Processual Penal Flashcards

1
Q

Diferencie porte e posse ilegal de arma de fogo.

A

No Brasil, o porte e a posse ilegal de arma de fogo são crimes distintos, regulados pela Lei nº 10.826/2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento. Ambos os crimes se referem à posse ou ao porte de armas sem a devida autorização, mas têm diferenças significativas quanto à conduta e ao contexto em que ocorrem. A seguir, são detalhadas as definições e diferenças entre porte e posse ilegal de arma de fogo.

O crime de posse ilegal ocorre dentro de espaços privados (residência ou local de trabalho), onde a arma é mantida armazenada ou guardada.

O crime de porte ilegal ocorre em espaços públicos ou fora do domicílio ou local de trabalho do agente. A conduta envolve transportar a arma de um lugar a outro ou simplesmente portar a arma consigo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

O que é prisão preventiva? Em quais casos é permitida?

A

A prisão preventiva é um tipo de prisão cautelar, utilizada no curso da investigação ou do processo.

Objetivos
- Garantia da Ordem Pública.
- Garantia da Ordem Econômica.
- Conveniência da Instrução Criminal.
- Assegurar a Aplicação da Lei Penal.

Casos em que é solicitada (Art. 313 do CPP)
- Crimes Dolosos Punidos com Pena Privativa de Liberdade Máxima Superior a 4 Anos.
- Reincidência em Crime Doloso.
- Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Criança, Adolescente, Idoso, Enfermo ou Pessoa com Deficiência.
- Dúvida sobre Identidade do Acusado.

Procedimento de Decretação
- Requerimento: Pode ser solicitado pelo Ministério Público, pelo querelante ou mediante representação da autoridade policial.
- O juiz também pode decretar a prisão preventiva de ofício durante o curso da ação penal, se verificar a presença dos requisitos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

O que é Inquérito Policial? Quais as formas de abertura? Quais os prazos para conclusão?

A

O inquérito policial é um procedimento administrativo de caráter investigativo, conduzido pela polícia judiciária (civil ou federal), com o objetivo de apurar a autoria e materialidade de infrações penais. Este procedimento é essencial para a formação da opinião do Ministério Público sobre a necessidade de oferecer denúncia e iniciar a ação penal.

Formas de Abertura do Inquérito Policial

  • De Ofício: A autoridade policial, ao tomar conhecimento de um fato criminoso, pode instaurar o inquérito de ofício, sem necessidade de provocação externa.
  • Requisição do Ministério Público ou do Juiz: O Ministério Público ou o juiz podem requisitar a instauração de inquérito policial, devendo a autoridade policial cumprir a requisição.
  • Requerimento da Vítima ou Representante Legal: A vítima ou seu representante legal pode requerer a instauração de inquérito policial. A autoridade policial deve analisar o requerimento e, havendo indícios de crime, proceder à instauração.
  • Auto de Prisão em Flagrante: Quando alguém é preso em flagrante delito, a autoridade policial deve lavrar o auto de prisão em flagrante e instaurar o inquérito imediatamente.
  • Notitia Criminis: Informações recebidas pela polícia sobre a ocorrência de um crime podem levar à instauração do inquérito. Essas informações podem ser fornecidas por qualquer pessoa.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Quem pode ser testemunha? Quem não pode ser? Quem não precisa prestar compromisso?

A

Quem pode ser testemunha: em regra, toda pessoa poderá ser testemunha.
Quem não pode ser testemunha: aquelas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo.
Quem não precisa prestar compromisso: ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Qual o valor da confissão?

A

A confissão é um meio de prova que pode contribuir para a formação da convicção do juiz. No entanto, ela não tem valor absoluto. A confissão deve ser corroborada por outras provas que confirmem sua veracidade.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Conceitue provas.

A

Meios legais para demonstrar a verdade dos fatos alegados pelas partes (acusação e defesa), a fim de formar a convicção do juiz sobre a ocorrência do crime e a culpabilidade do réu.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Diferença de provas ilícitas e ilegítimas.

A

Fonte de Violação

Provas Ilícitas: Violam direitos fundamentais protegidos pela Constituição Federal ou normas legais que protegem garantias individuais.
Provas Ilegítimas: Violam normas processuais específicas estabelecidas por leis infraconstitucionais.

Consequências Jurídicas

Provas Ilícitas: São absolutamente inadmissíveis e invalidam também as provas delas derivadas.
Provas Ilegítimas: Podem ser anuladas, mas a nulidade pode ser relativa (dependendo de arguição tempestiva) ou absoluta (podendo ser reconhecida a qualquer tempo).

Exemplos

Provas Ilícitas: Interceptação telefônica sem autorização judicial, busca domiciliar sem mandado judicial, confissão obtida mediante tortura.
Provas Ilegítimas: Prova colhida sem observância do contraditório, testemunha ouvida sem a presença do defensor, perícia realizada sem as formalidades legais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Provas derivadas da ilícita são permitidas?

A

Código de Processo Penal, Art. 157, §§ 1º e 2º:Art. 157,

§ 1º: “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.”

Art. 157, § 2º: “Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Quem pode arquivar o inquérito policial? Quem pode desarquivar?

A

Quem pode arquivar?

Ministério Público: o arquivamento do inquérito policial é uma atribuição do Ministério Público. É o titular da ação penal pública e, portanto, tem a prerrogativa de solicitar o arquivamento do inquérito quando entender que não há elementos suficientes para oferecer a denúncia.

Procedimento

  • Requerimento ao Juiz: o Ministério Público solicita ao juiz o arquivamento do inquérito policial, apresentando os motivos que justificam a falta de elementos para a ação penal.
  • Decisão Judicial: o juiz analisa o requerimento do Ministério Público e decide pelo arquivamento ou não do inquérito.

O juiz não pode determinar o arquivamento de ofício; ele só arquiva mediante pedido do Ministério Público.

Quem pode desarquivar

  • Ministério Público: a competência para desarquivar um inquérito policial também é do Ministério Público, mas isso só pode ocorrer se surgirem novas provas que justifiquem a reabertura das investigações.
  • Juiz: o juiz, ao tomar conhecimento de novas provas, pode comunicar ao Ministério Público para que este requeira o desarquivamento do inquérito.

Procedimento

  • Novas Provas: novos elementos ou provas devem surgir para justificar o desarquivamento do inquérito policial.
  • Requerimento ao Juiz: o Ministério Público requer ao juiz o desarquivamento do inquérito com base nas novas provas.
  • Decisão Judicial: o juiz, analisando a justificativa e as novas provas apresentadas pelo Ministério Público, decide pelo desarquivamento ou não do inquérito.

Código de Processo Penal (CPP), Art. 18
Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Qual o prazo para a entrega da nota de culpa?

A

De acordo com o artigo 306 do Código de Processo Penal Brasileiro (CPP), a nota de culpa deve ser entregue em até 24 horas após a realização da prisão em flagrante. Esse documento deve conter:

Motivo da Prisão: Uma descrição sucinta do fato que motivou a prisão.
Nome do Condutor: Identificação do responsável pela prisão.
Testemunhas: Nomes das testemunhas que presenciaram o ato.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

O que é fiança?

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

O que é uma ação penal privada?

A

A ação penal privada é aquela em que a iniciativa de promover a ação penal e conduzir o processo é conferida à própria vítima do crime ou ao seu representante legal, em vez de ser conduzida pelo Ministério Público.

  • Ação Penal Privada Exclusiva: A vítima ou seu representante legal tem a titularidade exclusiva para propor a ação penal.
    Exemplo: Crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria).
  • Ação Penal Privada Personalíssima: Somente a própria vítima pode oferecer a queixa-crime, não podendo ser substituída por seu representante legal, exceto em casos de incapacidade.
    Exemplo: No Brasil, não há previsão expressa de crimes que se enquadrem exclusivamente como ação penal privada personalíssima, mas o conceito se aplica a situações onde a vítima deve, por sua própria vontade, exercer o direito de ação.
  • Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: A vítima ou seu representante legal pode propor a ação penal no caso de inércia do Ministério Público, ou seja, quando o Ministério Público não oferece a denúncia no prazo legal.
    Fundamento Legal: Art. 29 do Código de Processo Penal.
    Exemplo: Pode ocorrer em qualquer crime de ação pública quando o Ministério Público não apresenta a denúncia no prazo legal.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

O que é termo circunstanciado?

A

É um procedimento simplificado e sumário adotado em casos de infrações penais de menor potencial ofensivo.

Previsto na Lei nº 9.099/1995, que instituiu os Juizados Especiais Criminais (JECRIM).

Características do Termo Circunstanciado

Infração de Menor Potencial Ofensivo: Aplicável a contravenções penais e crimes cuja pena máxima não ultrapasse dois anos, cumulada ou não com multa.

Simplificação do Procedimento: Dispensa a instauração de inquérito policial e a prisão em flagrante, exceto se necessário, substituindo-os pelo registro do termo.

Conteúdo: Descrição sucinta dos fatos, identificação das partes envolvidas (autor do fato, vítima e testemunhas) e eventual apreensão de objetos relacionados à infração.

Encaminhamento ao JECRIM: Após a elaboração do TC, os envolvidos são citados e intimados para comparecerem ao Juizado Especial Criminal, onde será realizada audiência preliminar para tentativa de composição civil e aplicação de medidas despenalizadoras.

Procedimento
Lavratura do TC: A autoridade policial ou outra autoridade competente elabora o Termo Circunstanciado no local da infração ou na delegacia.

Identificação e Declaração: As partes são identificadas e prestam suas declarações.

Compromisso de Comparecimento: O autor do fato assina um termo de compromisso de comparecimento à audiência no JECRIM, sendo liberado em seguida.

Envio ao JECRIM: O TC é encaminhado ao Juizado Especial Criminal competente para o prosseguimento do processo.

Vantagens

Celeridade: A resolução rápida e eficiente das infrações de menor potencial ofensivo.

Desburocratização: Redução da sobrecarga das delegacias e do sistema penal.

Medidas Despenalizadoras: Aplicação de medidas alternativas à prisão, como a transação penal e a suspensão condicional do processo, promovendo a reintegração social.

Base Legal
Lei nº 9.099/1995: Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e estabelece o procedimento para as infrações de menor potencial ofensivo.

Em resumo, o Termo Circunstanciado é um instrumento que visa agilizar o tratamento de delitos menos graves, proporcionando uma resposta rápida e eficaz do sistema de justiça criminal, além de promover a pacificação social e a ressocialização dos envolvidos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Quais os tipos de ação penal?

A

Pública Incondicionada

Pública Condicionada à Representação do ofendido

Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça

Privada

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

O que é Inquérito Policial? Quais as formas de abertura? Quais os prazos para conclusão?

A

É um procedimento
- administrativo;
- inquisitório;
- preparatório.

É destinado a apurar a existência de uma infração penal e identificar sua autoria, a fim de fornecer elementos para a propositura da ação penal pelo Ministério Público.

Formas de Abertura do Inquérito Policial

  • De Ofício: A autoridade policial pode instaurar o inquérito por iniciativa própria quando tiver conhecimento da prática de uma infração penal.
  • Mediante Requisição do Ministério Público ou do Juiz: O inquérito pode ser instaurado a partir de uma requisição formal do Ministério Público ou de uma ordem do juiz.
  • Mediante Representação: Nos crimes de ação pública condicionada à representação, a abertura do inquérito depende da manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal.
  • Mediante Requerimento do Ofendido: A vítima ou seu representante legal pode requerer a instauração do inquérito, especialmente nos crimes de ação penal pública.
  • Auto de Prisão em Flagrante: A autoridade policial pode instaurar o inquérito a partir de um auto de prisão em flagrante, quando o autor é preso imediatamente após a prática do crime.

Prazos para Conclusão do Inquérito Policial

CPP: 10

Indiciado Solto
- Regra Geral: 30 + 30.
- Crimes da Lei de Drogas: 90 + 90.
- Crimes Federais: 30 + 30.

Indiciado Preso
- Regra Geral: 10 dias, conforme o artigo 10 do CPP.
- Crimes da Lei de Drogas: 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.
Crimes Federais: 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 dias conforme o artigo 66 da Lei nº 5.010/1966.

Conclusão do Inquérito Policial

Ao final do inquérito policial, a autoridade policial deve elaborar um relatório circunstanciado, no qual expõe as diligências realizadas, os resultados obtidos e as conclusões a que chegou.

Este relatório é encaminhado ao Ministério Público, que pode:

Oferecer Denúncia: se houver elementos suficientes para tanto, o Ministério Público oferece denúncia e inicia a ação penal.
Requerer Diligências Complementares: se considerar necessário, o Ministério Público pode solicitar à autoridade policial a realização de diligências complementares para melhor apuração dos fatos.
Arquivar o Inquérito: se entender que não há elementos suficientes para a propositura da ação penal, o Ministério Público pode requerer ao juiz o arquivamento do inquérito.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

O que exame de corpo de delito? Qual a diferença para o corpo de delito?

A

Art. 158 do Código de Processo Penal (CPP): “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.”

Exame de corpo de delito é uma perícia realizada para constatar e documentar a existência de vestígios de um crime. Ele é essencial para a comprovação de certos tipos de delitos que deixam vestígios, como homicídios, lesões corporais, estupros, entre outros. O exame é realizado por peritos oficiais e, na falta destes, por pessoas idôneas com conhecimentos específicos sobre a matéria.

Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pela prática de um crime. São os elementos físicos ou as consequências palpáveis de uma infração penal que podem ser examinados para comprovar a sua ocorrência.

Exemplos de Corpo de Delito
- Um cadáver (no caso de homicídio).
- Marcas de arrombamento (em casos de furto qualificado).
- Vestígios de substâncias químicas (em casos de envenenamento).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

O exame de corpo de delito pode ser dispensado?

A

Art. 158 do CPP:

“Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.”

Art. 167 do CPP:

“Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Em quais casos a autoridade policial só registra o BO e entrega o adolescente aos pais?

A

Atos Infracionais de Menor Potencial Ofensivo

Para atos infracionais que são considerados de menor potencial ofensivo, a autoridade policial pode optar por medidas mais brandas.

Ato Infracional sem Violência ou Grave Ameaça: Quando o ato infracional cometido pelo adolescente não envolve violência ou grave ameaça à pessoa.

Exemplos: Furto simples, posse de drogas para consumo pessoal, danos materiais de pequena monta.

Procedimento

Registro do Boletim de Ocorrência: A autoridade policial registra o Boletim de Ocorrência, descrevendo o ato infracional e as circunstâncias em que foi cometido.

Entrega aos Pais ou Responsáveis: Após o registro do BO, a autoridade policial entrega o adolescente aos pais ou responsáveis, orientando-os sobre a necessidade de comparecimento posterior à Justiça da Infância e da Juventude.

Remessa ao Ministério Público: O BO é encaminhado ao Ministério Público, que pode decidir pela aplicação de medidas socioeducativas ou pelo arquivamento do caso, dependendo da gravidade do ato infracional e das circunstâncias pessoais do adolescente.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Qual a dinâmica no processo de reconhecimento de pessoas? Além do reconhecedor, mais alguém participa?

A

Art. 226 do CPP: “Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
II - a pessoa, cuja identificação se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para crer que a pessoa chamada a efetuar o reconhecimento possa, por efeito de intimidação ou outra influência, não dizer a verdade, o juiz tomará providências para que o reconhecimento se faça sem que aquela seja vista;
IV - do ato de reconhecimento, lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.”

Participantes no Processo de Reconhecimento

  • Reconhecedor: a vítima ou testemunha que fará o reconhecimento.
  • Reconhecido: a pessoa que se pretende identificar.
  • Autoridade Policial: o delegado de polícia ou outro agente da autoridade que conduz o procedimento.
  • Testemunhas: duas testemunhas presenciais que acompanham o ato e subscrevem o auto de reconhecimento.

Procedimento Detalhado

  • Descrição Prévia: o reconhecedor é convidado a descrever a pessoa que deve ser reconhecida antes de iniciar o processo. Isso é importante para evitar sugestionamentos.
  • Colocação em Linha: a pessoa a ser reconhecida é colocada ao lado de outras com características semelhantes (altura, idade, aparência) para garantir a imparcialidade do reconhecimento.
  • Identificação: o reconhecedor é convidado a apontar a pessoa que acredita ser o autor do delito. Se há risco de intimidação ou influência, medidas são tomadas para que o reconhecimento seja feito sem que o reconhecedor seja visto pelo reconhecido.
  • Lavratura do Auto: um auto pormenorizado do ato de reconhecimento é lavrado, contendo a descrição do procedimento e a assinatura da autoridade, do reconhecedor e das duas testemunhas.

Garantias e Cuidados

O reconhecimento de pessoas deve observar certas garantias para evitar erros e influências indevidas.

Descrição prévia do suspeito: evita que a vítima ou testemunha seja influenciada pela presença do suspeito.
Semelhança entre os participantes da fila: garante que o reconhecedor não seja induzido a escolher alguém por diferenças visuais óbvias.
Providências contra a intimidação: assegura que o reconhecedor não esteja sob pressão ou medo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

O que é acareação? Quando é cabível? Qual a dinâmica da realização?

A

Art. 229 do CPP: “A acareação será admitida entre acusados, entre ofendidos e acusados, entre testemunhas e entre testemunhas e acusados, sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias relevantes.”

Art. 230 do CPP: “Se a acareação se der entre mais de duas pessoas, todas serão ouvidas em conjunto, ou separadamente, conforme o juiz entender conveniente, perguntando e reperguntando cada um aos acareados, para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.”

Art. 231 do CPP: “Se ausente alguma das pessoas que devam ser acareadas, designar-se-á dia e hora para a acareação, mandando intimá-las para comparecer.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

O código de processo penal estabelece alguma exigência quanto a busca pessoal em mulher?

A

Art. 249 do CPP:

“A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Quais são as modalidades da prisão cautelar ou provisória previstas no nosso ordenamento?

A

Prisão Preventiva: É decretada pelo juiz durante o inquérito policial, a fase processual ou mesmo após a condenação, quando necessário para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal. Pode ser decretada de ofício pelo juiz ou mediante requerimento do Ministério Público ou do querelante.

Prisão Temporária: Tem natureza cautelar e é utilizada durante a investigação criminal em casos de crimes hediondos, praticados por organização criminosa, tráfico de drogas, entre outros delitos graves. A prisão temporária tem prazo determinado de 5 dias, prorrogável por mais 5 dias em casos específicos.

Prisão em Flagrante: Não é exatamente uma medida cautelar, mas uma modalidade de prisão decorrente da situação de flagrância, ou seja, quando alguém é surpreendido cometendo uma infração penal ou logo depois de cometê-la. Pode ser convertida em prisão preventiva caso preencham os requisitos legais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

O que seria a figura do semi-imputável previsto no parágrafo único do artigo 26 do código penal? Quando ele pratica crime, o que acontece?

A

Inimputabilidade: Refere-se à condição de quem, em razão de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não pode ser responsabilizado penalmente por seus atos, sendo aplicada apenas medida de segurança.

Semi-Imputabilidade: Refere-se à condição de quem, em razão de transtorno ou desenvolvimento mental, possui capacidade reduzida de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento. Recebe medida de segurança, mas pode haver alguma aplicação de pena, dependendo da gravidade e das circunstâncias do caso.

Medida de Segurança:

O semi-imputável não recebe uma pena como um imputável normalmente receberia. Em vez disso, é aplicada uma medida de segurança, que pode ser de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou de tratamento ambulatorial, conforme a gravidade do transtorno mental e o prognóstico de recuperação.

Avaliação Psiquiátrica:

Antes da aplicação da medida de segurança, é realizada uma avaliação psiquiátrica para determinar se o agente, de fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar conforme esse entendimento no momento da ação.

Processo Penal:

No processo penal, é necessário que se comprove a semi-imputabilidade do agente através de perícia médica especializada. Essa perícia contribui para que o juiz determine se deve aplicar uma pena ou uma medida de segurança.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

O interrogatório é dividido em duas partes. Quais são essas duas partes? O direito ao silêncio pode ser usado em ambas as partes?

A

O interrogatório no processo penal brasileiro é dividido em duas partes distintas:

Qualificação do Acusado: Na primeira parte, o acusado é qualificado, ou seja, são confirmados seus dados pessoais, como nome, idade, profissão, estado civil, entre outros. Essa etapa visa identificar corretamente a pessoa que está sendo interrogada.

Perguntas sobre os Fatos: Na segunda parte, são feitas as perguntas relacionadas aos fatos objeto da investigação ou processo penal. Aqui, o acusado é questionado sobre sua participação nos eventos descritos na acusação.

Direito ao Silêncio

Pode ser exercido em ambas as partes do interrogatório.

Na Qualificação: O acusado pode exercer o direito ao silêncio ao ser questionado sobre seus dados pessoais, se assim desejar.

Sobre os Fatos: O acusado também pode optar por permanecer em silêncio ao ser questionado sobre os fatos que são objeto da investigação ou do processo penal. Ele não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

No entendimento de Ada Pellegrini Grinover, as informações pessoais prestadas pelo réu podem ser, eventualmente, autoincriminantes ou configurar lesão à dignidade do acusado e, por isso, somente podem ser prestadas espontaneamente. Assim, “se houver recusa a falar, também aqui estará o acusado exercendo seu legítimo direito ao silêncio” (O interrogatório como meio de defesa, cit. p. 188).

Mas que se note: se o agente, no ato do seu interrogatório, se irroga falsa identidade para afastar de si a responsabilidade por eventual prática criminosa, comete o crime do art. 307 do CP: “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa” (súmula 522 do STJ).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Conforme o código de processo penal, é possível afirmar que existem coisas que não podem ser restituídas antes do trânsito em julgado?

A

Art. 118 do CPP: “Os objetos que interessarem à prova do fato, à sua autoria ou à aplicação da lei penal, bem como os instrumentos do crime, não poderão ser restituídos enquanto interessarem ao processo.”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Quais são os prazos para conclusão do inquérito policial?

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Cite casos em que cabe prisão preventiva.

A

Casos de reincidência.
Violação a medida protetiva de urgência.
Quando não se sabe a identidadecivildopreso.

Art. 311. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou do querelante, ou mediante representação da autoridadepolicial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:

I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.

§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimentodedenúncia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

O que é Inquérito Policial? Quais as formas de abertura do Inquérito? Quais os prazos parasuaconclusão?

A

É um procedimento administrativo presidido pela autoridade policial que tem como escopo buscar indícios de autoria e materialidade para a proposituradaaçãopenal.

Doutrina: o inquérito é iniciado com o conhecimento da notítia criminis, seja por cognição imediata (derivada das atividades policiais) ou por cognição mediata (através de terceiros).

CPP Art. 5: a abertura deve ocorre diante da titularidade empregada ao crime. Se a ação é pública incondicionada, o inquérito pode ser iniciado de ofício, por pedido do MP, do Magistrado, de terceiros ou de qualquer do povo. Se a ação é pública condicionada, exige-se a representação do ofendido para o início do Inquérito. Se a ação privada, só haverá Inquérito mediante representaçãodoofendido.

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade paraintentá-la.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Quem pode ser testemunha?
Quem não pode ser?
Quem não precisa prestarcompromisso?

A

1- Regra geral: qualquer pessoa pode ser testemunha. Mas quem for testemunhar não pode calar, mentir ou falsear.
2- É proibido de depor quem deve guardar segredo em decorrência de função, ofício ou profissão.
3- Pai, mãe, cônjuge, ascendente ou descendente,irmãos, doentes e deficientes mentais, menoresde14.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Qual o valor da confissão?

A

É relativo. A confissão precisa ser levada em consideração com outrosmeiosdeprova.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Conceitue provas.

A

Prova é tudo aquilo que se busca comprovar diante da alegação, com a finalidade de convencer o julgador/para o convencimentodomagistrado.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Diferencie prova ilícita de prova ilegítima.

A

Ambas são espécies de provas ilegais.

Provas ilícitas: violam normas de direito material.

Provas ilegítimas: violam normas de direito processual/são produzidas no bojoprocessual.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Provas derivadas das ilícitas são permitidas?

A

Teoria do fruto da árvore envenenada. Em regra, as provas derivadas das ilícitas não são permitidas, salvo se puderem ser obtidas de uma fonteindependente e sem nexo de causalidade entreelas.

34
Q

Quem pode arquivar oIP?

A

O magistrado a pedido do MP; ação penal pública. O pacote anticrime prevê que o MP possa arquivar ou desarquivar, mas essa disposiçãoestásuspensa.

35
Q

Quem pode desarquivar oIP?

A

O MP, com a aceitação do magistrado.

36
Q

Qual é o prazo para entrega da nota deculpa?

A

Lavratura do Inquérito Policial
1- Comunicação do alto de prisão em flagrante: imediata para o magistrado, o MP e a família do preso (ou quem ele indicar).

2- A nota de culpa, com o motivo da prisão, quem a conduziu e quem a testemunhou, deve ser entregue em até 24 horasdaprisão. Sem a nota de culpa, a prisão é ilegal e deve serrelaxada.

37
Q

O que é fiança?

A

É uma medida cautelar que permite ao acusado responder ao processo em liberdade, em regra, por depósitoemdinheiro.

O delegado de policia pode arbitrar fiança no caso de crimes cuja pena máxima não ultrapassa4anos.

38
Q

O que é uma ação penal privada?

A

É uma ação penal promovida por iniciativa do ofendido ou de seu representantelegal.

39
Q

O que é Termo Circunstanciado de Ocorrência?

A

É o registro de contravenções Penais e crimes cuja pena máxima não ultrapassadoisanos. É diferente de BoletimdeOcorrência.

40
Q

Cite duas medidas cautelares diversas daprisão.

A
  • Proibição de frequentar determinados lugares.
  • Proibição de manter contato com determinada pessoa.
  • Monitoramento eletrônico.
    -Fiança.

Elas podem ser determinadas de forma cumulativa.

41
Q

Qual o prazo para encerramento do inquéritopolicial?

A

Réu preso (flagrante ou preventiva)
10 dias

Réu solto
30dias

42
Q

Qual ação penal nós temos nos casos de lesão corporal leve contra mulher vítima de violência doméstica?

A

Ação Penal Pública Incondicionada.

43
Q

Cabe prisão temporária para o crime de apropriação indébita?

A

É possível em situações excepcionais onde se comprove a necessidade da medida para a investigação, conforme avaliação do juiz. Em geral, a prisão temporária é aplicada a crimes mais graves e situações onde há maior risco para a sociedade ou para a efetividade da investigação.

44
Q

A prisão temporária pode ser utilizada para que tipos de crime?

A

A prisão temporária no Brasil é regulada pela Lei 7.960, e é expressamente prevista em nosso ordenamento para os crimes de:

  • Homicídio Doloso (art. 121, § 2º, do Código Penal)
  • Sequestro ou Cárcere Privado (art. 148 do Código Penal)
  • Roubo (art. 157, caput e § 3º, do Código Penal)
  • Extorsão (art. 158 do Código Penal)
  • Extorsão mediante Sequestro (art. 159 do Código Penal)
  • Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º, do Código Penal)
  • Atentado Violento ao Pudor (art. 214 do Código Penal)
  • Rapto Violento (art. 219 do Código Penal)
  • Epidemia com Resultado de Morte (art. 267, § 1º, do Código Penal)
  • Envenenamento de Água Potável ou Substância Alimentícia ou Medicinal qualificado pela Morte (art. 270, caput e § 1º, do Código Penal)
  • Quadrilha ou Bando (art. 288 do Código Penal)
  • Genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889/1956)
  • Tráfico de Drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006)
  • Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/1986)
  • Crimes previstos na Lei de Terrorismo (Lei nº 13.260/2016)
45
Q

Em que momento pode ser decretada a prisão temporária?

A

A prisão temporária pode ser decretada durante a fase de investigação, especificamente no inquérito policial, antes da formalização da acusação pelo Ministério Público. Sua finalidade é garantir a eficácia das investigações e a obtenção de provas, evitando que o indiciado interfira no processo.

46
Q

O que é nota de culpa?

A

● É um documento que dá ciência ao preso dos motivos da sua prisão, do nome do seu condutor e das testemunhas.
● Deve ser assinado pela autoridade policial e entregue ao preso, mediante recibo.
● Ela deve ser entregue em até 24 horas da prisão.
● Sem nota de culpa, a prisão é considerada ilegal.

47
Q

Quando é permitido o uso da força na hora da prisão?

A

A regra é que não é possível o emprego da força, salvo se indispensável, nos casos de resistência ou tentativa de fulga do preso.

48
Q

Quais os tipos de ação penal?

A

● Ação Penal Pública Incondicionada: titularidade do MP, independente de representação do ofendido.
● Ação Penal Pública Condicionada: titularidade do MP, mas depende de representação do ofendido.
● Ação Penal Privada: titularidade do ofendido.

49
Q

Como se inicia o inquérito policial nos crimes de ação penal pública condicionada?

A

Será iniciado após representação do ofendido.

50
Q

Qual a denominação dada à peça inicial da ação penal nos crimes promovidos por ação penal privada?

A

A queixa-crime é a peça inicial da ação penal nos crimes de ação privada, essencial para o exercício do direito de punir nos casos em que a lei exige a manifestação expressa da vontade da vítima. Ela é apresentada diretamente pela vítima ou por seu advogado e deve conter todos os elementos necessários para a instauração do processo penal.

51
Q

Cite outras formas de dar início a uma investigação, além do Inquérito Policial.

A

Termo Circunstanciado de Ocorrência
Notícia-Crime
Representação do ofendido
Denúncia Anônima

52
Q

O que é Ação Controlada?

A

Técnica especial de investigação onde a autoridade policial, com o conhecimento do Ministério Público, retarda a intervenção imediata na ação criminosa para obter mais evidências. É utilizada para investigações de crime organizado e tráfico de drogas.

53
Q

O que é Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)?

A

É um procedimento simplificado utilizado para apuração de infrações de menor potencial ofensivo, ou seja, crimes cuja pena máxima não ultrapassa dois anos, como contravenções penais.

54
Q

O que é Procedimento Investigatório Criminal (PIC)?

A

O procedimento investigatório criminal é instaurado membro do Ministério Público e tem como finalidade apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, servindo como preparação e embasamento para o juízo de propositura, ou não, da respectiva ação penal.

55
Q

O que é Notícia-Crime?

A

Comunicação feita por qualquer pessoa ao Ministério Público, à polícia ou ao Poder Judiciário sobre a ocorrência de um crime, solicitando a apuração dos fatos.

56
Q

Fale sobre o instituto da representação no Processo Penal.

A

Ele garante que a ação penal só se inicie nos casos em que a vítima ou seu representante legal manifestem expressamente sua vontade de ver o crime apurado, respeitando sua autonomia e garantindo um tratamento justo e adequado nas relações processuais penais.

A vítima ou seu representante legal deve formalizar a representação perante a autoridade policial ou diretamente ao Ministério Público.

57
Q

O que é justiça restaurativa?

A

A justiça restaurativa oferece uma alternativa ao modelo punitivo tradicional, focando na reparação do dano, na responsabilização do infrator e na participação ativa da comunidade. Ao promover o diálogo, o entendimento e a cooperação, a justiça restaurativa busca não apenas resolver o conflito imediato, mas também fortalecer as relações e prevenir futuros crimes.

58
Q

O que é acareação?

A

● É o cara a cara.
● É um meio de prova, onde, havendo dúvida com relação aos depoimentos prestados, se coloca frente a frente pessoas que já prestaram depoimentos (acusados, testemunhas, vítimas).
● A acareação pode ser feita na fase do inquérito ou na fase processual.

59
Q

O que é acareação? Quando ela é cabível? Qual a dinâmica de sua realização?

A

● É o confronto entre duas ou mais testemunhas, acusados e vítimas, cujos depoimentos anteriores foram divergentes ou não foram esclarecedores.
● Ela é cabível durante toda a persecução penal (investigação e processo).
● Os acareados são reperguntados sobre divergências apontadas. Este processo é reduzido a escrito no ato de acareação.

60
Q

Qual a finalidade da acareação?

A

Apurar a verdade através do confronto entre depoentes que prestaram informações divergentes.

61
Q

O que é exame de corpo de delito? Qual a diferença para o corpo de delito?

A

Corpo de Delito: São os próprios vestígios do crime (evidências materiais).

Exame de Corpo de Delito: É a análise técnica e científica desses vestígios realizada por peritos para atestar e descrever a natureza e circunstâncias do crime.

62
Q

O exame de corpo de delito pode ser dispensado?

A

● Quando o crime deixa vestígios, é indispensável que o exame seja feito.
● Porém, o juiz não fica adstrito ao laudo.

63
Q

Cabe retratação da confissão?

A

Sim. A confissão pode ser retratada e também dividida.

63
Q

O interrogatório é dividido em duas partes. Quais são essas duas partes? O direito ao silêncio pode ser usado em ambas?

A

● A qualificação do acusado e a ciência do inteiro teor da acusação.
● Não. O acusado não pode invocá-lo em sua qualificação.

63
Q

Qual a dinâmica no processo de reconhecimento de pessoas? Além do reconhecedor, mais alguém participa?

A

● Participam a pessoa que vai fazer o reconhecimento e a pessoa que vai ser reconhecida, ao lado de outras que lhe são semelhantes.
● Se a pessoa que vai fazer o reconhecimento se sentir intimidada, é possível que o reconhecido não a veja.
● Lavratura de auto pormenorizado do reconhecimento. O delegado determina e o escrivão redige.
● Se mais de uma pessoa for ser reconhecida, serão necessários processos separados e individuais.
● O reconhecimento de pessoas pode ocorrer durante toda a persecução penal.
● É possível que haja reconhecimento por foto, mas ele precisa ser corroborado durante a fase processual. Se o reconhecimento por foto for isolado, o juiz pode absolver o réu.

64
Q

O CPP estabelece alguma exigência quanto à busca pessoal em mulher?

A

Sim. A busca em mulher será feita por outra mulher, a não ser que a espera comprometa a possibilidade de fazer a busca.

65
Q

Segundo o CPP, é possível afirmar que existem coisas que não podem ser restituídas antes do trânsito em julgado?

A

Sim, as que interessarem ao processo.

66
Q

Qual termo a testemunha assina antes do depoimento?

A

Compromisso de dizer a verdade, sob pena de incorrer no crime de falso testemunho.

67
Q

O que é perícia?

A

É um exame realizado por profissional com conhecimento técnico, com a finalidade de auxiliar o julgador na formação da sua convicção.

68
Q

Durante o interrogatório, o advogado pode responder pelo preso?

A

Não, durante o interrogatório, o advogado não pode responder pelo preso. O papel do advogado é de assistir e orientar o acusado, garantindo que seus direitos sejam respeitados, mas as respostas devem ser dadas exclusivamente pelo próprio acusado.

69
Q

Explique o que é o Inquérito Policial. Quais as suas principais características?

A

Natureza Administrativa: o inquérito policial é um procedimento administrativo, não judicial, destinado à apuração de infrações penais e à coleta de provas.

Inquisitorialidade: é um procedimento inquisitorial, ou seja, conduzido pela autoridade policial sem a necessidade de contraditório e ampla defesa. As partes não têm a oportunidade de contestar as provas ou decisões durante a fase de inquérito.

Escrito: todo o procedimento do inquérito policial deve ser documentado por escrito, incluindo depoimentos, laudos periciais e diligências realizadas.

Discricionariedade: a autoridade policial possui discricionariedade na condução do inquérito, podendo decidir sobre as diligências necessárias para a apuração dos fatos.

Sigilo: o inquérito pode ser conduzido sob sigilo para garantir a eficácia das investigações e a proteção das partes envolvidas. No entanto, o advogado do investigado tem direito de acesso aos elementos de prova já documentados.

Indisponibilidade: uma vez instaurado, o inquérito policial não pode ser arquivado pela autoridade policial. Somente o juiz, a pedido do Ministério Público, pode determinar seu arquivamento.

Temporalidade: o inquérito policial tem prazos para sua conclusão: 30 dias se o indiciado estiver preso e 90 dias se estiver em liberdade, podendo ser prorrogados em casos excepcionais e justificáveis.

Objetividade: a finalidade do inquérito é a busca da verdade real, devendo a autoridade policial atuar com imparcialidade na coleta de provas.

70
Q

Mencione as formas em que um Inquérito Policial pode ser instaurado.

A
  1. Notícia-Crima
  2. Representação
  3. Auto de Prisão em Flagrante
  4. Determinação judicial
  5. Representação do MP
  6. Iniciativa da Autoridade Policial
  7. Notícias de fatos
71
Q

Quais os prazos para a conclusão do inquérito policial?

A

● 10 dias, se o acusado estiver preso (flagrante ou preventiva).
● 30 dias, se o acusado estiver em liberdade (mesmo que por fiança).
● Na Justiça Federal, os prazos são 15 e 30.
● Na Lei de Drogas, os prazos são 30 e 90.

72
Q

Quando ocorre o arquivamento do inquérito policial?

A

Nossa legislação apresenta um rol taxativo de quando podemos arquivar o IP.
o Falta de condição da ação ou pressuposto processual.
o Não há justa causa para a ação.
o Em situações de atipicidade do fato.
o Excludentes de ilicitude ou culpabilidade.
o Extinção da punibilidade.
● Quando faltar justa causa para a ação.
● Quando o fato for atípico.
● Quando houver a extinção da punibilidade do agente.
● Quando houver excludente de ilicitude.

73
Q

Na falta de um escrivão de polícia, quem poderá lavrar o auto de prisão em flagrante?

A

● Escrivão ad hoc.
● Qualquer pessoa designada pela autoridade policial que prestar compromisso.

74
Q

O que é indiciamento?

A

● É um juízo de valor, privativo do Delegado de Polícia, sobre determinada infração penal, cuja autoria é atribuída ao investigado.
● O indiciamento deve ser feito até o final do relatório final. O indiciamento pode ser feito após o auto de prisão em flagrante, por exemplo, mas deve ser feito antes do relatório final.
● O indiciamento é ato privativo da Autoridade Policial, convencida dos elementos de autoria e materialidade.

75
Q

O que é prova ilícita?

A

● É um tipo de prova ilegal, que se divide entre provas ilícitas e ilegítimas.
● Prova ilegítima: produzida em violação às normas processuais.
● Prova ilícita: obtida com violação às normas materiais e princípios penais.
o As provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo.
o Teoria da Árvore Envenenada: as provas que derivam das ilícitas também são consideradas ilícitas.
o Exceção: se a prova derivada puder ser obtida por fonte independente.

76
Q

Qual a ação penal decorrente do crime de estupro?

A

Ação penal pública incondicionada.

77
Q

Qual a condição para a instauração do inquérito policial no crime de injúria?

A

● Este crime é de ação penal privada.
● É necessária a representação do ofendido.

78
Q

A Autoridade Policial pode arbitrar fiança?

A

Sim, se o crime for afiançável e sua pena máxima não for superior a 4 anos.

79
Q

Que situações justificam a prisão em flagrante?

A

● Flagrante próprio: o agente foi pego cometendo ou tendo acabado de cometer o crime.
● Flagrante impróprio: o agente foi perseguido, logo após cometer o crime.
● Flagrante presumido: o agente é encontrado logo depois do crime ser cometido com objetos que fazem crer que seja o autor.