Prova Flashcards
1) O câncer de bexiga (CaB) é o quarto tumor de maior incidência em homens nos E.U.A, além de ser a nona causa de mortalidade por câncer em homens.
Nesse tipo de câncer podemos afirmar:
a) Cerca de 70% dos casos de CaB são diagnosticados inicialmente como doença infiltrativa.
b) A hematúria, microscópica ou macroscópica, intermitente é o sintoma e o sinal mais comum em CaB.
c) A ultrassonografia de abdômen total é a conduta padrão no diagnóstico, pois detecta tumores acima de 0,2 cm.
d) O tumor que se caracteriza por infiltração da mucosa, muscular e tecido adiposo perivesical é menos agressivo que o tumor que é superficial porém com grande extensão.
✅ Gabarito: b)
Justificativas:
a) Incorreta:
Cerca de 70 a 75% dos casos de câncer de bexiga são diagnosticados como tumores não invasivos da musculatura (superficiais), não infiltrativos. Os infiltrativos representam menos de 30% dos diagnósticos iniciais.
Essa alternativa inverte os dados epidemiológicos.
b) Correta:
A hematúria, principalmente painless hematuria (indolor), intermitente ou contínua, microscópica ou macroscópica, é o sintoma mais comum e inicial do câncer de bexiga.
É encontrada em mais de 85% dos pacientes sintomáticos, sendo o sinal mais importante para suspeição clínica.
c) Incorreta:
A ultrassonografia de abdome total não é o exame de escolha para o diagnóstico de câncer de bexiga. Ela tem baixa sensibilidade para tumores pequenos (< 0,5 cm) e pode não identificar lesões vesicais planas ou carcinoma in situ.
O exame padrão-ouro é a cistoscopia com biópsia, que permite visualização direta da lesão e confirmação histológica.
d) Incorreta:
Tumores infiltrativos (que invadem muscular e gordura perivesical) são mais agressivos, com pior prognóstico e maior risco de metástase.
Já os tumores superficiais, mesmo extensos, tendem a ser menos agressivos, embora apresentem maior risco de recorrência.
2) Em relação aos transplantes de órgãos, em especial ao transplante renal, pode-se afirmar:
a) A maioria dos episódios de rejeição ocorre dentro dos primeiros 3 meses, sendo que a rejeição hiperaguda ocorre em até 30 dias após o transplante.
b) A rejeição aguda começa logo após se completar a anastomose e a destruição completa do enxerto ocorre em 24 a 48 horas.
c) Dentre os diagnósticos diferenciais de disfunção de aloenxerto renal deve-se descartar quadros de desidratação, infecção urinária e obstrução uretral.
d) A rejeição crônica é uma causa tardia de deterioração renal, mediada por fatores humorais e costuma ser tratada com pulsoterapia de esteroides.
✅ Gabarito: c)
Justificativas:
a) Incorreta:
De fato, a maioria dos episódios de rejeição aguda ocorre nos primeiros 3 meses, porém a rejeição hiperaguda ocorre em minutos ou horas após o transplante, devido à presença de anticorpos pré-formados contra o aloenxerto (ex: prova cruzada positiva).
Portanto, não ocorre “em até 30 dias”, como descrito erroneamente na alternativa.
b) Incorreta:
Essa descrição é, na verdade, típica da rejeição hiperaguda, que ocorre imediatamente após a reperfusão do órgão.
A rejeição aguda, que é a mais comum nas primeiras semanas, tem evolução mais lenta e ocorre por ativação imunológica celular ou humoral. A destruição do enxerto não é imediata, e o tratamento costuma ser eficaz com imunossupressão (esteroides).
c) Correta:
Antes de se diagnosticar rejeição do aloenxerto, é obrigatório excluir causas reversíveis e frequentes de disfunção renal, como:
Desidratação (hipoperfusão);
Infecção urinária (principalmente pela anastomose urotelial);
Obstrução do trato urinário (ex: estenose ureteral).
Essas condições são causas comuns, tratáveis e devem ser excluídas previamente.
d) Incorreta:
A rejeição crônica é caracterizada por deterioração lenta e progressiva da função renal, associada à proteinúria e hipertensão.
Ela é mediada por fatores humorais e alterações vasculares crônicas, mas o ponto crucial é que ela não responde bem a imunossupressores, sendo resistente à pulsoterapia com esteroides.
Portanto, o tratamento com esteroides não é eficaz.
✅ Gabarito: d) Nefrectomia parcial aberta ou minimamente invasiva.
Justificativas:
a) Incorreta – Nefrectomia radical laparoscópica ou robótica
Embora a nefrectomia radical seja indicada para tumores maiores, o tumor renal sólido ≤ 4 cm é classificado como estágio T1a (tumores limitados ao rim).
Nestes casos, a nefrectomia parcial é o tratamento de escolha, pois preserva a função renal e tem excelente controle oncológico, especialmente em pacientes jovens e sem comorbidades.
Nefrectomia radical só seria indicada se a lesão fosse maior, multifocal ou de localização difícil para ressecar parcialmente, o que não é o caso aqui.
b) Incorreta – Ultrassom de alta intensidade
Essa opção se refere a uma modalidade experimental ou muito restrita em centros altamente especializados (HIFU – High Intensity Focused Ultrasound), e não faz parte da conduta padrão para massas renais sólidas em pacientes com bom status funcional.
Além disso, em tumores com suspeita de malignidade (massa sólida hipervascular), a abordagem cirúrgica curativa é prioritária.
c) Incorreta – Biópsia renal percutânea
A biópsia pode ser considerada em casos de:
Pacientes com risco cirúrgico elevado;
Massas císticas indeterminadas;
Tumores muito pequenos em seguimento ativo.
Neste caso, o paciente tem baixo risco cirúrgico, massa sólida hipervascular, e o risco de ser carcinoma é alto.
Assim, a conduta preferida é cirúrgica direta, sem necessidade de biópsia.
d) Correta – Nefrectomia parcial aberta ou minimamente invasiva
Essa é a conduta recomendada pelas principais diretrizes (AUA, EAU, SBU) para tumores renais ≤ 4 cm (T1a), principalmente se:
Paciente for jovem;
Rim contralateral funcionante;
Boa localização (polo inferior, longe do hilo);
Distante da via excretora.
A nefrectomia parcial preserva a função renal e tem ótimos resultados oncológicos, sendo preferível à radical sempre que viável tecnicamente.
✅ Gabarito: c) Nos casos em que o AAA expande 0,5 cm ou mais em seis meses, é considerado com risco alto de ruptura.
Justificativas:
a) Incorreta
O sexo masculino é o principal fator de risco para aneurisma de aorta abdominal.
Já o sexo feminino, embora tenha menor prevalência, apresenta maior risco de ruptura para aneurismas de mesmo tamanho.
O tabagismo é o fator de risco mais fortemente associado à formação e crescimento do AAA, muito mais relevante que a idade isoladamente.
Essa alternativa inverte a prevalência por sexo e subestima o tabagismo.
b) Incorreta
A evolução temporal e a velocidade de crescimento são preditores importantes de risco de ruptura.
A ruptura pode ocorrer com diâmetros a partir de 5,5 cm em homens e até menores em mulheres.
O valor citado (10,5 cm) é muito acima do limiar habitual de indicação cirúrgica e segurança clínica. Portanto, essa alternativa subestima o risco e está incorreta.
c) Correta
Um aumento do diâmetro > 0,5 cm em 6 meses ou > 1 cm em 1 ano é um fator de alto risco para ruptura.
Nessas situações, mesmo que o diâmetro não tenha atingido 5,5 cm, pode-se indicar reparo cirúrgico, especialmente se o paciente for sintomático ou tiver outros fatores de risco. ✔ Essa alternativa está de acordo com as recomendações das diretrizes da SVS, ESVS e UpToDate.
d) Incorreta
Diabéticos tendem a apresentar crescimento mais lento do AAA, e não mais rápido.
Já fumantes têm crescimento mais acelerado, com maior risco de ruptura.
Pacientes com doença coronariana podem ter risco aumentado, mas não há associação clara com crescimento mais lento do aneurisma. Portanto, a alternativa inverte o comportamento clínico dos grupos mencionados.
5) Em relação à abordagem diagnóstica para Trombose Venosa Profunda (TVP), assinale a alternativa correta:
a) Dentre os fatores de risco, estão a estase sanguínea, lesão endotelial e o tabagismo, compondo a tríade de Virchow.
b) O escore de Wells modificado aplica-se aos casos de TVP recorrente, incluindo extrapolação para idade avançada.
c) A flegamsia cerulea é a complicação mais temida de uma TVP pela sua gravidade, porém com baixa morbimortalidade.
d) Pacientes com escore de Wells com TVP provável e ultrassonografia compressiva de membro inferior com TVP proximal isolada, devem ser tratados.
✅ Gabarito: d)
Justificativas:
a) Incorreta:
A tríade de Virchow é composta por:
Estase sanguínea
Lesão endotelial
Estado de hipercoagulabilidade
Embora o tabagismo seja um fator de risco, não compõe a tríade de Virchow, como afirma erroneamente a alternativa.
b) Incorreta:
O escore de Wells é utilizado na estratificação de probabilidade clínica de TVP, mas não foi modificado especificamente para incluir idade avançada ou recorrência como fator.
Além disso, a extrapolação para idade avançada não faz parte da pontuação clássica. Essa alternativa mistura conceitos de forma inadequada.
c) Incorreta:
A flegmasia cerulea dolens é, de fato, uma complicação rara e grave da TVP extensa, envolvendo trombose maciça venosa iliofemoral com obstrução quase total do retorno venoso.
Ela leva a edema severo, cianose e dor intensa, podendo evoluir para síndrome compartimental, gangrena venosa e até amputação.
Ao contrário do que afirma a alternativa, essa complicação apresenta alta morbimortalidade — pode resultar em perda de membro e morte, principalmente se associada à embolia pulmonar maciça.
Portanto, a frase “com baixa morbimortalidade” é incorreta.
d) Correta:
Essa alternativa está correta e atualizada com as diretrizes clínicas.
Se um paciente tem escore de Wells compatível com TVP provável e a ultrassonografia compressiva confirma trombo proximal (ex: veia femoral, poplítea), o paciente deve iniciar anticoagulação imediatamente, sem necessidade de exames adicionais.
Esse é o padrão de conduta validado por sociedades como a ACCP e diretrizes brasileiras.
6) Dor áortica causada por condições que afetam a aorta, incluindo dissecção aórtica aguda, hematoma intramural e úlcera aterosclerótica penetrante, caracteriza a Síndrome Aórtica Aguda. Trata-se de uma condição de alta morbimortalidade devendo ser suspeitada e conduzida ante as seguintes situações:*
a) Início insidioso da dor torácica ou abdominal com caráter agudo, moderada intensidade, que não irradia.
b) Quando se encontra uma variação no pulso e/ou pressão arterial (diferença > 20 mmHg entre braço direito e esquerdo).
c) Ao realizar radiografia de tórax, observa-se retificação de arcos costais, hiperinsuflação e desvio do mediastino.
d) Em gestantes com clínica de dor torácica, pode-se descartar o diagnóstico de síndrome aórtica.
✅ Gabarito: b) Quando se encontra uma variação no pulso e/ou pressão arterial (diferença > 20 mmHg entre o braço direito e esquerdo).
Justificativas:
a) Incorreta
A dor da síndrome aórtica aguda (especialmente na dissecção) tem início abrupto, é intensa, com caráter de laceração ou rasgamento (“tearing pain”).
A descrição da alternativa como “início insidioso, dor moderada que não irradia” não é compatível com o padrão clínico clássico.
Além disso, a dor costuma irradiar para o dorso, abdome ou membros.
b) Correta
Uma diferença de pressão arterial > 20 mmHg entre os braços ou a ausência de pulsos periféricos assimétricos é um sinal de alerta clássico para dissecção aórtica, especialmente do tipo A (ascendente).
Esse achado reflete o comprometimento de ramos arteriais, como a subclávia, pela dissecção. ✔ Está descrito nas principais diretrizes como critério de risco elevado.
c) Incorreta
A descrição da radiografia é típica de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (retificação de arcos costais, hiperinsuflação, desvio do mediastino).
Na síndrome aórtica aguda, o achado mais comum é alargamento do mediastino (>8 cm), presença de contorno aórtico anormal e efeito de massa. Portanto, essa alternativa descreve um achado radiológico incorreto.
d) Incorreta
A gestação não descarta diagnóstico de síndrome aórtica — ao contrário, gestantes com síndrome de Marfan, hipertensão ou outras doenças do tecido conjuntivo têm maior risco de dissecção aórtica.
Portanto, a dor torácica em gestantes deve ser investigada cuidadosamente, e jamais ignorada como causa de síndrome aórtica aguda.
✅ Gabarito: b) O índice tornozelo-braquial (ITB) refere-se à razão entre a PA sistólica do tornozelo e do braço e, caso ≤ 0,90, indica DAP.
Justificativas:
a) Incorreta
A presença de DAP mesmo em pacientes assintomáticos é marcador de alto risco cardiovascular.
Esses pacientes têm maior risco de infarto agudo do miocárdio, AVC e morte cardiovascular, independentemente da presença de sintomas. ❌ Afirmar que “não guarda relação com eventos cardiovasculares” está em desacordo com todas as diretrizes.
b) Correta
O índice tornozelo-braquial (ITB) é o exame de triagem mais utilizado para DAP.
É calculado dividindo-se a pressão arterial sistólica do tornozelo pela pressão sistólica do braço.
Valores:
Normal: entre 1,0 e 1,3
≤ 0,90: diagnóstico de DAP
< 0,4: DAP grave, isquemia crítica ✔ Essa alternativa está correta e de acordo com protocolos clínicos.
c) Incorreta
Anestesia/paralisia muscular e ausência de sinais no Doppler podem sugerir isquemia aguda grave, como na síndrome do membro ameaçado, e podem, sim, indicar revascularização urgente.
No entanto, a alternativa mistura conceitos com termos imprecisos e usa “anestesia” e “paralisia” de forma ambígua.
Além disso, a ausência de sinais venosos no Doppler não é critério para revascularização arterial. ❌ Alternativa tecnicamente mal formulada.
d) Incorreta
Claudicação intermitente é um sintoma típico de DAP e consiste em dor muscular induzida pelo exercício e aliviada pelo repouso.
Não se trata de parestesia (formigamento), e sim de dor em grupos musculares específicos (como panturrilha) devido à isquemia durante o esforço. ❌ Essa alternativa confunde claudicação com neuropatia.
✅ Gabarito: d) Outros diagnósticos devem ser descartados, tais como diástase do reto abdominal, hematoma da bainha do reto e abscesso da parede abdominal.
Justificativas:
a) Incorreta
A hérnia de Richter é uma forma incomum de hérnia, em que apenas parte da parede do intestino é estrangulada, sem obstrução intestinal completa.
Apesar de grave e de poder evoluir com isquemia e perfuração, não é a forma mais comum de hérnia ventral encarcerada.
A alternativa superestima a frequência da hérnia de Richter no contexto clínico geral.
b) Incorreta
O enunciado descreve dor abdominal + aumento de volume + encarceramento, o que é incompatível com redução do conteúdo herniário.
Além disso, se a hérnia estivesse redutível, não estaria encarcerada. ❌ A alternativa contradiz o quadro clínico descrito no enunciado.
c) Incorreta
Os vasos epigástricos, deferentes e espermáticos são estruturas relevantes na abordagem das hérnias inguinais, não das ventrais.
A questão refere-se a hérnia ventral, portanto a identificação anatômica mencionada não se aplica a esse caso. ❌ Alternativa está fora do escopo anatômico da hérnia abordada.
d) Correta
O diagnóstico de hérnia ventral deve ser clínico, mas há diferenciais importantes:
Diástase dos retos abdominais
Hematoma da bainha do reto
Lipoma ou abscesso de parede abdominal
Muitas vezes, é necessário complementar com exames de imagem (TC ou USG) para diferenciar essas condições. ✔ Alternativa coerente, técnica e alinhada com as boas práticas clínicas.
- Sobre a apendicite aguda, responda a afirmativa correta: (Valor 1,0)
A) A apendicite em fase inicial pode ser chamada de apendicite catarral
B) O tratamento clínico da apendicite aguda apresenta boa resposta a longo prazo
C) Cerca de 95% dos pacientes com apendicite apresentam o quadro clássico: dor periumbilical com migração para FID, náuseas e anorexia
D) A dor visceral da apendicite é caracterizada classicamente pela presença do sinal de Blumberg
ATENÇÃO, RESPOSTA ABAIXO DIFERENTE DA FOTO DA PROVA
✅ Gabarito: a) A apendicite em fase inicial pode ser chamada de apendicite catarral.
Justificativas:
a) Correta
A apendicite catarral é a forma inicial da apendicite, em que há apenas inflamação da mucosa e submucosa, sem necrose ou perfuração.
É o estágio mais precoce, podendo progredir para flegmonosa, gangrenosa ou perfurada se não tratada. ✔ Essa denominação está correta na classificação histopatológica da apendicite.
b) Incorreta
Embora haja estudos explorando o tratamento clínico com antibióticos, especialmente em casos não complicados, ainda não há evidência robusta de segurança a longo prazo.
As diretrizes atuais ainda recomendam a apendicectomia como tratamento padrão, especialmente em pacientes jovens e sem comorbidades. ❌ Portanto, não é correto afirmar que há boa resposta a longo prazo.
c) Incorreta
O quadro clínico clássico (dor periumbilical migrando para FID + náuseas + anorexia) ocorre em cerca de 50-60% dos casos, não em 95%.
Em pacientes idosos, crianças e gestantes, a apresentação pode ser atípica. ❌ A porcentagem está superestimada.
d) Incorreta
A dor visceral na fase inicial da apendicite é mal localizada, periumbilical, associada à distensão do órgão.
O sinal de Blumberg (dor à descompressão brusca) é um sinal de irritação peritoneal, que ocorre na fase de evolução para peritonite. ❌ Assim, o Blumberg não caracteriza a dor visceral, mas sim a dor somática do peritônio parietal.
- Um homem de 55 anos é atendido no pronto-socorro por hérnia inguinal direita encarcerada, há cerca de 48 horas, apresentando náuseas, vômitos e distensão abdominal. Nega febre. Está em bom estado geral, mas desidratado. PA: 130 × 80 mmHg, FC: 100 bpm. O exame revela hérnia inguinal direita encarcerada, com hiperemia e muita dor local. O abdome está distendido, com dor à descompressão súbita em todos os quadrantes. O paciente está estável hemodinamicamente.
Qual a melhor conduta? (Valor 1,0)
A) Analgesia e observação clínica.
B) Inguinotomia direita.
C) Redução manual sob sedação.
D) Laparotomia mediana.
✅ Gabarito: D) Laparotomia mediana
Justificativas:
A) Analgesia e observação clínica – Incorreta
O paciente apresenta sinais de obstrução intestinal associada a peritonite (dor difusa à descompressão).
Isso contraindica manejo conservador — a conduta expectante seria negligente nesse cenário. ❌ Inadequado em caso de possível isquemia intestinal.
B) Inguinotomia direita – Incorreta
A inguinotomia é abordagem de escolha para hérnias encarceradas sem sinais de sofrimento visceral.
No entanto, quando há sinais de peritonite e suspeita de necrose ou perfuração intestinal, a abordagem deve ser intra-abdominal (laparotomia mediana) para possibilitar:
Avaliação completa da cavidade;
Ressecção de alça isquêmica (se necessário);
Lavagem peritoneal. ❌ Aqui, a inguinotomia não permite exploração adequada da cavidade abdominal.
C) Redução manual sob sedação – Incorreta
A taxis (redução manual) está contraindicada quando:
A hérnia está presente há > 6h com dor importante;
Há sinais de sofrimento ou peritonite (como neste caso).
Reduzir uma alça necrosada pode causar peritonite difusa intra-abdominal oculta (redução “en tragédie”). ❌ Essa manobra é perigosa e inadequada neste contexto.
D) Laparotomia mediana – Correta
Abordagem adequada para casos de:
Hérnia com suspeita de alça necrosada;
Dor à descompressão (peritonite);
Instabilidade metabólica iminente.
Permite:
Avaliação da viabilidade intestinal;
Ressecção de segmentos comprometidos;
Correção do defeito herniário (se possível). ✔ É a conduta indicada nas diretrizes cirúrgicas.
Hospital de Clínicas de Porto Alegre – R1
7. Associe as apresentações clínicas das patologias de via biliar aos respectivos tratamentos. (Valor 1,0)
1 - Cólica biliar
2 - Colecistite aguda
3 - Estenose cicatricial do colédoco
4 - Síndrome de Mirizzi tipo I
5 - Pancreatite aguda
( ) Hepaticojejunoanastomose em Y de Roux (derivação bilio-digestiva)
( ) Colecistectomia em até 72 horas
( ) Colecistectomia com colangiografia intraoperatória
A sequência numérica CORRETA, de cima para baixo, da coluna da direita, é:
A) 3 - 1 - 5
B) 3 - 2 - 5
C) 4 - 1 - 2
D) 4 - 5 - 1
E) 5 - 2 - 4
Justificativa da associação correta (B):
1ª linha: Hepaticojejunoanastomose em Y de Roux → 3 - Estenose cicatricial do colédoco
Quando há estenose benigna (ex: por trauma cirúrgico ou colecistectomia prévia), a reconstrução bilioentérica mais usada é a hepaticojejunoanastomose. ✔ Associar a estenose do colédoco com anastomose em Y de Roux é correto.
2ª linha: Colecistectomia em até 72 horas → 2 - Colecistite aguda
O tratamento padrão-ouro da colecistite aguda é a colecistectomia precoce (idealmente nas primeiras 72 horas), de preferência por via laparoscópica. ✔ Associação totalmente correta.
3ª linha: Colecistectomia com colangiografia intraoperatória → 5 - Pancreatite aguda
Pancreatite aguda biliar leve, após resolução clínica, pode ser tratada com colecistectomia precoce. A colangiografia intraoperatória é útil para excluir coledocolitíase residual. ✔ Essa abordagem é comum em pacientes com pancreatite biliar de resolução rápida e boa condição cirúrgica.
❌ Por que as demais alternativas estão erradas?
A) 3 - 1 - 5: Cólica biliar não se trata com cirurgia derivativa; é tratada com colecistectomia eletiva.
C) 4 - 1 - 2: Mirizzi tipo I não exige derivação bilioentérica.
D) 4 - 5 - 1: A ordem não corresponde à fisiopatologia nem às recomendações atuais.
E) 5 - 2 - 4: Mirizzi tipo I geralmente é tratada com colecistectomia + colangiografia, não com colangioplastia isolada.