Politrauma Flashcards
AMP – 2019
1. Choque séptico é definido quando temos sepse grave associada a hiperperfusão ou hipotensão apesar de reposição de fluido adequada ou da necessidade de agentes vasoativos.
I. O choque séptico apresenta uma interação complexa de choque distributivo, hipovolêmico e cardiogênico.
PORQUE
II. podem ocorrer de perdas de fluidos por extravasamento capilar, efeitos depressivos do miocárdio por
interleucinas e diminuição da resistência vascular sistêmica.
a) as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira
b) as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira
c) a asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa
d) a asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma proposição verdadeira
e) as asserções I e II são proposições falsas
- Vamos lá, o quadro de choque séptico é definido como um subgrupo dos pacientes com sepse que
apresentam acentuada anormalidade circulatória, celulares e metabólicas e associadas com maior risco de morte do que a sepse isoladamente, além disso, o seu diagnóstico fica baseado na “necessidade de
vasopressor para manter uma pressão arterial média maior do que 65 mmHg após a infusão adequada de
fluidos, associada a um lactato sérico acima de 2 mMol/L”, tal quadro trata-se de uma situação complexa que apresenta componente distributivo, hipovolêmico e cardiogênico, sendo o primeiro e segundo devido à saída de líquidos para o terceiro espaço devido ao processo inflamatório e o último está relacionado aos efeitos depressivos do miocárdio devido à ação de interleucinas.
Resposta correta alternativa “A”, porém convém uma observação relacionada ao enunciado, da questão, repare que ele traz uma definição confusa
de choque séptico e, além disso, traz a relação com um termo que já não é mais bem aceito pelos protocolos que é o termo “choque séptico” resumindo, o enunciado da questão traz uma definição desatualizada a respeito de choque séptico.
Resposta a.
AMP – 2019
2. Com relação aos traumas maxilofaciais, não se pode afirmar:
a) a intubação endotraqueal pode ser realizada sem preocupação com as lesões faciais
b) a avaliação do paciente com trauma facial segue o protocolo de suporte avançado de vida no trauma
(ATLS)
c) as emergências cirúrgicas no trauma facial englobam hemorragias que podem colocar a vida do paciente em risco
d) num trauma maxilofacial contuso grave com hemorragia expressiva, esta é usualmente originada da artéria maxilar interna
e) se um paciente vítima de trauma maxilofacial chegar ao pronto-socorro inconsciente, respirando com dificuldade e for diagnosticado uma fratura malar com afundamento, deve-se chamar imediatamente o cirurgião plástico para operar e corrigir a fratura
- Mais uma vez o examinador tem interesse em avaliar se o candidato tem condições de realizar um
atendimento de trauma baseado no ABCDE do ATLS. Vítima com a via aérea comprometida deve ser
submetida imediatamente a procedimentos que assegurem uma via aérea pérvia e protegida, por este motivo a alternativa E está claramente errada e é a nossa resposta correta. Porém convém observar que, apesar de lesões faciais não serem contraindicações absolutas de intubação orotraqueal, temos sim que ter preocupações no momento da realização do procedimento, logo a alternativa “A”, apresenta-se no mínimo polêmica. Porém é indiscutível que a mais errada é a alternativa “E”. Resposta e.
AMP – 2019
3. Escolar de 8 anos é vítima de atropelamento em via pública, sendo arremessado alguns metros. Não
apresentou perda de consciência, chega ao PS com escala de coma de Glasgow de 15, reclamando de dor abdominal especialmente em flancos esquerdo. Dados vitais normais, normopressórico. Existe a suspeita de trauma renal por presença de hematúria. Sobre o trauma renal analise as alternativas que se encontram a seguir:
I. O melhor exame para investigação é a tomografia.
PORQUE
II. A presença de hematúria indica maior gravidade.
a) as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira
b) as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira
c) a asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa
d) a asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma proposição verdadeira
e) as asserções I e II são proposições falsas
- O melhor exame na avaliação do trauma abdominal fechado e trauma renal é a tomografia computadorizada com contraste, porém a gravidade das lesões renais está relacionada com queda no status hemodinâmico e não à presença ou volume da hematúria. Perceba que existem casos onde haverá lesão renal grave e não será visualizada hematúria. Resposta c.
AMRIGS – 2019
4. Paciente vítima de ferimento abdominal perfurante por arma branca, sem exposição da cavidade
peritoneal, chega ao serviço de emergência. Está taquicárdico e normotenso com queixa de dor no local do ferimento. Qual a primeira conduta nesse caso?
a) acesso venoso periférico e exame de imagem abdominal
b) acesso venoso central e laparotomia exploratória
c) acesso venoso periférico, exame de imagem e laparotomia exploratória
d) acesso venoso central, exame de imagem e observação clínica
- Paciente com história de Ferimento por Arma Branca em região abdominal e aparentemente sem exposição peritoneal. Encontra-se hemodinamicamente estável, porém taquicárdico, para a avaliação desse trauma abdominal está indicada uma tomografia de abdome com contraste, neste primeiro momento não existe necessidade de Laparotomia Exploradora. Resposta a.
AMSL – Medicina da Família – 2019
5. Equipe do SAMU é acionado para um capotamento de um ônibus com 44 passageiros na rodovia PR 445,
na chegada ao local do acidente, qual a primeira medida a ser tomada pela equipe de resgaste?
a) identificar vítimas graves
b) sinalizar com cones
c) pedir apoio
d) garantir a segurança da equipe
e) nda
- Pegadinha clássica em questões de residência médica e de concursos médicos. A tendência do candidato é querer resolver o problema, porém a primeira medida dentro de uma cena de acidente ou qualquer outra cena, principalmente em ambiente pré-hospitalar é garantir a segurança da equipe, independente do que estiver acontecendo no local. Resposta d.
AMSL – Medicina da Família – 2019
6. O SAMU acolhe os pedidos de ajuda médica de cidadãos acometidos por agravos à saúde, de natureza
clínica, psiquiátrica, cirúrgica, traumática, obstétrica e ginecológica, com acesso telefônico gratuito, pelo
número 192, de uso exclusivo das Centrais de Regulação Médica de Urgências do SAMU, de acordo com
Decreto da Presidência da República n.° 5.055 de 27 de abril de 2004, assinado pelo então presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Em relação aos tipos de ambulância disponíveis marque a alternativa correta:
a) tipo A – ambulância de transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes
que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo. Tripulada por dois
profissionais, sendo um o motorista e o outro um técnico ou auxiliar de enfermagem
b) tipo B – ambulância de suporte básico: veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com
risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não
classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o
serviço de destino. Tripulada por dois profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar de
enfermagem
c) tipo D – ambulância de suporte avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes
de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de
cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.
Tripulada por três profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um médico
d) tipo F – embarcação de transporte médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por
via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento de pacientes
conforme sua gravidade. Tripulada por dois ou três profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a
ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar técnico de enfermagem em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida
e) todas as alternativas anteriores
- Questão específica, porém objetiva a respeito da legislação que rege o sistema pré-hospitalar brasileiro.
A questão traz a determinação correta de alguns tipos de ambulância. Apesar do Tipo F ser menos
conhecido, era possível resolver a questão conhecendo os tipos A, B e C que são mais comuns. Todas as assertivas estão corretas. Resposta e.
AMSL – Medicina da Família – 2019
7. No atendimento imediato a um paciente com trauma de face, a prioridade absoluta é:
a) redução das fraturas
b) estabelecer via aérea adequada
c) reposição volêmica
d) avaliação neurológica
e) iniciar antibioticoterapia
- O examinador solicita que o candidato conheça as prioridades elencadas pelo ATLS. Lembre-se de que
estabelecer uma via aérea pérvia e protegida é a prioridade inicial dentro do ABCDE do trauma. Resposta b.
CERMAM – 2019
8. Paciente com Trauma Crânio Encefálico, apresenta abertura ocular a comandos verbais, responde com
palavras inapropriadas e localiza dor; tem o escore na Escala de Coma de Glasgow:
a) 10
b) 9
c) 11
d) 12
Resposta c.
CERMAM – 2019
9. Marcelo, 19 anos é admitido no pronto-socorro com relato de acidente motociclístico, com instabilidade
hemodinâmica. Apresenta dor pélvica e uretrorragia. Ao raio X fratura de bacia e na uretrocistografia foi
evidenciado ruptura completa da uretra anterior. A melhor conduta urológica a ser tomada é:
a) cistostomia por punção e reconstrução uretral posterior
b) cateterismo Vesical com sonda de Foley, antes de qualquer procedimento mais invasivo
c) cirurgia imediata com anastomose términoterminal dos cotos uretrais por via supra púbica
d) cirurgia imediata com anastomose términoterminal dos cotos uretrais por via perineal
- Mais uma vez a palavra chave da questão é instabilidade hemodinâmica. Neste caso encontra-se indicado um procedimento de laparotomia abreviada. O trânsito urinário deve ser desviado e a reconstrução da uretra deve ser realizada posteriormente. Resposta a.
CERMAM – 2019
10. Paciente do sexo masculino, 32 anos, é vítima de atropelamento em via pública e trazido ao pronto atendimento por terceiros. À admissão, refere não conseguir respirar adequadamente além de apresentar considerável dor torácica. Ao exame físico, observa-se marca de pneu sobre o tórax,
com respiração de padrão paradoxal. A palpação do hemitórax direito é bastante dolorosa, identificandose
áreas com crepitações. O murmúrio vesicular é diminuído à direita. FC: 100 bpm, FR: 30 irpm, PA: 130 × 90 mmHg. Sem sangramentos externos. FAST negativo. Glasgow 15 pts, pupilas isocóricas, sem déficits neurológicos periféricos. Bacia e membros sem alterações ao exame físico. Assinale a alternativa CORRETA:
a) a drenagem fechada do hemitórax direito reestabelecerá a dinâmica respiratória adequada deste paciente.
b) os dados fornecidos acima nos permitem afirmar que há indicação de toracotomia para a correção da
lesão pulmonar presente.
c) analgesia potente, suplementação de O2 e possível necessidade de entubação orotraqueal devem fazer parte do tratamento deste paciente.
d) uma vez que o padrão respiratório descrito acima é secundário a choque hemorrágico, a ressuscitação
volêmica com solução salina é suficiente para compensar sua frequência respiratória
- Paciente vítima de trauma torácico grave, apresentando clínica de tórax instável. Lembre-se de que esses pacientes não necessitam de drenagem torácica, exceto no caso de pneumo ou hemotórax associados. O tratamento deve ser direcionado para a otimização da ventilação, que fica limitada devido à forte dor causada por esse tipo de lesão. Dessa forma, deve ser realizada a suplementação de oxigênio, analgesia potente, fisioterapia ventilatória e, nos casos onde essas medidas são insuficientes para garantir uma boa ventilação, pode ser necessário sedar, intubar e ventilar mecanicamente. Resposta c.
CERMAM – 2019
11. João, escolar de 07 anos, sexo masculino, é admitido no serviço de emergência após
acidente automobilístico. Na admissão está torporoso e pouco reativo aos estímulos. Ao exame físico:
dor em hemotórax direito, FC: 160 bpm, PA: 110 × 70 mmHg, enchimento capilar 3,5 segundos e diurese 0,2 mL/kg/h. Após garantir a permeabilidade da via aérea e o aporte de oxigênio, devo administrar:
a) solução isotônica 0,9% endovenosa 20 mL/kg
b) sangue 10 mL/kg
c) solução coloide 20 mL/kg
d) albumina 5% 2 mL/kg
- Pergunta direta, a expansão volêmica na população infantil é feita com solução cristaloide isotônico e o
volume deve ser de 20 mL/kg.
Resposta a.
FAMERP – 2019
12. Você está de plantão em uma Unidade de Pronto Atendimento que fica a 30 minutos do Centro de
Trauma. Não há banco de sangue, mas pode realizar exames de imagens e laboratoriais. Acaba de chegar
um jovem de 20 anos, vítima de colisão de moto com um anteparo fixo. Está com colar cervical, prancha
rígida e queixa se de dor intensa em região pélvica. Existe um hematoma supra púbico e em bolsa escrotal e dor a mobilização do anel pélvico. Sua pressão arterial é de 80 × 50 cm Hg; frequência cardíaca de 130 bpm; frequência respiratória de 32 ipm e sua saturação de oxigênio é de 91% em ar ambiente. A transferência foi aceita pelo médico regulador e pelo Centro de Trauma. Após fechamento do quadril com lençol, a conduta que mais poderia ajudar este paciente neste momento é:
a) reposição vigorosa de ringer lactato
b) infusão de ácido tranexâmico 1,0 grama em bolus
c) passagem de sonda vesical para quantificar o débito urinário e resposta a reposição volêmica
d) realização de ultrassom na sala de trauma (FAST)
- Paciente apresentando sinais de choque, com provável fonte de sangramento em fratura de anel pélvico, estudos demonstram que a administração de 1 grama de ácido tranexâmico em bolus dentro das 3 primeiras horas do trauma reduzem a mortalidade.
Resposta b.
FAMERP – 2019
13. É contraindicação de sondagem vesical de demora no trauma abdominal contuso todas abaixo, exceto:
a) Sangue em meato uretral
b) Hematoma escrotal
c) Sangue em dedo de luva ao toque retal
d) Próstata deslocada cranialmente ao toque retal
- São contraindicações para sondagem vesical de demora sinais e sintomas que levem à suspeita de
trauma uretral. Dentre as opções apresentadas todas levantam tal suspeita, exceto a alternativa C.
Resposta c.
FAMERP – 2019
14. Criança de 3 anos, chega a sala de emergência pediátrica, após acidente de moto com queda no asfalto há 6 horas. Ao exame físico encontra-se com cianose de extremidades, palidez cutânea, frequência respiratória irregular com 15 irpm, tórax com boa expansibilidade sem retrações intercostais ou hematomas, Pulmão: Murmúrio vesicular presente, simétrico, sem ruídos adventícios. Coração: 2 BRNF,
sem sopros, FC: 93 bpm, PA: 125 × 50 mmHg, pulsos cheios, perfusão 2 seg. Abdome: discreto aumento da tensão, RH+, fígado e baço não palpáveis. Neurológico apresenta-se com escala de coma de Glasgow 5. Qual a melhor conduta?
a) intubação com sequência rápida, utilizando tubo endotraqueal com cuff, elevação da cabeceira 30°,
hiperventilação por poucos minutos e salina hipertônica 3%
b) intubação com sequência rápida, utilizando tubo endotraqueal sem cuff, tentar hiperventilação por
alguns minutos e soro fisiológico 10 mL/kg
c) intubação com sequência rápida, utilizando tubo endotraqueal sem cuff, elevação da cabeceira e solução cristaloide
d) máscara de oxigênio, elevação da cabeceira e encaminhar para tomografia de crânio urgente
- Criança vítima de trauma há cerca de 6 horas apresentando rebaixamento do nível de consciência, com Glasgow abaixo de oito não possui condições de manter via aérea pérvia e protegida. Neste caso deve ser realizada a intubação orotraqueal utilizando-se tubo com Cuff, que proporciona via aérea protegida. Além disso, a hiperventilação cuidadosa e a administração de salina hipertônica podem levar à redução da PIC, visto que aparentemente um quadro de TCE com aumento da pressão intracraniana talvez seja a hipótese que melhor justifica o rebaixamento do nível de consciência nesta situação.
Resposta a.
FMJ – 2019
15. Paciente de 28 anos, sexo masculino sofreu queda da bicicleta com traumatismo craniano (Glasgow 3), saturação de 32% e da face tipo Leford III, qual é a conduta para obtenção de via aérea?
a) intubação nasotraqueal
b) intubação orotraqueal
c) cricotireostomia
d) traqueostomia percutânea
e) traqueostomia convencional
- paciente com trauma grave de face, apresentando queda importante na saturação e rebaixamento do
nível de consciência com indicação clara de obtenção de via aérea avançada deve ser submetido à
cricotireoidostomia cirúrgica.
Resposta c.
FMJ – 2019
16. Paciente de 28 anos foi admitido no Pronto-Socorro após traumatismo por colisão automobilística. Durante o exame primário foi constatada a presença de sangue no meato uretral. Qual seria a conduta mais adequada nesta situação?
a) cateterismo vesical seguido de cistografia
b) uretrocistografia
c) urografia excretora
d) tomografia computadorizada de abdome
e) lavagem peritoneal diagnóstica
- Sangue no meato uretral levanta a suspeita para trauma de uretra. Após o atendimento primário com
estabilização hemodinâmica e ventilatória do doente, deve ser realizada uma uretrocistografia retrograda
como padrão ouro para avaliar esse tipo de lesão.
Resposta b.
FMJ – 2019
17. As lesões traumáticas matam numa sequência temporal previsível, isto é, a obstrução das vias aéreas leva mais rapidamente ao óbito do que problemas de respiração, que por sua vez, levam ao óbito antes da hemorragia, que também acarreta morte mais rapidamente que os problemas neurológicos. O atendimento inicial ao traumatizado baseia-se na percepção desses conceitos. Desse modo qual é a sequência de avaliação e intervenção que deve ser observada:
a) vias aéreas com proteção da coluna cervical, respiração e ventilação, circulação com controle de
hemorragias, estado neurológico, exposição total do paciente e proteção contra hipotermia
b) entubar e oxigenar, acesso venoso calibroso, avaliar escala de Glasgow e evitar hipotermia
c) obter via aérea segura, controlar hemorragias, avaliação neurológica e colocar manta térmica
d) preocupar-se com todos os dados da história do trauma
e) cricotireostomia, acesso venoso, sonda vesical e avaliação do mecanismo do trauma
- O examinador pede claramente que o candidato conheça a sequência de prioridades elencada pelo ATLS para a realização do atendimento ao paciente politraumatizado. Para responder à questão lembre-se do mnemônico ABCDE, onde se atende a vítima seguindo a prioridade: vias aéreas com controle cervical, ventilação, circulação, distúrbios neurológicos, exposição com controle de temperatura. A sequência que obedece a ordem supra apresentada é a contida na alternativa “A”.
Resposta a.
FMJ – 2019
18. Vítima de queda de moto chega ao pronto-socorro trazido pelo atendimento pré-hospitalar com via aérea pérvia, colar cervical bem locado, murmúrio vesicular presente e simétrico bilateral, sinais de má
perfusão periférica, taquicardia e hipotensão, escala de coma de Glasgow 13, escoriações em parede
abdominal e dor à palpação abdominal difusa. Após reposição volêmica com 2.000 mL de solução de Ringer-Lactato, apresenta resposta transitória. Devemos:
a) reavaliação primária, pesquisa de foco de sangramento abdominal, como realização de FAST na Sala de Emergência e acionamento do banco de sangue para início de protocolo transfusional
b) realizar tomografia de abdome total com triplo contraste
c) nova infusão de ringer lactato até estabilização dos parâmetros hemodinâmicos
d) proceder a intubação orotraqueal imediata, devido à escala de coma de Glasgow
e) lavado peritoneal diagnóstico
- A questão nos traz uma vítima de trauma apresentando sinais de choque com resposta não sustentada à reanimação inicial. Essa vítima provavelmente apresenta um foco hemorrágico que deve ser investigado, como ela apresenta sinais de choque o ideal é a realização de um FAST em sala de emergência, além disso, o ATLS traz os benefícios da indicação de protocolo de transfusão cada vez mais precoce para esses pacientes.
Resposta a.
FMJ – 2019
19. Em qual das situações abaixo estaria melhor indicada a ressuscitação por toracotomia na sala de
emergência?
a) parada cardíaca em um trabalhador da construção civil após queda de andaime de 10 m de altura
b) parada cardíaca em vítima de acidente automobilístico com a vítima arremessada fora do veículo
c) parada cardíaca após ferimento abdominal por projétil de arma de fogo
d) após um período de 10 minutos de massagem cardíaca externa sem sucesso
e) parada cardíaca após ferimento penetrante no tórax
- Apesar do ATLS 10 ampliar as indicações de toracotomia de reanimação em sala de emergência, a
indicação clássica engloba as vítimas com ferimento penetrante em tórax, mais precisamente em zona
precordial (Ziedler), com PCR presenciada.
Resposta e.
FMJ – 2019
20. Paciente de 30 anos é admitido no PS vítima de acidente automobilístico. Era o condutor de um dos
veículos e estava sem cinto de segurança. Apresentava sinais de trauma em face anterior do tórax, dispneia, murmúrio vesicular praticamente abolido à direita e estas e jugular. A pressão arterial era de 90 × 50 mmHg, frequência cardíaca: 110 batimentos por minuto. Considerando o mecanismo do trauma e os achados de exame físico na admissão, a melhor hipótese diagnóstica é:
a) tamponamento cardíaco
b) hemopneumotórax
c) pneumotórax hipertensivo
d) asfixia traumática ou máscara equimótica
e) contusão miocárdica
- Paciente com quadro de murmúrio vesicular abolido, trauma torácico e estase jugular. A melhor
hipótese diagnóstica sem dúvida nenhuma é o pneumotórax hipertensivo e a abordagem terapêutica deve ser a descompressão torácica seguida de drenagem do tórax acometido.
Resposta c.
HAC – 2019
21. Paciente sexo feminino, 69 anos com abdome agudo (peritonite) é admitida no pronto socorro. À
exploração cirúrgica, encontra-se um abscesso no quadrante inferior esquerdo que é drenado e realizado colostomia a Hartmann. No pósoperatório, a temperatura corporal eleva-se para 39 °C, a pressão arterial cai para 80 × 50 mmHg. A PO2 é de 60 com FiO2 de 0,5. É colocado um cateter na artéria pulmonar. Qual das seguintes medidas deverá ser mais útil no diagnóstico diferencial de um choque cardiogênico do séptico?
a) pressão do átrio direito
b) débito cardíaco
c) débito urinário
d) resistência vascular sistêmica
e) pressão arterial esquerda
- Lembre-se de que o choque cardiogênico resulta de uma falha de bomba, o coração perde a capacidade de bombear sangue de forma eficaz, já o choque séptico resulta de uma atividade inflamatória exacerbada, logo a capacidade de contração miocárdica encontra-se preservada, porém a queda do volume circulante causado pela perda de líquidos do sangue para o terceiro espaço, resultante do aumento da permeabilidade dos vasos periféricos em resposta à citocinas inflamatórias causa queda da pressão arterial e o estado de hipoperfusão tissular que caracteriza o choque. Dessa forma a melhor forma de diferenciar os dois choques na situação apresentada é medir a pressão arterial resultante da contração do ventrículo esquerdo.
Resposta e.
HAC – 2019
22. Paciente vítima de acidente por motocicleta. Deu entrada no pronto socorro com halitose etílica,
inconsciente, mas movimenta os membros aos estímulos dolorosos. Apresenta sangramento em nariz devido a uma laceração, deformidade da mandíbula e sangramento intenso pela boca. Sua respiração é difícil e ruidosa. O imediato controle das vias aéreas é obtido através da:
a) intubação nasotraqueal
b) intubação orotraqueal
c) traqueostomia
d) cricotireoidostomia
e) máscara laríngea
- A questão traz uma vítima com rebaixamento do nível de consciência e com trauma complexo de face.
A questão da todas as dicas de que o examinador quer que o candidato defina a necessidade de via aérea definitiva e cirúrgica para o doente. Isto feito, a questão ainda cobra o conhecimento de que, em situações de emergência, uma cricotireoidostomia cirúrgica deve ser realizada na impossibilidade de intubação orotraqueal. Lembre-se de que as únicas situações onde uma traqueostomia de emergência pode ser realizada é frente a presença de fratura de laringe e em crianças a baixo de 12 anos. Lembre-se ainda de que nesta situação a máscara laríngea se adapta muito mal, além de não garantir uma via aérea totalmente protegida.
Resposta d.
HAC – 2019
23. Sobre choque, correlacione:
[1] Choque hipovolêmico
[2] Choque séptico
[3] Ambas as opções acima
[4] Nenhuma das opções acima
[] Aumento do débito cardíaco
[] Vasodilatação periférica
[] Diminuição da PVC (pressão venosa central)
[] Diminuição da diurese
[] Necessita de grandes quantidades de volume
a) 2, 2, 1, 3, 1
b) 2, 2, 3, 4, 1
c) 4, 3, 2, 1, 1
d) 3, 4, 2, 1, 4
e) 3, 4, 1, 1, 3
- Questão objetiva a respeito de características de diferentes tipos de choque. O choque hipovolêmico
leva a redução do débito cardíaco, vasoconstrição periférica, redução da PVC resultante da hipovolemia,
Redução da diurese e pode resultar de grandes quantidades de volume (nem que esse volume seja sangue, lembre-se de que não se realiza mais expansões vigorosas com cristaloides no choque hipovolêmico). O choque séptico leva a aumento do débito cardíaco, vasodilatação periférica por ação de citocinas inflamatórias, aumento da PVC, redução na diurese e necessita de vasoconstritores ao invés de volume. A questão nos traz como resposta correta a alternativa A, porém entendemos que se trata de uma
interpretação polêmica, visto que a afirmação de que o choque hipovolêmico necessita de grandes
quantidades de volume é no mínimo controversa.
Resposta a.
HAS – 2019
24. O filósofo e teólogo italiano Tomás de Aquino morreu em 1274. Segundo relatos, o episódio ocorrera durante uma viagem, quando montado em seu burro, acidentou-se no caminho batendo com sua cabeça em um galho de árvore tombada. Perdeu a consciência naquele momento e, após retomá-la plenamente, decidiu prosseguir viagem. No entanto, quase chegando ao seu destino, evoluiu com piora clínica importante, falecendo. Caso houvesse possibilidade de realizar uma ressonância magnética do crânio, assinale a provável alteração a ser encontrada frente à apresentação clínica relatada:
a) hemorragia subaracnóidea
b) hematoma epidural
c) lesão axonal difusa
d) hematoma intraparenquimatoso
e) hematoma subgaleal
- Toda a criatividade empenhada com o objetivo de transmitir uma informação: Paciente vítima de trauma
crânioencefálico, apresentando síncope, seguida de intervalo lúcido e posterior rebaixamento do nível de
consciência evoluindo para óbito. Clínica típica de pacientes com Hematoma Epidural. O aluno do SJT lê, admira a criatividade do examinador, solta um breve sorriso intimidador, marca rapidamente a alternativa B e segue para a próxima questão.
Resposta b.
HAS – 2019
25. Homem, 65 a, coronariopata, foi vítima de acidente de carro com colisão abdominal severa. Deu entrada na emergência com sinais de choque hipovolêmico e foi levado de urgência para laparotomia exploradora que identificou volumoso hemoperitôneo no qual recebeu 6 concentrados de hemácias e lesão traumática com perfuração do cólon esquerdo. Qual a melhor conduta?
a) exteriorização da lesão
b) operação de Hartmann
c) colectomia esquerda com anastomose primária
d) rafia do cólon e drenagem da cavidade
e) operação para controle do dano e peritoniostomia com revisão da cavidade em 24h
- Primeiramente, ao nosso entender, o examinador poderia ter fornecido dados mais concretos para a
definição da conduta. Frente ao enunciado imaginamos que o paciente se encontre com alterações metabólicas que justifiquem uma cirurgia de controle de danos. Nestas cirurgias o sangramento é controlado, o transito intestinal desviado e a infecção da cavidade abdominal controlada, além disso, um método temporário de fechamento da cavidade abdominal é realizado e o paciente vai para UTI para controle da acidose, distúrbios de coagulação e hipotermia e é reabordado após a recuperação metabólica, o que se dá, em média, mas não obrigatoriamente, de 48-72 após o trauma. O fato de o paciente apresentar coronariopatia prévia corrobora com essa decisão, visto que esses pacientes apresentam maior chance de evento isquêmico miocárdico frente a quedas abruptas no volume de sangue circulante. Considerando o exposto acima entendemos que a melhor resposta até seja a alternativa “B” (resposta correta segundo o gabarito), porém entendemos que faltam dados para definir a melhor conduta.
Resposta b.
HDG – 2019
26. Masculino, 20 anos, vítima de atropelamento, vem ao pronto-socorro com queixa de dor torácica
apresentando aumento do esforço respiratório. Ao exame: P: 90 bpm, PA: 120 × 80 mmHg, FR: 28 irpm.
Realiza radiografia de tórax que demonstra infiltrado bem definido em ápice a direita, sem fraturas e sem
sinais de hemo/pneumotórax. Em relação a este caso assinale a alternativa que mostre a fisiopatologia
desta lesão
a) diminuição da complacência pulmonar e distúrbios na ventilação-perfusão
b) formação de fístula alveolovenosas e hemorragia parenquimatosa
c) embolização do tronco da artéria pulmonar e lesão alveolar
d) movimento paradoxal e formação de área de atelectasia
e) movimento paradoxal e diminuição do volume corrente
- Questão não tanto objetiva e considera que o candidato imagine uma interpretação radiológica frente ao quadro clínico apresentado. A melhor resposta que define a fisiopatologia da lesão descrita é a embolização do tronco da artéria pulmonar e lesão arterial, isto deduzido através da presença de um infiltrado bem definido e delimitado ao ápice, lembre-se de que as contusões pulmonares não costumam apresentar uma delimitação tão específica. Porém repare que era possível eliminar algumas alternativas com certa facilidade. Por exemplo, a questão não nos traz, em momento algum, clínica compatível com movimento paradoxal ou redução na complacência pulmonar nem sinais de distúrbios ventilatóriosperfusionais, o que nos exclui alternativas “A”, “D” e “E”. Além disso, os quadros de hemorragia
parenquimatosa não costumam apresentar delimitação tão específica.
Resposta c.
HDG – 2019
27. A responsabilidade do médico, relacionado ao quadro hemodinâmico no atendimento do politraumatizado, inicia-se com o reconhecimento do estado de choque. Em relação ao choque no paciente politraumatizado, analise as assertivas abaixo.
I. Com o objetivo de melhorar a perfusão tecidual, o uso de vasopressores está indicado precocemente.
II. Pacientes em choque hipovolêmico inicial possuem alcalose respiratória devido a taquipneia.
III. Déficit de base na gasometria e dosagem de lactato podem ser úteis na determinação da presença e da severidade do choque.
IV. A acidose metabólica ocorre devido ao metabolismo anaeróbico resultado da hipoperfusão tecidual e pode ser corrigida com infusão de bicarbonato de sódio.
Estão corretas as assertivas:
a) I e II apenas
b) I e III apenas
c) II e III apenas
d) I, III e IV
e) II, III e IV
- Vamos falar sobre cada assertiva:
A assertiva I encontra-se CORRETA, visto que o uso de vasopressores bem como os protocolos de transfusão maciça está indicado cada vez mais precocemente no paciente politraumatizado em detrimento dos altos volumes de cristaloides que eram outrora administrados nesse tipo de paciente;
A assertiva II está INCORRETA, visto que o paciente com quadro hipovolêmico inicial tende a apresentar
acidose metabólica devido ao mecanismo de anaerobiose (fermentação lática principalmente) realizado pelas células frente à baixa perfusão resultante da hipovolemia;
A assertiva III está CORRETA, tanto que tais medidas entram na nova tabela de classificação de choque
apresentada pela décima edição do ATLS 10;
A assertiva IV está correta, porém lembre-se que a melhor forma de corrigir a acidose metabólica no trauma é controlando o sangramento, iniciando o protocolo transfusional e melhorando a perfusão do paciente, sendo a infusão de bicarbonato de sódio reservada para casos extremos.
Resposta d.
HDG – 2019
28. Paciente do sexo masculino, 23 anos de idade, com história de trauma abdominal por projétil de arma de fogo (PAF) transfixante da parede abdominal anterior há 1 hora. Apresenta-se com estabilidade
hemodinâmica e respiratória, porém com sinais clínicos de peritonismo em andar inferior do abdome.
Submetido à laparotomia exploradora, foram evidenciadas lesões jejunoileiais. Em relação ao caso descrito, assinale a alternativa INCORRETA:
a) as lesões de intestino delgado por PAF devem ser corrigidas preferencialmente com ressecção
dos segmentos comprometidos e reconstrução do trânsito intestinal primariamente
b) além dos sinais clínicos de peritonismo, a instabilidade hemodinâmica e evisceração de órgãos ou epíplon podem ser consideradas como indicações para abordagem cirúrgica nos casos de traumatismos abdominais por PAF
c) as lesões traumáticas na parede abdominal anterior que violam o peritônio podem ser consideradas penetrantes em relação à cavidade peritoneal
d) em função da comprovada lesão de víscera oca com contaminação da cavidade abdominal, justifica-se a antibioticoterapia prolongada por no mínimo 10 dias com anaerobicida associado a uma cefalosporina de terceira geração
e) as lesões determinadas por PAF estão relacionadas à energia cinética dos projéteis e a liberação de calor por eles ao transitarem pelos tecidos e órgãos
- Todas as assertivas encontram-se corretas, exceto a alternativa “D”, como trata-se de uma lesão recente
(menor de seis horas) considera-se uma cirurgia contaminada e não infectada. Dessa forma, encontra-se
indicada a antibioticoterapia profilática e não prolongada como sugere a assertiva.
Resposta d.
HDG – 2019
29. Criaça,6 anos de idade, está internada em unidade de terapia intensiva há 5 dias, após sofrer
politraumatismo grave. Está em ventilação mecânica invasiva, recebendo drogas vasoativas, com
monitorização de pressão venosa central e de pressão intracraniana. Evolui com edema, diminuição do débito urinário e aumento da pressão venosa central. Os exames laboratoriais revelaram: Hb = 10,0 g/dL; Ht = 33%; sódio sérico = 122 mEq/L; potássio sérico = 4,8 mEq/L; ureia = 38 mg/dL; creatinina sérica = 1,0 g/dL, densidade urinária de 1030 e sódio urinário de 45 mEq/L. A provável etiopatogenia que explica essa evolução é:
a) secreção inapropriada de hormônio antidiurético
b) diabetes insipidus
c) ressuscitação hídrica com fluidos hiposmolares
d) administração de grandes volumes
e) insuficiência renal aguda
- A SIADH pode se desenvolver em vítimas de TCE grave, nessa situação o hormônio antidiurético é
liberado em excesso, causando restrição hídrica, o que pode a levar à edema, hiponatremia dilucional,
aumento da PVC e redução do débito urinário, quadro semelhante ao apresentado pela vítima que nos traz a questão.
Resposta a.
HGIP – 2019
30. Sobre a hipotensão permissiva, na abordagem do paciente vítima de politrauma, é CORRETO afirmar:
a) pode ser empregada em qualquer mecanismo de trauma
b) TCE não contraindica seu uso
c) a melhor indicação é no trauma penetrante de tronco
d) o idoso tolera muito bem tal recurso
- As vítimas de TCE, quando hipotensas apresentam baixa perfusão cerebral, com potencial aumento da
lesão secundária. No paciente idoso essa pratica deve ser igualmente cuidadosa, visto que essa população
apresenta baixa reserva metabólica. Dentre as assertivas apresentadas a mais correta é a alternativa C.
Resposta c.
HGIP – 2019
31. Paciente de 20 anos vítima de trauma abdominal por arma de fogo no mesogástrio, deu entrada no
pronto-socorro com os seguintes dados: PA inaudível, FC: 140 bpm, não respondendo ao comando verbal,
com sangramento abundante pelo orifício do projétil. A primeira medida no atendimento deste paciente
deve ser:
a) entubação orotraqueal
b) reposição volêmica com cristaloide
c) compressão manual do sangramento
d) administrar oxigênio pelo cateter nasal
- A questão nos cobra o conhecimento a respeito do mnemônico ABCDE elencado pelo ATLS para o
tratamento de pacientes vítimas de politrauma. A vítima em questão encontra-se sem condições de manter
uma via aérea livre e protegida, logo a primeira medita é a intubação orotraqueal.
Resposta a.
HGIP – 2019
32. De acordo com as novas definições publicadas em 2016 (SEPSIS-3), entende-se por sepse:
a) SIRS + infecção
b) a presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta desregulada do
organismo frente a uma infecção
c) o escore de SOFA > 2
d) infecção + hipotensão refratária aos fluidos
- Questão objetiva que cobra a definição de SEPSE de acordo com o SEPSIS 3. Segundo o consenso SEPSE é a presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta desregulada do organismo frente a uma infeção.
Resposta b.
HGIP – 2019
33. Os sistemas circulatório e respiratório participam em funções essenciais que definem o choque. São
corretas as afirmativas abaixo, EXCETO:
a) a pressão intravascular é importante elemento para garantir a perfusão dos tecidos. Ela é progressivamente maior no sistema circulatório, até atingir o átrio direito, local de maior pressão do sistema vascular
b) o oxigênio é transportado no sangue predominantemente ligado à hemoglobina, sendo sua liberação nos tecidos periféricos facilitada pela baixa pressão parcial de oxigênio, acidose e temperatura elevada
c) o CO2 é removido dos tecidos periféricos e é transportado dissolvido no plasma na forma de HCO-
3 (e outros elementos do tampão bicarbonato) e CO2, além de também poder estar ligado à hemoglobina
d) o volume sistólico (VS) é determinado pela complexa interação entre contractilidade, relaxamento ventricular, pré-carga e pós-carga
- Trata-se mais de uma questão de física do que de medicina. Percebam que a pressão é maior no
ventrículo esquerdo e reduz progressivamente no sistema circulatório sendo menor no átrio direito,
exatamente o contrário do que é afirmado na assertiva A. As demais assertivas trazem conceitos corretos.
Resposta a.
HGIP – 2019
34. Em relação à gestante vítima de politrauma, alterações anatômicas e fisiológicas, próprias da gestação, podem alterar a resposta ao trauma. São alterações que podem ocorrer na gestante vitima de politrauma, EXCETO:
a) leucopenia
b) aumento do volume plasmático
c) prolongamento do tempo de esvaziamento gástrico
d) aumento do volume respiratório corrente
- Todas as assertivas estão conceitualmente corretas, exceto a alternativa “A”, visto que na gestante espera-se uma leucocitose basal ao invés de leucopenia.
Resposta a.
HGIP – 2019
35. Sobre a hipertensão intra-abdominal (HIA) e síndrome de compartimento abdominal (SCA), é correto afirmar, EXCETO:
a) o padrão ouro, definido pela Sociedade Mundial de Síndrome de Compartimento Abdominal, para a
medida da pressão intra-abdominal é o método intermitente, indireto, através da bexiga
b) a medida da pressão intra-abdominal é fundamental para o diagnóstico de SCA
c) para a medida da pressão intra-abdominal não é necessário o relaxamento total do paciente, através do uso de bloqueadores neuromusculares
d) em algumas situações, como na síndrome de compartimento abdominal secundária, pode-se lançar mão de medidas clínicas ou menos invasivas para o seu tratamento
- Para que a medida da pressão intra-abdominal seja realizada totalmente sem interferências é necessário
que o paciente esteja totalmente relaxado, logo a resposta incorreta é a alternativa “C”. As demais
assertivas trazem proposições corretas.
Resposta c.
HPM-MG – 2019
36. Você está em uma festa quando é chamado às pressas para atender uma criança de 3 anos de idade
achada no fundo da piscina. Observado que a criança estava inconsciente e não respirava, marque a
alternativa CORRETA em relação ao caso apresentado.
a) as compressões torácicas devem ser iniciadas somente após comprovado ritmo de parada ao
desfibrilador
b) como a causa provável da parada cardiorrespiratória é asfixia por afogamento, as manobras de reanimação devem ser instituídas rapidamente, iniciando pela sequência A-B-C (abrir vias aéreas ventilação / boa respiração / compressão torácica)
c) como não se sabe o tempo de parada cardiorrespiratória da criança, as manobras de reanimação não devem ser iniciadas
d) as manobras de reanimação cardiorrespiratória devem ser instituídas rapidamente, iniciando pela
sequência C-A-B (compressão torácica / abrir vias aéreas ventilação / boa respiração)
- Criança vítima de afogamento, a provável causa da PCR é asfixia, dessa forma, segundo o manual
SOBRASA e PALS, realiza-se a reanimação pelo tratamento da principal causa de parada, na sequência A-BC, iniciando-se por duas ventilações de resgate.
Resposta b.
HPP – Medicina da Família – 2019
37. A resposta hemodinâmica no choque hipovolêmico levando-se em conta os valores normais de pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP), débito cardíaco (DC) e resistência vascular sistêmica (RVS), caracteriza-se por:
a) POAP baixo, DC baixo e RVS elevado
b) POAP baixo, DC elevado e RVS baixo
c) POAP elevado, DC baixo e RVS elevado
d) POAP elevado, DC baixo e RVS baixo
e) POAP baixo, DC elevado e RVS elevado
- No choque hipovolêmico, cardiogênico e obstrutivo teremos redução no DC, taquicardia e aumento da
RVS. No choque cardiogênico e obstrutivo podemos encontrar P OAP aumentada, porém a mesma
normalmente permanece inalterada no choque hipovolêmico.
Por este motivo a pergunta não apresenta resposta correta.
Texto para as questões 38 e 39.
Um paciente de 28 anos de idade, vítima de acidente de motocicleta, deu entrada no pronto-socorro com
quadro de dr abdominal, PA de 90 ×x 40 mmHg e FC de 120 bpm. Ao exame físico, estava consciente e
orientado e apresentava dor à palpação no abdome.
ISM – 2019
38. Acerca desse caso clínico, qual é a conduta mais indicada, nesse momento, em relação ao trauma
abdominal?
a) laparotomia exploradora
b) tomografia de abdome
c) lavado peritoneal diagnóstico
d) videolaparoscopia diagnóstica
e) cistografia retrógrada
- Caso o paciente não evolua com degradação do quadro hemodinâmico apresentado é possível realizar
uma reanimação balanceada, hipertensão permissiva e investigação com tomografia computadorizada.
Resposta b.
Texto para as questões 38 e 39.
Um paciente de 28 anos de idade, vítima de acidente de motocicleta, deu entrada no pronto-socorro com
quadro de dr abdominal, PA de 90 ×x 40 mmHg e FC de 120 bpm. Ao exame físico, estava consciente e
orientado e apresentava dor à palpação no abdome.
ISM – 2019
39. O paciente foi submetido a laparotomia, com achado de lesão esplênica, e foi realizada esplenectomia.
Quais achados são possíveis no pós-operatório?
a) fístula colônica e plaquetopenia
b) fístula pancreática e plaquetopenia
c) fístula colônica e plaquetose
d) fístula pancreática e plaquetose
e) fístula gástrica e plaquetopenia
- Lembre-se que pós-esplenectomia o paciente apresenta trombocitose temporária, além disso, a
proximidade anatômica entre baço e pâncreas culminam em alta energia recebida por este órgão frente a um trauma esplênico importante levando a aumento na probabilidade de fístula pancreática associada.
Resposta c.
ISM – 2019
- Uma criança de 11 meses de vida tem histórico de febre há dois dias. Os pais levaram-no ao prontosocorro, pois desde o início do quadro, observaram que o filho não os estava reconhecendo, além de apresentar sono agitado ao longo do dia. Hoje, associado ao quadro, iniciou episódios de vômitos e de recusa alimentar. Ao exame, percebe-se perda de 10 kg, fontanela abaulada, sem sinais meníngeos. Pálido, sonolento e desidratado. FC: 185 bpm, PA: 55 × 35 mmHg, FR: 38 irpm, SpO2: 93% em ambiente, temperatura axilar: 35,5 °C. Ausculta cardiopulmonar sem alteração, com tiragem subcostal leve. Abdome normotenso. Pulsos centrais com médio amplitude e pulsos periféricos filiformes. Tempo de enchimento capilar de 4 segundos. Considerando esse caso clínico, o diagnóstico mais provável e os sinais/sintomas que o caracterizam são:
a) síndrome da resposta inflamatória sistêmica – taquicardia (FC > 180 bpm) e hipotermia (temperatura < 36 °C)
b) sepse – taquipneia (FR > 34 irpm) e hipotensão (pressão arterial média < 60 mmHg)
c) síndrome da resposta inflamatória sistêmica – taquicardia (FC > 180 bpm) e hipotensão (pressão arterial média < 60 mmHg)
d) sepse – taquicardia (FC > 180 bpm) e hipotermia (temperatura < 36 °C)
e) síndrome da resposta inflamatória sistêmica – taquipneia (FR > 34 irpm) e hipotensão (pressão arterial média < 60 mmHg)
- Criança com 11 meses de vida, apresentando sinais de desidratação e má perfusão periférica (TEC > 2seg, sonolência, abaulamento de fontanela, palidez cutânea e pulsos filiformes), além de taquicardia (FC > 180) e hipotermia (temperatura < 36 °C), deve ser abordado como portador de provável sepse neonatal tardia. Resposta correta alternativa “D”, lembre-se de que para esta faixa etária a FR de 38 encontra-se dentro dos limites esperados.
Resposta d.
PSU-CE – 2019
41. Menina de 8 anos de idade, 25 kg, foi vítima de atropelamento há meia hora. Foi atendida pela equipe do SAMU que iniciou infusão de 500 mL de Ringer Lactato por acesso venoso periférico calibroso e administração de oxigênio suplementar. Foi transferida para unidade de emergência em centro de trauma nível I, com equipe específica para atendimento pediátrico. Ao chegar, estava alerta e referia dor abdominal, já finalizando a infusão. Exame físico: pulsos periféricos finos, FC = 140 bpm; PA = 95 × 65 mmHg, FR = 40 ipm e saturação de oxigênio de 96% em ar ambiente. ACP = normal. Abdome = distensão leve, doloroso difusamente, com Blumberg presente. Sem outros achados. Avaliação neurológica normal. Raio X de tórax normal. Tomografia computadorizada helicoidal de abdome revelou laceração capsular de 3 cm de profundidade no parênquima esplênico, com líquido livre na cavidade compatível com sangue particularmente em espaço esplenorrenal e ausência de pneumoperitônio. Com base na última versão do ATLS em português (9ª edição), qual a próxima conduta a ser tomada?
a) prescrever a transfusão de 500 mL de sangue e posteriormente reavaliar a indicação de laparotomia exploradora
b) internar em UTI Pediátrica e iniciar hidratação de manutenção com 250 mL de Ringer Lactato nas próximas 6 horas
c) indicar laparotomia exploradora e prosseguir ressuscitação volêmica até controle definitivo do sangramento ativo
d) administrar nova expansão volêmica com 500mL de Ringer Lactato e posteriormente reavaliar a indicação de laparotomia
- Paciente vítima de trauma esplênico, apresentando ainda sinais de choque, pode ser submetida a
expansão volumétrica com 20 mL/kg de solução cristaloide. Caso apresente melhora com resposta
permanente pode ser submetida a tratamento não operatório, caso apresente instabilidade hemodinâmica
deve ser submetida a laparotomia exploradora.
Resposta d.
PSU-CE – 2019
42. Paciente, condutor de moto, vítima de acidente de trânsito envolvendo um carro e sua moto. Foi encontrado pelo SAMU no local do acidente deitado ao solo, apresentando ventilação rápida e superficial, SatO2 = 92%; pele fria, úmida, pálida e enchimento capilar de 4 segundos; pulsos radiais filiformes e rápidos; diversas escoriações e lesões de queimadura asfáltica; confuso e com hálito alcoólico;
deformidades e edema de coxa direita, antebraço e tornozelo esquerdo Considerando os princípios de
atendimento do Prehospital Trauma Life Support PHTLS, qual a conduta adequada para este paciente no local do acidente?
a) aplicar colar cervical, iniciar analgesia, imobilizar com talas, rolamento e colocação em prancha longa,
remoção para a ambulância
b) aplicar o colar cervical, alinhar e imobilizar em prancha longa, remover para ambulância e realizar
acesso venoso para reposição volêmica a caminho do hospital
c) realizar intubação de sequência rápida, aplicar o colar cervical, iniciar reposição volêmica vigorosa, imobilizar principais fraturas e remover para a ambulância
d) aplicar manobras manuais de abertura da via aérea, aplicar colar cervical, 2 acessos venosos
calibrosos com reposição rápida de ringer lactato, imobilização cuidadosa das fraturas e remoção para a
ambulância
- Bom, a questão nos traz informações limitadas. Temos um paciente politraumatizado com sinais de
choque, realmente o PHTLS traz a necessidade de imobilização desse paciente em questão e a obtenção de acesso venoso em movimento, o que nos traz como resposta mais correta a alternativa B. Entretanto não podemos esquecer de que o PHTLS traz também o ABCDE como sequência de atendimento ao paciente politraumatizado, dessa forma, a assertiva mais correta ainda está muito aquém do atendimento que essa vítima necessita, visto que, mesmo que a questão nos desse informações que permitissem inferir que a vítima encontra-se com via aérea garantida e que excluíssem um comprometimento ventilatório, ainda
assim, estaria indicado, no mínimo aporte suplementar de oxigênio via máscara de alto fluxo.
Resposta b.
PSU-CE – 2019
43. MFDT, masculino, 33 anos, vaqueiro, deu entrada na emergência de um hospital secundário no interior do Estado vítima de acidente automobilístico: colisão frontal com um cavalo seguida de capotamento. Usava cinto de segurança. Não possui doenças concomitantes. Ao exame, encontra-se com sinais vitais estáveis, sem evidências de fraturas, mas com múltiplas escoriações em face e braços. Não lembra do acidente, nem de como foi trazido para o hospital. Ao exame, encontra-se acordado, orientado, cooperativo, atendendo a comandos. Os exames radiológicos de tórax, coluna cervical, bacia e crânio foram normais e os exames laboratoriais colhidos também não evidenciaram alterações. Qual a conduta mais adequada?
a) transferir imediatamente para hospital terciário com uti e neurocirugião de plantão
b) prescrever analgésicos e alta hospitalar, recomendando manter-se acordado por seis horas
c) internar na enfermaria para observação com prescrição de analgésico, corticoide e manitol
d) manter internado em observação aguardando vaga eletiva para tomografia computadorizada
- Vítima de trauma, apresentando sinais de trauma cranioencefálico, foi levada a hospital de menor
recurso no interior. Ao final da avaliação primária já deve ser levantada a necessidade de transferência para hospital terciário com melhor recurso e neurocirurgia. Resposta mais adequada alternativa A.
Resposta a.