Peroxissomas Flashcards
O que são Peroxissomas?
São pequenos organitos que no seu interior contêm enzimas envolvidas numa considerável variedade de reações metabólicas - peroxinas. Estas peroxinas são importadas do citosol uma vez que os peroxissomas não têm genoma próprio.
São organitos heterogéneos envolvidos por uma membrana simples. Existem
peroxissomas extremamente eletrodensos e outros com a eletrodensidade concentrada apenas numa parte do organito; podem ser homogéneos ou apresentar diferentes formas. Esta heterogeneidade está relacionada com a multifuncionalidade dos mesmos, devido ao grande número de enzimas no seu interior.
As células humanas podem conter entre 100 e 1000 peroxissomas, sendo que os
hepatócitos são os que apresentam estes organitos em maior número.
Formação dos peroxissomas
Supõe-se que os peroxissomas se formam por divisão de um peroxissoma maduro.
Este peroxissoma maduro resultou da importação lípidos específicos e peroxinas para um peroxissoma prematuro resultante da fusão de duas vesiculas provenientes do RE. Os peroxissomas aumentam substancialmente o seu número através da sua divisão.
As proteínas, sintetizadas em ribossomas livres no citosol e destinadas aos
peroxissomas (peroxinas), possuem uma sequência especifica de aminoácidos denominada sinal direcionador peroxissomal (PTS) na extremidade C-terminal. Esta sequência consiste na sequência de resíduos de aminoácidos Ser-Lys-Leu.
Ao contrário de tudo o que se estudou até agora, as proteínas que entram no peroxissoma não sofrem ação proteolítica ao nível da sequência sinal.
Funções dos Peroxissomas
- Oxidação de ácidos gordos - degradação da cadeia de ácidos gordos, com formação da cadeia de acetil coenzima-A usada para a produção de energia;
- Síntese de colesterol e de dolicol;
- Síntese de ácidos biliares no fígado;
- Síntese de plasmalogénios;
- Síntese de lisina;
- Catabolismo das purinas;
- Conversão de aminoácidos em hidratos de carbono por remoção do grupo amina;
- Degradação do peróxido de hidrogénio - tóxico para as células, evitam a sua acumulação.
O que são Glioxissomas?
Em sementes, os peroxissomas (glioxissomas) são responsáveis pela conversão de ácidos gordos de reserva em hidratos de carbono através de uma via, inversa ao Ciclo de Krebs, chamada de ciclo do glioxilato. Esta conversão produz energia e materiais necessários para o crescimento da planta em germinação.
Por outro lado, os peroxissomas em folhas encontram-se envolvidos no processo de fotorrespiração no sentido em que metabolizam os produtos formados durante a fotossíntese. Deste modo o CO2 é convertido em hidratos de carbono.
Qual o propóstio da fotorrespiração?
Metabolizar um produto secundário da fotossíntese:
No primeiro passo do ciclo de Calvin da fotossíntese é adicionado CO2 à ribolose-1, 5-bifosfato, resultando em duas moléculas de 3-fosfoglicerato. No entanto, por vezes, a enzima responsável por esta adição, a ribolose bifosfato carboxilase, em vez de CO2 adiciona O2. Desta ação resulta uma molécula de 3-fosfoglicerato e uma molécula de fosfoglicolato.
Este último vai ser convertido em glicolato, que vai ser transferido para os peroxissomas, onde vai ser oxidado e transformado em glicina.
Esta é então transferida para as mitocôndrias, onde duas moléculas de glicina são transformadas numa molécula de serina, com a perda de CO2 NH3.
Esta serina é então transferida para os peroxissomas, onde é transformada em glicerato.
Por fim, este é encaminhado para os cloroplastos, onde volta a entrar no ciclo de Calvin.
Síndrome de Zellweger
Deficiências genéticas podem afetar a importação de proteínas peroxissomais para o interior dos peroxissomas como acontece na síndrome de Zellweger. Nesta patologia verifica-se uma redução do número ou total ausência de peroxissomas nas células. No caso da total ausência, leva à morte rápida do individuo por acumulação de substâncias tóxicas.