Processual Penal Flashcards

1
Q

Diferencie porte e posse ilegal de arma de fogo.

A

No Brasil, o porte e a posse ilegal de arma de fogo são crimes distintos, regulados pela Lei nº 10.826/2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento. Ambos os crimes se referem à posse ou ao porte de armas sem a devida autorização, mas têm diferenças significativas quanto à conduta e ao contexto em que ocorrem. A seguir, são detalhadas as definições e diferenças entre porte e posse ilegal de arma de fogo.

O crime de posse ilegal ocorre dentro de espaços privados (residência ou local de trabalho), onde a arma é mantida armazenada ou guardada.

O crime de porte ilegal ocorre em espaços públicos ou fora do domicílio ou local de trabalho do agente. A conduta envolve transportar a arma de um lugar a outro ou simplesmente portar a arma consigo.

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2
Q

O que é prisão preventiva? Em quais casos é permitida?

A

A prisão preventiva é um tipo de prisão cautelar, utilizada no curso da investigação ou do processo.

Objetivos
- Garantia da Ordem Pública.
- Garantia da Ordem Econômica.
- Conveniência da Instrução Criminal.
- Assegurar a Aplicação da Lei Penal.

Casos em que é solicitada (Art. 313 do CPP)
- Crimes Dolosos Punidos com Pena Privativa de Liberdade Máxima Superior a 4 Anos.
- Reincidência em Crime Doloso.
- Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Criança, Adolescente, Idoso, Enfermo ou Pessoa com Deficiência.
- Dúvida sobre Identidade do Acusado.

Procedimento de Decretação
- Requerimento: Pode ser solicitado pelo Ministério Público, pelo querelante ou mediante representação da autoridade policial.
- O juiz também pode decretar a prisão preventiva de ofício durante o curso da ação penal, se verificar a presença dos requisitos.

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3
Q

O que é Inquérito Policial? Quais as formas de abertura? Quais os prazos para conclusão?

A

O inquérito policial é um procedimento administrativo de caráter investigativo, conduzido pela polícia judiciária (civil ou federal), com o objetivo de apurar a autoria e materialidade de infrações penais. Este procedimento é essencial para a formação da opinião do Ministério Público sobre a necessidade de oferecer denúncia e iniciar a ação penal.

Formas de Abertura do Inquérito Policial

  • De Ofício: A autoridade policial, ao tomar conhecimento de um fato criminoso, pode instaurar o inquérito de ofício, sem necessidade de provocação externa.
  • Requisição do Ministério Público ou do Juiz: O Ministério Público ou o juiz podem requisitar a instauração de inquérito policial, devendo a autoridade policial cumprir a requisição.
  • Requerimento da Vítima ou Representante Legal: A vítima ou seu representante legal pode requerer a instauração de inquérito policial. A autoridade policial deve analisar o requerimento e, havendo indícios de crime, proceder à instauração.
  • Auto de Prisão em Flagrante: Quando alguém é preso em flagrante delito, a autoridade policial deve lavrar o auto de prisão em flagrante e instaurar o inquérito imediatamente.
  • Notitia Criminis: Informações recebidas pela polícia sobre a ocorrência de um crime podem levar à instauração do inquérito. Essas informações podem ser fornecidas por qualquer pessoa.
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4
Q

Quem pode ser testemunha? Quem não pode ser? Quem não precisa prestar compromisso?

A

Quem pode ser testemunha: em regra, toda pessoa poderá ser testemunha.
Quem não pode ser testemunha: aquelas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo.
Quem não precisa prestar compromisso: ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado.

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5
Q

Qual o valor da confissão?

A

A confissão é um meio de prova que pode contribuir para a formação da convicção do juiz. No entanto, ela não tem valor absoluto. A confissão deve ser corroborada por outras provas que confirmem sua veracidade.

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6
Q

Conceitue provas.

A

Meios legais para demonstrar a verdade dos fatos alegados pelas partes (acusação e defesa), a fim de formar a convicção do juiz sobre a ocorrência do crime e a culpabilidade do réu.

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7
Q

Diferença de provas ilícitas e ilegítimas.

A

Fonte de Violação

Provas Ilícitas: Violam direitos fundamentais protegidos pela Constituição Federal ou normas legais que protegem garantias individuais.
Provas Ilegítimas: Violam normas processuais específicas estabelecidas por leis infraconstitucionais.

Consequências Jurídicas

Provas Ilícitas: São absolutamente inadmissíveis e invalidam também as provas delas derivadas.
Provas Ilegítimas: Podem ser anuladas, mas a nulidade pode ser relativa (dependendo de arguição tempestiva) ou absoluta (podendo ser reconhecida a qualquer tempo).

Exemplos

Provas Ilícitas: Interceptação telefônica sem autorização judicial, busca domiciliar sem mandado judicial, confissão obtida mediante tortura.
Provas Ilegítimas: Prova colhida sem observância do contraditório, testemunha ouvida sem a presença do defensor, perícia realizada sem as formalidades legais.

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8
Q

Provas derivadas da ilícita são permitidas?

A

Código de Processo Penal, Art. 157, §§ 1º e 2º:Art. 157,

§ 1º: “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.”

Art. 157, § 2º: “Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.”

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9
Q

Quem pode arquivar o inquérito policial? Quem pode desarquivar?

A

Quem pode arquivar?

Ministério Público: o arquivamento do inquérito policial é uma atribuição do Ministério Público. É o titular da ação penal pública e, portanto, tem a prerrogativa de solicitar o arquivamento do inquérito quando entender que não há elementos suficientes para oferecer a denúncia.

Procedimento

  • Requerimento ao Juiz: o Ministério Público solicita ao juiz o arquivamento do inquérito policial, apresentando os motivos que justificam a falta de elementos para a ação penal.
  • Decisão Judicial: o juiz analisa o requerimento do Ministério Público e decide pelo arquivamento ou não do inquérito.

O juiz não pode determinar o arquivamento de ofício; ele só arquiva mediante pedido do Ministério Público.

Quem pode desarquivar

  • Ministério Público: a competência para desarquivar um inquérito policial também é do Ministério Público, mas isso só pode ocorrer se surgirem novas provas que justifiquem a reabertura das investigações.
  • Juiz: o juiz, ao tomar conhecimento de novas provas, pode comunicar ao Ministério Público para que este requeira o desarquivamento do inquérito.

Procedimento

  • Novas Provas: novos elementos ou provas devem surgir para justificar o desarquivamento do inquérito policial.
  • Requerimento ao Juiz: o Ministério Público requer ao juiz o desarquivamento do inquérito com base nas novas provas.
  • Decisão Judicial: o juiz, analisando a justificativa e as novas provas apresentadas pelo Ministério Público, decide pelo desarquivamento ou não do inquérito.

Código de Processo Penal (CPP), Art. 18
Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

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10
Q

Qual o prazo para a entrega da nota de culpa?

A

De acordo com o artigo 306 do Código de Processo Penal Brasileiro (CPP), a nota de culpa deve ser entregue em até 24 horas após a realização da prisão em flagrante. Esse documento deve conter:

Motivo da Prisão: Uma descrição sucinta do fato que motivou a prisão.
Nome do Condutor: Identificação do responsável pela prisão.
Testemunhas: Nomes das testemunhas que presenciaram o ato.

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11
Q

O que é fiança?

A

É uma medida cautelar alternativa à prisão preventiva. A fiança é uma garantia legal que permite a um indivíduo preso provisoriamente responder ao processo penal em liberdade mediante o pagamento de uma quantia em dinheiro ou outra forma de caução.

Autoridade competente para conceder
- Delegado de polícia: Em casos de infrações com pena privativa de liberdade de até 4 anos (art. 322 do CPP).
- Juiz: Em crimes com pena superior a 4 anos ou em casos onde a fiança foi negada pela autoridade policial.

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12
Q

O que é uma ação penal privada?

A

A ação penal privada é aquela em que a iniciativa de promover a ação penal e conduzir o processo é conferida à própria vítima do crime ou ao seu representante legal, em vez de ser conduzida pelo Ministério Público.

  • Ação Penal Privada Exclusiva: A vítima ou seu representante legal tem a titularidade exclusiva para propor a ação penal.
    Exemplo: Crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria).
  • Ação Penal Privada Personalíssima: Somente a própria vítima pode oferecer a queixa-crime, não podendo ser substituída por seu representante legal, exceto em casos de incapacidade.
    Exemplo: No Brasil, não há previsão expressa de crimes que se enquadrem exclusivamente como ação penal privada personalíssima, mas o conceito se aplica a situações onde a vítima deve, por sua própria vontade, exercer o direito de ação.
  • Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: A vítima ou seu representante legal pode propor a ação penal no caso de inércia do Ministério Público, ou seja, quando o Ministério Público não oferece a denúncia no prazo legal.
    Fundamento Legal: Art. 29 do Código de Processo Penal.
    Exemplo: Pode ocorrer em qualquer crime de ação pública quando o Ministério Público não apresenta a denúncia no prazo legal.
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13
Q

O que é termo circunstanciado?

A

É um procedimento simplificado e sumário adotado em casos de infrações penais de menor potencial ofensivo.

Previsto na Lei nº 9.099/1995, que instituiu os Juizados Especiais Criminais (JECRIM).

Características do Termo Circunstanciado

Infração de Menor Potencial Ofensivo: Aplicável a contravenções penais e crimes cuja pena máxima não ultrapasse dois anos, cumulada ou não com multa.

Simplificação do Procedimento: Dispensa a instauração de inquérito policial e a prisão em flagrante, exceto se necessário, substituindo-os pelo registro do termo.

Conteúdo: Descrição sucinta dos fatos, identificação das partes envolvidas (autor do fato, vítima e testemunhas) e eventual apreensão de objetos relacionados à infração.

Encaminhamento ao JECRIM: Após a elaboração do TC, os envolvidos são citados e intimados para comparecerem ao Juizado Especial Criminal, onde será realizada audiência preliminar para tentativa de composição civil e aplicação de medidas despenalizadoras.

Procedimento
Lavratura do TC: A autoridade policial ou outra autoridade competente elabora o Termo Circunstanciado no local da infração ou na delegacia.

Identificação e Declaração: As partes são identificadas e prestam suas declarações.

Compromisso de Comparecimento: O autor do fato assina um termo de compromisso de comparecimento à audiência no JECRIM, sendo liberado em seguida.

Envio ao JECRIM: O TC é encaminhado ao Juizado Especial Criminal competente para o prosseguimento do processo.

Vantagens

Celeridade: A resolução rápida e eficiente das infrações de menor potencial ofensivo.

Desburocratização: Redução da sobrecarga das delegacias e do sistema penal.

Medidas Despenalizadoras: Aplicação de medidas alternativas à prisão, como a transação penal e a suspensão condicional do processo, promovendo a reintegração social.

Base Legal
Lei nº 9.099/1995: Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e estabelece o procedimento para as infrações de menor potencial ofensivo.

Em resumo, o Termo Circunstanciado é um instrumento que visa agilizar o tratamento de delitos menos graves, proporcionando uma resposta rápida e eficaz do sistema de justiça criminal, além de promover a pacificação social e a ressocialização dos envolvidos.

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14
Q

Quais os tipos de ação penal?

A

Pública Incondicionada

Pública Condicionada à Representação do ofendido

Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça

Privada

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15
Q

O que é Inquérito Policial? Quais as formas de abertura? Quais os prazos para conclusão?

A

É um procedimento
- administrativo;
- inquisitório;
- preparatório.

É destinado a apurar a existência de uma infração penal e identificar sua autoria, a fim de fornecer elementos para a propositura da ação penal pelo Ministério Público.

Formas de Abertura do Inquérito Policial

  • De Ofício: A autoridade policial pode instaurar o inquérito por iniciativa própria quando tiver conhecimento da prática de uma infração penal.
  • Mediante Requisição do Ministério Público ou do Juiz: O inquérito pode ser instaurado a partir de uma requisição formal do Ministério Público ou de uma ordem do juiz.
  • Mediante Representação: Nos crimes de ação pública condicionada à representação, a abertura do inquérito depende da manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal.
  • Mediante Requerimento do Ofendido: A vítima ou seu representante legal pode requerer a instauração do inquérito, especialmente nos crimes de ação penal pública.
  • Auto de Prisão em Flagrante: A autoridade policial pode instaurar o inquérito a partir de um auto de prisão em flagrante, quando o autor é preso imediatamente após a prática do crime.

Prazos para Conclusão do Inquérito Policial

CPP: 10

Indiciado Solto
- Regra Geral: 30 + 30.
- Crimes da Lei de Drogas: 90 + 90.
- Crimes Federais: 30 + 30.

Indiciado Preso
- Regra Geral: 10 dias, conforme o artigo 10 do CPP.
- Crimes da Lei de Drogas: 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.
Crimes Federais: 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 dias conforme o artigo 66 da Lei nº 5.010/1966.

Conclusão do Inquérito Policial

Ao final do inquérito policial, a autoridade policial deve elaborar um relatório circunstanciado, no qual expõe as diligências realizadas, os resultados obtidos e as conclusões a que chegou.

Este relatório é encaminhado ao Ministério Público, que pode:

Oferecer Denúncia: se houver elementos suficientes para tanto, o Ministério Público oferece denúncia e inicia a ação penal.
Requerer Diligências Complementares: se considerar necessário, o Ministério Público pode solicitar à autoridade policial a realização de diligências complementares para melhor apuração dos fatos.
Arquivar o Inquérito: se entender que não há elementos suficientes para a propositura da ação penal, o Ministério Público pode requerer ao juiz o arquivamento do inquérito.

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16
Q

O que exame de corpo de delito? Qual a diferença para o corpo de delito?

A

Art. 158 do Código de Processo Penal (CPP): “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.”

Exame de corpo de delito é uma perícia realizada para constatar e documentar a existência de vestígios de um crime. Ele é essencial para a comprovação de certos tipos de delitos que deixam vestígios, como homicídios, lesões corporais, estupros, entre outros. O exame é realizado por peritos oficiais e, na falta destes, por pessoas idôneas com conhecimentos específicos sobre a matéria.

Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pela prática de um crime. São os elementos físicos ou as consequências palpáveis de uma infração penal que podem ser examinados para comprovar a sua ocorrência.

Exemplos de Corpo de Delito
- Um cadáver (no caso de homicídio).
- Marcas de arrombamento (em casos de furto qualificado).
- Vestígios de substâncias químicas (em casos de envenenamento).

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17
Q

O exame de corpo de delito pode ser dispensado?

A

Art. 158 do CPP:

“Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.”

Art. 167 do CPP:

“Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.”

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18
Q

Em quais casos a autoridade policial só registra o BO e entrega o adolescente aos pais?

A

Atos Infracionais de Menor Potencial Ofensivo

Para atos infracionais que são considerados de menor potencial ofensivo, a autoridade policial pode optar por medidas mais brandas.

Ato Infracional sem Violência ou Grave Ameaça: Quando o ato infracional cometido pelo adolescente não envolve violência ou grave ameaça à pessoa.

Exemplos: Furto simples, posse de drogas para consumo pessoal, danos materiais de pequena monta.

Procedimento

Registro do Boletim de Ocorrência: A autoridade policial registra o Boletim de Ocorrência, descrevendo o ato infracional e as circunstâncias em que foi cometido.

Entrega aos Pais ou Responsáveis: Após o registro do BO, a autoridade policial entrega o adolescente aos pais ou responsáveis, orientando-os sobre a necessidade de comparecimento posterior à Justiça da Infância e da Juventude.

Remessa ao Ministério Público: O BO é encaminhado ao Ministério Público, que pode decidir pela aplicação de medidas socioeducativas ou pelo arquivamento do caso, dependendo da gravidade do ato infracional e das circunstâncias pessoais do adolescente.

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19
Q

Qual a dinâmica no processo de reconhecimento de pessoas? Além do reconhecedor, mais alguém participa?

A

Art. 226 do CPP: “Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
II - a pessoa, cuja identificação se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para crer que a pessoa chamada a efetuar o reconhecimento possa, por efeito de intimidação ou outra influência, não dizer a verdade, o juiz tomará providências para que o reconhecimento se faça sem que aquela seja vista;
IV - do ato de reconhecimento, lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.”

Participantes no Processo de Reconhecimento

  • Reconhecedor: a vítima ou testemunha que fará o reconhecimento.
  • Reconhecido: a pessoa que se pretende identificar.
  • Autoridade Policial: o delegado de polícia ou outro agente da autoridade que conduz o procedimento.
  • Testemunhas: duas testemunhas presenciais que acompanham o ato e subscrevem o auto de reconhecimento.

Procedimento Detalhado

  • Descrição Prévia: o reconhecedor é convidado a descrever a pessoa que deve ser reconhecida antes de iniciar o processo. Isso é importante para evitar sugestionamentos.
  • Colocação em Linha: a pessoa a ser reconhecida é colocada ao lado de outras com características semelhantes (altura, idade, aparência) para garantir a imparcialidade do reconhecimento.
  • Identificação: o reconhecedor é convidado a apontar a pessoa que acredita ser o autor do delito. Se há risco de intimidação ou influência, medidas são tomadas para que o reconhecimento seja feito sem que o reconhecedor seja visto pelo reconhecido.
  • Lavratura do Auto: um auto pormenorizado do ato de reconhecimento é lavrado, contendo a descrição do procedimento e a assinatura da autoridade, do reconhecedor e das duas testemunhas.

Garantias e Cuidados

O reconhecimento de pessoas deve observar certas garantias para evitar erros e influências indevidas.

Descrição prévia do suspeito: evita que a vítima ou testemunha seja influenciada pela presença do suspeito.
Semelhança entre os participantes da fila: garante que o reconhecedor não seja induzido a escolher alguém por diferenças visuais óbvias.
Providências contra a intimidação: assegura que o reconhecedor não esteja sob pressão ou medo.

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20
Q

O que é acareação? Quando é cabível? Qual a dinâmica da realização?

A

Art. 229 do CPP: “A acareação será admitida entre acusados, entre ofendidos e acusados, entre testemunhas e entre testemunhas e acusados, sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias relevantes.”

Art. 230 do CPP: “Se a acareação se der entre mais de duas pessoas, todas serão ouvidas em conjunto, ou separadamente, conforme o juiz entender conveniente, perguntando e reperguntando cada um aos acareados, para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.”

Art. 231 do CPP: “Se ausente alguma das pessoas que devam ser acareadas, designar-se-á dia e hora para a acareação, mandando intimá-las para comparecer.”

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21
Q

O código de processo penal estabelece alguma exigência quanto a busca pessoal em mulher?

A

Art. 249 do CPP:

“A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.”

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22
Q

Quais são as modalidades da prisão cautelar ou provisória previstas no nosso ordenamento?

A

Prisão Preventiva: É decretada pelo juiz durante o inquérito policial, a fase processual ou mesmo após a condenação, quando necessário para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal. Pode ser decretada de ofício pelo juiz ou mediante requerimento do Ministério Público ou do querelante.

Prisão Temporária: Tem natureza cautelar e é utilizada durante a investigação criminal em casos de crimes hediondos, praticados por organização criminosa, tráfico de drogas, entre outros delitos graves. A prisão temporária tem prazo determinado de 5 dias, prorrogável por mais 5 dias em casos específicos.

Prisão em Flagrante: Não é exatamente uma medida cautelar, mas uma modalidade de prisão decorrente da situação de flagrância, ou seja, quando alguém é surpreendido cometendo uma infração penal ou logo depois de cometê-la. Pode ser convertida em prisão preventiva caso preencham os requisitos legais.

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23
Q

O que seria a figura do semi-imputável previsto no parágrafo único do artigo 26 do código penal? Quando ele pratica crime, o que acontece?

A

Inimputabilidade: Refere-se à condição de quem, em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não pode ser responsabilizado penalmente por seus atos, sendo aplicada apenas medida de segurança.

Semi-Imputabilidade: Refere-se à condição de quem, em razão de transtorno ou desenvolvimento mental, possui capacidade reduzida de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento. Recebe medida de segurança, mas pode haver alguma aplicação de pena, dependendo da gravidade e das circunstâncias do caso.

Medida de Segurança:

O semi-imputável não recebe uma pena como um imputável normalmente receberia. Em vez disso, é aplicada uma medida de segurança, que pode ser de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou de tratamento ambulatorial, conforme a gravidade do transtorno mental e o prognóstico de recuperação.

Avaliação Psiquiátrica:

Antes da aplicação da medida de segurança, é realizada uma avaliação psiquiátrica para determinar se o agente, de fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar conforme esse entendimento no momento da ação.

Processo Penal:

No processo penal, é necessário que se comprove a semi-imputabilidade do agente através de perícia médica especializada. Essa perícia contribui para que o juiz determine se deve aplicar uma pena ou uma medida de segurança.

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24
Q

O interrogatório é dividido em duas partes. Quais são essas duas partes? O direito ao silêncio pode ser usado em ambas as partes?

A

O interrogatório no processo penal brasileiro é dividido em duas partes distintas:

Qualificação do Acusado: Na primeira parte, o acusado é qualificado, ou seja, são confirmados seus dados pessoais, como nome, idade, profissão, estado civil, entre outros. Essa etapa visa identificar corretamente a pessoa que está sendo interrogada.

Perguntas sobre os Fatos: Na segunda parte, são feitas as perguntas relacionadas aos fatos objeto da investigação ou processo penal. Aqui, o acusado é questionado sobre sua participação nos eventos descritos na acusação.

Direito ao Silêncio

Pode ser exercido em ambas as partes do interrogatório.

Na Qualificação: O acusado pode exercer o direito ao silêncio ao ser questionado sobre seus dados pessoais, se assim desejar.

Sobre os Fatos: O acusado também pode optar por permanecer em silêncio ao ser questionado sobre os fatos que são objeto da investigação ou do processo penal. Ele não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

No entendimento de Ada Pellegrini Grinover, as informações pessoais prestadas pelo réu podem ser, eventualmente, autoincriminantes ou configurar lesão à dignidade do acusado e, por isso, somente podem ser prestadas espontaneamente. Assim, “se houver recusa a falar, também aqui estará o acusado exercendo seu legítimo direito ao silêncio” (O interrogatório como meio de defesa, cit. p. 188).

Mas que se note: se o agente, no ato do seu interrogatório, se irroga falsa identidade para afastar de si a responsabilidade por eventual prática criminosa, comete o crime do art. 307 do CP: “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa” (súmula 522 do STJ).

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25
Q

Conforme o código de processo penal, é possível afirmar que existem coisas que não podem ser restituídas antes do trânsito em julgado?

A

Art. 118 do CPP: “Os objetos que interessarem à prova do fato, à sua autoria ou à aplicação da lei penal, bem como os instrumentos do crime, não poderão ser restituídos enquanto interessarem ao processo.”

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26
Q

Quais são os prazos para conclusão do inquérito policial?

A
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27
Q

Cite casos em que cabe prisão preventiva.

A

Casos de reincidência.
Violação a medida protetiva de urgência.
Quando não se sabe a identidadecivildopreso.

Art. 311. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou do querelante, ou mediante representação da autoridadepolicial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:

I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.

§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimentodedenúncia.

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28
Q

O que é Inquérito Policial? Quais as formas de abertura do Inquérito? Quais os prazos parasuaconclusão?

A

É um procedimento administrativo presidido pela autoridade policial que tem como escopo buscar indícios de autoria e materialidade para a proposituradaaçãopenal.

Doutrina: o inquérito é iniciado com o conhecimento da notítia criminis, seja por cognição imediata (derivada das atividades policiais) ou por cognição mediata (através de terceiros).

CPP Art. 5: a abertura deve ocorre diante da titularidade empregada ao crime. Se a ação é pública incondicionada, o inquérito pode ser iniciado de ofício, por pedido do MP, do Magistrado, de terceiros ou de qualquer do povo. Se a ação é pública condicionada, exige-se a representação do ofendido para o início do Inquérito. Se a ação privada, só haverá Inquérito mediante representaçãodoofendido.

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade paraintentá-la.

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29
Q

Quem pode ser testemunha?
Quem não pode ser?
Quem não precisa prestarcompromisso?

A

1- Regra geral: qualquer pessoa pode ser testemunha. Mas quem for testemunhar não pode calar, mentir ou falsear.
2- É proibido de depor quem deve guardar segredo em decorrência de função, ofício ou profissão.
3- Pai, mãe, cônjuge, ascendente ou descendente,irmãos, doentes e deficientes mentais, menoresde14.

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30
Q

Qual o valor da confissão?

A

É relativo. A confissão precisa ser levada em consideração com outrosmeiosdeprova.

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31
Q

Conceitue provas.

A

Prova é tudo aquilo que se busca comprovar diante da alegação, com a finalidade de convencer o julgador/para o convencimentodomagistrado.

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32
Q

Diferencie prova ilícita de prova ilegítima.

A

Ambas são espécies de provas ilegais.

Provas ilícitas: violam normas de direito material.

Provas ilegítimas: violam normas de direito processual/são produzidas no bojoprocessual.

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33
Q

Provas derivadas das ilícitas são permitidas?

A

Teoria do fruto da árvore envenenada. Em regra, as provas derivadas das ilícitas não são permitidas, salvo se puderem ser obtidas de uma fonteindependente e sem nexo de causalidade entreelas.

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34
Q

Quem pode arquivar oIP?

A

O magistrado a pedido do MP; ação penal pública. O pacote anticrime prevê que o MP possa arquivar ou desarquivar, mas essa disposiçãoestásuspensa.

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35
Q

Quem pode desarquivar oIP?

A

O MP, com a aceitação do magistrado.

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36
Q

Qual é o prazo para entrega da nota deculpa?

A

Lavratura do Inquérito Policial
1- Comunicação do alto de prisão em flagrante: imediata para o magistrado, o MP e a família do preso (ou quem ele indicar).

2- A nota de culpa, com o motivo da prisão, quem a conduziu e quem a testemunhou, deve ser entregue em até 24 horasdaprisão. Sem a nota de culpa, a prisão é ilegal e deve serrelaxada.

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37
Q

O que é fiança?

A

É uma medida cautelar que permite ao acusado responder ao processo em liberdade, em regra, por depósitoemdinheiro.

O delegado de policia pode arbitrar fiança no caso de crimes cuja pena máxima não ultrapassa4anos.

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38
Q

O que é uma ação penal privada?

A

É uma ação penal promovida por iniciativa do ofendido ou de seu representantelegal.

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39
Q

O que é Termo Circunstanciado de Ocorrência?

A

É o registro de contravenções Penais e crimes cuja pena máxima não ultrapassadoisanos. É diferente de BoletimdeOcorrência.

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40
Q

Cite duas medidas cautelares diversas daprisão.

A
  • Proibição de frequentar determinados lugares.
  • Proibição de manter contato com determinada pessoa.
  • Monitoramento eletrônico.
    -Fiança.

Elas podem ser determinadas de forma cumulativa.

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41
Q

Qual o prazo para encerramento do inquéritopolicial?

A

Réu preso (flagrante ou preventiva)
10 dias

Réu solto
30dias

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42
Q

Qual ação penal nós temos nos casos de lesão corporal leve contra mulher vítima de violência doméstica?

A

Ação Penal Pública Incondicionada.

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43
Q

Cabe prisão temporária para o crime de apropriação indébita?

A

Em geral, a prisão temporária é aplicada a crimes mais graves e situações onde há maior risco para a sociedade ou para a efetividade da investigação.

É possível em situações excepcionais onde se comprove a necessidade da medida para a investigação, conforme avaliação do juiz.

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44
Q

A prisão temporária pode ser utilizada para que tipos de crime?

A

A prisão temporária no Brasil é regulada pela Lei 7.960, e é expressamente prevista em nosso ordenamento para os crimes de:

  • Homicídio Doloso (art. 121, § 2º, do Código Penal)
  • Sequestro ou Cárcere Privado (art. 148 do Código Penal)
  • Roubo (art. 157, caput e § 3º, do Código Penal)
  • Extorsão (art. 158 do Código Penal)
  • Extorsão mediante Sequestro (art. 159 do Código Penal)
  • Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º, do Código Penal)
  • Atentado Violento ao Pudor (art. 214 do Código Penal)
  • Rapto Violento (art. 219 do Código Penal)
  • Epidemia com Resultado de Morte (art. 267, § 1º, do Código Penal)
  • Envenenamento de Água Potável ou Substância Alimentícia ou Medicinal qualificado pela Morte (art. 270, caput e § 1º, do Código Penal)
  • Quadrilha ou Bando (art. 288 do Código Penal)
  • Genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889/1956)
  • Tráfico de Drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006)
  • Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/1986)
  • Crimes previstos na Lei de Terrorismo (Lei nº 13.260/2016)
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45
Q

Em que momento pode ser decretada a prisão temporária?

A

A prisão temporária pode ser decretada durante a fase de investigação, especificamente no inquérito policial, antes da formalização da acusação pelo Ministério Público. Sua finalidade é garantir a eficácia das investigações e a obtenção de provas, evitando que o indiciado interfira no processo.

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46
Q

O que é nota de culpa?

A

● É um documento que dá ciência ao preso dos motivos da sua prisão, do nome do seu condutor e das testemunhas.
● Deve ser assinado pela autoridade policial e entregue ao preso, mediante recibo.
● Ela deve ser entregue em até 24 horas da prisão.
● Sem nota de culpa, a prisão é considerada ilegal.

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47
Q

Quando é permitido o uso da força na hora da prisão?

A

A regra é que não é possível o emprego da força, salvo se indispensável, nos casos de resistência ou tentativa de fulga do preso.

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48
Q

Quais os tipos de ação penal?

A

● Ação Penal Pública Incondicionada: titularidade do MP, independente de representação do ofendido.
● Ação Penal Pública Condicionada: titularidade do MP, mas depende de representação do ofendido.
● Ação Penal Privada: titularidade do ofendido.

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49
Q

Como se inicia o inquérito policial nos crimes de ação penal pública condicionada?

A

Será iniciado após representação do ofendido.

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50
Q

Qual a denominação dada à peça inicial da ação penal nos crimes promovidos por ação penal privada?

A

A queixa-crime é a peça inicial da ação penal nos crimes de ação privada, essencial para o exercício do direito de punir nos casos em que a lei exige a manifestação expressa da vontade da vítima. Ela é apresentada diretamente pela vítima ou por seu advogado e deve conter todos os elementos necessários para a instauração do processo penal.

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51
Q

Cite outras formas de dar início a uma investigação, além do Inquérito Policial.

A

Termo Circunstanciado de Ocorrência
Notícia-Crime
Auto de Prisão em Flagrante
Representação do ofendido

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52
Q

O que é Ação Controlada?

A

Técnica especial de investigação onde a autoridade policial, com o conhecimento do Ministério Público, retarda a intervenção imediata na ação criminosa para obter mais evidências. É utilizada para investigações de crime organizado e tráfico de drogas.

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53
Q

O que é Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)?

A

É um procedimento simplificado utilizado para apuração de infrações de menor potencial ofensivo, ou seja, crimes cuja pena máxima não ultrapassa dois anos, como contravenções penais.

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54
Q

O que é Procedimento Investigatório Criminal (PIC)?

A

O procedimento investigatório criminal é instaurado membro do Ministério Público e tem como finalidade apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, servindo como preparação e embasamento para o juízo de propositura, ou não, da respectiva ação penal.

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55
Q

O que é Notícia-Crime?

A

Comunicação feita por qualquer pessoa ao Ministério Público, à polícia ou ao Poder Judiciário sobre a ocorrência de um crime, solicitando a apuração dos fatos.

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56
Q

Fale sobre o instituto da representação no Processo Penal.

A
  • Em crimes de ação penal privada, a ação só se inicia quando a vítima ou seu representante legal manifestam expressamente sua vontade de ver o crime apurado.
  • A vítima ou seu representante legal deve formalizar a representação perante a autoridade policial ou diretamente ao Ministério Público.
  • A queixa-crime é uma peça processual que funciona como petição inicial da ação penal privada.
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57
Q

O que é justiça restaurativa?

A

A justiça restaurativa oferece uma alternativa ao modelo punitivo tradicional, focando na reparação do dano, na responsabilização do infrator e na participação ativa da comunidade. Ao promover o diálogo, o entendimento e a cooperação, a justiça restaurativa busca não apenas resolver o conflito imediato, mas também fortalecer as relações e prevenir futuros crimes.

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58
Q

O que é acareação?

A

● É o cara a cara.
● É um meio de prova, onde, havendo dúvida com relação aos depoimentos prestados, se coloca frente a frente pessoas que já prestaram depoimentos (acusados, testemunhas, vítimas).
● A acareação pode ser feita na fase do inquérito ou na fase processual.

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59
Q

O que é acareação? Quando ela é cabível? Qual a dinâmica de sua realização?

A

● É o confronto entre duas ou mais testemunhas, acusados e vítimas, cujos depoimentos anteriores foram divergentes ou não foram esclarecedores.
● Ela é cabível durante toda a persecução penal (investigação e processo).
● Os acareados são reperguntados sobre divergências apontadas. Este processo é reduzido a escrito no ato de acareação.

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60
Q

Qual a finalidade da acareação?

A

Apurar a verdade através do confronto entre depoentes que prestaram informações divergentes.

61
Q

O que é exame de corpo de delito? Qual a diferença para o corpo de delito?

A

Corpo de Delito: São os próprios vestígios do crime (evidências materiais).

Exame de Corpo de Delito: É a análise técnica e científica desses vestígios realizada por peritos para atestar e descrever a natureza e circunstâncias do crime.

62
Q

O exame de corpo de delito pode ser dispensado?

A

● Quando o crime deixa vestígios, é indispensável que o exame seja feito.
● Porém, o juiz não fica adstrito ao laudo.

63
Q

Cabe retratação da confissão?

A

Sim. A confissão pode ser retratada e também dividida.

63
Q

O interrogatório é dividido em duas partes. Quais são essas duas partes? O direito ao silêncio pode ser usado em ambas?

A

● A qualificação do acusado e a ciência do inteiro teor da acusação.
● Não. O acusado não pode invocá-lo em sua qualificação. Doutrina diz que sim.

63
Q

Qual a dinâmica no processo de reconhecimento de pessoas? Além do reconhecedor, mais alguém participa?

A

● Participam a pessoa que vai fazer o reconhecimento e a pessoa que vai ser reconhecida, ao lado de outras que lhe são semelhantes.
● Se a pessoa que vai fazer o reconhecimento se sentir intimidada, é possível que o reconhecido não a veja.
● Lavratura de auto pormenorizado do reconhecimento. O delegado determina e o escrivão redige.
● Se mais de uma pessoa for ser reconhecida, serão necessários processos separados e individuais.
● O reconhecimento de pessoas pode ocorrer durante toda a persecução penal.
● É possível que haja reconhecimento por foto, mas ele precisa ser corroborado durante a fase processual. Se o reconhecimento por foto for isolado, o juiz pode absolver o réu.

64
Q

O CPP estabelece alguma exigência quanto à busca pessoal em mulher?

A

Sim. A busca em mulher será feita por outra mulher, a não ser que a espera comprometa a possibilidade de fazer a busca.

65
Q

Segundo o CPP, é possível afirmar que existem coisas que não podem ser restituídas antes do trânsito em julgado?

A

Sim, as que interessarem ao processo.

66
Q

Qual termo a testemunha assina antes do depoimento?

A

Compromisso de dizer a verdade, sob pena de incorrer no crime de falso testemunho.

67
Q

O que é perícia?

A

É um exame realizado por profissional com conhecimento técnico, com a finalidade de auxiliar o julgador na formação da sua convicção.

68
Q

Durante o interrogatório, o advogado pode responder pelo preso?

A

Não. O papel do advogado é assistir e orientar o acusado, garantindo que seus direitos sejam respeitados, mas as respostas devem ser dadas exclusivamente pelo próprio acusado.

69
Q

Explique o que é o Inquérito Policial. Quais as suas principais características?

A

Natureza Administrativa: o inquérito policial é um procedimento administrativo, não judicial, destinado à apuração de infrações penais e à coleta de provas.

Inquisitorialidade: é um procedimento inquisitorial, ou seja, conduzido pela autoridade policial sem a necessidade de contraditório e ampla defesa. As partes não têm a oportunidade de contestar as provas ou decisões durante a fase de inquérito.

Escrito: todo o procedimento do inquérito policial deve ser documentado por escrito, incluindo depoimentos, laudos periciais e diligências realizadas.

Discricionariedade: a autoridade policial possui discricionariedade na condução do inquérito, podendo decidir sobre as diligências necessárias para a apuração dos fatos.

Sigilo: o inquérito pode ser conduzido sob sigilo para garantir a eficácia das investigações e a proteção das partes envolvidas. No entanto, o advogado do investigado tem direito de acesso aos elementos de prova já documentados.

Indisponibilidade: uma vez instaurado, o inquérito policial não pode ser arquivado pela autoridade policial. Somente o juiz, a pedido do Ministério Público, pode determinar seu arquivamento.

Temporalidade: o inquérito policial tem prazos para sua conclusão: 30 dias se o indiciado estiver preso e 90 dias se estiver em liberdade, podendo ser prorrogados em casos excepcionais e justificáveis.

Objetividade: a finalidade do inquérito é a busca da verdade real, devendo a autoridade policial atuar com imparcialidade na coleta de provas.

70
Q

Mencione as formas em que um Inquérito Policial pode ser instaurado.

A
  1. Notícia-Crime
  2. Notícias de fatos
  3. Auto de Prisão em Flagrante
  4. Representação
  5. Representação do MP
  6. Iniciativa da Autoridade Policial
  7. Determinação judicial
71
Q

Quais os prazos para a conclusão do inquérito policial?

A

● 10 dias, se o acusado estiver preso (flagrante ou preventiva).
● 30 dias, se o acusado estiver em liberdade (mesmo que por fiança).
● Na Justiça Federal, os prazos são 15 e 30.
● Na Lei de Drogas, os prazos são 30 e 90.

72
Q

Quando ocorre o arquivamento do inquérito policial?

A

Nossa legislação apresenta um rol taxativo de quando podemos arquivar o IP.
- Se não há justa causa para a ação ou falta pressuposto processual.
- Se o fato é atípico ou há excludentes.
- Se a punibilidade for extinta.

73
Q

Na falta de um escrivão de polícia, quem poderá lavrar o auto de prisão em flagrante?

A

● Escrivão ad hoc.
● Qualquer pessoa designada pela autoridade policial que prestar compromisso.

74
Q

O que é indiciamento?

A

● É um juízo de valor, privativo do Delegado de Polícia, sobre determinada infração penal, cuja autoria é atribuída ao investigado.
● O indiciamento deve ser feito até o final do relatório final. O indiciamento pode ser feito após o auto de prisão em flagrante, por exemplo, mas deve ser feito antes do relatório final.
● O indiciamento é ato privativo da Autoridade Policial, convencida dos elementos de autoria e materialidade.

75
Q

O que é prova ilícita?

A

● É um tipo de prova ilegal, que se divide entre provas ilícitas e ilegítimas.
● Prova ilegítima: produzida em violação às normas processuais.
● Prova ilícita: obtida com violação às normas materiais e princípios penais.
o As provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo.
o Teoria da Árvore Envenenada: as provas que derivam das ilícitas também são consideradas ilícitas.
o Exceção: se a prova derivada puder ser obtida por fonte independente.

76
Q

Qual a ação penal decorrente do crime de estupro?

A

Ação penal pública incondicionada.

77
Q

Qual a condição para a instauração do inquérito policial no crime de injúria?

A

● Este crime é de ação penal privada.
● É necessária a representação do ofendido.

78
Q

A Autoridade Policial pode arbitrar fiança?

A

Sim, se o crime for afiançável e sua pena máxima não for superior a 4 anos.

79
Q

Que situações justificam a prisão em flagrante?

A

● Flagrante próprio: o agente foi pego cometendo ou tendo acabado de cometer o crime.
● Flagrante impróprio: o agente foi perseguido, logo após cometer o crime.
● Flagrante presumido: o agente é encontrado logo depois do crime ser cometido com objetos que fazem crer que seja o autor.

80
Q

Através de qual procedimento são realizadas as investigações policiais?

A

Através do Inquérito Policial, dirigido pela autoridade policial, o delegado.

81
Q

O que é Portaria?

A

No contexto da atividade policial e segundo o CPP, a Portaria é um ato administrativo expedido pela autoridade policial para regular ou autorizar determinadas diligências, investigações ou procedimentos.

Entre outras coisas, ela autoriza o Inquérito Policial.

82
Q

Quais os atos administrativos que podem dar início ao Inquérito Policial?

A

Portaria da Autoridade Policial.
Auto de Prisão em Flagrante.
Requisição do MP&raquo_space; Portaria.
Requisição Judicial&raquo_space; Portaria.
Requerimento do Defensor&raquo_space; Portaria.

83
Q

Diferencie Infração Penal, Crime e Contravenção.

A

Infração penal é o gênero; é o termo mais genérico. Ela se divide em duas espécies.

Crimes: condutas geralmente mais gravosas, previstas em Leis especiais e no CP.

Contravenções: previstas expressamente na Lei de Contravenções Penais. Não se pune no modo culposo nem a tentativa.

84
Q

Roubo Consumado + Morte Consumada = Que tipo de latrocínio?

A

Latrocínio Consumado

85
Q

Roubo Consumado + Morte Tentada = Que tipo de latrocínio?

A

Latrocínio Tentado

86
Q

Roubo Não Consumado + Morte Consumada = Que tipo de latrocínio?

A

Latrocínio Consumado

87
Q

Roubo Não Consumado + Morte Tentada = Que tipo de latrocínio?

A

Latrocínio Tentado

88
Q

O que acontece quando o acusado se recusa a assinar o auto de prisão em flagrante?

A

No texto, é incluída a observação de que a pessoa foi convidada a assinar, mas se recusou, mencionando o fato formalmente no documento.

Duas testemunhas são chamadas para presenciar a leitura do auto e a recusa do acusado.

89
Q

O que se entende por Termo Circunstanciado de Ocorrência?

A

TCO é um ato administrativo lavrado pelo escrivão de polícia, que substitui o IP e registra delitos de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes com pena máxima de até 2 anos), encaminhando-os para juizados especiais.

90
Q

Existe indiciamento no Termo Circunstanciado de Ocorrência?

A

Não. O indiciamento é exclusivo do Inquérito Policial.

No TCO, em vez de indiciar, a autoridade policial:
- Identifica o autor do fato e a vítima;
- Coleta informações preliminares e depoimentos;
- Qualifica as partes envolvidas;
- Convida o autor a assinar o compromisso de comparecer ao Juizado Especial, evitando a prisão em flagrante, exceto em situações específicas.

91
Q

É possível instaurar IP apenas com denúncia anônima?

A

Não

Uma investigação preliminar precisa subsidiar a informação da denúncia anônima.

92
Q

O advogado pode ter acesso total o inquérito policial em andamento?

A

Não. O advogado só pode ter acesso às diligências já documentadas.

93
Q

Qual o conceito de Inquérito Policial?

A

O Inquérito Policial é uma investigação preliminar conduzida pela autoridade policial (delegado de polícia) para apurar a autoria e a materialidade de um crime. Seu objetivo é reunir elementos suficientes para que o Ministério Público ou o juiz possam decidir se é necessário ou não o oferecimento de denúncia ou o arquivamento do caso.

O inquérito policial pode ser instaurado de ofício pela polícia, por requisição do Ministério Público ou do juiz, ou por meio de representação da vítima ou de quem tenha conhecimento do fato criminoso.

94
Q

Cite três características do Inquérito
Policial.

A

Natureza administrativa

Indisponível: não pode ser arquivado por vontade da própria autoridade policial.

Escrito

95
Q

Qual o prazo para conclusão do Inquérito Policial?

A

● 10 dias, se o acusado estiver preso (flagrante ou preventiva).
● 30 dias, se o acusado estiver em liberdade (mesmo que por fiança).
● Na Justiça Federal, os prazos são 15 e 30.
● Na Lei de Drogas, os prazos são 30 e 90.

96
Q

Quantas são as hipóteses de flagrante previstas no Código de Processo Penal?

A

Flagrante próprio
A pessoa é encontrada no momento em que está a cometer o crime ou logo após.

Flagrante impróprio
A pessoa é perseguida logo após o crime, em circunstâncias que a façam parecer a autora do delito.

Flagrante presumido
A pessoa é encontrada logo após o crime, com instrumentos, armas ou ferramentas que a façam parecer a autora do delito.

97
Q

Conceitue indiciamento.

A

Indiciamento é o ato formal realizado pela autoridade policial, no qual se aponta um indivíduo como suspeito de ter cometido um crime. Ele ocorre no inquérito policial, quando existem indícios suficientes de autoria e materialidade do delito.

98
Q

Pode um advogado sem procuração ter acesso aos autos?

A

A Lei nº 13.793/19 assegura aos advogados o acesso e a obtenção de cópias de atos e documentos de processos e de procedimentos eletrônicos mesmo sem procuração, com exceção dos processos que tramitam em sigilo ou segredo de justiça.

99
Q

Como a Polícia Judiciária pode impedir um advogado de ter acesso aos autos em caso de possível violação a direitos humanos ou de sigilo?

A

Ela pode decretar o sigilo da investigação e encaminhar uma solicitação ao juiz para que ele autorize ou reforce o sigilo, caso o advogado questione o impedimento de acesso.

O juiz, após analisar a situação, pode confirmar a restrição ou determinar a liberação do acesso.

100
Q

Depois de lavrado o Auto de Prisão em Flagrante, pode o delegado arbitrar fiança?

A

A fiança pode ser concedida quando o crime pelo qual a pessoa foi presa em flagrante for fiançável e sua pena máxima não exceda 4 anos.

Exceções: Mesmo que o crime tenha pena máxima inferior a 4 anos, se houver motivos que justifiquem a prisão preventiva (por exemplo, risco à ordem pública ou possibilidade de fuga), o delegado não poderá arbitrar a fiança.

101
Q

O crime de estelionato autoriza a instauração de Inquérito Policial sem a representação da vítima?

A

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
- a Administração Pública, direta ou indireta;
- criança ou adolescente;
- pessoa com deficiência mental; ou
- maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.

(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

102
Q

Identificação, qualificação, interrogatório e vida pregressa são componentes de qual ato do Escrivão de Polícia?

A

Ato de lavratura do Auto de Prisão em Flagrante.

Identificação: coleta de dados pessoais do preso.

Qualificação: descrição das circunstâncias que envolvem a prisão.

Interrogatório: depoimento do preso.

Vida pregressa: história criminal do acusado.

103
Q

O que é nota de culpa?

A

306 do CPP

É um documento onde se formaliza o direito de todo preso em flagrante de saber os motivos de sua prisão, o nome do condutor da prisão e o de eventuais testemunhas do fato.

104
Q

Fale sobre o princípio da devida investigação criminal.

A

O princípio da devida investigação criminal é a ideia de que o Estado deve respeitar os direitos individuais e os postulados constitucionais durante o processo de investigação criminal

105
Q

Quais são as prisões Provisórias?

A

Prisão Temporária:

Objetivo: Garantir a investigação e evitar a fuga ou destruição de provas.
Prazo: 5 dias (prorrogáveis por mais 5) para crimes em geral e 30 dias (prorrogáveis por mais 30) para crimes hediondos.
Requisitos: Indícios suficientes de autoria e materialidade do crime, e necessidade para a investigação.

Prisão Preventiva:

Objetivo: Garantir a ordem pública, a aplicação da lei penal ou a conveniência da instrução criminal.
Prazo: Indeterminado, podendo durar até o julgamento final.
Requisitos: Fundada em risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal (ex.: risco de fuga ou ameaça de testemunhas).

106
Q

O que é Garante?

A

No Direito Penal, o garante é aquele que tem o dever jurídico de evitar um resultado ilícito (normalmente, o resultado de um crime), mas não o faz, incorrendo em responsabilidade penal pela omissão.

Por exemplo:
- Pais têm o dever de garantir a proteção e a alimentação de seus filhos. Se eles deixam de cumprir esse dever e o filho sofre uma consequência negativa por isso (como um acidente que poderia ser evitado), podem ser responsabilizados por omissão.
- O médico, como garante, tem o dever de cuidar de um paciente sob sua responsabilidade e, se não tomar as medidas necessárias para evitar danos ao paciente, poderá ser responsabilizado.

107
Q

O que é Indiciamento?

A

O indiciamento é o ato formal, realizado no âmbito de um inquérito policial, pelo qual a autoridade policial aponta uma pessoa como suspeita da prática de um crime, com base em indícios suficientes de autoria e materialidade.

108
Q

Como deve ser realizada a Acariação?

A

O artigo 229 do Código de Processo Penal (CPP) trata da acareação, que é um procedimento que pode ser realizado quando houver divergências nas declarações de acusados, testemunhas ou ofendidos.

A acareação é realizada da seguinte forma:
1- Os acareados são notificados para comparecerem
2- São reperguntados para que expliquem as divergências
3- O ato de acareação é reduzido a termo

O artigo 229 do CPP também estabelece que a acareação pode ser realizada entre: Acusados, Acusado e testemunha, Testemunhas, Acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, Pessoas ofendidas.

109
Q

Quando o indivíduo está preso qual o prazo para a conclusão do inquérito policial?

A

Indivíduo preso:
O inquérito policial deve ser concluído em 10 dias, contados a partir da prisão do investigado.

Indivíduo solto:
O prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado pela autoridade policial com autorização judicial.

Crimes previstos na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006):
Indivíduo preso:
O prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias.
Indivíduo solto:
O prazo é de 90 dias.
Ambos os prazos podem ser prorrogados uma vez, por igual período, mediante autorização judicial (Art. 51 da Lei 11.343/2006).

110
Q

O que é Prova?

A

Em direito, a prova é todo meio ou elemento utilizado para demonstrar a verdade de um fato relevante em um processo judicial ou administrativo. A prova tem como objetivo formar a convicção do juiz ou da autoridade responsável pela decisão, garantindo a imparcialidade e a justiça no julgamento.

111
Q

O que é Flagrante Preparado?

A

O flagrante preparado, também conhecido como “flagrante provocado”, é aquele em que uma pessoa, geralmente um agente público ou terceiro, induz outra a cometer um crime, criando as condições ou armadilhas necessárias para que a prática delituosa ocorra, com o objetivo de capturá-la em flagrante.

Esse tipo de flagrante é considerado ilícito pela legislação brasileira, pois o crime não teria sido cometido sem a interferência ativa ou indução do agente provocador.

O entendimento sobre o flagrante preparado foi consolidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Súmula 145, que estabelece:

“Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.”

112
Q

Quais as orientações no reconhecimento de pessoas e coisas?

A

O artigo 226 do Código de Processo Penal (CPP) estabelece o procedimento a ser seguido para o reconhecimento de pessoas, seja presencialmente ou por fotografia. As formalidades previstas no artigo são uma garantia mínima para o suspeito e para a verificação dos fatos.

O artigo 226 do CPP estabelece que:
1- A pessoa que fará o reconhecimento deve descrever a pessoa a ser reconhecida.
2- A pessoa a ser reconhecida deve ser colocada ao lado de outras pessoas que tenham semelhança com ela.
3- A autoridade deve providenciar para que a pessoa a ser reconhecida não veja a pessoa que fará o reconhecimento se houver risco de intimidação.
4- O ato de reconhecimento deve ser lavrado por meio de um auto detalhado, subscrito pela autoridade, pela pessoa que fez o reconhecimento e por duas testemunhas.

No reconhecimento de objeto, o artigo 227 do CPP estabelece que se deve proceder com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.

113
Q

Quais os crimes julgados pelo Tribunal do Júri?

A

O Tribunal do Júri é competente para julgar os crimes dolosos contra a vida.

114
Q

O que é depoimento especial?
Ele é acolhido por alguma autoridade?

A

O depoimento especial é um procedimento legal destinado a colher o relato de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência em um ambiente protegido, com a utilização de técnicas apropriadas que respeitem sua condição psicológica e emocional.

O MP e a Defensoria podem acompanhar o procedimento.

115
Q

Havendo descumprimento de determinação do juiz, o delegado poderá ceder fiança a um agressor?

Quem poderá ceder esta fiança?

A

Não.

Somente o juiz poderá analisar a possibilidade de fiança, com base nas circunstâncias e na proteção da vítima.

116
Q

Em que situação ocorre a produção antecipada de provas?

A

A produção antecipada de provas pode ocorrer em situações onde há o risco de que as provas sejam perdidas ou se tornem inacessíveis no futuro.

117
Q

O que é depoimento especial?

A

O depoimento especial é uma técnica legal e humanizada de coleta de relatos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, feita em ambiente protegido, por profissionais especializados, e com metodologias apropriadas para evitar revitimização e danos emocionais.

118
Q

O delegado de polícia poderá arquivar o inquérito policial?

A

O delegado de polícia não pode arquivar o inquérito policial de forma unilateral, mas pode recomendar o arquivamento, que é uma sugestão à autoridade judiciária, o juiz.

Quem efetivamente arquiva o inquérito é o Ministério Público, após análise do caso. Caso o MP concorde com o arquivamento, ele o comunicará ao juiz, que terá a palavra final sobre o arquivamento.

119
Q

Caso o IP seja arquivado, existe a possibilidade de ser desarquivado?

A

O arquivamento do inquérito pode ser reavaliado caso surjam novos elementos que justifiquem a continuidade das investigações. Se houver uma nova descoberta de provas, como uma testemunha-chave que surge ou novas evidências materiais, o Ministério Público (MP) pode pedir o desarquivamento do inquérito policial ao juiz, fundamentando a necessidade de reabertura da investigação, com base nos novos elementos..

120
Q

Qual é a diferença entre o crime de contrabando e o crime de descaminho?

A

Contrabando: importação ou exportação de mercadorias proibidas. Não pode ser tentato.

Descaminho: é uma fraude para não pagar tributos de importação, exportação e consumo. O descaminho pode ser tentado. A pena para o descaminho pode ser dobrada se a conduta for praticada em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.

121
Q

Quem pode pleitear a decretação de prisão temporária?

A

Autoridade Policial: pode solicitar a decretação da prisão temporária ao juiz competente durante a investigação criminal, desde que existam fundamentos que justifiquem a medida (como risco de fuga, destruição de provas, ou continuidade delitiva).

Ministério Público: também pode requerer a prisão temporária ao juiz, desde que haja justificativa nos termos da lei. O promotor pode fazer esse pedido durante a fase de investigação, para garantir a ordem pública ou o bom andamento da apuração.

122
Q

Descreva o procedimento de reconhecimento de pessoas?

A

As formalidades do artigo 226 do CPP são:
- A pessoa que deve fazer o reconhecimento deve descrever a pessoa que será reconhecida;
- A pessoa a ser reconhecida deve ser colocada ao lado de outras pessoas com semelhança física;
- A autoridade deve garantir que a pessoa que deve ser reconhecida não veja a pessoa que está a fazer o reconhecimento, se houver risco de intimidação;
- Deve ser lavrado um auto detalhado do ato de reconhecimento, assinado pela autoridade, pela pessoa que fez o reconhecimento e por duas testemunhas.

Ademais
Art. 226. No reconhecimento de pessoas, deverão ser observadas as seguintes normas:

I - a pessoa que estiver sendo reconhecida será informada de seu direito de permanecer em silêncio e de que, se não desejar ser reconhecida, poderá se abster de tal ato;

II - o reconhecimento será feito em um ambiente sem qualquer tipo de pressão, podendo o reconhecedor se recusar a fazer o reconhecimento sem prejuízo da regularidade do procedimento.

123
Q

Uma criança com 11 anos de idade pode ser ouvida como testemunha?
Ela será compromissada a dizer a verdade?

A

Sim. Qualquer pessoa pode ser testemunha.

Não. É defeso o compromisso de dizer a verdade ao menor de catorze anos.

124
Q

O juiz declara uma prova ilícita. O que acontece com a prova?

A

A consequência imediata é que a prova não pode ser utilizada no processo.

  • Teoria dos frutos da árvore envenenada
    Qualquer outra prova que tenha sido derivada dessa prova ilícita (ou seja, a partir de informações ou evidências obtidas de maneira ilegal) também será considerada ilícita.
  • Revisão
    Prova ilícita é aquela obtida em violação a normas de direito material, como uma interceptação telefônica sem autorização judicial. Já a prova ilegítima ocorre por desrespeito a normas processuais, como um laudo pericial assinado por quem não é perito.
125
Q

Discorra sobre a teoria dos frutos da árvore envenenada.

A

Qualquer outra prova que tenha sido derivada de prova ilícita (ou seja, a partir de informações ou evidências obtidas de maneira ilegal) também será considerada ilícita.

  • Revisão
    Prova ilícita é aquela obtida em violação a normas de direito material, como uma interceptação telefônica sem autorização judicial. Já a prova ilegítima ocorre por desrespeito a normas processuais, como um laudo pericial assinado por quem não é perito.
126
Q

Qual é o destino dos instrumentos do crime em
custódia?

A
  1. Restituição ao legítimo proprietário
  2. Destruição ou inutilização
  3. Incorporação ao patrimônio público
    Etc
127
Q

Cite 2 casos de suspeição do juiz.

A

Amizade ou inimizade com as partes
Interesse no processo

128
Q

No caso de impedimento do juiz, por exemplo quando este é parente do réu, quem pode arguir este impedimento?

A

As partes do processo
O próprio juiz
Um tribunal superior

129
Q

Ocorre a morte de um acusado, em seguida o juiz declara impunidade a este acusado.
Como é comprovada a morte do acusado?

A

O juiz solicita a juntada da certidão de óbito ou documento equivalente ao processo.

Após a confirmação, o magistrado declara a extinção da punibilidade por sentença.

130
Q

Nos crimes de ação penal pública de representação condicionada, qual é o prazo para oferecer representação?
Este prazo contado a partir de que dia?

A

6 meses

A vítima ou seu representante legal toma conhecimento da autoria do crime.

131
Q

Se o delegado não instaurar um inquérito policial de ofício, quem pode requerer?

A

O MP
O Juiz
O ofendido ou seu representante legal.

132
Q

O que é uma ação penal privada subsidiária da pública?

A

O ofendido ou seu representante legal pode ajuizar uma ação penal privada quando o Ministério Público, sendo o titular da ação penal pública, não propõe a denúncia no prazo legal.

133
Q

O que é queixa ou queixa-crime?

A

É a petição inicial da ação penal privada ou da ação penal privada subsidiária da pública.

134
Q

Quem pode requisitar a instauração do inquérito policial?

A
135
Q

Policial disfarçado vende droga a indivíduo, ao receber a droga o policial o prende em flagrante. É possível?

A

Sim, é possível. Essa prática é conhecida como “ação controlada” ou “infiltração policial”.

A ação controlada deve estar previamente autorizada judicialmente, pois envolve uma exceção ao princípio da não provocação do crime.

136
Q

Qualquer do povo pode prender em flagrante?

A

Sim.

Em casos de flagrante delito, qualquer pessoa pode e os agentes da segurança pública devem.

137
Q

Quando se caracteriza flagrante delito?

A
138
Q

Quais os requisitos para a prisão temporária?

A
  • Determinação judicial
  • Indícios suficientes de autoria e materialidade
  • Crime de natureza grave
  • Necessidade de garantir
    A. Ordem Pública
    B. Aplicação da Lei Penal
    C. Investigação
139
Q

O investigado deve ser sempre identificado por datiloscópia?

A

A identificação datiloscópica (por meio das impressões digitais) é uma medida que pode ser realizada em situações específicas, mas não é obrigatória para todos os investigados.
Ela é utilizada em casos de prisão em flagrante e em sentenças transitadas em julgado.

140
Q

O delegado pede a escrivão que proceda com o arquivamento de inquérito. O que o escrivão faz?

A

O escrivão não pode proceder ao arquivamento do inquérito policial por conta própria, mesmo que receba uma ordem do delegado.

Se o delegado entender que o inquérito deve ser arquivado, ele deve encaminhar um relatório final justificando a conclusão da investigação e remeter os autos ao Ministério Público.

141
Q

Quais os componentes de uma prisão ilegal, que poder ser imediatamente revogada pela autoridade policial?

A
  • Falta de flagrante ou mandado judicial
  • Descumprimento de formalidades legais
  • Violação de direitos fundamentais
142
Q

O que são medidas alternativas de liberdade?

A

São medidas cautelares diversas da prisão previstas no ordenamento jurídico brasileiro. O artigo 319 do CPP descreve expressamente, em seu texto, 9 medidas cautelares diversas da prisão, quais sejam:
1) comparecimento periódico em juízo;
2) proibição de acesso ou de frequentar determinados lugares;
3) proibição de manter contato com determinadas pessoas;
4) proibição de ausentar-se da Comarca, necessária para a investigação ou instrução;
5) recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga;
6) suspensão do exercício da função pública ou de atividade de natureza econômica;
7) internação provisória
8) fiança;
9) monitoração eletrônica (tornozeleira).

143
Q

A autoridade policial pode expedir mandado de apreensão?

A

Não.

Essa é uma atribuição exclusiva do Poder Judiciário.

144
Q

A quem recorrer se a autoridade judicial não concorda com arquivamento de inquérito?

A

O Ministério Público (titular da ação penal pública) pode requerer o arquivamento do inquérito se entender que não há elementos suficientes para oferecer denúncia.

Se o juiz discordar do pedido de arquivamento, ele não pode determinar o prosseguimento do inquérito por conta própria, já que isso violaria a titularidade exclusiva do Ministério Público na ação penal pública.

145
Q

Cite exemplos de crimes de ação penal privada.

A

Calúnia
Difamação
Injúria
Exercício arbitrário das próprias razões
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

146
Q

Sobre a Cadeia de Custódia, quem pode devolver bens legítimos que tenham sido utilizados em crime?

A

A autoridade policial pode, caso o bem não seja mais necessário para as investigações.

Entretanto, caso o bem esteja sob custódia judicial, sua devolução depende de decisão judicial.

147
Q

O que é queixa-crime?

A

É uma peça processual que inicia uma ação penal privada, sendo apresentada pela vítima ou seu representante legal para processar o autor de um crime.

A queixa-crime é utilizada em crimes de ação penal privada, ou seja, crimes que atingem interesses privados ou da honra da vítima, como calúnia, difamação e injúria.

A queixa-crime deve conter: Exposição dos fatos, Identificação do acusado, Classificação do crime.

A queixa-crime deve ser apresentada ao juiz competente para o processo e julgamento da causa.

A queixa-crime é diferente da denúncia, que é a peça inicial da ação penal pública, apresentada pelo Ministério Público em casos de crimes que afetam o interesse da sociedade, como homicídios e roubos.