Prova 2021 Flashcards
Paciente Joana, feminino, 29 anos, foi atendida no Pronto Socorro com quadro
de cefaléia, nega dispnéia ou precordialgia. Usa anticoncepcional. Não tabagista
ou etilista. GII PI CI, nega diabetes, dislipidemia. Mãe teve infarto com 65 anos.
Pai hipertenso. Ao exame: PA 156/102 mmHg; FC 88 bpm; Peso 72 Kg; Altura 1.61
m; CA: 92 cm; Coração ritmo de 2 tempos sem sopro; pulmões livres; abdômen
sem hepatomegalia, sem sopro; membros pulsos simétricos e normais. Em
relação ao caso clínico meta pressória e conduta assinale a alternativa correta:
A) Meta pressórica menor que 140x90 mmHg – monoterapia com IECA.
B) Meta pressórica menor que 130x80 mmHg – monoterapia com Bloqueador de Canal
de Cálcio (BCC).
C) Meta pressórica menor que 140x80 mmHg – terapia combinada com BCC e Diurético.
D) Meta pressórica menor que 130x80 mmHg - terapia combinada com BCC e Diurético
Resposta correta: A) Meta pressórica menor que 140x90 mmHg – monoterapia com IECA.
A paciente Joana apresenta hipertensão arterial com pressão arterial de 156/102 mmHg, o que classifica sua condição como hipertensão estágio 2, de acordo com as diretrizes atuais.
A SBC recomenda uma estratificação de risco para determinar a necessidade de intervenção precoce e a escolha da terapêutica. A estratificação de risco pode ser feita com o escore de Framingham ou calculadoras de risco cardiovascular que combinam fatores como idade, sexo, pressão arterial, níveis de colesterol, tabagismo e histórico familiar.
As diretrizes mais recentes sobre o tratamento da hipertensão sugerem que em pacientes com hipertensão estágio 1 (PA entre 140-159/90-99 mmHg) e baixo risco cardiovascular, pode-se iniciar com monoterapia (como IECA, diurético ou BCC). A terapia combinada, que é frequentemente usada para pacientes com hipertensão mais grave ou com maior risco cardiovascular, geralmente é considerada quando não há controle adequado com a monoterapia.
No caso da Joana, com hipertensão estágio 2, sem complicações adicionais, e com fatores de risco moderados (sobrepeso e histórico familiar), a meta pressórica de 140/90 mmHg seria a mais apropriada.
Fatores de alto risco cardiovascular:
Idade
• Homens > 55 anos
• Mulheres > 65 anos
Pressão Arterial
• PA > 160/100 mmHg ou mal controlada
Colesterol
• LDL > 160 mg/dL
• Colesterol total elevado
Diabetes
• Diabetes tipo 1 ou 2 mal controlado
Histórico de Doenças Cardiovasculares
• Infarto do miocárdio (IAM); acidente vascular cerebral (AVC); angina
Doença Renal Crônica
- Estágio 3 ou mais
Síndrome Metabólica
• Obesidade abdominal, dislipidemia, hipertensão, resistência à insulina
Tabagismo
• Fumante ativo
Obesidade
• IMC > 30 kg/m² (obesidade mórbida)
Paciente Maria, 77 anos foi atendida no ambulatório de cardiologia devido
sopro cardíaco, encontra-se assintomática do ponto de vista cardiológico. Ao
exame: PA: 130x90 mmHg; FC 72 bpm; Carótidas com pulso de ascensão lenta.
Coração ritmo de 2 tempos com sopro sistólico aórtico +++ com B2 hipofonética
irradia para pescoço. Pulmões livres; abdômen sem hepatomegalia; membros
sem edema. Em relação ao caso clínico assinale a alternativa correta:
A) Estenose aórtica sem repercussão provável etiologia reumática.
B) Estenose aórtica com repercussão provável etiologia degenerativa.
C) Estenose aórtica com repercussão provável etiologia reumática.
D) Estenose aórtica sem repercussão provável etiologia degenerativa.
A alternativa correta é B) Estenose aórtica com repercussão provável etiologia degenerativa.
O caso descrito sugere que a paciente tem estenose aórtica com sintomas típicos de doença degenerativa. O sopro sistólico aórtico com irradiação para o pescoço e B2 hipofonética é característico da estenose aórtica, além de um pulso carotídeo de ascensão lenta, que está associado à obstrução significativa do fluxo através da válvula aórtica.
A paciente tem 77 anos, e em pacientes dessa faixa etária, a estenose aórtica degenerativa, ou calcificação da válvula aórtica, é a causa mais comum, ao contrário da estenose aórtica reumática, que é mais comum em pessoas mais jovens e geralmente está associada a um histórico de febre reumática. Por essa razão, a etiologia degenerativa é a mais provável.
As alternativas que envolvem a etiologia reumática (Alternativas A e C) não são adequadas para essa paciente, pois a idade avançada e a ausência de histórico de febre reumática tornam essa hipótese menos provável.
A Alternativa D, que sugere uma estenose aórtica sem repercussão de etiologia degenerativa, também está incorreta, pois a paciente apresenta sinais clínicos claros de repercussão da estenose, como a hipofonese da B2 e o pulso carotídeo de ascensão lenta.
João, 56 anos, diabético e hipertenso, apresentou quadro de Infarto do
Miocárdio há 40 dias e encontra-se assintomático, fazendo uso correto de
Succinato de Metoprolol, IECA, Atorvastatina, AAS, Metformina e Clopidogrel.
Coletou exames e LDL colesterol de 68 mg/dl com demais exames normais. Em
relação a meta lipídica pelas última Atualização da Diretriz Brasileira de
Dislipidemia, assinale a alternativa correta:
A) Meta de LDL colesterol é de 100 mg/dl.
B) Há necessidade de cálculo do escore de risco global para definir meta.
C) Meta de LDL colesterol é de 50 mg/dl.
D) Encontra-se dentro da meta lipídica.
De acordo com as diretrizes da SBC, para pacientes com alto risco cardiovascular (como João, que tem diabetes e histórico de infarto do miocárdio), a meta de LDL colesterol é inferior a 50 mg/dL. Essa meta agressiva visa reduzir significativamente o risco de novos eventos cardiovasculares, como infarto ou AVC, em pacientes que já apresentam doença arterial coronariana (DAC) ou outros fatores de risco graves.
Paciente do sexo masculino, 72 anos, com quadro de dispneia aos moderados
esforços que vem piorando há 4 meses. Refere tosse seca ao deitar. Hipertenso
e diabético em tratamento irregular há 8 anos. Em uso de amlodipina 10 mg 1 x
dia, hidroclorotiazida 25 mg 1 x dia e metformina 2g 1 x dia. Exame físico: PA
145/92, Estase Jugular ++/4 deitado a 45 graus, FC 92 bpm, Bulhas rítmicas sem
sopros, Ictus desviado á esquerda na palpatação, Pulmões com estertores em
base bilaterais, edema ++ de membros inferiores. Baseado na história acima, qual
o melhor tratamento inicial:
A) Aumentar a amlodipina para 10 mg 2 x dia e aumentar a dose de hidroclorotiazida
para 50 mg 1 x dia.
B) Trocar amlodipina por enalapril 10 mg 2 x dia e associar furosemida 40 mg 2 x dia.
C) Trocar amlodipina por enalapril 10 mg 2 x dia, carvedilol 25 mg 2 x dia e
associar furosemida 40 mg 2 x dia.
D) Manter Amlodipina, aumentar Hidroclorotiazida para 50 mg 1 x dia e associar
furosemida 40 mg 2 x dia.
Resposta correta: C) Trocar amlodipina por enalapril 10 mg 2 x dia, carvedilol 25 mg 2 x dia e
associar furosemida 40 mg 2 x dia.
O enalapril reduz a pressão arterial e ajuda na remodelação cardíaca. O carvedilol, um beta-bloqueador, é importante para diminuir a frequência cardíaca, reduzir a carga sobre o coração e melhorar a função ventricular. A furosemida é um diurético potente, fundamental para o controle do edema e dispneia em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva.
Embora a amlodipina ajude a controlar a hipertensão, ela não é a melhor escolha no tratamento da insuficiência cardíaca, já que os bloqueadores do cálcio não têm efeito terapêutico favorável sobre a função cardíaca. Além disso, a hidroclorotiazida pode ser útil no controle da pressão arterial, mas para controle de edema pulmonar e dispneia, um diurético mais potente, como a furosemida, é preferível.
A troca de amlodipina por enalapril (um inibidor da ECA) é uma boa opção, pois enalapril ajuda a controlar a pressão arterial e também tem um efeito neuro-hormonal benéfico no manejo da insuficiência cardíaca. No entanto, a furosemida deve ser associada para controle de edema, mas adicionar carvedilol (um beta-bloqueador) é crucial para melhorar a função cardíaca e controlar a frequência cardíaca.
Embora a furosemida seja apropriada, manter a amlodipina e aumentar a hidroclorotiazida não são as melhores abordagens. A amlodipina não é eficaz para insuficiência cardíaca e a dose elevada de hidroclorotiazida não é indicada, já que a furosemida é mais potente para controle do edema.
Sobre a Insuficiência Cardíaca assinale a alternativa correta:
A) É uma doença de idosos que tem como etiologia principal no Brasil a miocardiopatia
chagásica.
B) Pode acometer qualquer idade, tem incidência e prevalência muito alta, o tratamento
controla os sintomas, entretanto não reverte os diâmetros ventriculares ou a fração
deejeção.
C) Devido a sua fisiopatologia o uso de drogas como beta-bloqueadores, bloqueadores
dos canais de cálcio e diuréticos oferece o melhor tratamento.
D) Pode ser dividida em Insuficiência de Cardíaca de Fração de Ejeção preservada,
limítrofe ou reduzida; e é uma doença de prognóstico reservado independente da
Fração de Ejeção.
A alternativa correta é: D) Pode ser dividida em Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção preservada, limítrofe ou reduzida; e é uma doença de prognóstico reservado independente da Fração de Ejeção.
A insuficiência cardíaca pode ser classificada com base na fração de ejeção, e, independentemente da classificação, é uma condição de prognóstico reservado. A insuficiência cardíaca é classificada de acordo com a fração de ejeção (FE) do ventrículo esquerdo. Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), a FE é ≤ 40%, predominando a disfunção sistólica. Já na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP), a FE é ≥ 50%, sendo mais comum a disfunção diastólica. Existe ainda a insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida (ICFElr), caracterizada por uma FE entre 41% e 49%, representando um grupo intermediário.
Embora a miocardiopatia chagásica seja uma causa importante de insuficiência cardíaca no Brasil, ela não é a principal etiologia em todas as faixas etárias. A hipertensão e a cardiopatia isquêmica são também causas relevantes.
Apesar de o tratamento geralmente melhorar os sintomas e a sobrevida, em alguns casos, como no uso de terapias com inibidores de SGLT2 e antagonistas do receptor de mineralocorticoides, há melhora da fração de ejeção e remodelamento reverso.
O uso de bloqueadores dos canais de cálcio não é uma abordagem de primeira linha para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Beta-bloqueadores e inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona são preferidos.
Qual das classificações abaixo relacionada é preferível ser utilizada nos
quadros de Insuficiência Cardíaca Aguda:
A) Classificação funcional da NYHA.
B) Classificação do Perfil Clínico Hemodinâmico.
C) ICC diastólica X sistólica.
D) Classificação Prognóstica AHA/ACC (A/B/C/D).
Resposta corte: B) Classificação do Perfil Clínico Hemodinâmico.
Nos quadros de insuficiência cardíaca aguda (ICA), a Classificação do Perfil Clínico Hemodinâmico é preferível, pois avalia rapidamente o estado clínico do paciente com base na perfusão periférica (“quente” ou “frio”) e na congestão (“úmido” ou “seco”). Essa abordagem é essencial para guiar o manejo terapêutico imediato, como o uso de diuréticos, vasodilatadores ou inotrópicos.
O perfil quente e seco representa pacientes com boa perfusão periférica e ausência de congestão, estando compensados. O perfil quente e úmido, o mais comum, apresenta boa perfusão periférica, mas com sinais de congestão, como estase jugular e edema, e o tratamento envolve diuréticos e vasodilatadores. Já o perfil frio e úmido combina má perfusão periférica e congestão, sendo típico de choque cardiogênico ou insuficiência cardíaca grave, necessitando de suporte hemodinâmico e inotrópicos. Por fim, o perfil frio e seco apresenta má perfusão periférica sem congestão, associado a hipovolemia ou baixo débito, tratado com reposição volêmica ou inotrópicos conforme o caso.
João 61 anos, paciente hipertenso, diabético, dislipidêmico e tabagista, com
quadro de dor precordial tipo queimação de moderada intensidade, há 90 dias,
com irradiação para ombro esquerdo e região cervical esquerda, desencadeada
por esforço físico e melhora com o repouso, duração média de 5 minutos,
acompanhada de falta de ar e sensação de angústia. Em uso de enalapril 10mg
12/12h, amlodipino 5mg 12/12h, metformina 850mg 2x ao dia, AAS 100mg/dia,
sinvastatina 40mg/dia. Ao exame físico: PA 150/90 P: 110 bpm FR 12 RPM ; Bom
estado geral, eupneico e corado, sem estase jugular, Ritmo cardíaco 2 tempos,
regular e sem sopros, Pulmões sem ruídos adventícios; Abdômen: sem
visceromegalias; Membros inferiores: sem edema / com pulsos presentes mas
diminuídos.
Exame laboratoriais:
Glicemia: 140 mg/dl
Hemoglobina: 7,5%
Creatinina: 1,6 mg/dl
Colesterol: 200 mg/dl
HDL-c: 45 mg/dl
LDL: 105 mg/dl
Triglicerídeos: 200 mg/dl
Em relação ao caso clínico, assinale a alternativa correta:
A) O quadro clínico é de angina de peito instável pois a dor esta associada há dispnéia
esensação de angústia.
B) A dor precordial tem irradiação para ombro esquerdo e região cervical por esta razão
é tida como dor típica anginosa típica.
C) O nível de LDL colesterol está satisfatório para o tratamento, não sendo necessária a
trocada estatina.
D) A primeira linha de tratamento para alivio da angina são os beta-bloqueador pois
além de diminuir a frequência cardíaca, diminui o consumo miocárdio de oxigênio.
Resposta correta: D) A primeira linha de tratamento para alivio da angina são os beta-bloqueador pois além de diminuir a frequência cardíaca, diminui o consumo miocárdio de oxigênio.
Beta-bloqueadores são de fato a primeira linha para controle da angina estável, pois reduzem a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio do miocárdio, ajudando a prevenir novos episódios de dor.
A descrição do caso indica angina estável, com dor desencadeada por esforço físico e aliviada com repouso, típica desse diagnóstico.
Embora a dor descrita seja compatível com angina típica, a irradiação isoladamente não caracteriza a dor como anginosa típica. Para ser considerada típica, ela deve preencher os três critérios principais: Localização e característica (dor no peito com queimação ou aperto); Relação com esforço físico; Alívio com repouso ou nitrato.
O paciente é de muito alto risco cardiovascular (diabetes, hipertensão, tabagismo e histórico de dor anginosa). Dessa forma, a meta de LDL para esses pacientes é < 50 mg/dL, conforme diretrizes atuais. Logo, é necessária a intensificação do tratamento com estatinas ou combinação com outros hipolipemiantes.
João 61 anos, paciente hipertenso, diabético, dislipidêmico e tabagista, com
quadro de dor precordial tipo queimação de moderada intensidade, há 90 dias,
com irradiação para ombro esquerdo e região cervical esquerda, desencadeada
por esforço físico e melhora com o repouso, duração média de 5 minutos,
acompanhada de falta de ar e sensação de angústia. Em uso de enalapril 10mg
12/12h, amlodipino 5mg 12/12h, metformina 850mg 2x ao dia, AAS 100mg/dia,
sinvastatina 40mg/dia. Ao exame físico: PA 150/90 P: 110 bpm FR 12 RPM ; Bom
estado geral, eupneico e corado, sem estase jugular, Ritmo cardíaco 2 tempos,
regular e sem sopros, Pulmões sem ruídos adventícios; Abdômen: sem
visceromegalias; Membros inferiores: sem edema / com pulsos presentes mas
diminuídos.
Exame laboratoriais:
Glicemia: 140 mg/dl
Hemoglobina: 7,5%
Creatinina: 1,6 mg/dl
Colesterol: 200 mg/dl
HDL-c: 45 mg/dl
LDL: 105 mg/dl
Triglicerídeos: 200 mg/dl
Ainda em relação ao caso, assinale a alternativa correta:
A) Quando a angina é causada por obstrução ao fluxo de sangue determinada por uma
placa excêntrica é comum termos limiares variáveis da dor.
B) O nível adequado para a pressão arterial, neste paciente, é abaixo de 140/90 mmHg.
C) Apesar da ação vasodilatadora, a amlodipina é segunda opção no tratamento da
hipertensão arterial em pacientes com angina de peito
D) A classificação da Angina deste paciente é tipo B, pois é de moderada intensidade.
Resposta correta: A) Quando a angina é causada por obstrução ao fluxo de sangue determinada por uma placa excêntrica, é comum termos limiares variáveis da dor.
A obstrução por uma placa excêntrica pode causar variação no limiar da dor devido à instabilidade da placa e suas características irregulares. Essas placas podem levar a episódios intermitentes de angina, com limiares de dor variáveis dependendo da posição e da evolução da lesão. Uma placa excêntrica é uma lesão aterosclerótica que se forma de maneira assimétrica, ou seja, a gordura e os elementos da placa não estão distribuídos de forma uniforme ao longo da parede arterial. Em vez de uma placa aterosclerótica homogênea, a placa excêntrica tem uma distribuição irregular, com áreas mais espessas e outras mais finas, o que pode criar uma obstrução desigual do fluxo sanguíneo.
O paciente possui alto risco cardiovascular e a meta para pressão arterial em pacientes nesse caso é inferior a 130/80 mmHg, conforme as diretrizes atuais.
A amlodipina, que é um bloqueador dos canais de cálcio, não é segunda opção no tratamento da hipertensão em pacientes com angina. Ela é, de fato, uma opção de primeira linha para controle da pressão arterial, especialmente em pacientes com angina, pois a vasodilatação que ela promove também pode ajudar a aliviar a dor anginosa.
A Classificação da Angina Tipo B se refere, no contexto das diretrizes, ao risco de doença arterial coronariana, que pode ser associada a angina, mas não se aplica diretamente à gravidade da dor. Portanto, com base nos dados do caso, a angina do paciente provavelmente seria classificada como angina estável, classe II, o que significa que a dor ocorre com esforços mais intensos e pode limitar um pouco a atividade, mas o paciente não apresenta dor em repouso.
Com relação a insuficiência coronariana, relacione a primeira coluna com a
segunda.
I. Exame que frequentemente está normal na Síndrome Coronariana Crônica (angina estável);
II. Exame que tem boa sensibilidade para detecção de área isquêmica e nos dá a porcentagem de área em risco;
III. Marcador que quando presente piora o prognóstico da Insuficiência Coronariana Crônica;
IV. Ainda é um teste útil para detecção de isquemias e tem a vantagem de estabelecer o limiar de isquemia variável que pode ser usado para orientações de exercícios físicos.
A. Teste ergométrico em esteira rolante;
B. Cintilografia do miocárdio de repouso e com estresse;
C. BNP, peptídeo natriurético cerebral;
D. Eletrocardiograma em repouso.
A seguir assinale a alternativa que indica a sequência correta:
A) I-A, II-B, III-C, IV-D
B) I-D, II-B, III-C, IV-A
C) I-D, II-A, III-C, IV-B
D) I-B, II-C, III-A, IV-D
O eletrocardiograma em repouso (D) é frequentemente normal em casos de angina estável, especialmente quando o paciente não está em crise aguda.
A cintilografia do miocárdio de repouso e com estresse (B) é um exame altamente sensível para detectar áreas isquêmicas, ajudando a quantificar a porcentagem de área do miocárdio em risco.
O *BNP, peptídeo natriurético cerebral** (C) é um marcador associado ao prognóstico em insuficiência coronariana crônica, com níveis elevados sugerindo pior prognóstico, indicando maior sobrecarga cardíaca.
O teste ergométrico em esteira rolante (A) é útil para detectar isquemias e é especialmente valioso para estabelecer o limiar de isquemia durante o esforço, o que pode ser útil na prescrição de exercícios físicos.
Você está atendendo um paciente em parada cardiorrespiratória (PCR) e a análise de ritmo no monitor cardíaco evidencia o traçado abaixo. Qual conduta prioritária para este paciente?
ECG: Clique aqui para acessar o link
A) Adrenalina 1 mg
B) Amiodarona 300 mg
C) Atropina 0,5 mg
D) Desfibrilação
Resposta correta: D) Desfibrilação.
O traçado do ECG mostra fibrilação ventricular (FV), um ritmo chocável em casos de parada cardiorrespiratória. A conduta prioritária é a desfibrilação.
Os ritmos chocáveis em casos de parada cardiorrespiratória (PCR) são:
Fibrilação ventricular (FV):Traçado caótico e irregular, sem complexos QRS definidos; Indica desorganização elétrica completa dos ventrículos.
Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP):Traçado com complexos QRS alargados, regulares e monomórficos (ou polimórficos), mas sem atividade mecânica eficaz.**
Em ambos os casos, a conduta inicial é a desfibrilação precoce, seguida por compressões torácicas e medicações específicas (como adrenalina e amiodarona, conforme o protocolo).
Os ritmos não chocáveis em casos de parada cardiorrespiratória (PCR) são:
Atividade elétrica sem pulso (AESP): Traçado elétrico no monitor (que pode ser organizado ou não), mas sem pulso palpável. Representa atividade elétrica dissociada da contração mecânica do coração.
Assistolia:Ausência total de atividade elétrica, evidenciada por uma linha isoelétrica no monitor. É o ritmo mais grave, associado a prognóstico desfavorável.
Considere as afirmativas a seguir:
I. A ventilação de pacientes em PCR com via aérea avançada deve ser realizada de maneira intercalada, sendo 30 compressões torácicas seguidas por 2 ventilações.
II. A adrenalina dever ser realizada assim que o acesso venoso estiver disponível nos pacientes em PCR com ritmo não chocáveis.
III. O controle direcionado de temperatura tem como objetivo minimizar as sequelas neurológicas decorrentes da PCR e está indicada para pacientes que não obedecem comandos verbais após a PCR.
IV. A reanimação cardiopulmonar é uma contraindicação absoluta à realização de trombolíticos.
Assinale a alternativa que contem apenas as afirmativas corretas:
A) I e II
B) II e III
C) I, II e III
D) II, III e IV
Com via aérea avançada (tubo orotraqueal ou máscara laríngea), as compressões torácicas são contínuas, sem interrupção para ventilações, que devem ser realizadas a cada 6 segundos (10 ventilações por minuto).
Nos ritmos não chocáveis (AESP e assistolia), a administração de adrenalina deve ser priorizada o mais rápido possível, idealmente após obtenção de acesso venoso ou intraósseo.
O controle direcionado da temperatura (32–36°C por 24–48 horas) reduz o risco de lesão cerebral em pacientes que permanecem inconscientes após o retorno da circulação espontânea (RCE).
A RCP não contraindica o uso de trombolíticos, especialmente em casos de PCR causada por tromboembolismo pulmonar (TEP) suspeito ou confirmado. O uso é baseado na avaliação do benefício e do risco.
Em relação ao tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM), é correto
afirmar que:
A) O ácido acetilsalicílico (AAS) está contraindicado nos pacientes com eletrocardiograma normal.
B) O uso de dois antiagregantes plaquetários (AAS e clopidogrel) está indicado para os pacientes com IAM com supra ST e também naqueles sem supra ST.
C) Pacientes submetidos a trombólise química devem receber antiagregantes apenas após 48 horas do término do trombolítico.
D) A reperfusão coronariana com angioplastia primária está indicada para os pacientes com IAM, independente do eletrocardiograma.
Resposta correta: B) O uso de dois antiagregantes plaquetários (AAS e clopidogrel) está indicado para os pacientes com IAM com supra ST e também naqueles sem supra ST.
O tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM) inclui a administração de antiagregação plaquetária dupla, com ácido acetilsalicílico (300 mg como dose de ataque, seguido de 100 mg/dia) e um inibidor do receptor P2Y12, como clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor, ambos indicados tanto em IAM com supra de ST (IAMCSST) quanto sem supra (IAMSSST). Além disso, utiliza-se anticoagulação com enoxaparina, heparina não fracionada ou bivalirudina para prevenir a formação de novos trombos. O manejo inclui também betabloqueadores, que ajudam a reduzir a demanda miocárdica de oxigênio, nitratos para alívio da dor torácica, e estatinas de alta potência, como a atorvastatina, para estabilizar a placa aterosclerótica.
O AAS é indicado em casos de suspeita de síndrome coronariana aguda (SCA), independentemente do traçado eletrocardiográfico, devido à sua ação antiagregante plaquetária, exceto em situações de contraindicação absoluta (ex.: alergia grave ou hemorragia ativa).
A administração de antiagregantes, como o AAS e o clopidogrel, deve ser feita imediatamente, mesmo em pacientes submetidos a trombólise química, para prevenir a formação de novos trombos.
A angioplastia primária é a estratégia de reperfusão preferencial para pacientes com IAM com supra de ST (IAMCSST). No caso do IAM sem supra de ST (IAMSSST), ela é indicada apenas para pacientes de alto risco (ex.: dor refratária, instabilidade hemodinâmica, arritmias graves ou escore de GRACE elevado), e não de forma generalizada ou “independente do eletrocardiograma”
Indique a alternativa que relaciona um sinal clínico de estenose aórtica
severa:
A) Sopro diastólico aspirativo decrescente.
B) Pressão arterial sistólica e diastólica divergente.
C) Pulso Parvus et Tardus.
D) Estalido de abertura precoce.
Resposta correta: C) Pulso Parvus et Tardus.
O pulso Parvus et Tardus é um sinal clássico da estenose aórtica severa, caracterizado por um pulso arterial de baixa amplitude (“Parvus”) e tardio (“Tardus”), devido à obstrução à ejeção do ventrículo esquerdo.
Sopro diastólico aspirativo decrescente está associado à insuficiência aórtica, não à estenose aórtica.
Pressão arterial sistólica e diastólica divergente é um achado típico da insuficiência aórtica, caracterizada por pressão de pulso aumentada.
Estalido de abertura precoce: relaciona-se a estenose mitral, não a estenose aórtica.
Em relação ao tratamento da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida, quais das alternativas abaixo possui somente drogas que melhoram o prognóstico da doença:
A) Amlodipina, Furosemida e Enalapril.
B) Carvedilol, Hidroclorotiazida e Enalapril
C) Carvedilol, Espironolactona e Enalapril.
D) Amlodipina, Espironolactona e Losartana
A resposta correta é C) Carvedilol, Espironolactona e Enalapril.
Carvedilol é um betabloqueador que melhora o prognóstico na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), reduzindo a mortalidade e a hospitalização. Espironolactona é um antagonista da aldosterona, que tem um efeito benéfico na redução da mortalidade e hospitalizações em pacientes com ICFER. Enalapril é um inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA), que também melhora o prognóstico na ICFER, reduzindo a mortalidade e a progressão da doença.
As outras alternativas incluem medicamentos que não têm um efeito claro no prognóstico, como amlodipina (um bloqueador dos canais de cálcio) e hidroclorotiazida (um diurético, que alivia sintomas mas não melhora o prognóstico).
Em relação ao ECG na avaliação de sobrecarga de ventrículo esquerdo, é
correto afirmar que:
A) O ECG apresenta boa sensibilidade e valor preditivo negativo para sobrecarga de
ventrículo esquerdo, sendo, portanto, um bom método de screening.
B) Entre as causas habituais de sinais eletrocardiográficos de sobrecarga de ventrículo
esquerdo estão a estenose aórtica, hipertensão arterial, estenose mitral e
miocardiopatia hipertrófica.
C) Os critérios de voltagem para sobrecarga de ventrículo esquerdo devem ser
interpretados independentemente de outros achados, como padrão “strain” da
repolarização, desvio do eixo elétrico no plano frontal e sinais de sobrecarga de átrio
esquerdo.
D) Embora os critérios eletrocardiográficos para sobrecarga de ventrículo esquerdo
sejam pouco sensíveis, quando detectados e confirmados, eles apresentam valor
prognóstico.
Resposta correta: D) Embora os critérios eletrocardiográficos para sobrecarga de ventrículo esquerdo sejam pouco sensíveis, quando detectados e confirmados, eles apresentam valor
prognóstico.
Os critérios eletrocardiográficos para sobrecarga de ventrículo esquerdo têm baixa sensibilidade, mas quando presentes e confirmados, têm valor prognóstico importante. A presença de sinais de sobrecarga do VE no ECG pode indicar risco aumentado de complicações e é um indicativo relevante na gestão clínica do paciente.
O ECG não tem boa sensibilidade para detectar sobrecarga de ventrículo esquerdo (VE), o que o torna menos confiável como método de triagem ou screening. Ele pode ajudar no diagnóstico, mas não é a melhor ferramenta para detecção precoce.
A estenose mitral, causa sobrecarga atrial esquerda e não sobrecarga de ventrículo esquerdo. As outras condições (estenose aórtica, hipertensão arterial e miocardiopatia hipertrófica) são causas de sobrecarga do VE, mas a estenose mitral não se encaixa nesse contexto.
A interpretação dos critérios de voltagem para sobrecarga do VE deve considerar outros achados eletrocardiográficos, como o padrão “strain” da repolarização, desvio do eixo elétrico e sinais de sobrecarga do átrio esquerdo. Interpretar isoladamente pode levar a diagnósticos imprecisos.