Prova 2021 Flashcards

1
Q

Paciente Joana, feminino, 29 anos, foi atendida no Pronto Socorro com quadro
de cefaléia, nega dispnéia ou precordialgia. Usa anticoncepcional. Não tabagista
ou etilista. GII PI CI, nega diabetes, dislipidemia. Mãe teve infarto com 65 anos.
Pai hipertenso. Ao exame: PA 156/102 mmHg; FC 88 bpm; Peso 72 Kg; Altura 1.61
m; CA: 92 cm; Coração ritmo de 2 tempos sem sopro; pulmões livres; abdômen
sem hepatomegalia, sem sopro; membros pulsos simétricos e normais. Em
relação ao caso clínico meta pressória e conduta assinale a alternativa correta:

A) Meta pressórica menor que 140x90 mmHg – monoterapia com IECA.
B) Meta pressórica menor que 130x80 mmHg – monoterapia com Bloqueador de Canal
de Cálcio (BCC).
C) Meta pressórica menor que 140x80 mmHg – terapia combinada com BCC e Diurético.
D) Meta pressórica menor que 130x80 mmHg - terapia combinada com BCC e Diurético

A

Resposta correta: A) Meta pressórica menor que 140x90 mmHg – monoterapia com IECA.
A paciente Joana apresenta hipertensão arterial com pressão arterial de 156/102 mmHg, o que classifica sua condição como hipertensão estágio 2, de acordo com as diretrizes atuais.

A SBC recomenda uma estratificação de risco para determinar a necessidade de intervenção precoce e a escolha da terapêutica. A estratificação de risco pode ser feita com o escore de Framingham ou calculadoras de risco cardiovascular que combinam fatores como idade, sexo, pressão arterial, níveis de colesterol, tabagismo e histórico familiar.

As diretrizes mais recentes sobre o tratamento da hipertensão sugerem que em pacientes com hipertensão estágio 1 (PA entre 140-159/90-99 mmHg) e baixo risco cardiovascular, pode-se iniciar com monoterapia (como IECA, diurético ou BCC). A terapia combinada, que é frequentemente usada para pacientes com hipertensão mais grave ou com maior risco cardiovascular, geralmente é considerada quando não há controle adequado com a monoterapia.

No caso da Joana, com hipertensão estágio 2, sem complicações adicionais, e com fatores de risco moderados (sobrepeso e histórico familiar), a meta pressórica de 140/90 mmHg seria a mais apropriada.

Fatores de alto risco cardiovascular:

Idade
• Homens > 55 anos
• Mulheres > 65 anos

Pressão Arterial
• PA > 160/100 mmHg ou mal controlada

Colesterol
• LDL > 160 mg/dL
• Colesterol total elevado

Diabetes
• Diabetes tipo 1 ou 2 mal controlado

Histórico de Doenças Cardiovasculares
• Infarto do miocárdio (IAM); acidente vascular cerebral (AVC); angina

Doença Renal Crônica
- Estágio 3 ou mais

Síndrome Metabólica
• Obesidade abdominal, dislipidemia, hipertensão, resistência à insulina

Tabagismo
• Fumante ativo

Obesidade
• IMC > 30 kg/m² (obesidade mórbida)

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2
Q

Paciente Maria, 77 anos foi atendida no ambulatório de cardiologia devido
sopro cardíaco, encontra-se assintomática do ponto de vista cardiológico. Ao
exame: PA: 130x90 mmHg; FC 72 bpm; Carótidas com pulso de ascensão lenta.
Coração ritmo de 2 tempos com sopro sistólico aórtico +++ com B2 hipofonética
irradia para pescoço. Pulmões livres; abdômen sem hepatomegalia; membros
sem edema. Em relação ao caso clínico assinale a alternativa correta:

A) Estenose aórtica sem repercussão provável etiologia reumática.
B) Estenose aórtica com repercussão provável etiologia degenerativa.
C) Estenose aórtica com repercussão provável etiologia reumática.
D) Estenose aórtica sem repercussão provável etiologia degenerativa.

A

A alternativa correta é B) Estenose aórtica com repercussão provável etiologia degenerativa.

O caso descrito sugere que a paciente tem estenose aórtica com sintomas típicos de doença degenerativa. O sopro sistólico aórtico com irradiação para o pescoço e B2 hipofonética é característico da estenose aórtica, além de um pulso carotídeo de ascensão lenta, que está associado à obstrução significativa do fluxo através da válvula aórtica.

A paciente tem 77 anos, e em pacientes dessa faixa etária, a estenose aórtica degenerativa, ou calcificação da válvula aórtica, é a causa mais comum, ao contrário da estenose aórtica reumática, que é mais comum em pessoas mais jovens e geralmente está associada a um histórico de febre reumática. Por essa razão, a etiologia degenerativa é a mais provável.

As alternativas que envolvem a etiologia reumática (Alternativas A e C) não são adequadas para essa paciente, pois a idade avançada e a ausência de histórico de febre reumática tornam essa hipótese menos provável.

A Alternativa D, que sugere uma estenose aórtica sem repercussão de etiologia degenerativa, também está incorreta, pois a paciente apresenta sinais clínicos claros de repercussão da estenose, como a hipofonese da B2 e o pulso carotídeo de ascensão lenta.

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3
Q

João, 56 anos, diabético e hipertenso, apresentou quadro de Infarto do
Miocárdio há 40 dias e encontra-se assintomático, fazendo uso correto de
Succinato de Metoprolol, IECA, Atorvastatina, AAS, Metformina e Clopidogrel.
Coletou exames e LDL colesterol de 68 mg/dl com demais exames normais. Em
relação a meta lipídica pelas última Atualização da Diretriz Brasileira de
Dislipidemia, assinale a alternativa correta:

A) Meta de LDL colesterol é de 100 mg/dl.
B) Há necessidade de cálculo do escore de risco global para definir meta.
C) Meta de LDL colesterol é de 50 mg/dl.
D) Encontra-se dentro da meta lipídica.

A

De acordo com as diretrizes da SBC, para pacientes com alto risco cardiovascular (como João, que tem diabetes e histórico de infarto do miocárdio), a meta de LDL colesterol é inferior a 50 mg/dL. Essa meta agressiva visa reduzir significativamente o risco de novos eventos cardiovasculares, como infarto ou AVC, em pacientes que já apresentam doença arterial coronariana (DAC) ou outros fatores de risco graves.

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4
Q

Paciente do sexo masculino, 72 anos, com quadro de dispneia aos moderados
esforços que vem piorando há 4 meses. Refere tosse seca ao deitar. Hipertenso
e diabético em tratamento irregular há 8 anos. Em uso de amlodipina 10 mg 1 x
dia, hidroclorotiazida 25 mg 1 x dia e metformina 2g 1 x dia. Exame físico: PA
145/92, Estase Jugular ++/4 deitado a 45 graus, FC 92 bpm, Bulhas rítmicas sem
sopros, Ictus desviado á esquerda na palpatação, Pulmões com estertores em
base bilaterais, edema ++ de membros inferiores. Baseado na história acima, qual
o melhor tratamento inicial:

A) Aumentar a amlodipina para 10 mg 2 x dia e aumentar a dose de hidroclorotiazida
para 50 mg 1 x dia.
B) Trocar amlodipina por enalapril 10 mg 2 x dia e associar furosemida 40 mg 2 x dia.
C) Trocar amlodipina por enalapril 10 mg 2 x dia, carvedilol 25 mg 2 x dia e
associar furosemida 40 mg 2 x dia.
D) Manter Amlodipina, aumentar Hidroclorotiazida para 50 mg 1 x dia e associar
furosemida 40 mg 2 x dia.

A

Resposta correta: C) Trocar amlodipina por enalapril 10 mg 2 x dia, carvedilol 25 mg 2 x dia e
associar furosemida 40 mg 2 x dia.

O enalapril reduz a pressão arterial e ajuda na remodelação cardíaca. O carvedilol, um beta-bloqueador, é importante para diminuir a frequência cardíaca, reduzir a carga sobre o coração e melhorar a função ventricular. A furosemida é um diurético potente, fundamental para o controle do edema e dispneia em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva.

Embora a amlodipina ajude a controlar a hipertensão, ela não é a melhor escolha no tratamento da insuficiência cardíaca, já que os bloqueadores do cálcio não têm efeito terapêutico favorável sobre a função cardíaca. Além disso, a hidroclorotiazida pode ser útil no controle da pressão arterial, mas para controle de edema pulmonar e dispneia, um diurético mais potente, como a furosemida, é preferível.

A troca de amlodipina por enalapril (um inibidor da ECA) é uma boa opção, pois enalapril ajuda a controlar a pressão arterial e também tem um efeito neuro-hormonal benéfico no manejo da insuficiência cardíaca. No entanto, a furosemida deve ser associada para controle de edema, mas adicionar carvedilol (um beta-bloqueador) é crucial para melhorar a função cardíaca e controlar a frequência cardíaca.

Embora a furosemida seja apropriada, manter a amlodipina e aumentar a hidroclorotiazida não são as melhores abordagens. A amlodipina não é eficaz para insuficiência cardíaca e a dose elevada de hidroclorotiazida não é indicada, já que a furosemida é mais potente para controle do edema.

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5
Q

Sobre a Insuficiência Cardíaca assinale a alternativa correta:

A) É uma doença de idosos que tem como etiologia principal no Brasil a miocardiopatia
chagásica.
B) Pode acometer qualquer idade, tem incidência e prevalência muito alta, o tratamento
controla os sintomas, entretanto não reverte os diâmetros ventriculares ou a fração
deejeção.
C) Devido a sua fisiopatologia o uso de drogas como beta-bloqueadores, bloqueadores
dos canais de cálcio e diuréticos oferece o melhor tratamento.
D) Pode ser dividida em Insuficiência de Cardíaca de Fração de Ejeção preservada,
limítrofe ou reduzida; e é uma doença de prognóstico reservado independente da
Fração de Ejeção.

A

A alternativa correta é: D) Pode ser dividida em Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção preservada, limítrofe ou reduzida; e é uma doença de prognóstico reservado independente da Fração de Ejeção.

A insuficiência cardíaca pode ser classificada com base na fração de ejeção, e, independentemente da classificação, é uma condição de prognóstico reservado. A insuficiência cardíaca é classificada de acordo com a fração de ejeção (FE) do ventrículo esquerdo. Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), a FE é ≤ 40%, predominando a disfunção sistólica. Já na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP), a FE é ≥ 50%, sendo mais comum a disfunção diastólica. Existe ainda a insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida (ICFElr), caracterizada por uma FE entre 41% e 49%, representando um grupo intermediário.

Embora a miocardiopatia chagásica seja uma causa importante de insuficiência cardíaca no Brasil, ela não é a principal etiologia em todas as faixas etárias. A hipertensão e a cardiopatia isquêmica são também causas relevantes.

Apesar de o tratamento geralmente melhorar os sintomas e a sobrevida, em alguns casos, como no uso de terapias com inibidores de SGLT2 e antagonistas do receptor de mineralocorticoides, há melhora da fração de ejeção e remodelamento reverso.

O uso de bloqueadores dos canais de cálcio não é uma abordagem de primeira linha para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Beta-bloqueadores e inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona são preferidos.

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6
Q

Qual das classificações abaixo relacionada é preferível ser utilizada nos
quadros de Insuficiência Cardíaca Aguda:

A) Classificação funcional da NYHA.
B) Classificação do Perfil Clínico Hemodinâmico.
C) ICC diastólica X sistólica.
D) Classificação Prognóstica AHA/ACC (A/B/C/D).

A

Resposta corte: B) Classificação do Perfil Clínico Hemodinâmico.

Nos quadros de insuficiência cardíaca aguda (ICA), a Classificação do Perfil Clínico Hemodinâmico é preferível, pois avalia rapidamente o estado clínico do paciente com base na perfusão periférica (“quente” ou “frio”) e na congestão (“úmido” ou “seco”). Essa abordagem é essencial para guiar o manejo terapêutico imediato, como o uso de diuréticos, vasodilatadores ou inotrópicos.

O perfil quente e seco representa pacientes com boa perfusão periférica e ausência de congestão, estando compensados. O perfil quente e úmido, o mais comum, apresenta boa perfusão periférica, mas com sinais de congestão, como estase jugular e edema, e o tratamento envolve diuréticos e vasodilatadores. Já o perfil frio e úmido combina má perfusão periférica e congestão, sendo típico de choque cardiogênico ou insuficiência cardíaca grave, necessitando de suporte hemodinâmico e inotrópicos. Por fim, o perfil frio e seco apresenta má perfusão periférica sem congestão, associado a hipovolemia ou baixo débito, tratado com reposição volêmica ou inotrópicos conforme o caso.

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7
Q

João 61 anos, paciente hipertenso, diabético, dislipidêmico e tabagista, com
quadro de dor precordial tipo queimação de moderada intensidade, há 90 dias,
com irradiação para ombro esquerdo e região cervical esquerda, desencadeada
por esforço físico e melhora com o repouso, duração média de 5 minutos,
acompanhada de falta de ar e sensação de angústia. Em uso de enalapril 10mg
12/12h, amlodipino 5mg 12/12h, metformina 850mg 2x ao dia, AAS 100mg/dia,
sinvastatina 40mg/dia. Ao exame físico: PA 150/90 P: 110 bpm FR 12 RPM ; Bom
estado geral, eupneico e corado, sem estase jugular, Ritmo cardíaco 2 tempos,
regular e sem sopros, Pulmões sem ruídos adventícios; Abdômen: sem
visceromegalias; Membros inferiores: sem edema / com pulsos presentes mas
diminuídos.

Exame laboratoriais:
Glicemia: 140 mg/dl
Hemoglobina: 7,5%
Creatinina: 1,6 mg/dl
Colesterol: 200 mg/dl
HDL-c: 45 mg/dl
LDL: 105 mg/dl
Triglicerídeos: 200 mg/dl

Em relação ao caso clínico, assinale a alternativa correta:

A) O quadro clínico é de angina de peito instável pois a dor esta associada há dispnéia
esensação de angústia.
B) A dor precordial tem irradiação para ombro esquerdo e região cervical por esta razão
é tida como dor típica anginosa típica.
C) O nível de LDL colesterol está satisfatório para o tratamento, não sendo necessária a
trocada estatina.
D) A primeira linha de tratamento para alivio da angina são os beta-bloqueador pois
além de diminuir a frequência cardíaca, diminui o consumo miocárdio de oxigênio.

A

Resposta correta: D) A primeira linha de tratamento para alivio da angina são os beta-bloqueador pois além de diminuir a frequência cardíaca, diminui o consumo miocárdio de oxigênio.

Beta-bloqueadores são de fato a primeira linha para controle da angina estável, pois reduzem a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio do miocárdio, ajudando a prevenir novos episódios de dor.

A descrição do caso indica angina estável, com dor desencadeada por esforço físico e aliviada com repouso, típica desse diagnóstico.

Embora a dor descrita seja compatível com angina típica, a irradiação isoladamente não caracteriza a dor como anginosa típica. Para ser considerada típica, ela deve preencher os três critérios principais: Localização e característica (dor no peito com queimação ou aperto); Relação com esforço físico; Alívio com repouso ou nitrato.

O paciente é de muito alto risco cardiovascular (diabetes, hipertensão, tabagismo e histórico de dor anginosa). Dessa forma, a meta de LDL para esses pacientes é < 50 mg/dL, conforme diretrizes atuais. Logo, é necessária a intensificação do tratamento com estatinas ou combinação com outros hipolipemiantes.

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8
Q

João 61 anos, paciente hipertenso, diabético, dislipidêmico e tabagista, com
quadro de dor precordial tipo queimação de moderada intensidade, há 90 dias,
com irradiação para ombro esquerdo e região cervical esquerda, desencadeada
por esforço físico e melhora com o repouso, duração média de 5 minutos,
acompanhada de falta de ar e sensação de angústia. Em uso de enalapril 10mg
12/12h, amlodipino 5mg 12/12h, metformina 850mg 2x ao dia, AAS 100mg/dia,
sinvastatina 40mg/dia. Ao exame físico: PA 150/90 P: 110 bpm FR 12 RPM ; Bom
estado geral, eupneico e corado, sem estase jugular, Ritmo cardíaco 2 tempos,
regular e sem sopros, Pulmões sem ruídos adventícios; Abdômen: sem
visceromegalias; Membros inferiores: sem edema / com pulsos presentes mas
diminuídos.

Exame laboratoriais:
Glicemia: 140 mg/dl
Hemoglobina: 7,5%
Creatinina: 1,6 mg/dl
Colesterol: 200 mg/dl
HDL-c: 45 mg/dl
LDL: 105 mg/dl
Triglicerídeos: 200 mg/dl

Ainda em relação ao caso, assinale a alternativa correta:

A) Quando a angina é causada por obstrução ao fluxo de sangue determinada por uma
placa excêntrica é comum termos limiares variáveis da dor.
B) O nível adequado para a pressão arterial, neste paciente, é abaixo de 140/90 mmHg.
C) Apesar da ação vasodilatadora, a amlodipina é segunda opção no tratamento da
hipertensão arterial em pacientes com angina de peito
D) A classificação da Angina deste paciente é tipo B, pois é de moderada intensidade.

A

Resposta correta: A) Quando a angina é causada por obstrução ao fluxo de sangue determinada por uma placa excêntrica, é comum termos limiares variáveis da dor.

A obstrução por uma placa excêntrica pode causar variação no limiar da dor devido à instabilidade da placa e suas características irregulares. Essas placas podem levar a episódios intermitentes de angina, com limiares de dor variáveis dependendo da posição e da evolução da lesão. Uma placa excêntrica é uma lesão aterosclerótica que se forma de maneira assimétrica, ou seja, a gordura e os elementos da placa não estão distribuídos de forma uniforme ao longo da parede arterial. Em vez de uma placa aterosclerótica homogênea, a placa excêntrica tem uma distribuição irregular, com áreas mais espessas e outras mais finas, o que pode criar uma obstrução desigual do fluxo sanguíneo.

O paciente possui alto risco cardiovascular e a meta para pressão arterial em pacientes nesse caso é inferior a 130/80 mmHg, conforme as diretrizes atuais.

A amlodipina, que é um bloqueador dos canais de cálcio, não é segunda opção no tratamento da hipertensão em pacientes com angina. Ela é, de fato, uma opção de primeira linha para controle da pressão arterial, especialmente em pacientes com angina, pois a vasodilatação que ela promove também pode ajudar a aliviar a dor anginosa.

A Classificação da Angina Tipo B se refere, no contexto das diretrizes, ao risco de doença arterial coronariana, que pode ser associada a angina, mas não se aplica diretamente à gravidade da dor. Portanto, com base nos dados do caso, a angina do paciente provavelmente seria classificada como angina estável, classe II, o que significa que a dor ocorre com esforços mais intensos e pode limitar um pouco a atividade, mas o paciente não apresenta dor em repouso.

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9
Q

Com relação a insuficiência coronariana, relacione a primeira coluna com a
segunda.

I. Exame que frequentemente está normal na Síndrome Coronariana Crônica (angina estável);
II. Exame que tem boa sensibilidade para detecção de área isquêmica e nos dá a porcentagem de área em risco;
III. Marcador que quando presente piora o prognóstico da Insuficiência Coronariana Crônica;
IV. Ainda é um teste útil para detecção de isquemias e tem a vantagem de estabelecer o limiar de isquemia variável que pode ser usado para orientações de exercícios físicos.

A. Teste ergométrico em esteira rolante;
B. Cintilografia do miocárdio de repouso e com estresse;
C. BNP, peptídeo natriurético cerebral;
D. Eletrocardiograma em repouso.

A seguir assinale a alternativa que indica a sequência correta:
A) I-A, II-B, III-C, IV-D
B) I-D, II-B, III-C, IV-A
C) I-D, II-A, III-C, IV-B
D) I-B, II-C, III-A, IV-D

A

O eletrocardiograma em repouso (D) é frequentemente normal em casos de angina estável, especialmente quando o paciente não está em crise aguda.

A cintilografia do miocárdio de repouso e com estresse (B) é um exame altamente sensível para detectar áreas isquêmicas, ajudando a quantificar a porcentagem de área do miocárdio em risco.

O *BNP, peptídeo natriurético cerebral** (C) é um marcador associado ao prognóstico em insuficiência coronariana crônica, com níveis elevados sugerindo pior prognóstico, indicando maior sobrecarga cardíaca.

O teste ergométrico em esteira rolante (A) é útil para detectar isquemias e é especialmente valioso para estabelecer o limiar de isquemia durante o esforço, o que pode ser útil na prescrição de exercícios físicos.

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10
Q

Você está atendendo um paciente em parada cardiorrespiratória (PCR) e a análise de ritmo no monitor cardíaco evidencia o traçado abaixo. Qual conduta prioritária para este paciente?

ECG: Clique aqui para acessar o link

A) Adrenalina 1 mg
B) Amiodarona 300 mg
C) Atropina 0,5 mg
D) Desfibrilação

A

Resposta correta: D) Desfibrilação.

O traçado do ECG mostra fibrilação ventricular (FV), um ritmo chocável em casos de parada cardiorrespiratória. A conduta prioritária é a desfibrilação.

Os ritmos chocáveis em casos de parada cardiorrespiratória (PCR) são:

Fibrilação ventricular (FV):Traçado caótico e irregular, sem complexos QRS definidos; Indica desorganização elétrica completa dos ventrículos.

Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP):Traçado com complexos QRS alargados, regulares e monomórficos (ou polimórficos), mas sem atividade mecânica eficaz.**

Em ambos os casos, a conduta inicial é a desfibrilação precoce, seguida por compressões torácicas e medicações específicas (como adrenalina e amiodarona, conforme o protocolo).

Os ritmos não chocáveis em casos de parada cardiorrespiratória (PCR) são:

Atividade elétrica sem pulso (AESP): Traçado elétrico no monitor (que pode ser organizado ou não), mas sem pulso palpável. Representa atividade elétrica dissociada da contração mecânica do coração.

Assistolia:Ausência total de atividade elétrica, evidenciada por uma linha isoelétrica no monitor. É o ritmo mais grave, associado a prognóstico desfavorável.

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11
Q

Considere as afirmativas a seguir:

I. A ventilação de pacientes em PCR com via aérea avançada deve ser realizada de maneira intercalada, sendo 30 compressões torácicas seguidas por 2 ventilações.

II. A adrenalina dever ser realizada assim que o acesso venoso estiver disponível nos pacientes em PCR com ritmo não chocáveis.

III. O controle direcionado de temperatura tem como objetivo minimizar as sequelas neurológicas decorrentes da PCR e está indicada para pacientes que não obedecem comandos verbais após a PCR.

IV. A reanimação cardiopulmonar é uma contraindicação absoluta à realização de trombolíticos.

Assinale a alternativa que contem apenas as afirmativas corretas:
A) I e II
B) II e III
C) I, II e III
D) II, III e IV

A

Com via aérea avançada (tubo orotraqueal ou máscara laríngea), as compressões torácicas são contínuas, sem interrupção para ventilações, que devem ser realizadas a cada 6 segundos (10 ventilações por minuto).

Nos ritmos não chocáveis (AESP e assistolia), a administração de adrenalina deve ser priorizada o mais rápido possível, idealmente após obtenção de acesso venoso ou intraósseo.

O controle direcionado da temperatura (32–36°C por 24–48 horas) reduz o risco de lesão cerebral em pacientes que permanecem inconscientes após o retorno da circulação espontânea (RCE).

A RCP não contraindica o uso de trombolíticos, especialmente em casos de PCR causada por tromboembolismo pulmonar (TEP) suspeito ou confirmado. O uso é baseado na avaliação do benefício e do risco.

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12
Q

Em relação ao tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM), é correto
afirmar que:

A) O ácido acetilsalicílico (AAS) está contraindicado nos pacientes com eletrocardiograma normal.
B) O uso de dois antiagregantes plaquetários (AAS e clopidogrel) está indicado para os pacientes com IAM com supra ST e também naqueles sem supra ST.
C) Pacientes submetidos a trombólise química devem receber antiagregantes apenas após 48 horas do término do trombolítico.
D) A reperfusão coronariana com angioplastia primária está indicada para os pacientes com IAM, independente do eletrocardiograma.

A

Resposta correta: B) O uso de dois antiagregantes plaquetários (AAS e clopidogrel) está indicado para os pacientes com IAM com supra ST e também naqueles sem supra ST.

O tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM) inclui a administração de antiagregação plaquetária dupla, com ácido acetilsalicílico (300 mg como dose de ataque, seguido de 100 mg/dia) e um inibidor do receptor P2Y12, como clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor, ambos indicados tanto em IAM com supra de ST (IAMCSST) quanto sem supra (IAMSSST). Além disso, utiliza-se anticoagulação com enoxaparina, heparina não fracionada ou bivalirudina para prevenir a formação de novos trombos. O manejo inclui também betabloqueadores, que ajudam a reduzir a demanda miocárdica de oxigênio, nitratos para alívio da dor torácica, e estatinas de alta potência, como a atorvastatina, para estabilizar a placa aterosclerótica.

O AAS é indicado em casos de suspeita de síndrome coronariana aguda (SCA), independentemente do traçado eletrocardiográfico, devido à sua ação antiagregante plaquetária, exceto em situações de contraindicação absoluta (ex.: alergia grave ou hemorragia ativa).

A administração de antiagregantes, como o AAS e o clopidogrel, deve ser feita imediatamente, mesmo em pacientes submetidos a trombólise química, para prevenir a formação de novos trombos.

A angioplastia primária é a estratégia de reperfusão preferencial para pacientes com IAM com supra de ST (IAMCSST). No caso do IAM sem supra de ST (IAMSSST), ela é indicada apenas para pacientes de alto risco (ex.: dor refratária, instabilidade hemodinâmica, arritmias graves ou escore de GRACE elevado), e não de forma generalizada ou “independente do eletrocardiograma”

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13
Q

Indique a alternativa que relaciona um sinal clínico de estenose aórtica
severa:

A) Sopro diastólico aspirativo decrescente.
B) Pressão arterial sistólica e diastólica divergente.
C) Pulso Parvus et Tardus.
D) Estalido de abertura precoce.

A

Resposta correta: C) Pulso Parvus et Tardus.

O pulso Parvus et Tardus é um sinal clássico da estenose aórtica severa, caracterizado por um pulso arterial de baixa amplitude (“Parvus”) e tardio (“Tardus”), devido à obstrução à ejeção do ventrículo esquerdo.

Sopro diastólico aspirativo decrescente está associado à insuficiência aórtica, não à estenose aórtica.

Pressão arterial sistólica e diastólica divergente é um achado típico da insuficiência aórtica, caracterizada por pressão de pulso aumentada.

Estalido de abertura precoce: relaciona-se a estenose mitral, não a estenose aórtica.

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14
Q

Em relação ao tratamento da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida, quais das alternativas abaixo possui somente drogas que melhoram o prognóstico da doença:

A) Amlodipina, Furosemida e Enalapril.
B) Carvedilol, Hidroclorotiazida e Enalapril
C) Carvedilol, Espironolactona e Enalapril.
D) Amlodipina, Espironolactona e Losartana

A

A resposta correta é C) Carvedilol, Espironolactona e Enalapril.

Carvedilol é um betabloqueador que melhora o prognóstico na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), reduzindo a mortalidade e a hospitalização. Espironolactona é um antagonista da aldosterona, que tem um efeito benéfico na redução da mortalidade e hospitalizações em pacientes com ICFER. Enalapril é um inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA), que também melhora o prognóstico na ICFER, reduzindo a mortalidade e a progressão da doença.

As outras alternativas incluem medicamentos que não têm um efeito claro no prognóstico, como amlodipina (um bloqueador dos canais de cálcio) e hidroclorotiazida (um diurético, que alivia sintomas mas não melhora o prognóstico).

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15
Q

Em relação ao ECG na avaliação de sobrecarga de ventrículo esquerdo, é
correto afirmar que:

A) O ECG apresenta boa sensibilidade e valor preditivo negativo para sobrecarga de
ventrículo esquerdo, sendo, portanto, um bom método de screening.
B) Entre as causas habituais de sinais eletrocardiográficos de sobrecarga de ventrículo
esquerdo estão a estenose aórtica, hipertensão arterial, estenose mitral e
miocardiopatia hipertrófica.
C) Os critérios de voltagem para sobrecarga de ventrículo esquerdo devem ser
interpretados independentemente de outros achados, como padrão “strain” da
repolarização, desvio do eixo elétrico no plano frontal e sinais de sobrecarga de átrio
esquerdo.
D) Embora os critérios eletrocardiográficos para sobrecarga de ventrículo esquerdo
sejam pouco sensíveis, quando detectados e confirmados, eles apresentam valor
prognóstico.

A

Resposta correta: D) Embora os critérios eletrocardiográficos para sobrecarga de ventrículo esquerdo sejam pouco sensíveis, quando detectados e confirmados, eles apresentam valor
prognóstico.

Os critérios eletrocardiográficos para sobrecarga de ventrículo esquerdo têm baixa sensibilidade, mas quando presentes e confirmados, têm valor prognóstico importante. A presença de sinais de sobrecarga do VE no ECG pode indicar risco aumentado de complicações e é um indicativo relevante na gestão clínica do paciente.

O ECG não tem boa sensibilidade para detectar sobrecarga de ventrículo esquerdo (VE), o que o torna menos confiável como método de triagem ou screening. Ele pode ajudar no diagnóstico, mas não é a melhor ferramenta para detecção precoce.

A estenose mitral, causa sobrecarga atrial esquerda e não sobrecarga de ventrículo esquerdo. As outras condições (estenose aórtica, hipertensão arterial e miocardiopatia hipertrófica) são causas de sobrecarga do VE, mas a estenose mitral não se encaixa nesse contexto.

A interpretação dos critérios de voltagem para sobrecarga do VE deve considerar outros achados eletrocardiográficos, como o padrão “strain” da repolarização, desvio do eixo elétrico e sinais de sobrecarga do átrio esquerdo. Interpretar isoladamente pode levar a diagnósticos imprecisos.

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16
Q

Em relação às arritmias de complexo QRS alargado e arritmias ventriculares, é correto afirmar que:

A) As taquicardias de complexo QRS largo devem ser sempre diferenciadas de
taquicardias supraventriculares com aberrância de condução e de taquicardias com pré-excitacão (com feixes anômalos), pois o tratamento emergencial é diferente para cada tipo de arritmia.
B) A taquicardia de QRS largo hemodinamicamente instável deve ser tratada com
amiodarona endovenosa e, em caso de falha, com cardioversão elétrica.
C) A arritmia ventricular idiopática (coração normal) não sustentada ou sob a forma de
extrassístoles frequentes deve ser tratada apenas se causarem sintomas ou se
levarem à redução da função sistólica dos ventrículos.
D) As doenças elétricas primárias (Síndrome do QT longo, Síndrome de Brugada,
taquicardia ventricular catecolaminérigica), apesar de poderem causar arritmias
ventriculares e sintomas, apresentam bom prognóstico, pois o coração é
estruturalmente normal.

A

A **alternativa correta: C) A arritmia ventricular idiopática (coração normal) não sustentada ou sob a forma de extrassístoles frequentes deve ser tratada apenas se causarem sintomas ou se levarem à redução da função sistólica dos ventrículos.

A arritmia ventricular idiopática, que ocorre em corações estruturalmente normais e pode se apresentar como extrassístoles frequentes ou como taquicardia ventricular não sustentada, geralmente não necessita de tratamento, a menos que cause sintomas significativos, como tontura ou síncope, ou se estiver associada à redução da função sistólica do ventrículo esquerdo. A grande maioria dos casos de arritmias ventriculares idiopáticas em corações normais não exige tratamento, a não ser que esses fatores de risco ou sintomas se manifestem.

Embora seja verdade que as taquicardias de QRS largo devem ser diferenciadas entre taquicardias ventriculares, supraventriculares com aberrância de condução e com pré-excitação, a afirmação de que o tratamento emergencial é sempre diferente para cada tipo de arritmia não está completamente correta. Existem abordagens gerais que podem ser aplicadas inicialmente em muitas dessas situações antes de se diferenciar mais especificamente, e nem todas as taquicardias supraventriculares com aberrância exigem tratamentos emergenciais tão distintos das arritmias ventriculares.

Em um paciente com taquicardia de QRS largo hemodinamicamente instável, a primeira linha de tratamento é a cardioversão elétrica, não a amiodarona. A amiodarona pode ser usada em casos em que a **cardioversão não for eficaz ou quando a arritmia for mais estável, mas a cardioversão elétrica é a intervenção inicial para instabilidade hemodinâmica grave.

As doenças elétricas primárias (como a síndrome do QT longo, síndrome de Brugada, e taquicardia ventricular catecolaminérgica) podem causar arritmias ventriculares graves e sintomas, como síncope e morte súbita. Essas condições não têm um bom prognóstico se não tratadas adequadamente, apesar de o coração ser estruturalmente normal. Elas exigem tratamento específico, como o uso de desfibriladores implantáveis, medicamentos antiarrítmicos ou modificação de estilo de vida.

17
Q

Um paciente de 65 anos, com história de IAM há 1 ano, insuficiência cardíaca congestiva classe III e fração de ejeção de ventrículo esquerdo de 28%, deu entrada no PS com quadro de taquicardia ventricular estável, sendo revertida com amiodarona EV. Além do tratamento otimizado com medicamentos para insuficiência cardíaca que melhoram o prognóstivo da doença, qual a melhor conduta no longo prazo?

A) Uso de amiodarona via oral, para prevenir recorrências da arritmia.
B) Implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) para prevenção de morte
súbita, com o uso de amiodarona ou ablação por cateter apenas se houver arritmia
frequente e terapias de repetição do dispositivo.
C) Ablação por cateter da arritmia, com implante de CDI apenas se houver recorrência
da arritmia.
D) Apenas tratamento otimizado para insuficiência cardíaca, pois os demais
tratamentos (amiodarona, ablação por cateter e implante de CDI) não se mostraram
capazes de reduzir arritmias e prevenir morte súbita.

A

Resposta correta: B) Implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) para prevenção de morte súbita, com o uso de amiodarona ou ablação por cateter apenas se houver arritmia frequente e terapias de repetição do dispositivo.

O paciente tem insuficiência cardíaca congestiva classe III, fração de ejeção de 28% e um histórico de infarto agudo do miocárdio (IAM), o que coloca o paciente em risco significativo para morte súbita arrítmica. O implante de um cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) é indicado para pacientes com insuficiência cardíaca avançada e fração de ejeção reduzida (<35%), especialmente quando há risco de taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular, condições que podem resultar em morte súbita.

O uso de amiodarona oral pode ser útil para controle de arritmias, mas não é suficiente para prevenir a morte súbita em pacientes com risco elevado, como é o caso deste paciente.

A ablação por cateter não é indicada como tratamento de primeira linha para taquicardia ventricular em pacientes com insuficiência cardíaca avançada, sendo mais útil em casos específicos de arritmias recorrentes e refratárias ao tratamento medicamentoso.

Embora o tratamento otimizado para insuficiência cardíaca seja fundamental, a prevenção de morte súbita em pacientes com insuficiência cardíaca grave e arritmias ventriculares deve ser feita com o implante de CDI, uma terapia bem estabelecida para esses casos.

18
Q

Os critérios de Framingham são muito úteis para auxiliar no diagnóstico da IC. Qual dos itens abaixo é considerado critério maior?

A) Ascite
B) Frequência cardíaca acima de 120 bpm
C) Dispnéia paroxística noturna
D) Hepatomegalia

A

A resposta correta é C) Dispneia paroxística noturna.

Os critérios de Framingham são amplamente utilizados para diagnosticar insuficiência cardíaca (IC) e são divididos em critérios maiores e menores.

Critério maior: A dispneia paroxística noturna é um dos critérios maiores, caracterizando uma dificuldade respiratória que ocorre durante a noite, frequentemente acordando o paciente, e é típica de insuficiência cardíaca. Outros critérios maiores de Framingham incluem: ortopneia, estertores pulmonares, EAP, distensão das veias jugulares, cardiomegalia e dispneia paroxística noturna.

Critérios menores incluem: a ascite, frequência cardíaca acima de 120 bpm e hepatomegalia, mas esses são considerados critérios menores, que podem ser usados em combinação com os maiores para confirmar o diagnóstico de insuficiência cardíaca.

19
Q

Qual o diagnóstico deste ECG em um paciente que chega á emergência com dor precordial tipo B.

ECG: Clique aqui para acessar o link

A) Área inativa de parede inferior.
B) Infarto Agudo do Miocárdio de parede anterior.
C) Infarto Agudo do Miocárdio de parede inferior.
D) Área inativa de parede anterior

A

O ECG evidencia um supradesnivelamento do segmento ST nas derivações DII, DIII e aVF, que representam a parede inferior do coração. Este padrão é característico de isquemia ou lesão no território irrigado pela artéria coronária direita (mais comum) ou, em casos de dominância esquerda, pelo ramo circunflexo. Outros achados que podem estar presentes, mas nem sempre aparecem, incluem sinais recíprocos, como infra-desnivelamento do segmento ST em derivações anteriores (V1-V3), embora isso não seja obrigatório para o diagnóstico. A apresentação clínica do paciente com dor precordial reforça o quadro de síndrome coronariana aguda.

20
Q

Paciente de 18 anos chegou ao pronto socorro com queixa de palpitação
taquicárdica e sensação de mal estar com 30 minutos de duração. Ao exame
físico estava consciente, orientado, corado, hidratado com pressão arterial (PA)
de 100 X 70mmHg e o pulso de 160 bpm; ECG realizado apresentava uma
taquicardia regular de QRS estreito. Em relação a este caso, o diagnóstico mais
provável e o tratamento indicados são:

A) taquicardia paroxística supraventricular estável; adenosina endovenosa
B) taquicardia ventricular instável; cardioversão elétrica
C) taquicardia supraventricular instável; cardioversão elétrica
D) taquicardia ventricular estável; lidocaina endovenosa

A

A alternativa correta é A) taquicardia paroxística supraventricular estável; adenosina endovenosa;

O paciente apresenta uma taquicardia regular de QRS estreito, o que é característico de uma taquicardia supraventricular, e está estável hemodinamicamente, com pressão arterial de 100 x 70 mmHg e sem sinais de instabilidade como choque ou alterações graves no nível de consciência. Nesses casos, o tratamento inicial é a administração de adenosina intravenosa, que pode interromper a arritmia ao bloquear temporariamente a condução no nó AV.

A taquicardia ventricular geralmente apresenta um padrão de QRS largo no ECG, o que não é o caso neste paciente. Além disso, ele está estável, e a taquicardia ventricular instável é tratada com cardioversão elétrica, mas não é o diagnóstico aqui.

O paciente não apresenta sinais de instabilidade hemodinâmica. A instabilidade seria indicada por pressão arterial muito baixa, alterações do nível de consciência ou outros sinais de choque. O tratamento em pacientes estáveis com taquicardia supraventricular é adenosina endovenosa, não a cardioversão elétrica.

O padrão de QRS estreito não sugere uma taquicardia ventricular, que geralmente tem QRS largo. O tratamento com lidocaína é utilizado em casos de taquicardia ventricular, mas isso não se aplica a esse paciente, cuja arritmia é supraventricular.

21
Q

Deu entrada no PS do hospital, paciente chagásico e hipertenso de 58 anos
de idade, queixando-se de palpitações e dispneia de repouso. Ao exame sua pressão arterial era de 140 X 80mmHg, pulso de 175 bpm, com esforço respiratório e estertores em bases pulmonares. O ECG evidenciava taquicardia regular de QRS alargado. O diagnóstico e tratamento adequados são:

A) Taquicardia ventricular instável; cardioversão elétrica
B) Taquicardia supraventricular instável; cardioversão elétrica
C) Fibrilação atrial com aberrância instável; cardioversão elétrica
D) Taquicardia ventricular estável; amiodarona endovenosa

A

Resposta correta: D) Taquicardia ventricular estável; amiodarona endovenosa

O paciente apresenta uma condição compatível com taquicardia ventricular estável, considerando seu histórico de doença de Chagas, uma das principais causas de miocardiopatia associada a arritmias ventriculares. A taquicardia de QRS alargado observada no ECG, aliada à regularidade do ritmo e à ausência de colapso hemodinâmico (pressão arterial preservada em 140 x 80 mmHg), reforça esse diagnóstico.

Apesar de apresentar dispneia e sinais de congestão pulmonar, sua estabilidade relativa contraindica a cardioversão elétrica neste momento, que é reservada para pacientes com instabilidade hemodinâmica evidente, como hipotensão grave ou choque cardiogênico. O tratamento de escolha, portanto, é a administração de amiodarona endovenosa, um antiarrítmico eficaz para interromper a taquicardia ventricular estável e evitar sua progressão para instabilidade ou parada cardíaca.

22
Q

Em relação às bradiarritmias cardíacas, assinale a alternativa correta:

A) No BAV do II grau do tipo Mobitz II, a conduta é expectante.
B) Na síndrome bradicardia-taquicardia sintomática a conduta é amiodarona endovenosa.
C) Nos bloqueios AV com bradicardia importante e síncope a conduta emergencial é o
implante de marcapasso transcutâneo ou transvenoso.
D) Nas bradicardias secundárias à vagotonia, devemos implantar marcapasso
transvenoso.

A

Resposta correta: C) Nos bloqueios AV com bradicardia importante e síncope a conduta emergencial é o implante de marcapasso transcutâneo ou transvenoso.

Nos *bloqueios atrioventriculares** (AV) associados a bradicardia grave e sintomas como síncope, a abordagem emergencial indicada é o implante de marcapasso transcutâneo ou transvenoso.

Esses bloqueios podem causar instabilidade hemodinâmica significativa, exigindo intervenção imediata para restabelecer um ritmo cardíaco adequado e evitar complicações graves, como choque ou morte súbita. Essa conduta é especialmente importante nos casos de bloqueio AV avançado, onde a frequência cardíaca não consegue sustentar a perfusão tecidual. Alternativas como o implante de marcapasso são preferíveis a outras intervenções, como a simples administração de medicamentos, devido à necessidade de uma solução mais definitiva e eficaz para corrigir o problema de condução elétrica cardíaca.

O bloqueio atrioventricular (BAV) de 2º grau Mobitz II é um bloqueio infra-hissiano, com risco elevado de progressão para bloqueio AV total. Por isso, a conduta nunca é expectante; nesses casos, está indicado o implante de marcapasso permanente para prevenir bradicardia grave e síncope.

Na síndrome bradicardia-taquicardia sintomática, o problema subjacente é a disfunção do nó sinusal, levando a períodos de bradicardia alternados com taquiarritmias. O tratamento inicial é a estabilização da bradicardia com marcapasso definitivo, enquanto a taquicardia é tratada com antiarrítmicos apenas após a implantação do marcapasso. Amiodarona endovenosa não é indicada neste contexto.

As bradicardias secundárias à vagotonia geralmente são transitórias e resolvem-se com medidas conservadoras, como ajuste de fatores desencadeantes (por exemplo, dor ou estímulo vagal). O implante de marcapasso transvenoso não é necessário nesses casos e seria uma medida excessiva e inadequada.

23
Q

Qual o diagnóstico e conduta de emergência para paciente com que dá
entrada no PS com história de palpitação desconforto torácico e tontura, com 3
horas de duração, ECG sem ondas P visíveis, com QRS estreito e irregular, PA
80/70 e FC 140 bpm:

A) Taquicardia ventricular instável; cardioversão elétrica
B) Taquicardia supraventricular estável; adenosina
C) Fibrilação atrial instável; cardioversão elétrica
D) Taquicardia ventricular estável; amiodarona endovenosa

A

A resposta correta é: C) Fibrilação atrial instável; cardioversão elétrica.

A ausência de ondas P, o QRS estreito e irregularidade no ritmo são características típicas de FA. O paciente apresenta instabilidade hemodinâmica (PA 80/70 mmHg), o que justifica uma abordagem imediata com cardioversão elétrica sincronizada para restabelecer o ritmo sinusal.

A taquicardia ventricular apresenta QRS alargado, e o caso descreve um QRS estreito, típico de arritmias supraventriculares.

A fibrilação atrial é uma arritmia supraventricular, mas o paciente está instável (hipotensão), e a adenosina não é indicada para FA.

O QRS alargado é característico de taquicardia ventricular, enquanto o caso apresenta QRS estreito e ritmo irregular, indicando fibrilação atrial.

24
Q

Sobre os tempos limites na abordagem de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda assinale a alternativa verdadeira.

A) O tempo para realização e interpretação de um ECG em um paciente com dor torácica
que chega em uma unidade pré-hospitar (UPA/SAMU) (até 20 minutos) pode ser
maior que em uma unidade hospitalar (até 10 minutos).
B) O tempo para a realização da angioplastia primária para um paciente que chega em
uma unidade hospitalar com serviço de hemodinâmica é no máximo 30 minutos.
C) O tempo entre o início da dor precordial para trombólise química ou por Intervenção
Coronária Percutânea no infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do
segmento ST é de no máximo 6 horas.
D) O tempo para a realização da angioplastia coronária para um paciente que chega em
uma unidade pré-hospitalar (UPA) entre a transferência e insuflação do balão deve ser
no máximo de 120 minutos.

A

A alternativa correta é: D) O tempo para a realização da angioplastia coronária para um paciente que chega em uma unidade pré-hospitalar (UPA) entre a transferência e insuflação do balão deve ser no máximo de 120 minutos.

O tempo para realização e interpretação do ECG deve ser o mais breve possível em qualquer unidade. O recomendado é até 10 minutos após a chegada do paciente, independentemente de ser uma unidade pré-hospitalar ou hospitalar.

O tempo ideal para angioplastia primária (porta-balão) é de até 60 minutos (ou 90’) em unidades com serviço de hemodinâmica, e não 30 minutos.

O tempo máximo entre o início da dor e a reperfusão (seja por trombólise ou angioplastia) é de até 12 horas, e não 6 horas. Apesar disso, a intervenção é mais eficaz nas primeiras horas.

25
Q

Paciente masculino, 55 anos, tabagista, trazido pelo SAMU apresentando dor no peito, intermitente há 7 dias, curta duração, em aperto, que as vezes piorava com o exercício físico e melhorava com o repouso. Relata que há 4 horas a dor se iniciou e persistiu continuamente, sem piora ou melhora, acompanhada de falta de ar e sensação de morte. O ECG realizado na admissão apresentava: ritmo sinusal; supradesnivelamento do segmento ST de 3 mm na parede inferior derivações DII, DIII, AVF).

Neste caso, é correto afirmar que:

A) Como o quadro clínico se iniciou há 7 dias, o paciente está fora da janela terapêutica
não havendo, portanto, benefício da reperfusão miocárdica.
B) Assim que o ECG é obtido devemos colher os marcadores de necrose miocárdica, troponina I, para decidirmos a conduta de reperfusão, trombólise química ou mecânica.
C) A trombólise mecânica deve ser a preferida neste caso, desde que disponível em tempo menor que 90 minutos, e precedida do uso de acido acetil-salicílico, clopidogrel e heparina.
D) A tenecteplase ou alteplase devem ser a primeira opção neste caso, considerando
que patência da artéria culpada é maior do que a de outros agentes fibrino-espeficos.

A

A alternativa correta é: C) A trombólise mecânica deve ser a preferida neste caso, desde que disponível em tempo menor que 90 minutos, e precedida do uso de ácido acetilsalicílico, clopidogrel e heparina.

Este paciente apresenta um quadro clínico compatível com infarto agudo do miocárdio com supra de ST (IAMCSST), evidenciado pelo supradesnivelamento do segmento ST de 3 mm nas derivações inferiores (DII, DIII, AVF) e sintomas típicos de dor torácica persistente acompanhada de falta de ar e sensação de morte. Dado que o tempo de evolução da dor foi de 4 horas (não 7 dias), o paciente ainda está dentro da janela terapêutica para a reperfusão miocárdica.

A janela terapêutica para reperfusão (trombólise ou angioplastia primária) é de até 12 horas desde o início da dor no infarto com supra de ST. Ou seja, o fato de o quadro ter iniciado há 7 dias não impede a reperfusão, pois ele está com 4 horas de evolução no momento da admissão.

A coleta de marcadores de necrose miocárdica (troponina) é importante para o diagnóstico, mas a decisão de reperfusão (trombólise ou angioplastia) deve ser feita com base na análise do ECG (ECG com supra é = infarto), e a trombólise ou angioplastia primária deve ser realizada independentemente da troponina. A prioridade é a reperfusão precoce.

A tenecteplase ou alteplase são agentes fibrinolíticos usados para trombólise química, e não mecânica. A trombólise mecânica (angioplastia primária) é preferida quando disponível em tempo adequado. Além disso, a patência da artéria após trombólise química pode ser inferior à da angioplastia primária.