facilmente reversível apenas com elevação do membro. Trata-se de um acúmulo de linfa no interstício, mais resistente a medidas posturais simples. Na TVP, o edema pode diminuir com elevação, mas o linfedema persiste.
c. A tromboflebite superficial pode simular TVP, mas não tem repercussões sistêmicas.
Correta.
A tromboflebite superficial provoca dor, calor e endurecimento ao longo de veias superficiais, podendo simular TVP. No entanto, não tem repercussões sistêmicas relevantes, como embolia pulmonar, sendo o principal diferencial clínico com a TVP profunda.
d. A insuficiência venosa crônica é causa comum de TVP aguda.
Incorreta.
A insuficiência venosa crônica (IVC) causa edema crônico, alterações cutâneas e varizes, mas não é causa direta de TVP aguda. O contrário é verdadeiro: um episódio de TVP pode levar à IVC por dano valvar venoso.
e. A ICC não cursa com edema assimétrico em membros inferiores.
Incorreta.
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) costuma causar edema simétrico bilateral, mas pode apresentar assimetria se houver fator local associado (ex: TVP concomitante, tromboflebite, infecção, trauma). Portanto, a afirmação é absoluta e equivocada.
SES-RJ – Questão 1
- Mulher de 56 anos, com icterícia, febre e dor em hipocôndrio direito há 24 horas. Apresenta sinais de sepse. A ultrassonografia mostra dilatação de vias biliares e cálculo em colédoco. Qual a conduta inicial mais adequada?
a. Coledocotomia com exploração cirúrgica imediata das vias biliares.
b. Antibioticoterapia por 7 dias e posterior colecistectomia eletiva.
c. CPRE com papilotomia e drenagem biliar endoscópica.
d. Drenagem percutânea guiada por imagem e colecistectomia de urgência.
e. Colecistectomia videolaparoscópica imediata com colangiografia intraoperatória.
Resposta correta: c. CPRE com papilotomia e drenagem biliar endoscópica.
Justificativa:
O quadro clínico é compatível com colangite aguda (tríade de Charcot) e a presença de cálculo no colédoco com dilatação das vias biliares. Segundo as diretrizes cirúrgicas e de emergência digestiva, a conduta prioritária é a descompressão das vias biliares, preferencialmente por via endoscópica (CPRE com papilotomia).
A drenagem deve ser feita com urgência, pois trata-se de um quadro de sepse de origem biliar, que pode evoluir rapidamente para choque séptico. O documento AULAS CC1.docx destaca a importância da intervenção cirúrgica ou endoscópica precoce em quadros obstrutivos com instabilidade clínica, o que é coerente com esta conduta.
Análise das alternativas:
a. Coledocotomia imediata é mais invasiva e reservada para falha da drenagem endoscópica.
b. Adiar a intervenção biliar em paciente séptico é conduta inadequada.
c. Correta. CPRE com papilotomia é o tratamento de escolha.
d. Drenagem percutânea é opção se CPRE não for viável.
e. Colecistectomia videolaparoscópica não resolve obstrução de colédoco e não deve ser feita em primeiro momento.
Questão 2 (Discursiva)
- Cite 4 causas de hemorragia digestiva baixa (HDB) e, para cada uma, um exame útil para a investigação diagnóstica.
- Diverticulose colônica
Exame: Colonoscopia (padrão-ouro para avaliação de sangramentos ativos ou recentes).
- Angiodisplasia (malformação arteriovenosa intestinal)
Exame: Angiografia mesentérica ou enteroscopia (pode identificar e tratar lesão sangrante).
- Neoplasia colorretal
Exame: Colonoscopia (detecta pólipos ou tumores; permite biópsia).
- Doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa ou doença de Crohn)
Exame: Colonoscopia com biópsia (permite avaliação do padrão inflamatório e extensão).
Questão 3 (Discursiva)
- Cite 3 indicações de profilaxia primária para hemorragia digestiva alta (HDA) em pacientes com cirrose hepática.
Resposta baseada na prática clínica cirúrgica e hepatológica (e compatível com condutas gerais mencionadas no AULAS CC1.docx):
- Presença de varizes esofágicas de médio ou grosso calibre na endoscopia digestiva alta.
Justifica o início de betabloqueadores não seletivos (ex: propranolol ou nadolol) ou ligadura elástica.
- Varizes esofágicas pequenas associadas a sinais de risco de sangramento (ex: marcas vermelhas na mucosa ou Child-Pugh B/C).
Considera-se profilaxia com betabloqueadores mesmo para varizes pequenas se houver risco aumentado.
- Pacientes com contraindicação à ligadura elástica, mas com varizes esofágicas diagnosticadas.
Nestes casos, a profilaxia com betabloqueadores não seletivos é indicada como alternativa.
Questão 4
- Em relação à ingestão de corpo estranho no trato digestivo, assinale a alternativa correta:
a. A radiografia simples de abdome é suficiente para avaliação de todos os corpos estranhos ingeridos.
b. A ingestão de múltiplos ímãs geralmente é inócua e não exige abordagem urgente.
c. Pacientes que ingerem bolsas de drogas (body packers) devem ser sempre submetidos à endoscopia digestiva alta.
d. Corpos estranhos que causam obstrução ou perfuração devem ser removidos cirurgicamente.
e. Após remoção de corpo estranho por endoscopia, o paciente deve ficar internado por 72 horas para observação obrigatória.
Resposta correta: d. Corpos estranhos que causam obstrução ou perfuração devem ser removidos cirurgicamente.
Justificativas para cada alternativa:
a. Incorreta.
A radiografia simples pode ser útil, mas não detecta objetos radiotransparentes (ex: plásticos, madeira, vidro fino). Em muitos casos, é necessário complementar com tomografia.
b. Incorreta.
A ingestão de múltiplos ímãs pode causar perfuração, fístulas e necrose intestinal devido à compressão entre alças intestinais — é uma emergência potencial e exige abordagem urgente.
c. Incorreta.
Body packers (mulas de drogas) não devem ser submetidos a endoscopia, pois a ruptura da embalagem pode causar overdose fatal. O manejo geralmente envolve observação clínica e exames de imagem, com cirurgia apenas se houver sinais de complicação.
d. Correta.
Casos de perfuração, obstrução, hemorragia ou falha da endoscopia exigem intervenção cirúrgica, como laparotomia ou videolaparoscopia.
e. Incorreta.
A maioria dos pacientes pode ser liberada após observação curta, desde que assintomáticos e sem complicações. A internação prolongada só é indicada em casos de complicação ou dúvida diagnóstica.
Questão 5
- Em relação à apendicite aguda, assinale a alternativa correta:
a. A fase catarral da apendicite corresponde à presença de pus e necrose da parede do apêndice.
b. A apendicite aguda clássica cursa com dor que inicia em hipogástrio e migra para o flanco esquerdo.
c. A tomografia de abdome é o exame de imagem de escolha em gestantes com suspeita de apendicite.
d. A dor em FID precedida de dor periumbilical é um achado típico da apendicite aguda.
e. A conduta expectante com antibióticos é preferencial em pacientes jovens com apendicite não complicada.
Resposta correta: d. A dor em FID precedida de dor periumbilical é um achado típico da apendicite aguda.
Justificativas:
a. Incorreta.
A fase catarral é a fase inicial da apendicite, com inflamação da mucosa sem pus nem necrose. A presença de pus caracteriza fase supurativa e necrose ocorre em fase gangrenosa.
b. Incorreta.
A dor inicia-se em região periumbilical (por estímulo visceral) e migra para o quadrante inferior direito (FID), onde se torna somática. Flanco esquerdo não é localização típica.
c. Incorreta.
Em gestantes, o exame de imagem inicial é a ultrassonografia. A tomografia é evitada devido à radiação. Se a USG for inconclusiva, pode-se usar ressonância magnética.
d. Correta.
Esse é o padrão clássico da dor na apendicite aguda: dor periumbilical migrando para FID, refletindo a evolução da inflamação do apêndice.
e. Incorreta.
Embora estudos recentes avaliem o uso de antibióticos isolados, a conduta padrão e preferencial continua sendo a apendicectomia, especialmente em pacientes jovens e saudáveis.
Questão 6
- Paciente do sexo masculino, 72 anos, com hérnia inguinal direita conhecida há 10 anos, procura atendimento com dor local intensa há 48 horas, sem sinais de peritonite. Refere náuseas, mas sem vômitos. Abdome discretamente distendido, sem sinais de irritação peritoneal. Qual a conduta mais adequada?
a. Observação ambulatorial com analgesia, pois se trata de hérnia redutível.
b. Tentativa de redução manual (taxis) e, se bem-sucedida, programação cirúrgica eletiva.
c. Administração de analgésico opioide e alta com retorno em 24h.
d. Indicação de cirurgia de urgência pela suspeita de hérnia encarcerada.
e. Realização de ultrassonografia para confirmação diagnóstica antes de qualquer conduta.
Resposta correta: d. Indicação de cirurgia de urgência pela suspeita de hérnia encarcerada.
Justificativas para cada alternativa:
a. Incorreta.
O paciente tem dor intensa há 48h e distensão — não é compatível com hérnia redutível e estável. Conduta ambulatorial seria negligente.
b. Incorreta.
Após 48h de dor e sinais de possível sofrimento intestinal, tentar redução manual (taxis) é contraindicado, pois pode mascarar uma estrangulação e levar à necrose intestinal não percebida (“redução em massa”).
c. Incorreta.
Alta com opioide e reavaliação adia uma cirurgia necessária e coloca o paciente em risco de perfuração, necrose ou sepse.
d. Correta.
Quadro compatível com hérnia inguinal encarcerada (dor intensa + evolução prolongada + distensão). A conduta correta é cirurgia de urgência, mesmo na ausência de peritonite franca.
e. Incorreta.
O diagnóstico é essencialmente clínico. A USG pode auxiliar em casos duvidosos, mas não deve atrasar a conduta cirúrgica em um paciente com sinais clínicos de encarceramento.
HCPA – R1
- Relacione corretamente as condições clínicas com a conduta mais adequada em relação às vias biliares:
I. Cólica biliar
II. Colecistite aguda
III. Estenose cicatricial de via biliar
IV. Síndrome de Mirizzi tipo I
V. Pancreatite aguda biliar leve
Gabarito correto:
I – D (Cólica biliar → colecistectomia videolaparoscópica eletiva)
II – C (Colecistite aguda → colecistectomia durante internação)
III – E (Estenose cicatricial → derivação biliodigestiva)
IV – B (Mirizzi tipo I → CPRE com papilotomia antes da colecistectomia)
V – A (Pancreatite biliar leve → colecistectomia após resolução clínica)
Justificativa geral:
Essa questão exige conhecimento das condutas cirúrgicas padrão nas afecções biliares:
Cólica biliar: tratamento definitivo é colecistectomia eletiva.
Colecistite aguda: idealmente tratada com colecistectomia ainda durante a internação.
Estenose cicatricial: frequentemente exige derivação biliodigestiva, como hepaticojejunostomia.
Síndrome de Mirizzi tipo I: geralmente tratada com CPRE para alívio da obstrução, seguido de cirurgia.
Pancreatite biliar leve: realiza-se colecistectomia após resolução clínica, ainda na mesma internação.