Dados Clínicos Flashcards
Diferentes tipos de estudos clínicos equivalem a…
Diferentes tipos de evidência, admitindo nível superior nos experimentais e nível mais baixo nos observacionais.
Que tipos de estudos clínicos se inserem no grupo dos experimentais?
Controlo randomizados e quase-experimental.
O que são estudos controlo-randomizados?
Seleção dum grupo de forma aleatória, o qual é submetido uma terapia experimental e outro grupo onde se insere o placebo.
O que são estudos quase experimentais?
Seleção não aleatória de grupos de terapia experimental e placebo.
Que tipos de estudos clínicos se inserem no grupo dos observacionais?
Estudos cohort, caso-controlo, transversais e casos report. São normalmente realizados após as fases de aprovação de fármaco.
O que são estudos cohort?
Um grupo que é seguido para avaliação de fatores de risco e outcomes ao longo do tempo.
O que são estudos caso-controlo?
Ocorre comparação de históricos clínicos entre um grupo com patologia e outro grupo sem patologia.
O que são estudos transversais?
Consegue aceder-se à prevalência dum outcome numa população num determinado momento no tempo.
O que são estudos de caso report?
Históricos detalhados num número pequeno de casos.
Como podemos distinguir os vários tipos de estudos?
Se a intervenção for da responsabilidade do investigador, então trata-se dum estudo experimental e deste pode distinguir-se outros 2 estudos segundo o seu nível de randomização, sendo o randomizado um tipo de estudo terapêutico e de prevenção.
Se a intervenção não for da responsabilidade do investigador, então torna-se um estudo observacional e dependendo de ser ou não um estudo com grupo de controlo pode dividir-se em estudo analítico e descritivo, respetivamente. Nos analíticos segundo a direção tem-se em termos de diagnóstico os transversais, prognóstico os cohort e em temros epidemiológicos tem-se os caso-controlo.
Qual a principal diferença entre os casos-controlo e o estudos cohort?
Os casos-controlo são retrospetivos (epidemiológicos), ou seja, vêm os outcomes (têm ou não a doença) e seguem até aos fatores de risco (foram sujeitos ou não aos fatores de risco) - mais económico!
Já os casos cohort são de prognóstico, ou seja, expõe-se os indivíduos aos fatores de risco e estuda-se os outcomes (se as pessoas expostas e não expostas desenvolvem ou não a doença).
Quais as fases de desenvolvimento dum fármaco em estudos randomizados?
Fase 1 (Como funciona?), 2 (Funciona?), 3 (É eficaz?) e 4 (É efetivo?).
Descreve a fase 1?
Ocorre quando os testes em animais tiveram bons resultados e foram feitos em segurança.
O fármaco é introduzido em pessoas saudáveis ou pessoas doentes, para medir a tolerância nos seres humanos através de várias doses crescentes (tolerância hepática e renal e imunogenecidade) e para se conhecer o melhor intervalo de dosagem do fármaco (permite determinar a natureza de efeitos adversos). Usa-se sempre placebo, para controlo e uma elevada minimização de riscos.
Para além de que permite estudar a farmacocinética e dinâmica com doses únicas e posteriormente repetidas (interações droga-droga são normalmente avaliadas em fases tardias), mas são objetivos 2º. Estudam-se também fatores extrínsecos (relações fármaco-fármaco e fármaco-alimento), intrínsecos (idades, insuficiências e etnias) e bio farmacêuticos (bioequivalência, efeito da comida, proporcionalidade de doses e biodisponibilidade).
Trata-se de farmacologia humana e existem muito poucos centros especializados.
Esta fase continua até ao início da fase IV, permitindo identificar polimorfismos.
Descreve a fase 2?
Aqui verifica-se se o fármaco funciona nos doentes, mas estes não devem ter patologias associadas, ou seja, analisa-se se o fármaco admite efeitos na doença no ser humano - permite obtenção de perfis de segurança mais robustos. Esta fase deve ser eticamente forte! Serve para definir a relação dose-resposta e definir a posologia, para a fase 3.
Pode dividir-se em 2 fases:
2a: não-regulamentar e denominada por Prova de Conceito (os resultados não precisam de ser estatisticamente significativos e existem poucos centros especializados), também denominados por piloto e aqui estuda-se os limites de dose;
2b: utilização de endpoints regulamentares (biomarcadores validados, por exemplo) com desenho tipicamente paralelo, randomizado e placebo - muitas vezes denominados por pivotais.
Trata-se de tratamento exploratório.
Descreve a fase 3?
Verificar se funciona na população doente (dezenas de milhares) com patologias associadas, ou seja, dentro da população doente torna-se mais abrangente - subgrupos. São tipicamente estudos regulamentares cujos resultados permitem o seguimento ou não para o mercado - desenho pouco flexível. Aqui definem-se as condições de administração do fármaco. Podem posteriormente explorar a relação entre droga e resposta ou a utilização em diferentes estados da doença.
Também existe 2 fases:
3a: pivotais de AIM - desenho randomizado, paralelo e placebo com critérios de seleção dos participantes mais próximos do real;
3b: pré e peri AIM não regulamentares que servem para suporte de publicação.
Trata-se de tratamento confirmatório.
Descreve a fase 4?
Verificar se é efetivo num ambiente não controlado, ou seja, testa-se o fármaco segundo outras variáveis do dia a dia das pessoas que admitem certa patologia ou sintomas tratáveis. Aqui após aprovação duma droga segundo os surrogate points, obtém-se mais informação acerca de clinical endpoints.
Aqui redefine-se a relação benefício/risco, as recomendações de dosagem e identifica-se reações adversas raras. Tem-se um desenho diversificado.
Trata-se de Uso terapêutico, ou seja, estudos pós-aprovação.
Que estudo admite maior nível de evidência e maior força de resultados?
Revisões sistemáticas e meta-análise.
O que são estudos de revisão e meta-análise?
Agrupar estudos já realizados num determinado tópico e combinar os resultados de formas estatísticas.
Que pessoas são incluídas nos grupos de pessoas especiais?
Mulheres grávidas (avaliação da gravidez, fetos e criança), mulheres em amamentação (examinação dos metabolitos ou presença de fármaco no leite e monitorização da criança), crianças, população geriátrica, população com disfunção renal e hepática (avaliação da excreção e do metabolismo).
Como deve ser a população em estudo num estudo clínico?
Deve ser escolhida de forma a suportar os objetivos do estudo, sendo definida por critérios de inclusão e exclusão, ou seja, a população em estudo deve representar da melhor maneira o grupo de pessoas que se quer estudar - reduzir heterogeneidade e maximizar sensibilidade.
Que tipos de estudos se inserem na terapêutica exploratória (fase 2)?
Estudos clínicos randomizados com duração curta;
Estudos de dosagem;
Exploração de biomarcadores;
Validação de outcomes de pacientes.
Que tipos de estudos se inserem na terapêutica confirmatória?
Estudos clínicos randomizados mais representativos da população para a qual o fármaco foi desenhado; Estudos de dose e resposta; Segurança clínica; Mortalidade e morbilidade; Estudos em populações especiais.
Que tipos de estudos se inserem na pós-aprovação (fase 4)?
Estudos de comparação de efetividade; Follow up a longo termo; Adição de novos endpoints; Testes simples e pragmáticos; Estudos observacionais e farmacoeconómicos.
Qual a diferença entre a classificação de estudos de intervenção e não intervenção E experimentais e observacionais?
Num contexto legal fala-se de estudos com e sem intervenção que se associam à alteração ou não da rotina do participante.
Num contexto de desenho experimental fala-se de estudos experimentais e não experimentais que se relacionam com a intervenção do investigador ou não e se o participante se altera no final do estudo.