Principais características da agricultura em Portugal Flashcards

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1
Q

Exploração agrícola

A

Unidade técnico-económica (tem uma gestão única) que utiliza fatores de produção comuns como- mão de obra, máquinas, instalações, terrenos, entre outros.

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2
Q

4 condições que uma exploração agrícola deve satisfazer

A
  • Produzir produtos agrícolas ou manter em boas agrícolas e ambientais as terras que já não são utilizadas para fins lucrativos;
  • Atingir ou ultrapassar uma certa dimensão (área; nº de animais);
  • Estar submetida a uma gestão única;
  • Estar localizada num local bem determinado e identificável;
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3
Q

Uma exploração agrícola é constituída por:

A
  • SAU
  • Superfície florestal;
  • SANU; *
  • Outros superfícies; *2
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4
Q

Significado de SANU

A

É a superfície da exploração anteriormente utilizada como superfície agrícola, mas que já não o é por razões económicas, sociais ou outras. Não entra em rotações culturais. Pode voltar a ser utilizada como auxílio dos meios geralmente disponíveis na exploração;

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5
Q

Outras superfícies constituintes de uma exploração agrícola

A

São áreas ocupadas por edifícios, eiras, pátios, caminhos, barragens, albufeiras e ainda jardins, matas e florestas orientadas exclusivamente para fins de proteção do ambiente ou do recreio;

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6
Q

A principal representação da exploração agrícola é a SAU ocupando uma área de cerca de 78%. A SAU engloba

A
  • Terras aráveis;
  • Culturas permanentes;
  • Culturas temporárias
  • Pastagens permanentes;
  • Horta familiar;
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7
Q

Terras aráveis

A

Constituídas pelas terras cultivadas destinadas à produção vegetal (onde se incluem as culturas temporárias), pelas terras retiradas da produção, pelas terras que sejam mantidas em boas condições agrícolas e ambientais e pelas terras ocupadas por estufas ou cobertas por estruturas fixas ou móveis;

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8
Q

Culturas permanentes

A

Culturas que ocupam o solo durante um longo período de tempo e fornecem repetidas colheitas (excluem-se as pastagens permanentes). Exemplo: frutos secos, olival, vinha, etc.

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9
Q

Culturas temporárias

A

Culturas cujo ciclo vegetativo não excede um ano e as que não sendo anuais são ressemeadas com intervalos que não ultrapassam os cinco anos. Exemplos: cereais para grão, batata, floricultura, etc.

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10
Q

Pastagens permanentes

A

Superfícies semeadas ou espontâneas, em geral herbáceas, destinadas à alimentação o gado do local em que pastam. Não estão incluídas numa rotação de culturas e ocupam o solo por um período superior a 5 anos;

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11
Q

Horta familiar

A

Cultura de produtos hortícolas ou frutos destinados ao autoconsumo, em superfícies de pequena dimensão;

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12
Q

Evolução da composição da SAU ao longo dos anos:

A
  • Diminuição das culturas temporárias e do pousio, integradas nas terras aráveis;
  • Um aumento da superfície das pastagens permanentes, que ocupam praticamente metade da SAU;
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13
Q

Distribuição espacial da SAU no contexto nacional:

A
  • No Alentejo existem apenas 10% das explorações agrícolas que, no entanto, ocupam 53% da SAU;
  • As regiões com menor percentagem de explorações são o Algarve e as RAA E RAM;
  • As regiões agrárias que apresentam maiores percentagens de exploração são Trás-os-Montes, Entre Douro e Minho e Beira Litoral;
  • A SAU não tem praticamente significado na RAM e presenta valores reduzidos no Algarve, na Beira Litoral e na RAA;
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14
Q

A elevada dimensão média das explorações do Alentejo associa-se a vários fatores

A
  • Fatores naturais
    • A pobreza dos solos;
    • À aridez do clima que se traduz num rendimento agrícola muito baixo;
  • Fatores humanos
    • Baixa densidade demográfica da região
    • A sua história, associada à expansão o território para sul, nos primórdios da nacionalidade, conquistado aos árabes aí instalados. No decurso dessa expansão doaram doadas grandes superfícies às ordens religiosas que nessa ação de reconquista tiveram um papel fundamental, desde logo delineando o tipo de propriedade aí dominante (latifúndio);
    • Processos de herança que privilegiam o morgadio;
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15
Q

O abandono das terras agrícolas está associado à conjugação de fatores naturais e humanos, nomeadamente, económicos, sociais e políticos sendo estes diferentes a nível regional. Por exemplo o abandono dos campos:

A
  • No Centro interior tem-se verificado, devido à falta de viabilidade económica da agricultura, que acaba por promover a emigração;
  • O envelhecimento demográfico;
  • Nas regiões agrárias do litoral, tem sido consequência da valorização das terras, frutos da pressão urbanística, do desenvolvimento de vias de comunicação rodoviárias e de equipamentos sociais e do desenvolvimento do setor terciário;
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16
Q

Evolução da produção agropecuária

A

As circunstâncias climáticas, conjugadas com a incerteza dos mercados e a variação dos preços, são determinantes para justificar a evolução da produção agrícola, nos últimos anos. No setor pecuário, os produtores não conseguiram fazer face aos elevados custos de produção (alimentação animal, combustíveis e energia). A conjuntura económica, a carência de pastagens, afetadas por períodos de seca, e a incerteza quanto à evolução do setor levaram a uma menor disponibilidade dos criadores para assumir riscos, o que se traduziu, nalguns casos, numa diminuição da produção. Já a globalização dos mercados dos produtos alimentares também afetou a competividade da agricultura portuguesa.

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17
Q

Classificação das explorações em função da área regada na respetiva SAU:

A
  • Cerca de 50% é, exclusivamente, de sequeiro;
  • Regionalmente, as explorações de Entre Douro e Minho são dominantemente de regadio, assim como 75% das explorações da madeira. Em todas as outras regiões, predominam as explorações de sequeiro;
  • Por outro lado, verificou se um declínio da superfície regada nos últimos anos;
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18
Q

Superfície regada

A

Superfície agrícola da exploração ocupada por culturas temporárias principais, culturas permanentes e prados e pastagens permanentes (exclui horta familiar e as estufas) que foram regadas pelo menos uma vez no ano agrícola.

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19
Q

Exploração agrícola de sequeiro

A

Exploração onde a área de regadio é inferior a 25% da respetiva SAU.

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20
Q

Variação espacial da superfície regada

A

Todas as regiões, à exceção do Alentejo, apresentaram uma tendência de decréscimo da superfície regada. No Alentejo, na sequência dos investimentos realizados em perímetros de rega, associados em parte ao Alqueva, a superfície regada aumentou consideravelmente (cerca de 17%).

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21
Q

Existem diversos tipos de rega que são utilizados de forma diversa, consoante o tipo de cultura e a necessidade de água. Tipos de rega e as suas características:

A
  • Rega por gravidade- sistema de rega em que a água é distribuída pelas parcelas, sem pressão, utilizando o desnível existente;
  • Rega por aspersão- método de rega no qual a água é distribuída uniformemente e com a pressão adequada, sob a forma de chuva;
  • Rega gota a gota- método de rega localizada em que a água é aplicada diretamente ao nível das raízes da planta, com débitos reduzidos e a baixa pressão;
22
Q

Distribuição dos tipos de rega

A

Verifica-se que, em mais de metade das terras aráveis, predomina a rega por aspersão, enquanto nas culturas permanentes cerca de 86% da área é regada pelo sistema gota a gota. Nas pastagens permanentes, predomina a rega por gravidade.

23
Q

As características da população agrícola

A

o Estrutura etária: o crescente envelhecimento da população agrícola é o resultado do abandono da atividade pelos mais jovens, o que constitui um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento da agricultura. O envelhecimento da mão‐de‐obra traduz‐se numa menor capacidade de abertura às inovações, de adaptação a novas tecnologias e técnicas de produção e até de capacidade física para o trabalho, responsável pela manutenção dos baixos níveis de rendimento e de produtividade.

o Nível de instrução e de formação profissional: A maioria dos agricultores portugueses apresenta níveis muito baixos de instrução, inferiores ao 2º ciclo. Este tipo de problema tem vindo a ser resolvido de vido à implementação da escolaridade obrigatória. A formação profissional da grande maioria dos produtores agrícolas, apesar de ter evoluído de forma positiva, continua a ser exclusivamente prática, isto é, a transmissão de conhecimentos e experiências faz‐se de pais para filhos, o que explica a falta de competitividade da agricultura portuguesa, nomeadamente com os países comunitários. Nos açores, devido à sua elevada percentagem de alfabetização deve se aos indivíduos jovens a trabalhar na agricultura. Já na madeira deve-se à baixa frequência escolar;

o A mão-de-obra é necessariamente familiar. A população agrícola familiar que trabalha na exploração corresponde a 81% dos indivíduos. Mais de 50% da população agrícola concentra-se em 3 regiões: Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Beira Litoral. Nem toda a mão de obra utilizada na atividade agrícola é de origem familiar. Muitas explorações contratam assalariados permanentes e eventuais, renumerando-os pelo seu trabalho. O decréscimo da população agrícola familiar é determinado pelo desaparecimento das explorações e, também, pela redução da dimensão média do agregado familiar do produtor;

o Pluriatividade: os baixos salários auferidos pela maior parte dos agricultores portugueses, revelam‐se claramente insuficientes para dar resposta às necessidades familiares, levando‐os a procurar emprego noutras atividades onde beneficiem de remunerações fixas e mais elevadas. Não abandonando as explorações agrícolas, a agricultura passa a ser exercida a tempo parcial, na qualidade de atividade secundária, destinada à produção para autoconsumo. Esta pluriatividade que conduz ao plurirrendimento permite melhorar o nível de vida do agricultor, ajudando a travar o abandono das áreas rurais. Na maioria dos agregados domésticos do produtor, as fontes de rendimento complementares são diversas: as pensões (de velhice e invalidez9 e as reformas, seguindo-se os salários do setor terciário e secundário. A pluriatividade é mais frequente nas regiões da pequena propriedade agrícola e próximo de áreas urbanas, onde há mais oportunidades de emprego nos setores secundário e terciário.

24
Q

Os últimos 20 anos foram de transformação e modernização da agricultura, as vantagens deste comportamento incluem:

A
  • Uma maior competividade no mercado;

- Aumento da produção;

25
Q

Rendimento agrícola

A

Produção por superfície cultivada.

26
Q

Produtividade agrícola

A

Produção por mão de obra ou por nº de horas de trabalho.

27
Q

Análise que podemos fazer a partir do indicador mecanização

A

A distribuição regional deste indicador, reflete, de uma forma geral, o sistema de culturas praticado, a morfologia agrária o tamanho das explorações. A utilização de tratores próprios nas regiões Autónomas, embora tenha aumentado, é consideravelmente mais baixo do que no Continente.

28
Q

Os Modos de exploração da SAU são por:

A

• Formas de exploração

o Conta própria;
o Arrendamento;
o Outras, como as cooperativas;

• Natureza jurídica
o Produtor singular;
o Sociedade

29
Q

Formas de exploração da SAU- Conta própria

A

O produtor é também o proprietário. Dominante em Portugal.

30
Q

Formas de exploração da SAU- arrendamento

A

O produtor paga um valor ao proprietário da terra pela sua utilização.

31
Q

Formas de exploração da SAU- cooperativas

A

Quando várias explorações com proprietários diferentes se juntam, mas continuam todos a ser proprietários.

32
Q

Vantagens de conta própria

A

Como é o proprietário que cuida das terras

  • Preocupa-se com a preservação dos solos;
  • Preocupa-se com a preservação de fogos florestais;
  • Investe em melhoramentos fundiários, como a construção de redes de drenagem, instalações de rega, construção de estufas, etc.);
  • Promove a articulação da agricultura e outras atividades, como é o caso do turismo em espaço rural;
33
Q

Desvantagens de conta própria

A
  • Explorações muito pequenas;
  • Poucos recursos económicos;
  • Falta de meios técnicos;
  • Reduzida modernização;
34
Q

Vantagens do arrendamento

A
  • Evita o abandono das terras (pelo menos daquelas que o proprietário não quer explorar);
35
Q

Desvantagens do arrendamento

A
  • Não é favorável à inovação ou ao investimento e o arrendatário não tem tanto cuidado com as terras;
  • Maioria dos arrendatários procura obter o máximo de receitas com o mínimo de despesas;
  • Falta de investimento na modernização da exploração;
36
Q

Vantagens das cooperativas

A
  • Permite melhor resposta face à concorrência;
  • Uso de máquina diversa e moderna;
  • Melhores condições na aquisição de fertilizantes, sementes selecionadas, entre outros benefícios;
  • Melhores acessos aos créditos;
  • Facilidade no transporte e comercialização dos produtos;
  • Benefícios do estado;
37
Q

Distribuição da natureza jurídica dos produtores em Portugal

A

Os responsáveis jurídicos e económicos das explorações agrícolas são maioritariamente produtores singulares autónomos, o que significa que utilizam principalmente mão de obra familiar. Nos minifúndios, dominam os produtores agrícolas singulares o que significa uma elevada representatividade da agricultura familiar. Por outro lado, as sociedades agrícolas, representativas de uma agricultura mais empresarial, são mais características nas explorações com 20 ou mais hectares, constituindo apenas 2% do total.

38
Q

Produtor agrícola

A

Responsável jurídico e económico da exploração, que retira os benefícios e suporta as perdas eventuais tomando as decisões relativas ao sistema de produção, investimentos, empréstimos, etc.

39
Q

Produtor singular autónomo

A

Utiliza mão de obra do seu agregado doméstico na sua exploração.

40
Q

Mão de obra familiar

A

Pessoas pertencentes ao agregado doméstico do produtor que trabalham na exploração, bem como os membros da família do produtor que não pertencendo ao seu agregado doméstico trabalham regularmente na exploração.

41
Q

Sociedade agrícola

A

Entidade jurídica, constituída por mais do que um produtor, responsável por uma determinada exploração agrícola, recorrendo preferencialmente a mão de obra assalariada.

42
Q

Objetivos da DE e a OTE

A

Com o objetivo de permitir a caracterização e a comparação das diversas estruturas e sistemas de produção agrícola da EU e dos seus resultados económicos, foi definida pela comissão europeia uma tipologia comunitária que classifica as explorações agrícolas em grupos homogéneos, segundo a Dimensão Económica (DE) e a Orientação Técnico-Económica (OTE).

43
Q

Em que se baseia a tipologia DE e OTE

A

A tipologia baseia-se no valor monetário unitário da produção agrícola de cada atividade, que serve para calcular o Valor de Produção Padrão Total (VPPT) e para determinar a respetiva DE da exploração

44
Q

Dimensão económica (DE)

A

É definida com base no VPPT da exploração, sendo expressa em euros.

45
Q

Valor de Produção Padrão Total (VPPT) DA EXPLORAÇÃO

A

Corresponde ao valor monetário total das atividades, obtido através dos preços de venda à porta da exploração.

46
Q

Orientação Técnico-Económica (OTE) de uma exploração

A

Determina-se avaliando a contribuição de cada atividade para a soma do Valor de Produção Padrão Total dessa exploração. Segundo a OTE, as explorações podem classificar-se em especializadas (só 1 atividade) ou em indiferenciadas/combinadas (várias atividades).

47
Q

Classificação das explorações, segundo a DE:

A
  • Explorações muito pequenas < 8 000 euros
  • Explorações pequenas: 8 000 < 25 000 euros
  • Explorações médias: 25 000 < 100 000 euros
  • Explorações grandes: >100 000 euros
48
Q

Variação espacial das explorações segundo a DE

A

As explorações DE de grande de localizam-se predominantemente no Alentejo e no Ribatejo e Oeste. No resto do país, dominam as explorações pequenas e muito pequenas.

49
Q

Justificação do VPPT

A

A grande assimetria da agricultura nacional é, mais uma vez, demonstrada pelo facto de mais de 75% das explorações serem muito pequenas, contribuindo com apenas 13% para o VPPT agrícola nacional.

50
Q

Análise do VPPT quanto ao tipo de exploração (especializada/combinada)

A

Constata-se que cerca de 86% das explorações são especializadas, isto é, o seu Valor de Produção Padrão Total provém maioritariamente de uma única atividade. O VPPT alcançado pelas explorações especializadas corresponde, em média, ao triplo do valor alcançado pelas explorações com atividades mistas ou combinadas.

51
Q

VPPT por exploração mais elevados

A

O VPPT por exploração mais elevados são gerados pelas explorações especializadas em aves, suínos, bovinos e leite e horticultura extensiva.

52
Q

Localização das OTE mistas ou combinadas

A

As OTE mistas ou combinadas estão associadas a uma agricultura de pequena dimensão e dominam na região de Entre Douro e Minho e na da Beira Litoral.