Problema 02 - Histologia do Fígado Flashcards
Qual o nome da cápsula que envolve o fígado e sua composição histológica?
- Cápsula de Glisson
- Tecido conjuntivo denso
[Junqueira, Luiz Carlos, U. e José Carneiro. Histologia Básica: Texto e Atlas. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2023.]
Como é chamada a região do por onde a veia porta e a artéria hepática penetram o fígado e por onde saem os ductos hepáticos direito e esquerdo, bem como os linfáticos?
- hilo
[Junqueira, Luiz Carlos, U. e José Carneiro. Histologia Básica: Texto e Atlas. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2023.]
Esses vasos e ductos são circundados por tecido conjuntivo ao longo de toda a sua extensão até o término (ou origem), nos espaços porta entre os lóbulos hepáticos. Nesse ponto, forma-se uma delicada rede de fibras reticulares que suporta os hepatócitos (células do fígado) e as células endoteliais dos capilares sinusoides.
[Junqueira, Luiz Carlos, U. e José Carneiro. Histologia Básica: Texto e Atlas. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2023.]
Diz respeito ao espaço existente entre as células endoteliais que compõem os sinusoides hepáticos e a membrana basolateral das células hepáticas:
a. Zona de Kpuffer, na qual estão as células de Kpuffer envolvidas no armazenamento de vitamina E.
b. Espaço de Disse, na qual estão as células estreladas envolvidas no armazenamento de vitamina A.
c. Canalículo biliar, na qual estão as células de Kpuffer envolvidas no armazenamento de vitamina D.
d. Zona de Lizt, na qual estão as células estreladas envolvidas no armazenamento de vitamina A.
e. Espaço de Louis, na qual estão as células brancas envolvidas no armazenamento de vitamina K.
LETRA B
O espaço de Disse, ou espaço perissinusoidal, é o espaço extracelular que se localiza entre as células sinusoidais e a membrana basolateral dos hepatócitos. Nele estão presentes as células estreladas, envolvidas com o armazenamento de vitamina A.
Acerca da fisiologia hepática, analise as sentenças a seguir e assinale a alternativa correta.
I. Os hepatócitos da zona I são menos resistentes a comprometimento circulatório.
II. Os hepatócitos da zona III estão expostos a concentrações menores de nutrientes e oxigênio em relação à zona I.
III. Os hepatócitos da zona I estão mais envolvidos com metabolismo oxidativo, enquanto os hepatócitos da zona III estão mais envolvidos com a desintoxicação do sangue.
a. Apenas II está correta.
b. Apenas III está correta.
c. Apenas I e III estão corretas.
d. Apenas II e III estão corretas.
e. I, II e III estão corretas.
LETRA D
Os hepatócitos que compõem a zona I, chamada zona periportal, recebem mais quantidade de oxigênio e nutrientes em relação às zonas II e III e, portanto, são mais resistentes ao comprometimento circulatório ou à redução de nutrientes. Esses hepatócitos são especializados no metabolismo oxidativo, enquanto os hepatócitos da zona III, chamada de pericentral, estão mais envolvidos com biotransformação e desintoxicação sanguínea. A zona II, que se localiza entre a zona I e III, realiza ações intermediárias entre as zonas I e III.
Os ácidos biliares primários, formados no fígado, correspondem a:
a. Ácido cólico e ácido quenodesoxicólico.
b. Ácido linoleico e ácido palmítico.
c. Ácido gamolênico e ácido linoleico.
d. Ácido cólico e ácido palmítico.
e. Ácido quenodesoxicólico e ácido gamolênico.
LETRA A
Os ácidos biliares primários produzidos pelo fígado são o ácido cólico e o ácido quenodesoxicólico. Estes são desconjugados no intestino por ação de bactérias, sendo convertidos em ácidos biliares secundários.
A bile é sintetizada no fígado e possui como uma de suas funções a eliminação de resíduos endógenos do organismo, como a bilirrubina. São possíveis manifestações clínicas de um indivíduo com incapacidade de conjugar bilirrubina, exceto:
a. Icterícia.
b. Prurido.
c. Colúria.
d. Confusão mental.
e. Letargia.
LETRA C
A conjugação de bilirrubina é necessária para a transformação da bilirrubina indireta, insolúvel em água, em bilirrubina direta, solúvel em água. Sendo assim, a bilirrubina indireta ou não conjugada não é capaz de se solubilizar na urina, não podendo levar à colúria.
Um indivíduo com 17 anos apresenta-se ao médico com colestase biliar devido à estenose de um ducto biliar. Ele poderá apresentar clinicamente:
a. Letargia, confusão mental e icterícia.
b. Confusão mental, urina escura e acolia fecal.
c. Urina escura, letargia e confusão mental.
d. Letargia, icterícia e vômitos.
e. Icterícia, acolia fecal e prurido.
LETRA E
A estenose de um ducto biliar resultará na diminuição da excreção de bilirrubina direta e consequente acúmulo dela no organismo. Por ser solúvel, o indivíduo com essa condição poderá apresentar icterícia, acolia fecal, prurido e urina escura. Sintomas relacionados ao sistema nervoso central, entretanto, como confusão mental e letargia, são mais característicos de aumento da bilirrubina indireta, a qual é lipossolúvel e consegue atravessar a barreira hematoencefálica.
Paciente do sexo feminino de 45 anos procura atendimento emergencial por dor em região epigástrica irradiada para o dorso que se iniciou após um ´´churrasco`` de família. Ela relata episódios parecidos anteriores relacionados ao consumo de comidas muito gordurosas. Ao exame físico, paciente obesa com dor a palpação profunda da área subcostal a direita e dor a inspiração concomitante com a compressão dessa área. Qual dos seguintes hormônios mais provavelmente provocou esse episódio álgico na paciente?
a. Motilina
b. Pepitídeo Intestinal Vasoativo
c. Colecistocinina
d. Secretina
LETRA C
Trata-se de um caso clássico de cólica biliar em paciente com fatores de risco (4 Fs-> ´´Forties, Fat, Female, Fertile``). A Colecistocinina é o hormônio produzido pelas células I duodenais e é responsável pela contração da vesícula biliar em resposta a um quimo gorduroso. A colecistocinina também aumenta a secreção de enzimas pancreáticas e reduz o esvaziamento gástrico. Dessa forma após uma refeição gordurosa, se eleva a secreção de colecistocinina com consequente contração da vesícula biliar. Caso esta esteja inflamada ou repleta de cálculos pode levar a dor. Os demais hormônios não possuem função na contração da vesícula biliar, sendo a motilina importante na peristalse intestinal, o VIP aumenta a secreção luminal de água e eletrólitos além de relaxar os esfíncteres do trato gastrointestinal.
Paciente do sexo feminino, 43 anos dá entrada na emergência com história de quadros repetidos de dor abdominal intensa irradiada para o dorso, geralmente após a ingesta de refeições gordurosa que melhora espontâneamente após algumas horas. Os sintomas tiveram início há 1 ano após a gestação de seu segundo filho. Ao exame físico, paciente com IMC: 36, apresentando dor em hipocôndrio direito a palpação profunda. A USG de abdomem evidenciou vesículas de paredes espessadas com múltiplas imagens anecoicas no interior da vesícula. Paciente foi submetida a colecistectomia que evidenciou múltiplos cálculos de coloração amarela no interior da vesícula. Qual enzima mais provavelmente possui função reduzida, corroborando para o quadro clínico dessa paciente?
a. Beta-glucoronidase
b. HMG-CoA reductase
c. Aromatase
d. Colesterol 7-alfa hidroxilase
LETRA D
Pela descrição do caso a paciente apresenta um quadro clássico de colecistite por cálculos de colesterol majoritariamente (amarelos). O colesterol é uma substância hidrofóbica contida na bile que depende da solubilização por sais biliares e fosfatidilcoline para não se precipitar e formar cálculos. A enzima colesterol 7-alfa hidroxilase é essencial para a síntese de sais biliares. Alguns fármacos como os fibratos inibem essa enzima. A Beta-glucoronidase é uma enzima presente nas vias biliares que desconjuga a bilirrubina, a HMG-CoA reductase é uma enzima essencial na síntese do colesterol, já a aromatase está presente no tecido adiposo e é responsável pela transformação de hormônios sexuais masculinos em estrogênio.
Paciente hepatopata crônico procura o médico com algumas perguntas a respeito de sua função hepática e sua correlação com sintomas. Sobre a fisiologia hepática, é correto afirmar que:
a. O fígado transforma bilirrubina conjugada em bilirrubina não conjugada
b. Os sais biliares são produzidos no fígado e sofrem alterações na vesícula biliar
c. A principal função da bile é a emulsificação de carboidratos e lipídeos.
d. A maior parte da bile é excretada nas fezes, sendo apenas uma pequena porção reabsorvida no íleo distal
LETRA B
Os sais biliares são produzidos no fígado e são essenciais para a solubilização do colesterol na bile. Os sais biliares sofrem alterações na vesícula biliar já que a vesícula biliar absorve, isosmoticamente, água e íons da bile formada pelo fígado levando a concentração da bile. A bilirrubina não conjugada é transformada no fígado em bilirrubina conjugada. A bile emulsifica lipídios, e não carboidratos. A maior parte da bile é reabsorvida no íleo distal, e pequena quantidade é perdida nas fezes.
H.S.V, 58 anos, sexo masculino apresentava ao exame físico ginecomastia, telangiectasias principalmente no tórax, hipogonadismo, rarefação de pelos e circulação em cabeça de medusa na região abdominal. Paciente em tratamento para cirrose há anos, apresentando piora progressiva da função hepática, com quadro de hipertensão porta com diversos episódios de hemorragia digestiva alta. Paciente há 2 dias foi submetido a uma derivação porta-sistêmica sob anestesia geral com halotano (procedimento cirúrgico que recanaliza o fluxo sanguíneo da circulação porta direto na veia cava inferior) e apresenta nesse momento desorientação progressiva e piora no movimento de flapping após a hiperextensão da mão, bilirubina, ALT e AST sem alterações significativas comparativamente. Qual dos mecanismos fisiopatológicos melhor explicam essa consequência do procedimento cirúrgico?
a. Sepse
b. Hiperamonemia
c. Hepatite fulminante pós cirúrgica
d. Toxicidade pós anestesia por halotano
LETRA B
O procedimento de derivação porto-sistêmica possui a vantagem de relaxar a tensão concentrada no sistema porta diminuindo a chance de hemorragias digestivas, entretanto a amônia que era drenada para o fígado e convertida em uréia fica ainda mais aumentada no plasma em um paciente que já possui função hepática prejudicada pela cirrose. Esse quadro de hiperamonemia leva a um quadro característico de queda do nível de orientação e exacerbação da manobra de flapping. A toxicidade por halotano apesar de possível após um procedimento cirúrgico com um derivado halogenado é improvável já que a função hepática não se alterou significativamente. O Paciente não apresenta sinais clínicos de sepse como alteração da frequência respiratória, pressão arterial, febre, e não apresenta foco evidente de infecção. A função hepática preservada descarta o diagnóstico de hepatite fulminante pós cirúrgica.