Planeamento dum estudo clínico Flashcards

1
Q

O que deve estar estabelecido antes de submeter o estudo às entidades reguladoras?

A
  1. Estabelecer uma questão de investigação válida e consultar os experts da área.
  2. Garantir financiamento (avaliar os custos).
  3. Desenvolver todos os documentos essenciais (protocolo, consentimento e brochura + CRFs para ensaios de fármacos experimentais).
  4. Código de registo do estudo, se em humanos (para as revistas) - Eudra CT na europa.
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2
Q

O que acontece após a submissão de todos os documentos às entidades reguladoras e caso seja aceite por estas?

A
  1. Recrutamento da população alvo.
  2. Notificações de segurança, principalmente em estudos intervencionais com regras pré-definidas para casos de morte ou choque anafilático.
  3. Notificações da progressão do ensaio (salvaguarda a independência de quem avalia o estudo).
  4. Monitorização ao centro de investigação (averiguar se o protocolo está a ser cumprido).
  5. Inspeções por parte do INFARMED e auditorias por parte do promotor ou alguém a pedido dele (garantia de qualidade).
  6. Em caso de necessidade pode-se adicionar mais centros de estudos, mas devem ser enviadas notificações.
  7. Pode ser necessário estabelecer alterações ao protocolo ou medidas urgentes de segurança (eliminar randomização, para estabelecer relação com o doente).
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3
Q

De que tipos podem ser as auditorias?

A
  1. Internas: outro investigador não inserido na investigação, mas que pode estar no mesmo centro;
  2. Externas: outra empresa contratada para o efeito.
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4
Q

Como é que a monitorização funciona?

A

Tem-se 3 intervenientes principais que são o promotor, o centro de investigação e as entidades reguladoras que monitorizam (CEIC, INFARMED, CA, CNPD). A exposição da monitorização ocorre através de representantes de ambas as partes: monitor/CRA (associado de pesquisa) que representa o promotor e o coordenador que representa o centro de investigação.

Por vezes entra outro interveniente como o CRO (empresa subcontratada pelo promotor que tem como função implementar os estudos no terreno) ao qual o monitor também tem que monitorizar.

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5
Q

Quais os objetivos de monitorizar os estudos/ensaios clínicos?

A
  1. Verificar se os direitos e o bem-estar dos doentes estão a ser cumpridos;
  2. Se os dados do estudo expostos são precisos, completos e verificáveis nos documentos de fonte de pesquisa;
  3. Se a condução do estudo está em concordância com o que foi aceite pelas entidades reguladoras, com as “Boas Práticas Clínicas” e com a declaração de Helsinki.
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6
Q

O desenvolvimento dum estudo admite que etapas?

A
  1. Visita de seleção/pré-iniciação
  2. Visita de início
  3. Condução do estudo
  4. Visita de encerramento
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7
Q

O que deve ser feito na etapa de Visita de Seleção?

A

O promotor deve escolher um centro de investigação (infraestrutura que admita profissionais com as qualificações desejadas ou que queiram adquiri-las) ou simplesmente a equipa de investigação. Antes de entrar em acordo com os investigadores ou a instituição, o promotor deve entregar o protocolo e a brochura do investigador.

Averiguar o nível de exequibilidade através de contacto com potenciais investigadores e coordenador do centro, especificando a fase do estudo, área, caraterísticas da terapia, nº de doentes, período de recrutamento, critérios de inclusão e exclusão e necessidades da equipa. Para tal é necessário estabelecer um acordo de confidencialidade. Posteriormente as avaliações iniciais acerca dos investigadores e centros são revistas e os centros selecionados são visitados, culminando numa avaliação final.

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8
Q

Sobre o que deve o promotor e o investigador entrar em acordo na Visita Pré-iniciação?

A
  1. Definir o protocolo para submissão às entidades reguladoras que vai ser conduzido ao longo do estudo segundo as normas de GCP e as exigências regulatórias aplicáveis (definição dos critérios, desenho…).
  2. Sobre os registos de dados a seguir.
  3. Permissões de auditorias, inspeções e monitorizações.
  4. Reter os documentos de fonte do estudo até que não seja necessário (promotor é que decide).
  5. Gestão das amostras (armazenamento, transporte), instalações e equipamentos.
  6. Obrigações do investigador.
  7. Equipa do estudo (investigadores, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos).
  8. Recrutamento dos doentes.

O acordo é confirmado por escrito com a assinatura do protocolo ou num documento alternativo.

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9
Q

O promotor pode iniciar o estudo no centro quando…

A

As entidades reguladoras aprovarem o estudo.

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10
Q

Do que se trata a Visita de Início?

A

Deixar o centro de investigação apto para a condução do ensaio, providenciando todo o material e a formação necessários para os investigadores. Averiguar as condicionantes (Lei 21/2014, ICH E6, guidelines e SOPs da empresa).

Uma reunião com todos os intervenientes da equipa do estudo que inclui os investigadores (principal e sub), enfermeiros, farmacêuticos, assistentes e técnicos de saúde.

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11
Q

Que aspetos devem ser abordados na Visita de Início?

A

Legislação, GCP, objetivo do estudo, responsabilidades da equipa, protocolo, critérios de inclusão e exclusão, brochura do investigador, preenchimento de CRFs, procedimentos para reportar reações adversas (SAE), documentos de fonte, processos de monitorização (inspeções e auditorias), manutenção e atualização do ISF, publicação de resultados.

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12
Q

Como deve ser tratado o consentimento informado?

A

Deve ser a versão aprovada pela CEC, assinado e datado pelo doente e investigador e deve ser documentado no processo clínico.

Deve ser obtido antes de qualquer procedimento associado ao estudo.

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13
Q

O que deve estar incluído no relatório fornecido pelo monitor?

A

Deve admitir data, centro, nome do monitor, outros indivíduos contactados, resumo dos assuntos e factos revistos pelo monitor, identificação de não conformidades com o protocolo e GCP, assuntos pendentes.

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14
Q

O que acontece na etapa de Condução do Estudo?

A

Ocorre a fase de recrutamento: FPFV e LPFV até atingir o nº de participantes previsto.
Fase de acompanhamento: termina após o LPLV com recolha de dados por CRFs sem perda de dados com reportamento de SAE.
Gestão de medicamentos experimentais por serviços farmacêuticos.
Monitorização: SDV (verificação dos dados de fonte com acesso direto aos documentos) que pode ser realizada segundo o protocolo a todos os participantes no ensaio ou apenas a parte deles.
Recolha final de dados: objetivo de recolher o último CRF e verificação do formulário de resolução de queries.

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15
Q

O que são queries?

A

Trata-se de problemas identificáveis nos dados obtidos que são verificados pelo monitor que não altera nada, apenas pede esclarecimentos.

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16
Q

Do que se trata a Visita de Encerramento?

A

Serve para encerrar o centro segundo o ICH/GCP e SOPs da empresa, assegurando o término adequado do estudo e a realização de análises retrospetivas dos aspetos relevantes do estudo e do centro. Tem como objetivo também assegurar que toda a informação está corretamente armazenada e completa.

17
Q

Para que servem as tecnologias na saúde (HTA)?

A

Ajuda na tomada de decisões sobre a saúde segundo as políticas nacionais que devem ser boas para o indivíduo e para a população. Na sua maioria as escolhas do tratamento a ser implementado é feita segundo os custos do mesmo.

18
Q

Na HTA, para além do preço, que outras caraterísticas devem ser tidas em conta?

A

Utilidade, longevidade dos efeitos, a qualidade de vida proporcionada ao doente, nível de segurança.

19
Q

O modelo de HTA divide-se em que etapas?

A
  1. Assess: baseia-se na parte científica e, portanto, na organização de todos os processos e métodos utilizados para formular e validar aquela terapia ou técnica ou instrumento.
  2. Apraise: trata-se da parte política de tomada de decisão, ou seja, segundo todas as informações decide-se se a terapia em causa deve ou não ser implementada.
  3. Decision-making: implementa-se a terapia em estudo e estuda-se o impacto populacional.
20
Q

O que se averigua no Assess (HTA)?

A

Revê-se todas as evidências de bom funcionamento e nível de segurança da terapia (valor científico e os efeitos adversos), assim como o valor monetário dos custos de implementação. Trata-se então duma avaliação rigorosa do valor do projeto.

21
Q

O que se averigua no Appraisal?

A

Estuda-se aquilo que a sociedade valoriza e, portanto que utilidade vão dar ao projeto (terapia, diagnóstico) tendo em atenção a disponibilidade financeira e a quantidade de tecnologias semelhantes existentes na população. Assim, aqui tenta-se estabelecer uma predição da aceitação da tecnologia, segundo os valores e preferências da população, para além de se essa tecnologia pode ser distribuída de forma equitativa. Tudo isto leva a questões chaves acerca da tecnologia e à principal questão “deve ser incluída na sociedade ou não?”.

22
Q

Qual o processo de decisão de HTA?

A

Tem-se o contexto do problema que é avaliado cientificamente e os dados da pesquisa - Análise (ASSESSMENT).
Tem-se os valores populacionais - Recomendação (APPRAISAL).
Todos os dados são trocas entre as 2 componentes auxiliando na tomada de decisão.

23
Q

Do que se trata o QALY?

A

Representa o impacto da terapia na longevidade de vida e tem em conta quaisquer mudanças na saúde relacionadas com a qualidade de vida (HRQoL), sendo esta calculada numa escala de 0 (morte) a 1 (perfeita).

24
Q

Para que serve o QALY?

A

Averiguar se vale a pena introduzir o tratamento ou dispositivo na população.

25
Q

O que é a qualidade de vida?

A

Trata-se da perspetiva do doente segundo a forma como este consegue viver a sua vida.

26
Q

Porque está a ser promovida a inserção de doentes nas comissões de estudos clínicos?

A

Ao partilhar com os doentes as informações dos estudos clínicos a serem efetuados para uma determinada doença, consegue-se chegar a um maior entendimento dentro da população que pode beneficiar mais com a investigação, pois os doentes sabem melhor que ninguém quais os objetivos essenciais para serem estudados e sensibilizam outros doentes a participarem no ensaio ou estudo. Os doentes devem ter conhecimentos prévios do que os estudos onde estão inseridos tratam, formando-se assim workshops e programas de treino para tal.

27
Q

A inserção de doentes nas comissões dos estudos assenta em 4 pilares. Quais são?

A
  1. Relevância: os doentes admitem conhecimento, perspetivas e experiências únicas que contribuem para a demonstração da necessidade de desenvolvimento do estudo;
  2. Justiça: os doentes admitem direitos na contribuição nos processos de desenvolvimento e pesquisa de fármacos e biomarcadores;
  3. Equidade: procura entender as diferentes necessidades dos doentes com doenças particulares balanceando contra os requerimentos da indústria;
    Capacidade de construção: o envolvimento de doentes na medicina promove o trabalho conjunto das organizações medicinais e de pesquisa e os doentes.
28
Q

Em que fases do R&D podem estar os doentes envolvidos?

A
  1. Prioridades de pesquisa;
  2. Desenho do protocolo e planeamento (qualidade de vida, protocolo, população alvo, pedido de financiamento);
  3. Conduta de pesquisa e operações (protocolo, recrutamento, informação de segurança);
  4. Disseminação, comunicação e pós-aprovações (regulações e assessment).
29
Q

Quais as áreas nas quais a decisão mútua do doente e cuidador podem ajudar?

A

Apoio psicológico, apoio espiritual, cuidados paliativos, apoio social, grupos de doentes, conselheiro de saúde, diagnóstico e terapias, reabilitação.