Perguntas APNA Flashcards
Homem de 54 anos recorre ao Serviço de Urgência por dor torácica retrosternal com irradiação dorsal, muito intensa, e hipersudorese; este quadro teve início há cerca de 30 minutos. Trabalha numa pizzaria local como cozinheiro. Tem como antecedentes pessoais: diabetes tipo 2 mellitus sob tratamento com metformina, hipertensão arterial de grau II em tratamento com ramipril, e hipercolesterolomia em tratamento com atorvastatina. Relativamente aos antecedentes familiares, o seu pai morreu de hemorragia cerebral aos 70 anos e a sua mãe morreu de enfarte agudo do miocárdio aos 52 anos. O seu irmão foi diagnosticado recentemente com um adenocarcinoma gástrico, em estadio avançado. No exame físico destaca-se a presença de um sopro diastólico no bordo esquerdo do esterno e marcada ingurgitação jugular. Adicionalmente, destaca-se a presença de ptose e miose. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Síndrome mesencefálica secundária a cardioembolia.
B) Dissecção aguda da aorta.
C) Enfarte agudo do miocárdio da parede ântero-lateral.
D) Choque vasogénico.
E) Derrame pericárdico com tamponamento cardíaco.
B) Dissecção aguda da aorta.
Homem de 66 anos, motorista de elétrico na cidade onde reside, vem à sua consulta por dor retrosternal em aperto sempre que caminha mais rápido. Esta dor irradia para a região cervical e é acompanhada de suores frios, dura cerca de 2-3 minutos e desaparece com o repouso. Apresenta os seguintes antecedentes pessoais: hipertensão arterial (com tensões habituais na ordem dos 160/100 mmHg, não estando medicado para tal), tabagismo pesado até há 3 anos (~80 unidades maço-ano; suspendeu porque um amigo de infância morreu de cancro do pulmão). Há cerca de 40 anos foi operado a uma úlcera péptica, embora não tenhamos relatórios clínicos referentes a essa intervenção. Não consome álcool. O exame físico não demonstra alterações de relevo, tal como o estudo analítico básico solicitado. Qual dos seguintes anti-hipertensores é mais adequado para este paciente?
A) Indapamida.
B) IECA.
C) Amlodipina.
D) Torasemida.
E) Nitroprussiato.
Os fármacos de 1a linha no tratamento da HTA são IECA/ ARA, diurético e BCC. Já os fármacos anti-anginosos de 1a linha são os BB e BCC. Desta forma a resposta mais adequada neste caso seria um BCC (amlodipina), pelo que a alínea certa é a (c).
Um homem de 35 anos recorre ao serviço de urgência do hospital Garcia de Orta, por um quadro de desconforto torácico associado a dispneia, palpitações e mal-estar, com início há cerca de 6 horas. O doente refere episódios semelhantes no passado que resolveram espontaneamente quando sustinha a respiração por uns minutos. O doente nega antecedentes cardíacos ou cirúrgicos, sendo os seus antecedentes médicos pessoais e familiares irrelevantes. O eletrocardiograma realizado na triagem revela uma taquicardia de complexos estreitos com frequência cardíaca de 192/min. Os sinais vitais são pressão arterial de 140/72 mm Hg, temperatura de 37,2°C e saturação periférica de oxigénio de 96% em ar ambiente. Da auscultação cardíaca destaca-se apenas uma taquicardia regular. A auscultação pulmonar é inocente. O restante exame objetivo não revela alterações. O médico responsável decide monitorizar o doente e realizar uma massagem do seio carotídeo, contudo, não se verificou nenhuma alteração aparente no ECG. Qual dos seguintes é o próximo passo mais apropriado na abordagem a este doente?
A) Administrar adenosina endovenosa.
B) Administrar amiodarona endovenosa.
C) Administrar lidocaína endovenosa.
D) Administrar nitrato sublingual.
E) Administrar verapamil por via oral.
(A) Administrar adenosina endovenosa.
Nota: Verapamil - Bloqueador dos canais de cálcio não diidropiridínico com efeito no nódulo auriculoventricular, contudo mais lento quando comparado com a adenosina, sendo considerado 2° linha.
Encontra-se a realizar consultas numa USF quando atende um idoso, do sexo masculino com 87 anos, autónomo e acompanhado pela filha. O doente sofre de hipoacusia marcada, pelo que é a filha que lhe relata que tem antecedentes de “arritmia”, gota, hiperplasia benigna da próstata e neoplasia do cólon transverso, operada há 30 anos e sem posterior recidiva. Refere ainda que o colesterol e a pressão arterial costumam estar “controlados, porque come tudo sem sal”. Encontra-se medicado com dabigatrano 110mg 2id, alopurinol 100mg id, sinvastatina 10mg id e silodosina 4mg id, que cumpre, e sem efeitos adversos detetados. Refere, desde há uns meses, episódios ocasionais de amnésia, sem outros sintomas aparentes. Ao exame objetivo apresenta PA 159/89mmHg, FC 58/min, SpO2 97%, T 36,2ºC, pulsos radiais amplos, simétricos e arrítmicos, auscultação cardíaca com sopro de grau I/VI no foco aórtico, auscultação pulmonar com discretas crepitações em ambas as bases e membros inferiores bem perfundidos e sem edemas.
A) Está perante um doente com Hipertensão Arterial de grau 2.
B) A incidência de hipertensão de bata branca diminui com a idade.
C) O diagnóstico de Hipotensão ortostática é particularmente importante em idosos, e define-se como uma queda de 20mmHg na PA sistólica ou 10mmHg na PA diastólica, após 2 minutos de ortostatismo.
D) Uma vez que se trata de um doente com idade > 85 anos e sem indicação para terapêutica farmacológica, o diagnóstico de Hipertensão arterial é fútil.
E) Está perante um doente com Hipertensão Sistólica isolada de grau 1.
E) Está perante um doente com Hipertensão Sistólica isolada de grau 1 (PA sistólica 140-159mmHg, PA diastólica <90mmHg).
Um homem de 64 anos vem à consulta por dor na “barriga da perna” direita quando sobe rampas e escadas e ao caminhar em terreno plano por mais de 15 minutos. Refere que a dor se torna tão intensa com o esforço que o obriga a parar, melhorando numa questão de minutos. Dos antecedentes pessoais destacam-se diabetes mellitus do tipo 2 em tratamento com metformina e hipertensão arterial em tratamento com ramipril. É fumador de 20 cigarros por dia desde os 25 anos. Ao exame físico objetiva-se uma boa perfusão do pé direito, mas com pulso pedioso diminuido. Qual dos seguintes exames complementares de diagnóstico deve ser solicitado inicialmente para o diagnóstico e valorização da gravidade da doença deste paciente?
A) Arteriografia dos membros inferiores.
B) Índice tornozelo-braço.
C) Tomografia axial computorizada com reconstrução vascular dos membros inferiores.
D) Prova de esforço em tapete rolante.
E) Ressonância magnética.
B) Índice tornozelo-braço.
Um doente do sexo masculino de 69 anos de idade é transportado ao serviço de urgência da sua área de residência por um quadro de palpitações e tonturas de início súbito. O doente estaria sentado no sofá a assistir a um jogo de futebol quando notou palpitações e uma sensação de tontura mesmo sentado. Tentou levantar-se, mas não tolerou o ortostatismo. Nega dor torácica, dispneia, tosse, febre, náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal, vertigem ou visão turva. Como antecedentes pessoais o doente apresenta hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus tipo II e doença arterial periférica. Encontra-se medicado com amlodipina, lisinopril, atorvastatina, metformina, aspirina e cilostazol. Os sinais vitais são temperatura de 35.4°C, pressão arterial de 75/45 mmHg, frequência cardíaca de 130/min e frequência respiratória de 23/min e SpO2 em ar ambiente de 98%. A auscultação cardíaca revela sons cardíacos arrítmicos, sem sopros. A auscultação pulmonar e o restante exame físico não apresentavam alterações de relevo. O doente realizou um eletrocardiograma que demonstrou uma frequência cardíaca 130 batimentos por minuto, ritmo irregular, ausência de ondas P e complexos QRS estreitos. Qual o próximo passo mais adequado na abordagem deste doente?
A) Ecocardiograma transtorácico.
B) Cateterismo coronário.
C) Cardioversão elétrica.
D) Administrar adenosina.
E) Administrar flecainida.
C) Cardioversão elétrica.
Um refugiado sírio de 34 anos recorre à consulta por queixas de fraqueza dos membros inferiores. Queixa-se que quando sobe a rua sente dor gemelar que o força a parar. Não encontra registos clínicos do doente e tem dificuldade em entender os seus antecedentes médicos. Os sinais vitais são temperatura 37ºC, frequência respiratória 13 /min, frequência cardíaca 78 /min e tensão arterial de 126/89 mmHg. As saturações, medidas no indicador esquerdo, são 93%. O doente encontra-se confortável, anictérico e acianótico, sem dispneia. A auscultação cardíaca revela um quarto som, sem sopros evidentes. A auscultação pulmonar revela murmúrio vesicular mantido, sem ruídos adventícios. O abdómen está mole e depressível, indolor à palpação. Os pulsos radiais são palpáveis bilateralmente e são assimétricos, amplos, rítmicos e regulares. Os pulsos pediosos são palpáveis bilateralmente e são simétricos, pouco amplos, rítmicos e regulares. Qual é a causa mais provável para as queixas do doente?
A) Coartação da aorta.
B) Compressão medular.
C) Estenose do canal lombar.
D) Estenose significativa de artérias dos membros inferiores.
E) Oclusão de vasos no membro inferior.
A) Coartação da aorta.
Um homem de 33 anos de idade, saudável, recorre a uma consulta com o seu médico de família por cansaço de agravamento progressivo nos últimos meses. Há 6 meses começou a praticar natação três vez por semana, mas tem notado alguma dificuldade em manter o rendimento. Refere dispneia e desconforto torácico, sem dor franca e sem irradiação, que o impossibilitam de terminar o treino. Atualmente, estes sintomas têm inclusive vindo a afetar as atividades do seu dia-a-dia. Nega febre ou tosse com expetoração. Nega alergias ou desencadeantes associados. Ao exame objetivo, sente-se um choque de ponta desviado para a direita e observa-se edema bimaleolar simétrico com sinal de godet, sem sinais inflamatórios associados. O médico assistente decide solicitar vários meios complementares de diagnóstico para esclarecimento etiológico, dos quais se destacam: Ecocardiograma: “Dilatação cavidades cardíacas direitas, com hipertrofia do ventrículo direito, ligeiro desvio do septo interventricular para a esquerda, sem disfunção valvular, sem alterações das cavidades cardíacas esquerdas, sem derrame pericárdico associado. Pressão arterial pulmonar média de 31 mm Hg.” Cateterismo cardíaco direito: “Pressão arterial pulmonar média 31 mm Hg, pressão de encravamento capilar pulmonar 13 mm Hg, resistência vascular periférica 5 UW. Teste de resposta hemodinâmica com bloqueador dos canais do cálcio - pressão arterial pulmonar média 28 mm Hg, sem diminuição do débito cardíaco.” Qual o tratamento mais indicado neste doente?
A) lloprost inalado.
B) Epoprostenol ev.
C) Prostaciclina ev.
D) Transplante cardíaco.
E) Amlodipina oral.
A) lloprost inalado.
Um homem de 68 anos recorre à consulta de cardiologia por uma dor torácica de esforço com 3 meses de duração. Ele descreve a dor como uma pressão retrosternal sem irradiação, que ocorre quando caminha um a dois quarteirões de manhã, e resolve com repouso ou com a toma de nitroglicerina sublingual. O doente nega qualquer sintoma quando está em repouso. Da sua história médica destacam-se um enfarte agudo do miocárdio sem supra-ST há 3 anos, hipertensão e dislipidemia. A sua medicação habitual inclui aspirina 150 mg, metoprolol 50 mg e sinvastatina 20 mg. Adicionalmente, tem prescrito dinitrato de isossorbida e nitroglicerina em SOS. Os sinais vitais são temperatura 36,5ºC, frequência respiratória 12/min, frequência cardíaca 80/min e pressão arterial 150/85 mm Hg. Ao exame físico, a auscultação pulmonar é inocente e com tons claros, a auscultação cardíaca revela S1 e S2 presentes, sem extrassons ou sopros cardíacos. O restante exame físico encontra-se dentro dos padrões da normalidade. O cardiologista realiza um eletrocardiograma que demostra um ritmo sinusal, sem sinais de hipertrofia do ventrículo esquerdo, e ausência de alterações no segmento ST, nas ondas T e sem a presença de ondas Q. Qual dos seguintes passos é o mais adequado na gestão deste doente?
A) Adicionar diltiazem.
B) Adicionar ranolazina.
C) Titular o metoprolol.
D) Realizar uma angiografia coronária.
E) Substituir metoprolol por atenolol.
C) Titular o metoprolol.
Qual das seguintes afirmações relativas à miocardiopatia restritiva é FALSA?
A)A congestão venosa sistémica pode predominar sobre a pulmonar.
B) Tem, por norma, um prognóstico desfavorável.
C) Associa-se a um movimento sistólico anterior da válvula mitral.
D) A amiloidose cardíaca é a causa mais frequente deste tipo de miocardiopatia.
E) Normalmente, o pulso venoso jugular mostra ondas “x” e “y” profundas.
C) Associa-se a um movimento sistólico anterior da válvula mitral.
O movimento anterior da válvula mitral (SAM) está associado não a miocardiopatia restritiva mas sim a estenose subvalvular aórtica, designadamente sob a forma de miocardiopatia hipertrófica.
Um paciente do sexo masculino de 57 anos de idade vem ao consultório médico por dispneia para esforços mínimos e ortopneia, obrigando-o a dormir com 4 almofadas. Apresenta uma história de tosse e expetoração matutina desde há cerca de 6 anos, não estudadas até ao momento, porque não recorreu aos cuidados de saúde. Fuma 10 cigarros por dia há 40 anos (inicialmente fumava 20 cigarros por dia, mas tem vindo a reduzir o consumo nos últimos 5 anos). Nega antecedentes médico-cirúrgicos relevantes. Nega estar sob medicação regular, excepto lorazepam em SOS para dormir. Os sinais vitais são frequência cardíaca 120/min e pressão arterial 180/100 mm Hg. Ao exame físico, apresenta uma pressão venosa normal. À auscultação pulmonar ouvem-se crepitações bibasais e a auscultação cardíaca é rítmica e revela um sopro sistólico de ejeção I/VI no foco aórtico e um terceiro som. O ECG mostra um ritmo sinusal e critérios de hipertrofia ventricular esquerda. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Insuficiência cardíaca congestiva em paciente com DPOC.
B) Insuficiência cardíaca de etiologia valvular (estenose aórtica).
C) Insuficiência cardíaca de etiologia isquémica.
D) Insuficiência cardíaca de etiologia hipertensiva.
E) Cor pulmonale crónico.
D) Insuficiência cardíaca de etiologia hipertensiva.
Um homem de 75 anos vem ao serviço de urgência por notar os membros inferiores e o abdómen aumentados de volume de forma significativa nos últimos dias. A história médica revela hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia e enfarte agudo do miocárdio há dois anos, motivo pelo qual mantém seguimento regular em consulta hospitalar. A medicação habitual inclui furosemida, valsartan, ácido acetilsalicílico, bisoprolol, metformina e rosuvastatina. É fumador de 60 UMA. Os sinais vitais são temperatura 36,5°C, frequência respiratória 16/min, frequência cardíaca 58/min e pressão arterial 124/78 mm Hg. Ao exame físico está lúcido e colaborante, eupneico, com as mucosas coradas e hidratadas. A auscultação cardíaca revela S1 e S2 presentes sem sopros. A auscultação pulmonar revela escassas crepitações bibasais, sem broncospasmo. O abdómen está muito distendido, com sinal da onda líquida presente. Existem edemas depressíveis muito marcados dos membros inferiores acima dos joelhos. Os resultados dos estudos analíticos iniciais revelam: Soro Creatinina 1,9 mg/dL Glucose 104 mg/dL ALT 30 U/L AST 20 U/L Troponina I 4 ng/mL Sangue Hemoglobina 14,2 g/dL Leucócitos 4 500/mm³. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado na gestão deste doente?
A) Administrar furosemida endovenosa.
B) Enviar para hemodiálise.
C) Repetir doseamento sérico de troponina I.
D) Solicitar eletrocardiograma.
E) Solicitar raio-X do tórax.
D) Solicitar eletrocardiograma.
Uma mulher de 72 anos com antecedentes de diabetes mellitus e enfarte do miocárdio há um ano, tem uma fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 30%. Está habitualmente medicada com aspirina, furosemida (20 mg/dia) e captopril (25 mg/dia). Apresenta-se na sua consulta por dispneia para pequenos esforços (50 metros em plano). O exame físico é compatível com insuficiência cardíaca, predominantemente direita. TA: 140/70 mmHg. FC: 70 bpm. Qual das seguintes intervenções é de maior prioridade do ponto de vista da melhoria do seu prognóstico?
A) Trocar o captopril pelo lisinopril (20 mg/dia).
B) Iniciar o tratamento com digoxina (0,25 mg/dia).
C) Iniciar o tratamento com espironolactona (25 mg/dia).
D) Iniciar o tratamento com bisoprolol (1,25 mg/dia).
E) Iniciar o tratamento com sinvastatina (40 mg/dia).
D) Iniciar o tratamento com bisoprolol (1,25 mg/dia).
RELEMBRAR:
Fármacos que aumentam a sobrevivência na insuficiência cardíaca? IECA (ou ARA II), betabloqueantes, espironolactona e sacubitril/valsartan;
Fármacos que aumentam a sobrevivência pós-enfarte? AAS, IECA (ou ARA II), betabloqueantes, estatinas (e recentemente, eplerenona).
Recebe pela primeira vez na consulta de cardiologia um paciente do sexo masculino com 28 anos de idade e antecedentes pessoais de morte súbita. Traz informação clínica da família que revela que a mãe e o avô materno foram diagnosticados com miocardiopatia hipertrófica obstrutiva e que a sua mãe é portadora de um desfibrilhador automático implantável após uma paragem cardiorrespiratória em contexto de fibrilhação ventricular há 5 anos. O rapaz nega medicação habitual e nega episódios de perda de consciência durante os esforços, toracalgia, dispneia de esforço ou outras queixas. Refere que joga numa equipa de futebol há 5 anos. Pede-lhe um estudo genético e um ecocardiograma que confirmam o diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica obstrutiva. Recomenda-lhe que não faça exercício de alta intensidade para reduzir o risco de morte súbita. Ao exame objetivo, deteta um sopro sistólico de ejeção no bordo esternal esquerdo que reflete a obstrução dinâmica no trato de saída do ventrículo esquerdo. Qual a manobra que esperaria reduzir a intensidade do sopro e confirmar a suspeita diagnóstica?
A) Realização de manobra de Valsalva.
B) Administração de dinitrato de isossorbido.
C) Perfusão de isoproterenol
D) Realização de exercício
E) Decúbito dorsal com elevação dos membros inferiores
E) Decúbito dorsal com elevação dos membros inferiores.
RECORDAR:
Na miocardiopatia hipertófica há aumento do gradiente na camâra de saída do VE e aumento da intensidade do sopro sempre que se diminui a pré-carga (manobra de valsalva, ortostatismo), diminui a pós-carga (exercício isotónico, nitratos) assim como quando se aumenta a contratilidade (inotrópicos positivos). Pelo contrário, diminui o gradiente e por isso diminui o sopro: o que aumenta a pré-carga (posição de cócoras, decúbito dorsal com pernas elevadas, aumento de volémia) e o que aumenta a pós-carga (exercício isométrico, fenifefrina).
Um homem de 18 anos recorre ao serviço de urgência por episódio de síncope seguida de convulsões e posterior recuperação espontânea de consciência. Refere que, antes do início deste episódio, estava a correr e teve sensação de «coração aos saltos». Diz ter tido alguns episódios prévios similares, nos últimos dois meses, que não valorizou. A história médica revela diminuição da acuidade auditiva bilateral e distúrbio do sono desde há um ano. A medicação habitual inclui amitriptilina 10 mg/dia, desde há três meses. Refere consumo ocasional de canabinoides. A auscultação cardíaca e pulmonar e restante exame do tórax encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. O eletrocardiograma revela os achados apresentados na figura seguinte. O raio-X do tórax encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Qual das seguintes alternativas é a explicação mais provável para o quadro clínico do doente?
A) Consumo de antidepressivo tricíclico.
B) Consumo de canabinoides.
C) Epilepsia inaugural.
D) Síndrome de Alport.
E) Síndrome de QT longo congénito.
E) Síndrome de QT longo congénito.
Uma mulher de 33 anos vem ao serviço de urgência por história de cefaleia severa com duas horas de evolução. Nega dispneia, desconforto, dor torácica ou confusão. A história médica revela hipertensão refratária à medicação. Encontra-se medicada habitualmente com amlodipina e hidroclorotiazida e recentemente iniciou tratamento com enalapril. Não há história familiar de hipertensão. Ela tem 172 cm de altura e pesa 68 kg; IMC 23 kg/m². Os sinais vitais são temperatura 36,5°C, frequência respiratória 20/min, frequência cardíaca 88/min, regular, e pressão arterial 220/135 mm Hg, bilateralmente; SpO? 98 % (ar ambiente). A fundoscopia não revela hemorragia retiniana ou edema da papila. A auscultação cardíaca e pulmonar encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. O abdómen é mole, não distendido, indolor, sem hepatoesplenomegalia, com um sopro sistodiastólico audível na região periumbilical esquerda; os ruídos hidroaéreos estão presentes. O exame neurológico não revela alterações da força muscular, da sensibilidade ou dos pares cranianos. Está orientada no espaço e no tempo. A marcha é normal. O restante exame físico encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Qual das seguintes alternativas é a causa mais provável para a hipertensão severa desta doente?
A) Aterosclerose.
B) Coartação vascular.
C) Displasia fibromuscular.
D) Hipersecreção autónoma de aldosterona.
E) Secreção excessiva de catecolaminas.
C) Displasia fibromuscular. Trata-se de uma doente jovem já medicada com três fármacos para Hipertensão Arterial, e que recorre ao serviço de urgência por nova crise hipertensiva que, face à presença de cefaleias, poderá ser classificada como emergência hipertensiva. A hipertensão arterial resistente, numa doente jovem, deve apontar para causas secundárias de HTA. Nesta doente, na presença de um sopro diastólico na região umbilical, a nossa suspeita deve dirigir-se para o diagnóstico de Hipertensão Renovascular. Tratando-se de uma mulher jovem (<40 anos) sem outros fatores de risco CV, a maior probabilidade é que a obstrução da artéria renal ocorra por Displasia Fibromuscular e não por aterosclerose.
Mulher de 44 anos, secretária num escritório, com síndrome do intestino irritável e hipercolesterolemia familiar. A doente está cronicamente medicada com sinvastatina. Não tem antecedentes de outra doença cardíaca ou problemas broncopulmonares. O pai da senhora faleceu aos 71 anos, na sequência de cancro colorrectal; não existem outros antecedentes familiares de interesse. Foi diagnosticada, há uma semana, com cardiomiopatia hipertrófica na sequência de uma avaliação de rotina pelo Médico da Empresa, confirmada por um Cardiologista, que constatou a presença de um sopro mesossistólico, que aumentava com a realização da manobra de Valsalva, tinha irradiação para a região carotídea e era acompanhado por um S4 (quarto som cardíaco). Realizou ainda um ecocardiograma que revelou um gradiente subaórtico de 90 mmHg. Foi-lhe pedido também um teste genético. Como sintomas, a doente apresenta palpitações auto-limitadas (que a incomodam e preocupam na última semana, provavelmente por estar mais alerta para esse facto). Não tem dispneia, síncope, sintomas vegetativos, dor precordial ou outra sintomatologia. Realizou ainda um registo holter que revelou períodos de taquicardia irregular, na ordem dos 140 bpm, sem ondas P, classificados como períodos de fibrilhação auricular paroxística. Qual dos seguintes é o medicamento mais adequado para evitar estes episódios?
A) Amiodarona.
B) Flecainida.
C) Digoxina.
D) Propafenona.
E) Isoprenalina.
A) Amiodarona.
Um homem de 85 anos recorre ao consultório médico referindo que desde há alguns meses tem dispneia e fadiga para grandes esforços. Adiciona que, esta semana ao subir uma rampa, perdeu subitamente a consciência, tendo recuperado a mesma alguns segundos depois. Sem antecedentes pessoais de relevo. Os sinais vitais são temperatura 37,2ºC, frequência cardíaca 75/min e pressão arterial 100/60 mm Hg. À auscultação cardíaca ouve-se um sopro mesossistólico de grau III com irradiação ascendente ao longo das carótidas. Relativamente à patologia de que suspeita qual das seguintes afirmações é correta relativamente ao prognóstico e seguimento deste paciente?
A) Antes de planear um tratamento não é necessário realizar uma coronariografia.
B) O prognóstico de vida deste paciente sem qualquer tratamento é de 10 anos, desde o momento do diagnóstico.
C) Deve recomendar-se ao paciente evitar o exercício físico excessivo.
D) Neste paciente é possível optar por tratamento cirúrgico ou percutâneo pesando os riscos e comorbilidades do doente.
E) Antes de planear um tratamento não é necessário realizar um ecocardiograma.
D) Neste paciente é possível optar por tratamento cirúrgico ou percutâneo pesando os riscos e comorbilidades do doente.
(Estenose aórtica)
Um senhor de 76 anos, autónomo para as atividades da vida diária, vem à sua consulta com queixas de tonturas quando se levanta, tendo já tido uma queda numa dessas ocasiões. As tonturas surgem quando se levanta de uma cadeira ou da cama. O doente refere também dispneia e episódios de angina para esforços moderados com alguns meses de evolução. O senhor tem sido saudável e não toma nenhuma medicação diariamente.Ao exame objetivo, temperatura 36,1ºC, frequência cardíaca 68 batimentos/min, frequência e pressão arterial 134/72 mmHg, não havendo redução significativa com ortostatismo. À auscultação cardíaca, sopro mesossistólico III/VI, mais audível no foco aórtico, sem irradiação.O ecocardiograma realizado mostra uma fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 55%, área da válvula aórtica de 0,8cm2.Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado?
A) Vigilância com ecocardiograma de 6 em 6 meses.
B) Tratamento médico.
C) Coronariografia.
D) Tratamento cirúrgico com substituição valvular.
E) Implantação de válvula protésica por via percutânea.
C) Coronariografia.
Quando os doentes vão ser sujeitos a cirurgia valvular devem fazer coronariografia antes para decidir se é necessário realizar bypass coronário também.
Uma mulher de 62 anos de idade recorreu ao serviço de urgência por dor torácica opressiva com 90 minutos de evolução e com componente vagal associada (náuseas e sudorese profusa). É fumadora de 10 cigarros por dia há mais de 40 anos. Tem antecedentes de hipertensão arterial medicada com hidroclorotiazida 25 mg às refeições. Sem outros antecedentes médicos relevantes. Sem alergias medicamentosas conhecidas. O eletrocardiograma à admissão mostra elevação do segmento ST em II, III e aVF. É instituída terapêutica antitrombótica e submete-se a doente a uma angioplastia coronária percutânea primária com implantação de stent revestido sobre a artéria coronária direita, que se encontrava ocluída desde o segmento proximal. A doente encontra-se agora hipotensa, com valores de tensão arterial de 85/50 mmHg, frequência cardíaca de 70 bpm. Ao exame físico apresenta importante ingurgitamento venoso jugular e auscultação pulmonar com murmúrio vesicular mantido, simétrico e sem ruídos adventícios. O eletrocardiograma é normal. É rapidamente transferida para a Unidade de cuidados intensivos coronários. Que tratamento começaria neste momento, tendo em conta o quadro clínico apresentado pela doente?
A) Administração de terapêutica diurética endovenosa.
B) Administração de nitratos em perfusão endovenosa.
C) Fluidoterapia intensiva com cristaloides.
D) Implantação de balão de contrapulsação aórtico.
E) Realização de nova coronariografia urgente, perante a suspeita de trombose do stent.
C) Fluidoterapia intensiva com cristaloides.
Um paciente de 67 anos apresenta-se no SU por dispneia de agravamento progressivo que o impossibilita de dormir. Como antecedentes tem uma insuficiência cardíaca crónica secundária a cardiomiopatia dilatada idiopática, com disfunção ventricular esquerda severa (Fej 20%). Ao exame físico apresenta uma pressão arterial de 115/79 mmHg, uma frequência cardíaca de 80 bpm e uma frequência respiratória de 20 cpm. Apresenta distensão venosa jugular e edemas bimaleolares. À auscultação cardíaca e pulmonar verifica-se a presença de crepitais bibasais e de um S3. Das medicações abaixo listadas, qual delas não apresenta eficácia em doentes com a apresentação acima mencionada?
A) Carvedilol.
B) Furosemida.
C) Espironolactona.
D) Perindopril.
E) Verapamil.
E) Verapamil.
Lembre-se de que os bloqueadores dos canais de cálcio são contra-indicados no tratamento da insuficiência cardíaca.
Um homem de 72 anos recorre ao serviço de urgência do hospital da sua área de residência por dor pré-cordial intensa com 2 horas de evolução. Tem antecedentes de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2 há 15 anos, e fuma um maço de cigarros por dia há mais de 40 anos (40 UMA). Adicionalmente, tem história de acidente vascular cerebral com parésia residual do braço esquerdo há 4 meses. Enconta-se medicado com ácido acetilsalicílico, lisinopril, hidroclorotiazida e metformina. O doente tem 170 cm de altura e pesa 90Kg; IMC 31,1 Kg/m2. Os sinais vitais são temperatura auricular 37,1ºC, SpO2 (aa) 95%, frequência cardíaca 123/min e pressão arterial 80/46 mm Hg. Ao exame físico apresenta pele fria e sudorética. O eletrocardiograma revela uma elevação marcada do segmento ST nas derivações V1-V6, I e aVL. Qual dos seguintes tratamentos de reperfusão coronária é o mais adequado para este doente?
A) Fibrinólise sistémica imediata.
B) Transferência imediata para um centro terciário para tratamento com fibrinólise.
C) Transferência imediata para um centro terciário para revascularização percutânea.
D) Estabilização hemodinâmica e diferir o procedimento de revascularização.
E) Tratamento imediato com fondaparinux e abciximab.
C) Transferência imediata para um centro terciário para revascularização percutânea.
Os pacientes em Killip III-IV, independentemente do tempo de transferência, devem ser submetidos preferencialmente a angioplastia percutânea em vez de fibrinólise. Para além disso, o paciente sofreu um AVC há menos de 6 meses, o que contra-indica a fibrinólise.
Um homem de 65 anos de idade recorre ao serviço de urgência do hospital da sua área de residência devido a fadiga e dispneia com o esforço com dois meses de evolução. Refere também aumento ponderal, edema dos membros inferiores e ortopneia com três semanas de evolução. Como antecedentes pessoais tem síndrome da apneia do sono, hipertensão arterial, enfarte agudo do miocárdio com elevação do segmento ST há 10 anos, diabetes mellitus tipo II e dislipidemia. Como medicação habitual toma captopril, bisoprolol, furosemida, aspirina, dapagliflozina e atorvastatina. Não alterou recentemente a medicação. É ex-fumador de 45 UMA, consume cerca de 65 gramas de álcool por dia e consumiu heroína entre há cerca de 35 anos. Os sinais vitais temperatura de 37.0ºC, pressão arterial de 147/97 mmHg, frequência cardíaca de 110/min, arrítmico, e frequência respiratória de 18/min. Ao exame objetivo a auscultação pulmonar demonstra diminuição do murmúrio vesicular na base pulmonar direita e crepitações bibasais. A auscultação cardíaca é arrítmica sem outras alterações de relevo. A pressão venosa jugular é de 15 cm de água e há refluxo hepatojugular. No exame abdominal identifica-se ascite. Apresenta também edemas nos membros inferiores até nível do joelho bilaterais com sinal de Godet. O hemograma, estudo analítico e exame sumário de urinária realizados não apresentam alterações de relevo. Qual a causa mais provável para o edema do doente?
A) Doença hepática crónica descompensada.
B) Síndrome nefrótico.
C) Efeito secundário de fármacos.
D) Insuficiência cardíaca descompensada.
E) Trombose venosa profunda.
D) Insuficiência cardíaca descompensada.
Nota: Caso se tratasse de uma doença hepática crónica a pressão venosa central estaria normal ou baixa.
Atende um paciente do sexo masculino, com 39 anos de idade, que recorreu ao serviço de urgência do hospital distrital onde trabalha por um quadro de dor torácica intensa, de início brusco, com cerca de 45 minutos de evolução. Durante a colheita da anamnese o doente refere ainda dispneia de esforço com alguns meses de evolução, bem como episódios de dor torácica do “tipo aperto” autolimitados que surgem com esforço. Trata-se de um paciente previamente saudável, cuja única medicação habitual é amlodipina 5mg ao pequeno almoço prescrita pelo médico da saúde ocupacional após deteção de hipertensão arterial em avaliação de rotina. Os sinais vitais são: TA 115/40 mmHg, FC 90bpm, e saturações periféricas por oximetria de pulso entre 98-99% em ar ambiente. A auscultação cardíaca é rítmica, sem sopros. Opta por lhe pedir exames complementares de diagnóstico, incluindo uma radiografia de tórax (que se encontra na imagem) e um eletrocardiograma. O ECG deteta ritmo sinusal, com infradesnivelamento do segmento ST em DI, aVL, V5 e V6. Analiticamente destaca-se elevação de troponina 1370 pg/ml. Qual das seguintes é a abordagem mais adequada?
A) Realização de ecocardiograma transtorácico.
B) Realização de coronariografia urgente.
C) Realização de tomografia computarizada de tórax.
D) Realização de ecocardiograma transesofágico.
E) Iniciar tratamento betabloqueante.
E) Iniciar tratamento betabloqueante.
Considere um paciente de 63 anos de idade, do sexo masculino, que relata dispneia progressiva desde há 6 meses. Tem antecedentes de diabetes melitus e cirrose hepática Child Pugh A. Ao exame objetivo destaca-se hiperpigmentação cutânea acentuada, pressão venosa elevada, crepitações húmidas pulmonares bilaterais e ritmo galopante. O Rx tórax mostra sinais incipientes de edema pulmonar e um tamanho de silhueta cardíaca aparentemente normal. De qual das seguintes cardiopatias se deve suspeitar?
A) Cardiomiopatia restritiva secundária a amiloidose.
B) Cardiomiopatia restritiva secundária a hemocromatose.
C) Cardiomiopatia hipertrófica familiar.
D) Cardiomiopatia hipertensiva.
E) Cardiomiopatia restritiva secundária à sarcoidose.
B) Cardiomiopatia restritiva secundária a hemocromatose.
Homem de 55 anos com hipertensão arterial severa mal controlada. Apresenta-se ao serviço de urgência com intensa dor interescapular e tensão arterial 200/110 mmHg. Realiza TC torácico que revela: ‘Disseção aórtica isolada pode ser vista ao nível da aorta torácica descendente a partir da artéria subclávia.’ A rotura da íntima localizada a 2 cm da subclávia é confirmada pelo ecocardiograma transesofágico, com uma imagem de disseção aórtica da ruptura até cerca de 5 cm abaixo. Qual é a atitude terapêutica mais apropriada?
A) Controlo rigoroso da pressão arterial com labetalol endovenoso.
B) Intervenção cirúrgica emergente de substituição da aorta descendente.
C) Controlo rigoroso da pressão arterial com hidralazina endovenosa.
D) Intervenção cirúrgica programada a curto prazo para reparação da zona rasgada.
E) Intervenção cirúrgica programada a curto prazo para substituição da aorta descendente.
A) Controlo rigoroso da pressão arterial com labetalol endovenoso.
Um homem de 74 anos recorre ao SU por dor torácica retroesternal acompanhada por diaforese desde há algumas horas. O doente tem como antecedentes uma história de hipertensão arterial e diabetes tipo 2. No SU realiza-se um ECG que revela um ritmo sinusal com elevação do segmento ST em DII, DIII e aVF. O cateterismo cardíaco revelou a presença de oclusão total da artéria coronária direita proximal. Foi submetido a fibrinólise com estreptoquinase. No 3º dia de internamento, desenvolve um quadro súbito de dispneia, hipotensão e obnunbilação. Ao exame físico está taquipneico e diaforético. À ausculatação pulmonar detetam-se crepitações bibasais. À auscultação cardíaca ouve-se um sopro protossistólico no apéx. Qual dos seguintes é a causa mais provável do quadro clínico deste doente?
A) Tamponamento Cardíaco
B) Tromboembolismo pulmonar.
C) Rutura do músculo papilar.
D) Rutura da parede livre ventricular esquerda.
E) Rutura do septo ventricular.
C) Rutura do músculo papilar.
A rutura do Septo IV pode também causa hipotensão, falência cardíaca e um sopro sistólico. Contudo, o sopro é geralmente mais audível no BEE (bordo esquerdo do esterno).
Um homem de 57 anos, padeiro num negócio local, recorre à Consulta Aberta do seu médico de cuidados de saúde primários por dispneia com uma semana de evolução que o obriga a parar quando caminha cerca de 150m em plano (quando anteriormente conseguia caminhar muito mais e subia escadas sem dificuldade). Nega febre ou toracalgia. O doente descreve ainda tosse sem expetoração de predomínio noturno. É fumador (19 unidades maço-ano), obeso (IMC 31 kg/m2), tem diagnóstico de Diabetes mellitus tipo 2 desde há 10 anos (sob insulina), é hipertenso (toma nifedipina 30 mg/dia desde há 4 anos), tem dislipidemia (colesterol total 240 mg/dL, colesterol LDL 190 mg/dL na última avaliação há cerca de 5 meses) e tem doença renal crónica (creatinina basal 2 mg/dL). Os sinais vitais são temperatura 36.1ºC, frequência cardíaca 110/minuto e tensão arterial 150/90 mmHg. Ao exame físico apresenta edema periférico. À auscultação pulmonar são percetíveis roncos dispersos, crepitações bibasais e na auscultação cardíaca ouve-se um possível terceiro som. O estudo analítico é normal, à exceção do valor de creatinina (2,5 mg/dL). O raio X do tórax mostra envolvimento alvéolo-intersticial basal bilateral, sem cardiomegalia ou outros achados. Qual seria a abordagem diagnóstica mais correta neste momento?
A) A espirometria irá certamente demonstrar um padrão obstrutivo; deverá iniciar já tratamento com broncodilatador.
B) Internar para iniciar o tratamento diurético endovenoso e vasodilator; e excluir doença coronária.
C) Deve ser proposto para realização de broncoscopia e biópsia, uma vez que a fibrose pulmonar idiopática requer uma biópsia pulmonar para o diagnóstico.
D) Se a fração de ejeção for normal no ecocardiograma podemos excluir com segurança o diagnóstico de insuficiência cardíaca e devemos procurar outras causas para estes sintomas (por exemplo, exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crónica).
E) Se a eletrocardiograma não mostrar ondas Q ou alterações da repolarização podemos dar alta ao doente e aconselhar a realização de prova de esforço em ambulatório para excluir a isquemia silenciosa, muito comum em diabéticos.
B) Internar para iniciar o tratamento diurético endovenoso e vasodilator; e excluir doença coronária.
Um homem de 74 anos vai às urgências por apresentar, desde há uma hora, uma dor retroesternal intensa e diaforese. Quatro anos antes foi-lhe diagnosticada arterite temporal para a qual foi tratado com prednisona durante 18 meses. Como outros antecedentes, tem uma dislipidemia sob tratamento com sinvastatina e teve, há 15 anos, um linfoma cutâneo anaplásico de células T CD30+ com boa resposta à radioterapia, sendo atualmente seguido pela Dermatologia. Não toma outra medicação para além do tratamento hipolipemiante supramencionado. Os sinais vitais são temperatura 36.6ºC, frequência cardíaca 120/min, frequência respiratória 28/min e pressão arterial 150/90 mm Hg. Ao exame físico não se observa ingurgitamento jugular. A auscultação cardiopulmonar encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. A radiografia do tórax e o ECG são normais. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Enfarte agudo do miocárdio com supraST.
B) Pericardite aguda.
C) Esofagite aguda.
D) Disseção aórtica aguda.
E) Rutura esofágica.
D). Qualquer uma das hipóteses apresentadas se poderia apresentar com dor torácica intensa, embora a presença de diaforese nos aponte para uma ativação marcada do sistema adrenérgico, mais frequentemente presente em quadros de EAM ou disseção aórtica. Para o diagnóstico de EAM precisaríamos de elevação de marcadores de necrose miocárdica (desconhecemos) e supradesnivelamento de ST no ECG. Sobra-nos então a hipótese de disseção aórtica, também corroborado pela presença de hipertensão arterial e taquicardia. O ECG pode ser normal; o RxT pode ser normal ou revelar alargamento do mediastino.
Um homem de 75 anos de idade recorre ao Serviço de Urgência por tosse seca noturna que lhe interrompe o sono desde há 1 semana, associada a dispneia na noite passada. Refere também que nos últimos meses experienciou dispneia ao subir um lance de escadas e edemas em ambos os tornozelos antes de se deitar. Trata-se de um ex-fumador de 30UMA. O doente tem 1,85 cm de altura e pesa 95Kg; IMC 27.75 Kg/m2. Antecedentes familiares de HTA e DM tipo 2. Os sinais vitais são temperatura 37.1ºC, frequência cardíaca 98/min, frequência respiratória 16/min, pressão arterial 158/99 mm Hg e SpO2 de 97%. À auscultação cardíaca apresenta um sopro sistólico aórtico com reforço do segundo som. A auscultação pulmonar revela hipofonese generalizada com sibilâncias em ambos os campos pulmonares. Exame físico abdominal sem alterações. Não se visualizam alterações no Raio-X do tórax. No ECG observam-se ondas R elevadas em V5 e V6 com complexo ST-T negativo. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Agudização de DPOC.
B) Cardiopatia isquémica estável.
C) Bronquite aguda.
D) Tromboembolismo pulmonar.
E) Miocardiopatia hipertensiva.
E) Miocardiopatia hipertensiva.
Uma mulher de 78 anos é diagnosticada com uma massa abdominal. Trata-se de uma doente com antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia e síndrome depressivo. Medicada com a combinação de losartan e hidroclorotiazida, sinvastatina, trazodona e sertralina. A massa está localizada na região epigástrica, tem 10cm de diâmetro, é redonda e dura e não se consegue mobilizar com a inspiração profunda. A sua auscultação transmite o fluxo sanguíneo da aorta. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) É uma massa de origem gástrica que infiltra os tecidos adjacentes.
B) É uma massa de origem pancreática.
C) É um aneurisma aórtico.
D) É uma massa retroperitoneal.
E) É um tumor maligno, pelo que deveríamos solicitar uma TC abdominal para o confirmar.
D) É uma massa retroperitoneal.
Pedem-lhe para avaliar um paciente de 43 anos de idade que acaba de ser admitido no serviço de Gastroenterologia por um quadro de dejeções sanguinolentas e frequentes, distensão abdominal, náuseas e febre com pico de 39ºC de temperatura axilar. O doente relata ter notado um certo agravamento da clínica durante a última semana mas, nas últimas 24-48 horas, os sintomas acima descritos agravaram-se, pelo que decidiu recorrer ao serviço de urgência. A história médica revela colite ulcerosa com 10 anos de evolução. Revendo os relatórios clínicos, constata que na última colonoscopia fazem referência a uma mucosa com sinais leves-moderados de inflamação desde o reto até ao ângulo hepático do cólon. O paciente é seguido na consulta de Gastroenterologia e não apresentou complicações major, embora tenha tido vários surtos desde o início da clínica, há 10 anos, sem necessidade de qualquer cirurgia até ao momento. A sua medicação habitual inclui 5-ASA oral e azatioprina, atualmente em perfil descendente (a dose foi reduzida para 50 mg/dia há 4 semanas). Ao exame físico, verificou-se que apresentava um mau estado geral, timpanismo abdominal e desidratação. No estudo analítico da urgência existe anemia e leucocitose com desvio esquerdo. Qual dos seguintes é o próximo passo mais apropriado na abordagem deste doente?
A) Enema opaco.
B) Radiografia simples do abdómen.
C) Ecografia abdominal.
D) Retosigmoidoscopia.
E) TAC do abdómen.
Megacólon tóxico. O tratamento inicial consiste em nutrição parentérica total , antibióticos e corticóides intravenosos durante 24-48h, se não houver resposta neste timing será necessário realizar colectomia +ileostomia terminal urgente. O diagnóstico baseia-se na realização de um Rx abdominal simples com um diâmetro do cólon superior a 5 cm (opção B correta).
Homem de 48 anos recorreu ao médico assistente com queixas de diarreia com cerca de 8 semanas de evolução. Nega a presença de sangue nas fezes. Refere ter perdido cerca de 7 Kg no último ano. Nega náuseas, vómitos, dor abdominal, febre ou outras queixas sistémicas. Consome água canalizada, nega viagens recentes ou alterações na sua dieta habitual. Ao exame objetivo, temperatura 36,2°C, frequência cardíaca 71bpm , frequência respiratória 15 ciclos/min e pressão arterial 125/76mmHg. Apresenta as mucosas coradas e hidratadas e está anictérico. A auscultação cardíaca e pulmonar e o exame abdominal não apresentam alterações. Os resultados dos MCDT revelaram: Sangue: Hemoglobina 12,3 g/dL; Hematócrito 32%; VGM 71 fentolitros; CHCM 30 g/dL; Leucócitos 11 000/mm3; Glicose 122 mg/dL; Na+ 139; K+ 4.6; Cl- 103; Creat 0.9 ; ALT 42 U/L; AST 36 U/L. Fezes: estudo microbiológico e parasitológico negativo; conteúdo de gordura fecal nas 72h 11g/d; PSOF negativo. A Colonoscopia total não revelou alterações. O Teste de ingestão de D-Xilose com uma excreção urinária às 5 horas de 2.4g Tendo em conta os achados, qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Cancro colo-retal
B) Insuficiência pancreática
C) Ileíte de Crohn
D) Doença celíaca
E) Sobrecrescimento bacteriano
D) Doença celíaca. O doente apresenta diarreia crónica com esteatorreia e teste da D-xilose alterado o que sugere doença da mucosa do ID proximal ou alterações no lúmen, como sobrecrecimento bacteriano. O sobrecrescimento bacteriano não é uma vez que a anemia é macrocítica por défice de vitamina B12.
Uma mulher de 42 anos vem ao consultório médico por aumento indolor do volume abdominal desde há cinco dias. A história médica revela cirrose hepática desde há três anos. Os sinais vitais encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. O exame físico sugere ascite. Qual dos seguintes é o exame de diagnóstico adicional mais adequado?
A) Cintigrafia hepática e esplénica com radionuclídeo
B) Ecografia abdominal.
C) Raio-X abdominal em pé.
D) RM abdominal.
E) TC abdominal.
B) Ecografia abdominal.
Mulher de 55 anos de idade, obesa, que há 3 dias teve um episódio de dor tipo cólica no hipocôndrio direito, associada a náusea e vómitos, que cederam espontaneamente com analgésicos (paracetamol e dexketoprofeno) e “dieta à base de canja de galinha”. Hoje recorre à consulta pelas mesmas queixas, mas a dor não cedeu à analgesia administrada por via endovenosa, e mostrou pouca melhoria com opiáceos em doses baixas. Os seus sinais vitais são temperatura 38,2 ºC, frequência cardíaca 123/min e pressão sanguínea 103/60 mm Hg. Ao exame físico, a auscultação cardiopulmonar é normal. O abdómen está distendido e timpanizado, doloroso à palpação do epigastro e do hipocôndrio direito, e a dor irradia para as costas. O estudo analítico realizado à admissão no SU mostra os seguintes dados: Sangue: Hemoglobina 15 g/dL; Leucócitos 13.800/mm3 ; Plaquetas 300 x 109 /L. Soro: Creatinina 0,7mg/dL ; Glucose 93 mg/dL; GOT 99 U/L; GPT 186 U/L ; Amilase 2615 mgr/dL; Brb total 3,5 mg/dL. O Raio-X do tórax não revela a presença de cardiomegalia, derrame pleural ou de infiltrados sugestivos de pneumonia. A ecografia abdominal revela colelitíase com dilatação da via biliar extrahepática. Qual das seguintes é a abordagem mais adequada tendo em conta o quadro da doente?
A) Tomografia computorizada abdominal urgente.
B) Colangio-ressonância magnética nuclear urgente.
C) Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) com esfinterotomia endoscópica urgente.
D) Dieta zero e observação sob analgésicos.
E) Dieta zero, antibioterapia e cirurgia precoce.
(C). A paciente tem uma colangite aguda (tríade de Charcot) secundária a uma coledocolitíase (sabemos isto pelo episódio anterior de cólica biliar e pela súbita dilatação do canal biliar com aumento dos níveis de bilirrubina). Além disso, também tem repercussão pancreática pela importante elevação da amilase. Num doente com esta situação, em estado sético, a CPRE deve ser feita o mais rapidamente possível para descompressão urgente da via biliar. Também exigirá tratamento antibiótico, analgésico, dieta zero e fluidoterapia.
Uma mulher de 30 anos recorre ao seu médico de família com queixas de fezes abundantes que diz serem de consistência pegajosa e brilhantes, acompanhadas de febre e fadiga. Tem como antecedentes de relevo hipertensão arterial e colite ulcerosa (pancolite). TA: 130/76 mmHg, FC 79bpm, Temperatura auricular 36ºC. Ao exame físico sem achados de relevo . O estudo analítico revelou FA 100U/L e AST de 280U/L. A colangiografia revelou estenoses difusas e zonas com dilatações saculares dos ductos biliares intra e extra hepáticos de aparência em “contas do rosário”. Qual das seguintes alterações tem mais probabilidade de estar presentes ou vir a desenvolver-se neste doente?.
A) Cegueira noturna.
B) Síndrome de Wernicke-Korsakoff.
C) Hemorragia gengival.
D) Doença de Beriberi.
E) Síndrome de Plummer Vinson.
A) Cegueira noturna.
O caso clínico descrito é sugestivo de Colangite Esclerosante Primária (CEP), uma doença colestática crónica caracterizada por inflamação e fibrose das vias biliares intra-hepáticas e extra-hepáticas, que causa uma obliteração irregular dos ductos com estenoses multifocais, até progredir para cirrose biliar. Ocorre uma diminuição na secreção de ácidos biliares conjugados no intestino delgado conduzindo a esteatorreia e, por sua vez, a diminuição da absorção das vitaminas lipossolúveis (vitamina A, D, E, K). A deficiência da vitamina A poderá causar cegueira noturna.
Uma senhora de 81 anos é referenciada à sua consulta para estudo de uma massa abdominal. Trata-se de uma doente com antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia e síndrome depressivo; encontra-se medicada com losartan e hidroclorotiazida, sinvastatina, trazodona e sertralina. A massa está localizada na região epigástrica, tem 10 cm de diâmetro, é redonda e dura e não se consegue mobilizar com a inspiração profunda. A sua auscultação transmite o fluxo sanguíneo da aorta. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) É uma massa de origem gástrica que infiltra os tecidos adjacentes.
B) É uma massa de origem pancreática.
C) É provavelmente uma hérnia da parede abdominal.
D) É uma massa retroperitoneal.
E) É um tumor maligno, pelo que deveríamos solicitar uma TC abdominal para o confirmar.
D) É uma massa retroperitoneal.
Um homem de 38 anos recorre ao serviço de urgência por dor no quadrante superior direito do abdómen, com início após o jantar do dia anterior. A dor acompanha-se de náuseas, sem vómitos. Refere episódios prévios semelhantes há cerca de 5 anos, porém autolimitados, que associou ao facto de ter iniciado a toma de omeprazol, prescrito pelo seu médico assistente. Além de excesso de peso (IMC 29 kg/m2) não tem outros antecedentes. À admissão, o doente apresenta-se com temperatura de 37,9 ºC, frequência respiratória 21/min, frequência cardíaca 97/min e pressão arterial 130/70 mm Hg. Observam-se escleróticas ligeiramente ictéricas, pele e mucosas coradas, mas ligeiramente desidratadas. Abdómen mole e depressível, não timpanizado, doloroso à palpação no hipocôndrio direito, sem defesa. A avaliação laboratorial inicial revela hemoglobina 15,5 g/dL, leucócitos 14300/mm3 com neutrofilia; Proteína C reativa 7 mg/dL; creatinina 0,9 mg/dL; ureia 48 mg/dL; sódio 134 mEq/L, potássio 3,9 mEq/L; AST 22 U/L, ALT 24 U/L, FA 120 U/L, amilase 102 U/L; bilirrubina Total 2,1 mg/dL. É solicitada uma ecografia abdominal que evidencia a presença de vesícula biliar dilatada, com parede espessada e estratificada, preenchida por lamas, sem dilatação das vias biliares intra-hepáticas ou da via biliar principal. O doente apresentou dor à passagem da sonda, durante a realização do exame. O médico decide iniciar fluidoterapia e analgesia endovenosa. Qual o passo seguinte mais adequado na abordagem a este doente?
A) Confirmação do diagnóstico com TC abdominal.
B) Colecistectomia urgente.
C) Antibioterapia empírica durante 7 dias, seguida de colecistectomia.
D) Colecistostomia percutânea urgente.
E) CPRM.
B) Colecistectomia urgente. Na ausência de contraindicações, a colecistectomia por via laparoscópica é o procedimento recomendado.
Homem de 52 anos vem à consulta para pedir uma segunda opinião relativamente à necessidade de realizar uma biópsia hepática para estudo de uma hipertransaminasemia detetada há 2 anos num estudo analítico de rotina efetuado na medicina do trabalho. O doente encontra-se assintomático e refere ter uma vida social e profissional sem limitações. Dos antecedentes familiares destaca-se o falecimento do pai por cirrose hepática de causa desconhecida. O doente tem 180 cm de altura e pesa 75Kg; IMC 23 mmKg/m2. Ao exame físico destaca-se pigmentação metálica da pele e hepatomegalia mínima não dolorosa. Restante exame físico sem alterações. Os resultados dos estudos analíticos revelaram: Sangue. Hemoglobina 14 g/dL. Leucócitos 8.000/mm3 . Neutrófilos, segmentados 60%. Linfócitos 30%. Plaquetas 300.000/ mm3 Soro . Bilirrubina total 0,8 mg/dL. AST 30 U/L. ALT 32 U/L. Albumina sérica 4g/dL. Glucose 150 mg/dL. Ferritina sérica 950 ng/mL. Saturação da transferrina 65%. Pesquisa de vírus hepatotrópicos negativa. Foi realizado um estudo genético do gene HFE que revelou homozigotia para a mutação C282Y. Qual dos seguintes é o próximo passo mais apropriado na abordagem deste doente?
A) Realizar uma biópsia hepática.
B) Realizar uma ressonância magnética hepática.
C) Iniciar tratamento com flebotomias.
D) Iniciar tratamento com desferroxamina.
E) Iniciar tratamento com vitamina E.
C) Iniciar tratamento com flebotomias.
Um homem de 41 anos, vem à consulta por astenia com 3 meses de evolução. Refere que também está preocupado com a dificuldade em obter ereções durante as relações sexuais; nega ereções noturnas, nega relações extraconjugais e diz sentir atração pela esposa.Ao exame objetivo, sinais vitais sem alterações. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Abdómen mole e depressível, indolor à palpação, sem massas ou organomegalias palpáveis. Genitais: testículos de dimensões reduzidas, indolores à palpação, sem massas palpáveis. Pénis sem alterações cutâneas nem curvaturas anormais.Os resultados dos estudos analíticos revelaram: Sangue: Hb 15,2 g/dL; Leucócitos 5,6 x109/L; Plaquetas 326 x109/L. Soro: Creatinina 0.96 U/L; Azoto ureico 28 mg/dL; Glicemia 137 mg/dL; AST 354 U/L; ALT 476 U/L; GGT 252 U/L; Fosfatase alcalina 129 U/L. Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado?
A) Cinética do ferro.
B) Ecografia testicular.
C) Ressonância cranioencefálica.
D) Medicar com inibidor da fosfodiesterase 5.
E) Enviar para consulta de psiquiatria por provável causa psicogénica.
(A). Primeiro passo numa suspeita de hemocromatose (astenia, disfunção sexual de causa orgânica, alteração das provas hepáticas, aumento glicemia em jejum). Se ferritina aumentada e/ou saturação transferrina >45%, pede-se então estudo genético.
Considere um homem de 53 anos com antecedentes de cirrose hepática (por hepatite C) e que apresenta varizes esofágicas volumosas, sob profilaxia primária com propranolol. O doente tem ascite bem controlada com diuréticos de ação distal (espironolactona). Numa ecografia deteta-se a presença de uma lesão focal de 4 cm. A TC confirma a presença dessa lesão com um padrão hipervascular e wash-out venoso precoce; não há evidência de invasão de vasos portais. A alfafetoproteína é de 400 ng/ml. Tendo em conta o diagnóstico mais provável neste doente, qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado?
A) Vigilância
B) Tratamento Ablativo
C) Resseção cirúrgica da lesão
D) Transplante Hepático
E) Quimioterapia seguida de Radioterapia
D) Transplante Hepático
Um homem de 50 anos é admitido no hospital por febre, dor abdominal e contagem de leucócitos aumentada. A história médica revela cirrose alcoólica. O exame físico revela ausência de ruídos hidroaéreos intestinais e dor à descompressão abdominal. A paracentese revela > 1000 granulócitos/mm³ e a coloração de Gram confirma a presença de microrganismos gram-negativos. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado na gestão deste doente?
A) Antibioterapia.
B) Laparoscopia.
C) Laparotomia.
D) Shunt venoso-peritoneal.
E) Vigilância.
A) Antibioterapia.
Paciente de 45 anos com antecedentes de consumos etanólicos moderados, cujo pai morreu de doença hepática não alcoólica. Recorre a consulta por dor nas articulações, encontrando-se ao exame objetivo: hepatomegalia, perda de pelos corporais e atrofia testicular. Entre os dados analíticos destaca-se: glicose basal 180 mg/dL, AST e ALT 3 vezes acima dos valores de referência normais; HbsAg negativo; Anti-HVC negativo; Fe sérico 210 μg/dL. Que determinação confirmaria provavelmente o diagnóstico?
A) Anticorpos anti LKM.
B) A taxa de uroporfirina na urina.
C) Os níveis séricos de ferritina.
D) A alfa-fetoproteína sérica.
E) A ceruloplasmina.
C) Os níveis séricos de ferritina.
Uma mulher de 55 anos de idade recorre à sua consulta por um quadro de astenia e prurido generalizado, que a impede de descansar à noite e que dificilmente melhora com anti-histamínicos. Refere que adiou múltiplas vezes a consulta porque “não gosta de ir ao médico”, embora finalmente a sua filha a tenha conseguido convencer a ir ao médico. Como antecedentes pessoais tem Síndrome de Sjögren e hipotiroidismo autoimune, estando médica da habitualmente com pilocarpina e levotiroxina, respetivamente. Desconhece alergias medicamentosas ou alimentares. Refere seguir um estilo de vida saudável, sem hábitos toxicofílicos e sem antecedentes familiares de relevo. Dado o quadro clínico da doente e os seus antecedentes pessoais, qual dos seguintes parâmetros esperaria encontrar alterado nas análises que pediu para estudo diagnóstico?
A) Elevações marcadas na ALT e AST
B) Presença de anticorpos antimitocondriais (AMA).
C) Aumento da vitamina D.
D) Imunoglobulinas aumentadas, particularmente IgG
E) Aumento do cálcio sérico
B) Presença de anticorpos antimitocondriais (AMA).
Uma mulher de 78 anos de idade vem ao Serviço de Urgência por dor na fossa ilíaca esquerda com 24 horas de evolução associada a febre e vómitos ocasionais. A doente tem antecedentes de hipertensão arterial e gota. Medicada com lisinopril, hidroclorotiazida e alopurinol. Os sinais vitais são temperatura 38.5 ºC, frequência cardíaca 102/min e pressão arterial 130/90 mmHg. Ao exame físico destaca-se dor à palpação da fossa ilíaca esquerda com sensação de massa, defesa e dor à descompressão. Realizou TAC abdominal que demonstrou um divertículo sigmoide com inflamação da região envolvente, juntamente com uma coleção de fluido de cerca de 5 cm junta a região perisigmóide. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado?
A) Antibioterapia intravenosa de largo espetro e vigilância
B) Laparotomia com resseção cólica
C) Laparotomia para drenagem e desbridamento
D) Antibioterapia oral e vigilância
E) Drenagem do abcesso percutânea guiada por TAC
E) Drenagem do abcesso percutânea guiada por TAC
Uma mulher de 67 anos, professora, vem à consulta hospitalar por elevação das aminotransferases e prurido intenso. Ela tem história recente de artralgias intensas e fenómenos inflamatórios nas pequenas articulações das mãos. Os sinais vitais são temperatura 36,1°C, frequência cardíaca 87/min e pressão arterial 145/78 mm Hg. Ela tem 170 cm de altura e pesa 89 kg; IMC 31 kg/m². Ao exame físico apresenta-se corada e hidratada. As auscultações cardíaca e pulmonar encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. O exame do abdómen revela eixo hepático médio de 18 cm e esplenomegalia. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro AST 670 U/L ALT 1 200 U/L Bilirrubina Total 5,5 mg/dL Proteínas Albumina 2,9 g/dL Globulinas 13 g/dL Sangue INR 1,9. Qual dos seguintes achados presentes nesta mulher é mais consistente com diagnóstico de hepatite autoimune?
A) Hepatoesplenomegalia.
B) Presença de prurido intenso.
C) Sexo feminino.
D) Valor de INR.
E) Valor sérico de albumina.
C) Sexo feminino.
Um paciente de 46 anos recorre ao serviço de urgência por vómitos tipo borra de café e melenas. À admissão apresenta pressão arterial de 110/70 mmHg e frequência cardíaca de 87 bpm; sem anemia. O estudo endoscópico realizado 5 horas após a admissão revela presença de erosão superficial limpa no terço distal do esófago e várias erosões superficiais na área antral pré-pilórica, uma delas com um ponto de hematina na sua base. Não há restos hemáticos na cavidade gástrica. O paciente estava medicado há uma semana com diclofenac 150 mg/dia devido a ciatalgia. Qual seria a ação mais adequada?
A) Tratamento com inibidores da bomba de protões por via oral e alta hospitalar.
B) Tratamento de erradicação de Helicobacter pylori empiricamente e alta hospitalar.
C)Tratamento hemostático com sonda de calor da erosão com hematina na base e perfusão endovenosa de inibidores da bomba de protões durante três dias.
D) Jejum total e tratamento com perfusão intravenosa de inibidores da bomba de protões durante 48 horas.
E) Colocação endoscópica de um clip na lesão erosiva com sinais de hemorragia recente.
A) Tratamento com inibidores da bomba de protões por via oral e alta hospitalar.
Uma vez que estamos perante úlceras com a classificação III de Forrest (presença de fibrina, sem hemorragia ativa) requer apenas IBP (oral) e não requer tratamento endoscópico. Além disso, como se trata de um paciente jovem, sem comorbidades e hemodinamicamente estável, pode receber alta com tratamento com IBP (opção 1 correta) sem a necessidade de tratamento parentérica ou internamento hospitalar (opção 4 falsa).
Um doente, do sexo masculino, com 76 anos de idade recorre ao serviço de urgência por dor abdominal no quadrante superior esquerdo, de intensidade 8 em 10, constante, sem fatores de alívio, com cerca de 48 horas de evolução. Refere também dejeção sanguinolenta antes de recorrer ao serviço de urgência. O doente refere que nos últimos meses tem apresentado dor abdominal autolimitada, após as refeições, com resolução espontânea. Como antecedentes pessoais trata-se de um doente com hipertensão arterial, dislipidemia, doença arterial periférica, submetida a bypass femoro-popliteo há 5 anos, e enfarte agudo do miocárdio com supraST há 10 anos. O doente encontra-se medicado com amlodipina, lisinopril, atorvastatina e aspirina. Trata-se de um doente fumador, com uma carga tabágica estimada de 60 UMA e consumidor de cerca 30 gramas de álcool por dia. Os sinais vitais são temperatura de 36.8°C, pressão arterial de 155/93 mmHg, frequência cardíaca de 90/min e frequência respiratória de 16/min. O exame físico cardiopulmonar não apresenta alterações de relevo. Ao exame físico abdominal apresenta desconforto à palpação no quadrante superior esquerdo, sem defesa ou sinais de irritação peritoneal. O restante exame físico não apresenta alterações de relevo. Qual dos seguintes é a hipótese de diagnóstico mais provável?
A) Diverticulite.
B) Colite infeciosa.
C) Carcinoma colorretal.
D) Colangite aguda.
E) Isquemia mesentérica aguda.
E) Isquemia mesentérica aguda.
Considere um homem de 65 anos com úlcera péptica refratária a tratamento médico. No raro caso de ter que realizar uma cirurgia, que técnica cirúrgica usaria?
A) Vagotomia supraseletiva.
B) Vagotomia seletiva.
C) Vagotomia de tronco.
D) Antrectomia.
E) Remoção de úlcera e vagotomia.
(D). A cirurgia eletiva da úlcera péptica é uma situação excecional graças à elevada eficácia do tratamento médico. No caso de ser necessário realizar uma cirurgia estaria iindicada a realização de uma antretomia, por ser o procedimento mais agressivo. A ideia é que, se a úlcera for refratária a um tratamento tão eficaz quanto o tratamento médico, deve realizar-se uma cirurgia agressiva com poucas opções para fracasso, e essa é a antretomia.
Encontra-se a observar um paciente de 33 anos, que há quatro anos foi operado a um hallux valgus e que sofre de artrite reumatóide. Atualmente está medicado com metotrexato e ácido fólico, estando bem controlado. Nega o uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) ou outros antecedentes patológicos de interesse. O doente está a ser estudado por apresentar dor na região epigástrica associada à ingestão de alimentos, com vários meses de evolução mas que se intensificou nas últimas 6 semanas. Associadamente, apresenta náuseas ocasionais e anorexia, mas sem perda de peso significativa. Apresenta dispepsia ligeira, sem azia e sem sinais de alarme. Já fez prova terapêutica com omeprazol, mas o desconforto persiste. Tem um estudo analítico recente que revelou: hemoglobina 14 g/dL, VCM 88 fL, HCM 28 pg, ferritina 157 ng/mL, proteína C reativa 1,1 mg/dL. Qual das seguintes atitudes considera ser a mais adequada como método de diagnóstico para excluir a presença de úlcera?.
A) Trânsito gastroduodenal baritado.
B) Endoscopia com biópsias da úlcera.
C) Endoscopia com biópsias da úlcera e teste da urease.
D) Endoscopia com biopsias da úlcera e cultura de Helicobacter pylori.
E) Endoscopia com teste respiratório posterior.
C) Endoscopia com biópsias da úlcera e teste da urease.
Mulher de 55 anos, diagnosticada com proctocolite ulcerosa (com pancolite) há 17 anos. Na última colonoscopia de revisão realizada, podemos observar: desaparecimento de haustras, com perda de padrão vascular, pseudopólipos dispersos e, ao nível do cólon sigmóide, uma área de diminuição da luz com estenose, da qual se faz biópsia. O estudo histológico mostra displasia grave de alto grau. Indique qual das seguintes respostas é a atitude mais apropriada:
A) Tratamento com corticóides e avaliar resposta em três meses.
B) Tratamento com imunossupressores e Infliximab, e repetir biópsia mensalmente.
C) Tratamento com imunossupressores e realização de hemicolectomia esquerda.
D) Resseção intestinal com colectomia total.
E) Pan-proctocolectomia com ileoanastomose com reservatório.
E) Pan-proctocolectomia com ileoanastomose com reservatório. NOTA: A colectomia total (não se remove reto) é indicada em casos de cirurgia urgente da CU: hemorragia maciça, megacólon tóxico que não responde a 24-48 horas de treapêutica, perfuração, episódio grave não controlado.
Um doente de 32 anos, previamente saudável, sem hábitos toxicofílicos e sem medicação habitual, vem à sua consulta. Foi recentemente diagnosticado com doença de Crohn, na sequência do estudo de desconforto abdominal difuso com meses de evolução, associado a diarreia de características inflamatórias. O doente está neste momento assintomático do ponto de vista gastrointestinal e não apresenta alterações ao exame físico. Não obstante, está muito ansioso relativamente ao tratamento, história natural e prognóstico desta patologia. Qual das seguintes informações é a mais adequada para transmitir ao doente?.
A) O risco de colangite esclerosante primária (CEP) é desprezível.
B) A incidência de nefrolitíase por cálculos de ácido úrico está aumentada.
C) Esta doença não cursa com envolvimento retal, pelo que a sua presença obrigará a repensar o diagnóstico.
D) Na doença perianal o metronidazol é útil.
E) A complicação extraintestinal mais comum é o pioderma gangrenoso.
D) Na doença perianal o metronidazol é útil.
Um doente de 30 anos de idade recorre ao serviço de urgência do seu hospital de residência por um quadro de astenia com 5 dias de evolução. Refere também noção de pele e escleróticas de tom mais amarelado e dor abdominal no hipocôndrio direito com o mesmo tempo de evolução. Não tem antecedentes médicos ou cirúrgicos de relevo e habitualmente não realiza medicação. É fumador de 15 UMA, consume cerca de 50 gramas de álcool por dia e é consumidor de drogas endovenosas há cerca de 5 anos. Os sinais vitais são temperatura de 37.3°C, pressão arterial de 125/85 mmHg, frequência cardíaca de 89/m e frequência respiratória de 14/m e SpO2 em ar ambiente de 98%. As mucosas apresentam-se coradas e hidratadas. Apresenta escleróticas ictéricas e icterícia cutânea. Observam-se marcas de picadas em ambas as fossas cubitais. O exame cardiopulmonar não apresenta alterações de relevo. Ao exame físico abdominal destaca-se a existência de dor abdominal à palpação a nível do hipocôndrio direito. Sem outros achados de relevo ao exame físico. O doente colhe estudo analítico que permite o diagnóstico, os sinais de alarme são explicados ao doente, e este tem alta do serviço de urgência, mantendo seguimento em consulta externa. Cerca de 6 meses depois, o doente é avaliado na consulta e é realizada a colheita do seguinte estudo analítico: AgHBs negativo AgHBe negativo Anti-HBs positivo Anti-HBc IgM negativo Anti-HBc IgG positivo Anti-Hbe positivo Perante o atual perfil serológico, qual a informação que podemos transmitir ao doente?
A) Achados compatíveis com hepatite B crónica com baixo risco de infeção.
B) Achados compatíveis com hepatite B aguda em resolução.
C) Achados compatíveis com hepatite B crónica com alto risco de infeção.
D) Achados compatíveis com reativação de infeção prévia por hepatite B.
E) Achados compatíveis com estado pós-vacinação para a hepatite B.
B) Achados compatíveis com hepatite B aguda em resolução.
Um paciente de 55 anos foi recentemente diagnosticado com pancreatite crónica de etiologia alcoólica, depois de ter sido internado para estudo de dor abdominal frequente, diarreia e alteração da glicemia em jejum. Apresenta como antecedentes pessoais: elevado consumo de álcool desde a adolescência (atualmente em tratamento de desintoxicação numa associação), tabagismo (1 maço por dia desde os 20 anos); há 5 anos foi submetido a cirurgia de estabilização de uma fratura da anca após acidente de viação. Hoje vem a uma consulta de reavaliação onde refere dor abdominal relacionada com a ingestão alimentar (surge no período pós-prandial e dura cerca de 1h). Qual dos seguintes tratamentos considera mais adequado para controlar a dor neste caso?
A) Omeprazol.
B) Pancreatojejunostomia laterolateral.
C) Papilotomia por via endoscópica.
D) Metoclopramida.
E) Enzimas pancreáticas.
E) Enzimas pancreáticas.
Menina de 12 anos, filha única de pais saudáveis e não consanguíneos. Sem antecedentes patológicos ou familiares de relevo. Numa consulta de rotina executada previamente ao início de uma atividade desportiva é encontra uma hepatomegalia discreta de consistência normal. O estudo analítico evidenciou AST 80 U/L, ALT 105 U/L, proteinograma eletroforético com todas as frações de proteínas na faixa normal e negatividade na serologia para pesquisa de vírus hepatotrópicos. Qual das seguintes alternativas é o diagnóstico mais provável desta doente?
A) Défice de alfa-1-antitripsina
B) Fibrose cística
C) Hepatite autoimune
D) Glicogenose tipo VI
E) Doença de Wilson
E) Doença de Wilson
Uma mulher de 50 anos vem ao serviço de urgência por dor abdominal tipo cólica, náuseas e vómitos fecaloides com 24 horas de evolução. Refere que não tem tido emissão dé gases ou fezes nas últimas 48 horas. A história médica revela histerectomia há sete anos devido a hemorragia uterina anómala por miomas uterinos. Apresenta sensibilidade significativa à palpação dos quadrantes inferiores do abdómen. O exame físico revela distensão abdominal e a auscultação abdominal revela ruídos intestinais hipoativos de tom metálico. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado?
A) Pedir colaboração do serviço de gastrenterologia
B) Preparar a doente para exploração cirúrgica.
C) Requisitar ecografia abdominal.
D) Requisitar estudo baritado do trânsito esófago-gastro-duodenal.
E) Requisitar sigmoidoscopia fibroendoscópica.
B) Preparar a doente para exploração cirúrgica.
Uma paciente de 78 anos vem à sua clínica acompanhada por uma funcionária do lar onde reside. Relativamente aos antecedentes médicos da doente destacam-se: histerectomia por fibromas uterinos, prótese de joelho por osteoartrose grave e demência de corpos de Lewy. A cuidadora esclarece que a doente tem dificuldade em engolir, principalmente os alimentos mais sólidos como o frango ou o pão, sem problemas quando bebe água, embora também regurgite algum desse conteúdo alimentar mais tarde. Como resultado disso, sofreu vários episódios de aspiração brônquica, que por vezes foram complicados por pneumonia e exigiram internamento hospitalar. Por outro lado, a cuidadora diz-nos que a Senhora tem mau hálito. A paciente não perdeu peso, nem perdeu o apetite, nem apresenta outras queixas neste momento. Qual das seguintes patologias deve considerar em primeiro lugar?.
A) Carcinoma.
B) Divertículo de Zenker.
C) Síndrome de Plummer-Vinson.
D) Membrana esofágica.
E) Costela aberrante.
B) Divertículo de Zenker.
Mulher de 58 anos, sem hábitos toxicofílicos ou antecedentes patológicos de interesse, recorre à sua consulta por quadro de astenia franca, sem sintomas digestivos, com cerca de 2 meses de evolução. Refere a toma de ibuprofeno com alguma frequência devido a dores lombares inespecíficas. Ao exame físico tem uma pressão arterial de 141/94 mmHg e Frequencia Cardíaca de 75 bpm. Apresenta palidez das mucosas. A sua função renal foi avaliada há cerca de 2 meses e revelou resultados normais. Qual dos seguintes lhe parece a causa mais provável dos sintomas da doente?
A) Anemia de Doença Crónica
B) Anemia Aplásica
C) Hipotiroidismo
D) Anemia por Défice de Ferro
E) Gastrite Atrófica
D) Anemia por Défice de Ferro
Relativamente à Doença de Refluxo Gastroesofágico assinale, entre as seguintes afirmações, qual é a correta:
A) O estudo esofagogastroduodenal baritado ajuda a quantificar melhor a doença.
B) A manometria esofágica não tem qualquer valor prognóstico.
C) A presença de sintomas que impedem os pacientes de ter uma vida normal é um critério para para tratamento cirúrgico.
D) A disfunção do esfíncter esofágico inferior com esofagite é uma indicação para cirurgia imediata.
E) O objetivo da fundoplicatura é impedir a disfagia.
C) A presença de sintomas que impedem os pacientes de ter uma vida normal é um critério para para tratamento cirúrgico.
Qual é a melhor abordagem de follow-up em doentes com cirrose hepática se o objetivo for o rastreio de hepatocarcinoma celular?:
A) Alfa-fetoproteína (AFP) e TC abdominal semestral.
B) Doseamento de CA 19.9 e realização de paracenteses semestralmente.
C) RM hepática anual.
D) Ecografia abdominal semestral.
E) Os programas de rastreio não demonstraram aumentar a taxa de deteção precoce de neoplasia e como tal não devem ser realizados.
D) Ecografia abdominal semestral.
Uma mulher de 52 anos recorre ao seu médico assistente de medicina geral e familiar por dor abdominal e diarreia. A doente refere que tem tido diarreia aquosa nas últimas quatro semanas. Durante o mesmo período a doente refere ter sede constante e ainda menos energia para as atividades de vida diárias. A doente tem antecedentes de perturbação de ansiedade generalizada e depressão, estando medicada com fluoxetina. Foi recentemente tratada para uma otite média aguda e sinusite com amoxicilina e ácido clavulânico, há cerca de uma semana. Ao exame objetivo a doente apresenta-se ruborizada, a temperatura timpânica é de 37,5ºC, frequência respiratória 17/min, frequência cardíaca 100/min e pressão arterial 110/58 mm Hg; SpO2 98% (ar ambiente). A avaliação analítica realizada mostra: Soro: AST 12 U/L; ALT 10 U/L; Sódio 139 mEq/L; Potássio 2,9 mEq/L; Cloro 100 mEq/L; Bicarbonato- 27 mEq/L; Glucose 99 mg/dL; Cálcio 10,2 mg/dL; Ureia 54 mg/dL; Creatinina 1,4 mg/dL. Qual das seguintes complicações está associada ao diagnóstico mais provável desta doente?
A) Dermatite herpetiforme.
B) Mal absorção do ferro.
C) Aumento da produção de serotonina.
D) Infeção bacteriana invasiva.
E) Destruição da flora comensal.
B) Mal absorção do ferro.
Diarreia aquosa e hipocaliemia são sugestivas do diagnostico de um VIPoma (vasoactive intestinal peptide secreting tumor). A acloridria é comum nestes doentes e pode provocar malabsorcão do ferro. O VIPoma classicamente apresenta-se como: diarreia aquosa com perda importante de sódio, potássio e bicarbonato. Os doentes apresentam-se desidratados, com flushing, letárgicos, com náuseas, vómitos, dor abdominal e perda ponderal.
Doente de 65 anos recorre ao médico de família por queixas de obstipação desde há pelo menos dois anos, com esforço defecatório significativo e sensação de evacuação incompleta. No último ano e meio, refere já ter experimentado várias medidas na tentativa de resolver o quadro. Diz já ter tomado laxantes que não sabe especificar, iniciado dieta rica em fibras e bebido grandes quantidades de água sem melhoria significativa. Como antecedentes médicos, teve a última menstruação há 10 anos e actualmente não toma qualquer medicação. Sem quaisquer antecedentes cirúrgicos ou familiares de relevo. Apresenta-se com TA 115/82mmHg, FC 73 bpm com temperatura axilar de 36,5ºC. À palpação abdominal não se objetivam alterações. O toque rectal não evidencia sinais de fissura, cicatrizes, hemorróidas ou massas mas persiste hipertonicidade do esfíncter anal durante o exame com fezes duras na ampola rectal. No estudo analítico solicitado não se detetou alterações metabólicas ou da função tiroideia. Tendo em conta o quadro clínico, qual considera ser o próximo passo na determinação etiológica desta obstipação?
A) Colonoscopia
B) Enema de Bário
C) Manometria ano-rectal
D) Sigmoidoscopia
E) RMN colon e reto
A) Colonoscopia.
Uma mulher de 52 anos vem à consulta por ter notado que, desde a semana passada, os seus olhos estão amarelos (sic). Nega comportamentos sexuais de risco, utilização de drogas endovenosas e viagens recentes ao estrangeiro. Nega hábitos alcoólicos e não faz medicação habitualmente. Refere queixas de prurido generalizado, astenia e sensação de boca e olhos secos com 1 ano de evolução. Ao exame físico observam-se lesões de arranhadura em todo o corpo, escleras ictéricas e hepatomegalia não dolorosa. O estudo analítico realizado na consulta de medicina do trabalho revela os seguintes resultados: bilirrubina total 3 mg/dL, fosfatase alcalina 400 U e velocidade de sedimentação 40mm na primeira hora. Qual dos seguintes é o passo seguinte mais adequado para estabelecer o diagnóstico etiológico do quadro desta doente?
A) Anticorpos anti-mitocondriais.
B) Estudo da cinética do ferro.
C) Estudo da cinética do cobre.
D) Ressonância magnética hepática.
E) Serologias de vírus da hepatite B e C.
A) Anticorpos anti-mitocondriais.
Um homem de 78 anos vem ao SU com queixas de dor abdominal. Diz que a dor começou há uma semana e que tem aumentado ligeiramente de intensidade. Queixa-se por todo o abdómen, sem focalização. Nega vómitos. Nega outras queixas. Refere como antecedentes pessoais uma neoplasia do pulmão metastizada. É realizada uma TC abdominal contrastada que apresenta, como achado de relevo, “edema marcado da parede do íleo. Sem pneumatose intestinal. Sem sinais de isquemia”. Qual o diagnóstico mais provável?
A) Ascite.
B) Isquemia mesentérica cronica.
C) Isquemia mesentérica aguda.
D) Insuficiência venosa mesentérica.
E) Neoplasia
D) Insuficiência venosa mesentérica.
Estamos perante um doente com grande risco trombótico, pelo antecedente de neoplasia. Além disso, apresenta-se com uma dor abdominal subaguda, sem sinais diretos de isquemia (pneumatose intestinal e peritonite). A presença de edema das paredes num doente com clínica abdominal subaguda, deve-nos fazer pensar em etiologia venosa. Caso estivéssemos perante um quadro de longa duração, deveríamos pensar numa etiologia arterial cronica.
Um homem de 48 anos com antecedentes de ingestão de 60 g/dia de etanol, assintomático, apresenta o seguinte estudo analítico: Hb 16 g/dl, Htc 42%, AST 80 U/L, ALT 65 U/L, G-GT 72 U/L, fosfatase alcalina e DHL normais. Adicionalmente, apresenta as seguintes serologias: vírus das hepatites A e C negativos; vírus da hepatite B: AntiHbc positivo; Hbs Ag, Ac HBc IgM e Hbe Ag: negativos; DNA do vírus B negativo; Fe 210 microgr/dl, Ferritina 1050 ng/ml; colesterol 225 mg/dl. Apresenta mutação homozigótica do gene C282Y. A endoscopia digestiva alta não revelou alterações até à segunda porção duodenal. A ecografia abdominal revelou fígado com aumento de tamanho e discreto aumento da ecogenicidade. Qual das seguintes opções terapêuticas considera mais correta?
A) Interferão.
B) Quelantes de ferro.
C) Lamivudina.
D) Realizar flebotomias periódicas.
E) D-penicilamina.
D) Realizar flebotomias periódicas.
Um homem de 39 anos vem à consulta por mal-estar geral, rinorreia, tosse e expetoração escassa desde há uma semana. Ele não tem antecedentes patológicos de relevo e não faz medicação habitual. Os sinais vitais são temperatura 36,1°C, frequência respiratória 16/min, frequência cardíaca 62/min e pressão arterial 120/70 mm Hg; SpO? 99 % (ar ambiente). Ao exame físico apresenta escleróticas ictéricas e rinorreia não purulenta. A auscultação cardíaca e pulmonar encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. O abdómen é mole e depressível, sem organomegalias. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro ALT 32 U/L AST 40 U/L Fosfatase alcalina 95 U/L Bilirrubina Total 2,9 mg/dL Direta 0,3 mg/dL Desidrogenase láctica (LDH) 82 U/L Sangue Hemoglobina 13,2 g/dL VGM 99 fL Leucócitos 5 000/mm³ Neutrófilos, segmentados 0,55 Linfócitos 0,25 Plaquetas 168 × 10?/L Velocidade de sedimentação eritrocitária 13 mm/1.ª hora. Qual das seguintes alternativas é a causa mais provável da alteração das escleróticas?
A) Deficiência de vitamina B12.
B) Hemólise.
C) Hepatite vírica.
D) Litíase biliar.
E) Síndrome de Gilbert.
E) Síndrome de Gilbert.
Existem alguns fatores despoletantes que podem despoletar a hiperbilirrubinemia nomeadamente, o jejum, a ingestão de álcool, o stress, outras doenças concomitantes- tal como descrtio o doente apresenta sinais e sintomas respiratórios que podem justificar o quadro.
Uma mulher de 45 anos, com diagnóstico de cirrose hepática alcoólica, vem à consulta de reavaliação. Não tem antecedentes de hemorragia prévia e está sem consumo de álcool desde há um ano. Na consulta, os sinais vitais são pressão arterial de 120/80 mmHg, frequência cardíaca de 80 bpm e frequência respiratória de 16 cpm. O exame da pele não revela eritemas nem exantemas. Os exames cardíaco e pulmonar estão dentro dos parâmetros normais. O abdómen está ligeiramente distendido. Não se verifica tremor e o exame neurológico está normal. Realizou-se Raio-X tórax e ECG que não revelaram alterações patológicas. A ecografia abdominal não detetou lesões focais e, a endoscopia digestiva alta é mostrada na imagem. Qual das seguintes alternativas é a mais apropriada na prevenção de um primeiro episódio de hemorragia por varizes?
A) Escleroterapia endoscópica das varizes esofágicas.
B) A prevenção não é necessária devido ao baixo risco de rotura de varizes.
C) Laqueação endoscópica com bandas elásticas das varizes esofágicas.
D) Administração de beta-bloqueantes não cardiosseletivos (propranolol, nadolol).
E) Derivação esplenorrenal distal seletiva de Warren.
D) Administração de beta-bloqueantes não cardiosseletivos (propranolol, nadolol).
Doente de 47 anos tem uma queda de um escadote, que o leva ao Serviço de Urgência. Queixa-se de dor torácica, sem outros sintomas respiratórios. Os sinais vitais são frequência cardíaca 109/min, frequência respiratória 22/min, pressão arterial 110/62 mmHg e temperatura de 36.6ºC. O exame objetivo revelou dor no hemitórax esquerdo. A auscultação pulmonar revela murmúrio vesicular mantido, sem ruídos adventícios bilateralmente. É pedido um raio-X de tórax que revelou fraturas do 7º e 8º arcos costais à esquerda, sem desvios ósseos significativos. Tem alta medicado com analgesia e com informação sobre os sinais de alarme. Após umas horas, regressa novamente apresentando-se prostrado e hipotenso. Restante exame físico sobreponível. Qual a causa deste agravamento clínico?
A) Anafilaxia à medicação analgésica.
B) Hemotórax massivo.
C) Laceração hepática.
D) Pneumotórax hipertensivo.
E) Rotura esplênica.
E) Rotura esplênica.
Paciente de 35 anos com diagnóstico de hepatite C sem confirmação histológica e que não realiza uma reavaliação há 4 anos. Consumidor de 100 g/dia de álcool há mais de 15 anos. Recorre à consulta por astenia moderada. No exame físico, aparecem aranhas vasculares, circulação colateral e esplenomegalia. Os exames complementares mostram os seguintes resultados: Hb 12 g/dL, Leucócitos 3500/mm3, Plaquetas 76000/ mm3, AST (GOT) 98 UI/L, ALT (GPT) 45 UI/L, GGT 175 UI/L, ureia 23 mg/dL, ferro 175 µg/dL, Ferritina 2300 µg/L, genótipo do vírus C: Ib, viremia por VHC > 2,5 milhões de cópias (superior a 700.000 UI), HBsAg positivo, IgG anti-CMV positiva. Qual das seguintes possibilidades etiológicas poderia rejeitar com as informações disponíveis?
A Hepatite C.
B) Hemocromatose.
C) Hepatopatia alcoólica.
D)Hepatite B.
E) Hepatite por CMV.
E) Hepatite por CMV.
Uma mulher de 35 anos de idade com obesidade de grau 1 vem à sua consulta por uma sensação de contratura dos músculos periorais, especialmente quando hiperventila, desde há cerca de quatro meses (sic). Ultimamente, também tem sentido espasmos nas mãos. Nega história de hipermenorreia, polimenorreia ou de qualquer outra hemorragia. Tem uma dejeção diária e, quando questionada sobre o aspeto das suas fezes, afirma que são “como foram toda a minha vida”. O seu pai sofria de cólicas renais e a sua mãe de litíase biliar. Ao exame físico, apresenta uma discreta palidez mucocutânea e os sinais de Trousseau e de Chvostek são positivos. O restante exame físico encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. As fezes de 24 horas pesam 300 g. Os resultados dos estudos analíticos revelaram: Sangue: Hemoglobina 10 g/dL, Hematócrito 32%, VGM 70 fL, Leucócitos 5.000/mm3, Plaquetas 220 x 109 /L. Soro: Creatinina 1 mg/dL, Glucose 90 mg/dL, ALT 24 U/L, AST 32 U/L, Brb total 0,8 mg/dL, Ferro 20 µg/dL, Transferrina 450 µg/dL, Saturação da transferrina 13%, Ferritina 3 ng/dL, Cálcio 7,5 mg/dL, Albumina 4 g/dL, Globulinas 3,0 g/dL. Qual dos seguintes testes o conduziria mais diretamente a um diagnóstico?
A) Pesquisa de sangue oculto nas fezes e trânsito intestinal baritado.
B) Determinação da hormona paratiroideia no sangue e da calciúria das 24 horas.
C) Estudo da absorção do ferro com radioisótopos.
D) Determinação dos anticorpos antiendomísio no plasma.
E) Prova da secretina e TAC abdominal para estudar o pâncreas.
D) Determinação dos anticorpos antiendomísio no plasma.
Tudo isto pode ser explicado por um quadro de má absorção que afete o duodeno (má absorção de cálcio e ferro que, como sabem, são absorvidos nessa porção do intestino). Estamos perante um paciente celíaco e, por isso, devemos fazer primeiro fazer uma serologia (actualmente, o screening com anti-transglutaminase é mais utilizado do que o endomísio) e posteriormente biópsias duodenais.
Em contexto de consulta, observa uma mulher de 46 anos com queixas de epigastralgia, que agrava com as refeições, com seis meses de evolução. Associadamente, apresenta queixas de flatulência, plenitude pós-pandrial e náusea sem vómito. Tem antecedentes de hipotiroidismo subclínico, sem necessidade de tratamento de substituição até à data, e de cirurgia recente a um nódulo no quadrante superior direito da mama esquerda que se revelou benigno. Tem um estudo analítico recente com evidência de anemia macrocítica com aumento da DHL sérica, diminuição da haptoglobina, ligeira leucopenia e trombocitopenia e um acentuado défice de vitamina B12. A restante bioquímica e o estudo básico da coagulação não se encontram alterados. Optou-se por solicitar uma endoscopia digestiva alta; a mucosa do corpo e fundo tinha aspecto atrófico, enquanto que a mucosa do antro tinha aspecto endoscopicamente normal. O teste da urease foi negativo. Foram efetuadas biopsias que revelaram hiperplasia das células G do antro e e atrofia da mucosa do corpo e fundo. Qual das seguintes patologias é mais provável?
A) Doença de Menetrier.
B) Lesão aguda da mucosa gástrica.
C) Gastrite crónica erosiva.
D) Gastrite crónica não erosiva inespecífica tipo B.
E) Gastrite crónica não erosiva inespecífica tipo A.
E) Gastrite crónica não erosiva inespecífica tipo A.
Os termos gastrite A e B foram substituídos recentemente pela terminologia gastrite metaplásica atrófica autoimune (afeta mais o fundo e o corpo) e gastrite metaplásica atrófica ambiental (afeta mais o antro).
Uma mulher de 82 anos, acamada, é trazida ao serviço de urgência por desenvolvimento progressivo de vómitos, paragem da emissão de fezes e distensão abdominal desde há dois dias. A história médica revela diabetes mellitus tipo 2, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral aos 76 anos. A medicação habitual inclui metformina, furosemida, digoxina, gabapentina e opioide transdérmico por dor crónica. O exame físico revela marcada distensão abdominal, timpanismo, ausência de ruídos peristálticos e discreta dor à palpação abdominal, sem sinais de irritação peritoneal. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro: Creatinina 3,5 mg/dL; Proteína C reativa 30 mg/L; Sódio 130 mEq/L; Potássio 3,0 mEq/L; Cálcio total 8,2 mg/dL. Sangue: Hemoglobina 12 g/dL; Leucócitos 11 000/mm³. O raio-X abdominal simples em decúbito mostra distensão marcada do cólon direito e do colón transverso. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado?
A) Prescrever fluidoterapia endovenosa.
B) Prescrever neostigmina oral.
C) Solicitar colonoscopia.
D) Solicitar
retosigmoidoscopia rígida.
E) Solicitar TC abdominal com contraste.
A) Prescrever fluidoterapia endovenosa.
Uma jovem do sexo feminino, de 32 anos, recorre ao seu médico assistente em consulta de rotina após um episódio de infeção urinária há cerca de 2 semanas, para a qual tomou fosfomicina. A doente não apresenta queixas de relevo e o estudo analítico que realizou há cerca de 2 meses atrás não revela quaisquer alterações do hemograma, função hepática ou função renal. A jovem refere apenas prurido sem predomínio zonal que a incomoda ocasionalmente, mas não fez qualquer terapêutica como tentativa de alívio sintomático. Como antecedentes de relevo realça-se epilepsia diagnosticada aos 7 anos de idade e antecedentes maternos de colestase intra-hepática da gravidez. Ao exame objetivo, destaca-se apenas uma coloração amarelada das conjuntivas. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Lesão hepática associada à toma de amoxicilina + ácido clavulânico.
B) Lesão hepática associada à toma de contracetivos orais.
C) Lesão hepática associada à toma de nitrofurantoína.
D) Lesão hepática associada à toma de paracetamol.
E) Lesão hepática associada à toma de valproato de sódio.
B) Lesão hepática associada à toma de contracetivos orais.
Um homem de 60 anos com cirrose e hipertensão portal conhecidas relata um aumento progressivo do perímetro abdominal nos últimos 10 dias. Refere cumpir o tratamento com espirolactona 100 mg. Não aumentou a ingestão de sal; não teve febre nem dor abdominal. O exame físico revela ascite franca. A análise do líquido ascítico após paracentese diagnóstica demonstra: albumina 4 g/dl, leucócitos 500/mm3 (85% polimorfonucleares), eritrócitos 1.000/mm3. Citologia negativa para células malignas. Na análise da urina destaca-se: Na de 60 mEq/l e K de 40 mEq/l. Qual das seguintes opções terapêuticas considera mais adequada?
A) Adicionar diuréticos de ansa.
B) Realizar uma paracentese de evacuação.
C) Administrar antibióticos.
D) Iniciar perfusão de albumina e admnistrar furosemida intravenosa.
E) Dever-se-á realizar um shunt portossistémico intra-hepático transjugular (TIPS).
C) Administrar antibióticos.
Paciente de 58 anos de idade com antecedentes de hepatite crónica por vírus C, em fase de cirrose hepática, atualmente compensada. História de episódios anteriores de ascite. Segundo o registo informático tem grandes varizes esofágicas já conhecidas. Numa ecografia de seguimento, deteta-se uma lesão focal de 3 cm de diâmetro no lobo hepático direito, que se confirma por tomografia computorizada. O valor da alfafetoproteína é normal. É realizada uma punção diagnóstica compatível com carcinoma hepatocelular. Qual das seguintes abordagens é a mais apropriada para este doente?
A) Embolização Transarterial
B) Resseção Cirúrgica do Tumor
C) Transplante Hepático
D) Tratamento percutâneo com radiofrequência
E) Vigilância
C) Transplante Hepático.
Um doente de 25 anos com antecedentes de colite ulcerosa com evolução de 3 meses, medicado com prednisona (40 mg/dia) e mesalazina (4 g/dia), recorre ao serviço de urgência por diarreia (máximo de 10 dejeções por dia, todas com sangue) e desconforto abdominal. Ainda no serviço de urgência optou-se por iniciar tratamento com hidrocortisona (100mg q6h) e fluidoterapia. Trinta e seis horas após a admissão, a dor abdominal aumentou, surgiu distensão abdominal significativa e ausência de trânsito intestinal. O exame físico revelou uma temperatura corporal de 38.7º C, 124 batimentos por minuto; abdómen distendido, doloroso e timpânico à percussão, com sinais de irritação peritoneal. No hemograma, a contagem de leucócitos foi de 22,300/dl. O médico assitente optou por solicitar um estudo imagiológico que revelou dilatação do cólon transverso (6 cm), sem ar livre intraperitoneal. Qual seria a decisão terapêutica mais apropriada?.
A) Adicionar azatioprina.
B) Aumentar a dose de esteróides.
C) Colectomia subtotal e ileostomia terminal urgente.
D) Adicionar infliximab.
E) Adicionar vedolizumab.
D) Adicionar infliximab.
Eu não concordo mas pronto… Se alguém estiver a ler isto que me explique.
Uma doente do sexo feminino de 64 anos acompanhada pela filha é trazida à consulta do médico de família por perda de peso involuntário com 8 meses de evolução. Trata-se de uma doente com múltiplos antecedentes pessoais nomeadamente hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, cardiopatia isquémica, AVC isquémico e doença renal crónica. Para estas múltiplas patologias encontra-se medicada com captopril, bisoprolol, insulina, ácido acetilsalicílico (AAS) e varfarina. Qual dos medicamentos previamente mencionados poderão estar implicados na perda de peso involuntária desta doente?
A) Ácido acetilsalicílico.
B) Bisoprolol.
C) Captopril.
D) Insulina.
E) Varfarina.
C) Captopril.
Um doente do sexo masculino, 79 anos, vai a uma consulta programada no centro de saúde. Tem antecedentes de diabetes mellitus tipo 2, doença de Parkinson e hipertensão arterial. Está medicado cronicamente com insulina, metformina e sitagliptina, levodopa e carbidopa, e lisinopril. A medicação é gerida pela neta, e a, monitorização e registo da glicemia tem estado controlada. O utente refere episódios de vómitos pós-prandiais, cerca de 20 a 30 minutos após as refeições. Os vómitos são de conteúdo alimentar, sem sangue, com cerca de dois meses de evolução. Associadamente, refere epigastrialgia que alivia após o vómito. Nega pirose, dor torácica ou alteração dos hábitos intestinais. Mantém padrão habitual de apetite e nega perda de peso recente. Os sinais vitais são temperatura 36°C, frequência respiratória 15/min, frequência cardíaca 62/min e pressão arterial 130/80 mm Hg. Ao exame físico aparenta bom estado geral. O exame abdominal não revela alterações patológicas. O restante exame físico encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. O médico assistente decide prescrever um fármaco para controlo dos sintomas. Qual dos seguintes fármacos é o mais adequado para o tratamento sintomático deste doente?
A) Octreótido.
B) Butilescopolamina.
C) Domperidona.
D) Amitriptilina.
E) Metoclopramida.
C) Domperidona.
Antagonista D2 periférico. Possui efeitos procinéticos e antieméticos e não atravessa a barreira hematoencefálica (BHE), sendo efeitos secundários como distonia e ansiedade raros.
Um homem de 33 anos, com antecedentes de asma e rinite alérgica seguido em consultas externas de Pneumologia e Imunoalergologia, recorre ao Serviço de Urgência por toracalgia de características atípicas, sialorreia e disfagia total após impactação alimentar ao jantar que exige endoscopia urgente. Neste exame observam-se pregas longitudinais e fragilidade de mucosa, que apresenta escasso exsudado esbranquiçado. São colhidas várias biópsias cujo estudo anátomo-patológico relatou “infiltrações inflamatórias com predomínio de eosinófilos”. O paciente refere que é a primeira vez que lhe acontece engasgar-se desta forma e está muito ansioso, como medo que tal volte a acontecer. Qual seria o tratamento de eleição para este paciente?
A) Dilatação da estenose com balão pneumático.
B) Dieta sem glúten.
C) Corticosteroides tópicos.
D) Cardiomiotomia de Heller.
E) Não é necessário tratamento.
C) Corticosteroides tópicos.
Esofagite Eosinofílica.
Um homem de 39 anos vem à consulta por mal-estar geral, rinorreia, tosse e expetoração escassa desde há uma semana. Ele não tem antecedentes patológicos de relevo e não faz medicação habitual. Os sinais vitais são temperatura 36,1°C, frequência respiratória 16/min, frequência cardíaca 62/min e pressão arterial 120/70 mm Hg; SpO? 99 % (ar ambiente). Ao exame físico apresenta escleróticas ictéricas e rinorreia não purulenta. A auscultação cardíaca e pulmonar encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. O abdómen é mole e depressível, sem organomegalias. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro ALT 32 U/L AST 40 U/L Fosfatase alcalina 95 U/L Bilirrubina Total 2,9 mg/dL Direta 0,3 mg/dL Desidrogenase láctica (LDH) 82 U/L Sangue Hemoglobina 13,2 g/dL VGM 99 fL Leucócitos 5 000/mm³ Neutrófilos, segmentados 0,55 Linfócitos 0,25 Plaquetas 168 × 10?/L Velocidade de sedimentação eritrocitária 13 mm/1.ª hora. Qual das seguintes alternativas é a causa mais provável da alteração das escleróticas?
A) Deficiência de vitamina B12.
B) Hemólise.
C) Hepatite vírica.
D) Litíase biliar.
E) Síndrome de Gilbert.
E) Síndrome de Gilbert.
Mulher de 72 anos recorre à consulta porque, há pelo menos 5 anos, tem transaminases levemente elevadas (nunca acima de 100 UI/mL). Apresenta excesso de peso (índice de massa corporal de 28) e não se sente mal. Não bebe álcool, não toma medicamentos regularmente, os marcadores dos vírus da hepatite B e C são negativos e as análises habituais são normais, exceto AST (GOT) 82 UI/mL e ALT (GPT) 107 UI/mL, com gamaglobulina 1,8 g/dL e IgG de 1700 mg/dL. Possui 1/80 de anticorpos antinucleares positivos e 1/160 de anticorpos anti-músculo liso. Qual seria o próximo passo?
A) Recomendar que normalize o seu peso, porque é provável que se corrijam as alterações analíticas.
B) Indicar uma biópsia hepática.
C) Iniciar o tratamento com prednisona e azatioprina.
D) Iniciar o tratamento com ácido ursodesoxicólico.
E) Tranquilizar a paciente pela irrelevância do processo patológico subjacente.
B) Indicar uma biópsia hepática.
Não podemos determinar qual seria a causa real por falta de dados, sendo por isso necessária a biopsia.
Homem de 48 anos recorre ao serviço de urgência por dor abdominal, náuseas e vómitos com algumas horas de evolução. Sem antecedentes patológicos relevantes. Os dados analíticos iniciais são: ALT: 80 U/L; AST 54 U/L; Leucócitos 21.800/mm3; Amilase 4.500 U/L. Realiza uma ecografia abdominal que revela: edema pancreático com presença de líquido peripancreático. O tratamento com fluidoterapia e analgésicos é iniciado. Indique qual dos seguintes fármacos adicionaria ao tratamento, em primeiro lugar, para melhorar o prognóstico deste caso:
A) Metilprednisolona.
B) Anti-inflamatórios não esteróides.
C) Omeprazol.
D) Imipenem.
E) Inibidores da secreção pancreática.
D) Imipenem.
Pergunta controversa pela forma como está redigida. Trata-se de um caso de pancretite necrotizante, considerando as análises e a imagem da eco abdominal, embora já não seja abordada desta forma. Em princípio, após a divisão dos pacientes em pancreatite leve a grave pela classificação de Ranson, os pacientes mais graves deverão realizar uma TAC com contraste. No caso de haver necrose, não há captação de contraste, sendo necessário realizar de seguida uma PAAF da área necrotizada. O mais polémico e muito debatido é a questão de realizar ou não tratamento antibiótico profilático com Imipenem ou apenas iniciar a antibioterapia em caso de culturas positivas.
Uma senhora de 82 anos vem à sua consulta porque anda a perder peso. Refere que há cerca de 4 meses que se sente mais cansada desde que acorda e que, durante o dia, não tem energia para fazer as suas atividades em casa. Tem notado que as suas saias estão a ficar mais largas e a vizinha também já lhe disse que a acha mais magra e com mau aspeto. A senhora diz-lhe que tem medo de ter uma doença como a do filho que faleceu há 3 meses com um linfoma; desde então reside sozinha, tendo o apoio de uma filha. A doente tem antecedentes pessoais de hipertensão arterial e diabetes Mellitus tipo 2 não insulinotratada. Está medicada com lisinopril, metformina e lorazepam.Ao exame objetivo, está hemodinamicamente estável, peso 68kg (último registo há 6 meses de 74kg). Mucosas ligeiramente descoradas e hidratadas. Cavidade oral: xerostomia, prótese dentária superior, algumas peças dentárias em falta. Restante exame objetivo sem alterações.Qual a orientação mais correta para esta doente?
A) Orientar para consulta de Estomatologia para correção de distúrbios funcionais da cavidade oral.
B) Aplicar MMSE e Escala de Depressão Geriátrica.
C) Suspender lorazepam e iniciar mirtazapina.
D) Pedir estudo analítico com hemograma, função renal, função hepática, função tiroideia e VS.
E) Fazer avaliação nutricional e pedir consulta de Nutrição.
B) Aplicar MMSE e Escala de Depressão Geriátrica.
Ai vão-se foder.
Uma jovem de 26 anos foi internada por icterícia recente, associada a dor no hipocôndrio direito. É detetada hepatomegalia, sem esplenomegalia. Apresenta telangiectasias faciais. Reconhece antecedentes de promiscuidade sexual, mas não de uso de drogas intravenosas. Os testes laboratoriais mostram bilirrubina 16 mg/dL, AST 315 UI/L, ALT 110/UI/L, GGT 680 UI/L, fosfatase alcalina 280 UI/L, protrombina 40%, triglicerídeos 600 mg/dL, colesterol 280 mg/dL. Uma ecografia revelou um padrão hiperecogénico do fígado. A serologia para os vírus das hepatites A, B e C foi negativa. Qual é o diagnóstico mais provável?
A) Hepatite viral.
B) Hepatite tóxica.
C) Hepatite alcoólica.
D) Hepatite autoimune.
E) Hepatite por dislipidemia.
C) Hepatite alcoólica.
Um homem de 45 anos de idade vem à consulta por queixas de pirose e regurgitação quase diária com meses de evolução. Os sintomas agravam-se na posição de decúbito dorsal. Refere que na última vez que se pesou, há 4 meses, tinha uma massa corporal de 70Kg. O seu pai faleceu com cancro do cólon sigmóide e a sua mãe tem hipertensão. O doente tem 170 cm de altura e pesa 70Kg; IMC 24.22 Kg/m2. Os sinais vitais encontram-se dentro dos valores normais. O exame físico não revela qualquer anormalidade. Realizou-se uma endoscopia digestiva alta que revelou uma esofagite de refluxo. O endoscopista efetuou um teste para o diagnóstico de Helicobacter Pylori numa biópsia antral cujo resultado foi positivo. Qual dos seguintes tratamentos é o mais adequado para este doente?
A) Inibidor da bomba de protões administrado em dose standard uma vez por dia.
B) Antagonista H2 em dose dupla administrado duas vezes ao dia.
C) Qualquer fármaco anti-secretor associado a tratamento antibiótico para erradicar a infeção por Helicobacter Pylori.
D) Associação de um antagonista H2 com um pro-cinético.
E) Fundoaplicatura por via laparoscópica.
A) Inibidor da bomba de protões administrado em dose standard uma vez por dia.
NÃO CONCORDO
Justificação da bosta: O grupo de fármacos anti-secretores mais potentes são os inibidores da bomba de protões, que são os fármacos de eleição em pacientes com esofagite de refluxo. A DRGE não é indicação para tratamento de erradicação (sem necessidade de estudo H. Pylori por endoscopia). Para além disto, o ambiente alcalino criado pela H. Pylori diminui o pH ácido do estômago.
Um homem de 57 anos, com hábitos alcoólicos marcados, deu entrada no Serviço de Urgência com queixas de dor abdominal. O doente refere uma dor opressiva, epigástrica, que se estende para a região lombar. Está apirético, taquicárdico e normotenso. O abdómen está mole e depressível, doloroso à palpação epigástrica. São realizados exames complementares e é assumido o diagnóstico de pancreatite aguda. O doente fica internado no serviço de cirurgia. Que parâmetro deve ser avaliado após 48h para estratificação da gravidade da pancreatite?
A) AST.
B) LDH.
C) Leucócitos.
D) PCR.
E) Ureia.
E) Ureia.
Um paciente do sexo masculino, com 54 anos, foi encaminhado pelo Médico de Família à sua consulta de Gastrenterologia por apresentar episódios de disfagia para sólidos e líquidos, juntamente com dores no peito com dois meses de evolução. Como antecedentes pessoais destaca-se: colecistectomia laparoscópica há 10 anos, sem episódios de cólicas biliares desde então, e espondilolistese significativa na coluna lombar (a motivar seguimento por Ortopedia). Por sua recomendação, o paciente realizou recentemente uma endoscopia digestiva alta que excluiu a presença de lesões neoplásicas. Realizou ainda manometria esofágica cujos achados sugeriram a presença de acalásia. Qual das seguintes alternativas constitui o tratamento mais eficaz?
A) Medidas higiénicas (alimentação mole e comer de forma mais lenta) e tomar anticolinérgicos durante os episódios de disfagia.
B) Nitroglicerina sublingual antes das refeições e em SOS quando surgir toracalgia.
C) Miotomia laparoscópica do esfíncter esofágico inferior.
D) Dilatação pneumática endoscópica do esfíncter esofágico inferior.
E) Injeção endoscópica de toxina botulínica no esfíncter esofágico inferior.
C) Miotomia laparoscópica do esfíncter esofágico inferior.
É o mais eficaz.
Um homem de 58 anos, com cirrose alcoólica conhecida, é trazido ao serviço de urgência por 3 episódios de vómitos de sangue vivo, o primeiro ocorrido no dia anterior. É seguido em consulta de Gastrenterologia, tendo abandonado o seguimento em 2015 e mantido hábitos alcoólicos. A última endoscopia digestiva alta para avaliação de hipertensão portal mostrava varizes pequenas no terço inferior do esófago e gastropatia hipertensiva portal ligeira do fundo e do corpo. Os sinais vitais são frequência cardíaca 110/min e pressão arterial 140/80 mm Hg. Ao exame físico o doente apresenta-se vígil, sem flapping. Abdómen com ascite moderada e presença de edema periférico. Analiticamente com hemoglobina 8,1 g/dL, sódio 130 mEq/L, ureia 150 mg/dL, creatinina 1 mg/dL e INR 1,8. Qual das seguintes abordagens é a mais correta?
A) Endoscopia digestiva alta nas primeiras 24h.
B) Iniciar terapêutica com octreótido.
C) Iniciar antibioterapia profilática com amoxicilina.
D) Realização de 1 Unidade de Concentrado Eritrocitário.
E) Realização de vitamina K.
B) Iniciar terapêutica com octreótido.
Mulher de 59 anos, Professora de Inglês e natural de Leiria, que apresenta diarreia aquosa (dejeções noturnas e diurnas), com instalação súbita e que permanece desde há 2 semanas. Apresenta ainda concomitantemente perda de peso. Nega febre ou artralgia. As coproculturas são repetidamente negativas, tal como a toxina do Clostridioides difficile. A doente não tem antecedentes de relevo nem faz qualquer medicação habitual. Inicialmente avaliada pelo seu médico de família, a doente foi encaminhada para o gastroenterologista da área de residência para estudo adicional. A colonoscopia (com boa preparação e visualização até ao cego) revelou uma mucosa com um padrão vascular aumentado, sem ulcerações ou exsudados. Qual das seguintes atitudes considera mais adequada?.
A) Endoscopia digestiva alta com biopsia duodenal para excluir doença celíaca.
B) Repetição da colonoscopia após tratamento com ciprofloxacina.
C) Repetir colonoscopia, desta vez com realização de ileoscopia, para realizar biópsias do íleo terminal com intuito de excluir doença de Crohn.
D) Realizar biópsias aleatórias da mucosa do cólon direito e esquerdo para excluir colite microscópica.
E) Eliminação empírica do glúten da dieta.
D) Realizar biópsias aleatórias da mucosa do cólon direito e esquerdo para excluir colite microscópica.
A presença de diarreia aquosa numa mulher de meia-idade dever-nos-á fazer pensar em colite microscópica.
Um homem de 52 anos vem ao consultório médico por andar mais ansioso desde que ficou desempregado, há dois meses. Anda mais irritado com a família, mas tem dormido bem. Queixa-se de azia, desde há vários anos e quando come alimentos mais ácidos. Apresenta fezes mais moles do que o habitual, que associa ao facto de andar mais ansioso. Nega diminuição do jato urinário ou disúria. Nega ainda humor depressivo. Não tem antecedentes patológicos de relevo. Os antecedentes familiares revelam história paterna de neoplasia do cólon aos 62 anos, operada. Os sinais vitais são temperatura 36,5°C, frequência cardíaca 81/min e pressão arterial 132/84 mm Hg. A auscultação cardíaca e pulmonar e a palpação abdominal encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. O toque retal é insuspeito. Para além de iniciar um ansiolítico por um curto período, qual das seguintes alternativas é o estudo de diagnóstico mais adequado neste doente?
A) Ecografia abdominal.
B) Colonoscopia total.
C) Ecografia prostática transretal.
D) Ecografia renal e vesical.
E) Não são necessários outros exames.
B) Colonoscopia total.
Acompanha na sua consulta uma mulher de 44 anos de idade com história de úlcera péptica persistente e recorrente, mal controlada com inibidores da bomba de protões em alta dose. Ela refere episódios intermitentes de diarreia, sem sangue, muco ou pus. A secreção basal de ácido encontra-se aumentada. A gastrina sérica em jejum é de 789 pcg/ml (Normal até 100 pcg/ml). Nega outros antecedentes pessoais relevantes, incluindo doenças heredofamiliares ou infectocontagiosas de interesse. Recorda que foi operada na infância, nomeadamente uma drenagem timpânica direita por otites de repetição. É alérgica a peixe desde pequena, tal como o seu tio paterno. Para estudo do quadro atual realizou uma tomografia computadorizada do abdómen, ressonância magnética, ecoendoscopia e arteriografia mesentérica que não revelaram alterações. Realizou também uma gamagrafia com octreótido marcado com I111, que não revelou qualquer marcação. Que atitude adotaria a seguir?
A) Omeprazol em dose dupla.
B) Omeprazol em dose tripla.
C) Laparotomia e antrectomia.
D) Laparoscopia e colecistectomia laparoscópica.
E) Laparotomia e ecografia intraoperatória das vias biliares, pâncreas e duodeno.
E) Laparotomia e ecografia intraoperatória das vias biliares, pâncreas e duodeno.
Trata-se de um caso de síndrome de Zollinger-Ellison.
Um paciente de 78 anos, previamente saudável e residente num lar de idosos sobrelotado e com recursos higiénicos insuficientes, recorre ao serviço de urgência por diarreia desde há 6 semanas. Refere desconforto abdominal tipo cólica, febre ocasional e 4-6 dejeções diárias, algumas delas noturnas, com muco e, por vezes, com faixas de sangue. Refere ainda a presença de diminuição de apetite, com perda de 5 Kg neste período e bastante cansaço. Não tomou nenhum antibiótico recentemente. Realizou colonoscopia há 3 anos atrás que estava normal. Apresenta temperatura de 37,0ºC, pressão arterial de 138/84 mmHg, frequência cardíaca de 80bpm e frequência respiratória de 16 cpm. O exame físico revela dor à palpação no quadrante inferior esquerdo sem dor à descompressão ou defesa. O toque retal revela presença de sangue. Realizou exames laboratoriais que revelaram a presença de leucocitose (leucócitos a 14000), anemia (Hb 9.0) e aumento da Velocidade de Sedimentação (VS 120 mm/h). Foi pedida uma sigmoidoscopia que demonstrou uma mucosa eritemosa friável desde o reto até ao colon transverso, com presença de ulcerações.Qual dos seguintes diagnóstico lhe parece mais provável?
A) Cancro de cólon.
B) Infeção por Clostridium Difficile.
C) Doença de Crohn.
D) Colite isquémica.
E) Colite Ulcerosa.
E) Colite Ulcerosa.
Tendo em conta a idade poderíamos pensar numa colite isquémica, contudo, a elevação da VS e os achados na endoscopia tornam este diagnóstico menos provável. Geralmente estes doentes apresentam também uma dor abdominal mais súbita e intensa.
Uma doente de 25 anos vem ao médico de família com queixas de dor abdominal. Refere uma dor mais localizada no hipogastro que por vezes lateraliza para a fossa ilíaca direita. Refere que começou há uns anos, mas que por vezes se agrava. Nega que a dor seja diária, mas diz que a sente esporadicamente, com alguma intensidade, e que reverte sem tratamento passados alguns dias. Menciona que por vezes a sente duas semanas após a menstruação. Nega relação com a alimentação. Nega fatores de alívio ou agravamento. Nega dismenorreia. Nega outras queixas urinárias. O exame objetivo é inocente. Qual a causa da dor?
A) Crescimento de células endometriais em localizações ectópicas.
B) Inflamação transmural da mucosa intestinal.
C) Infeção aguda do apendice-cecal.
D) Presença de sangue na cavidade peritoneal.
E) Torção mecânica dos ovários.
D) Presença de sangue na cavidade peritoneal.
O quadro clínico descreve a síndrome de Mitzeshmertz. Uma patologia caracterizada pela presença de uma dor cíclica coincidente com a ovulação. Aquando da ovulação há um pequeno sangramento do folículo que causa uma irritação do peritoneu.
Um homem de 66 anos vem ao consultório médico por disfagia progressiva para sólidos. Fuma 20 cigarros por dia desde há 20 anos e consome seis copos de vinho tinto maduro por dia desde há 40 anos. Ele tem 171 cm de altura e pesa 53 kg; IMC 18 kg/m². Ao exame físico apresenta um nódulo de consistência duro-elástica, com 3 cm de maior diâmetro, no lobo direito da tiroide, e discretos edemas compressíveis dos membros inferiores. A auscultação pulmonar revela roncos bilaterais. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro: Creatinina 1,1 mg/dL; Glucose 105 mg/dL; AST 40 U/L; ALT 39 U/L; Fosfatase alcalina 100 U/L; Proteína C reativa 30 mg/L; Albumina 2 g/dL; gamma-glutamil transferase (GGT) 180 U/L. Sangue: Hemoglobina 10 g/dL; VGM 79 fL; Leucócitos 11 000/mm³; Plaquetas 180 x 10^9/L. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Carcinoma epidermoide do esófago.
B) Carcinoma indiferenciado da tiroide com invasão do esófago.
C) Divertículo de Zenker.
D) Estenose péptica do esófago.
E) Tumor do estroma do esófago.
A) Carcinoma epidermoide do esófago.
Uma jovem de 19 anos de idade vem à consulta por episódios de icterícia, febre, mal-estar generalizado e artralgias ao longo dos últimos seis meses. Trata-se de uma doente saudável, apenas com um antecedente cirúrgico de apendicectomia aos 15 anos. Não toma nenhuma medicação habitualmente. O pai é saudável e a mãe tem hipotiroidismo medicado e controlado com levotiroxina. Os resultados do estudo analítico são os seguintes: Sangue: Hemoglobina 15 g/dL Leucócitos 8300/mm3 Plaquetas 250 x 10^9/L. Soro: Creatinina 0,8 mg/dL Glucose 100 mg/dL AST 502 U/L ALT 482 U/L Gama-globulina 21 g/L ANAs negativos Anti-HBc negativo AgHBs negativo Anti-HBs positivo Anti- HBc IgM negativo. Na biópsia hepática destaca-se a presença de necrose “em ponte”. Qual dos seguintes exames complementares de diagnóstico é o melhor para estabelecer o diagnóstico desta doente?
A) Determinação do fator reumatóide.
B) Anticorpos anti-mitocondriais.
C) Anticorpos contra a fração microssomal de fígado e rim.
D) Anticorpos contra o vírus da hepatite D.
E) Anticorpos contra o vírus da hepatite E.
C) Anticorpos contra a fração microssomal de fígado e rim.
(anti-LMK) Hepatite auto-imune.
Um doente do sexo masculino, com 66 anos de idade recorre à consulta com o seu médico assistente por astenia, distensão abdominal e ortopneia, com cerca de um mês de evolução. O doente nega outras queixas. Como antecedentes pessoais de relevo refere ter estado envolvido num acidente de viação há 46 anos e ter necessitado de realizar diversas transfusões de sangue. Além disso, tem hipertensão arterial. Encontra-se medicado com amlodipina. Nega hábitos tabágicos ou consumo de bebidas alcoólicas. Os sinais vitais são temperatura de 37.0°C, pressão arterial de 112/79 mmHg, frequência cardíaca de 80/min e frequência respiratória de 14/min e SpO2 em ar ambiente de 98%. As mucosas apresentam-se coradas e hidratadas. O exame cardiopulmonar não apresenta alterações de relevo. Ao exame físico abdominal destaca-se a presença de hepatomegalia. Sem outros achados de relevo ao exame físico. Do estudo analítico realizado destaca-se: Hemoglobina 13.5 g/dL Hemoglobina Corpuscular Média 31 pg Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média 33% Volume Globular Médio 85 fL Leucócitos 6 500/mm3 Plaquetas 164 578/mm3 ALT 125 U/L AST 100 U/L Bilirrubina total 0,8 mg/dL Bilirrubina direta: 0,2 mg/dL Fosfatase alcalina 70 U/L Gama-GT 44 U/L Creatinina 0,89 mg/dL Azoto ureico 14 mg/dL Na+ 135 mmol/L K+ 4.5 mmol/L Cl- 100 mmol/L AgHBs negativo AgHBe negativo Anti-HBs positivo Anti-HBc IgM negativo Anti-HBc IgG positivo Anti-HCV positivo Qual o diagnóstico mais provável neste doente?
A) Hepatite C crónica.
B) Hepatite B crónica.
C) Doença hepática crónica secundária ao álcool.
D) Colangite esclerosante.
E) Coledocolitíase.
A) Hepatite C crónica.
Doente de 83 anos, sexo feminino, residente em lar é observada pelo médico assistente em consulta de rotina. Tem como antecedentes pessoais Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), Síndrome de Apneia Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS), Demência de Alzheimer e Cataratas bilaterais. Os sinais vitais são temperatura auricular de 36ºC, frequência cardíaca 80 batimentos por minuto e tensão arterial 129/70 mmHg. Na consulta foi medido o peso corporal (68kg) denotando um emagrecimento marcado, que o médico calcula em 9% desde a última consulta há 6 meses atrás, onde se registara um peso de 74,2 Kg, estável em consultas precedentes. Dos antecedentes da doente, qual consideraria ser menos determinante no emagrecimento objetivado pelo médico assistente?
A) DPOC.
B) Cataratas.
C) Doença de Alzheimer.
D) Institucionalização.
E) SAHOS.
E) SAHOS.
**MENOS*****
Uma mulher de 50 anos de idade, vem ao seu consultório médico para uma consulta de seguimento após ter tido alta do internamento. A doente foi internada há cerca de 6 meses por um episódio de pancreatite litiásica aguda. Teve alta assintomática e, atualmenre, mantém-se assintomática. Traz consigo o resultado do TAC abdominal requisitado à data de alta, após se ter detetado a presença de uma lesão no pâncreas na Ecografia abdominal realizada no internamento. O resultado do TAC pode ser visto na imagem em anexo. Tendo em conta a situação clínica da doente, qual das seguintes alternativas considera a opção terapêutica mais correta?
A) Drenagem percutânea do pseudoquisto.
B) Resseção cirúrgica.
C) Antibioterapia de amplo espectro durante 10 dias e repetir ecografia abdominal para avaliar a possibilidade de drenagem do pseudoquisto.
D) Atitude expectante.
E) Solicitaria uma TC abdominal com contraste para descartar a existência de comunicação com o ducto pancreático.
D) Atitude expectante.
Um homem de 42 anos de idade é trazido às urgências pelo INEM por ter apresentado vómitos hemáticos abudantes no domicílio, com perda de consciência associada. A história médica revela antecedentes de cirrose alcoólica diagnosticada há 10 anos. Através dos registos clínicos informatizados percebe que o doente tem faltado às consultas de Gastroenterologia. Na última consulta, há 2 anos, apresentava uma hipoalbuminemia severa no estudo analítico. Durante a realização da anamnese, o paciente teve outra hematemese de sangue vermelho-vivo e menciona que “sinto que vou morrer”. Ainda não tem os resultados do estudo analítico. Os sinais vitais são temperatura 37,5 ºC, frequência cardíaca 129/min e pressão arterial 85/49 mm Hg. O eletrocardiograma revela uma taquicardia sinusal a 134 batimentos por minuto, sem alterações agudas da repolarização. Qual dos seguintes é o primeiro passo mais apropriado na abordagem deste doente?
A) Iniciar tratamento com terlipressina EV.
B) Colocar uma sonda de Sengstaken-Blakemore.
C) Endoscopia urgente.
D) Cirurgia urgente.
E) Reposição da volemia.
E) Reposição da volemia.
Um homem de 70 anos de idade vem ao Centro de Saúde após ter sido convocado pelo seu médico de família na sequência de um resultado positivo para a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Quando questionado relativamente a sintomatologia de novo, o doente refere que, nos últimos meses se tem sentido mais cansado do que o habitual e que, por vezes, tem tonturas não relacionadas com movimentos posturais. Refere ainda que notou uma alteração na coloração e no calibre das fezes, mas não tem noção de sangue nas fezes ou no papel higiénico. Os sinais vitais são temperatura auricular 37.4ºC, frequência cardíaca 109/min e pressão arterial 118/78 mmHg. Ao exame físico o doente encontra-se pálido, anictérico e acianótico. Opta-se pela realização de uma colonoscopia que revela um tumor no cólon descendente, estenosante e com resultado histológico de adenocarcinoma moderadamente diferenciado. Os exames complementares de diagnóstico não demonstraram disseminação do processo neoplásico. Qual dos seguintes tratamentos é o mais adequado para este doente?
A) Quimioterapia com 5-Fluoracilo e Levamisole.
B) Resseção cirúrgica e tratamento com quimioterapia de acordo com o resultado do estudo.
C) Radioterapia combinada com quimioterapia e posterior resseção cirúrgica.
D) Resseção cirúrgica e tratamento com radioterapia complementar.
E) Realizar uma resseção cirúrgica apenas se existirem sinas de oclusão intestinal.
B) Resseção cirúrgica e tratamento com quimioterapia de acordo com o resultado do estudo.
Um doente, do sexo masculino, de 60 anos de idade, agricultor, recorre ao serviço de urgência do hospital da sua área de residência com queixas de artralgia do joelho direito. Refere que inicialmente as queixas eram do joelho esquerdo, passaram para tornozelo direito e atualmente centram-se no joelho direito. As artralgias iniciaram há cerca de dez meses. Nos últimos três meses começou a apresentar diarreia aquosa intermitente associada a dor abdominal em cólica, em agravamento progressivo. Apresentou também episódios de dejeções gordurosas. Durante este período refere perda ponderal de cerca 10Kg. Nega náuseas, vómitos, tosse, dispneia, dor torácica, febre ou queixas urinárias. Como antecedentes pessoais apresenta hipertensão arterial, dislipidemia, fibrilhação auricular e diabetes mellitus. Encontra-se medicado com amlodipina, lisinopril, sinvastatina, rivaroxabano e metformina. Nega antecedentes familiares de relevo. O doente nega hábitos tabágicos ou consumo de bebidas alcoólicas. Os sinais vitais são temperatura de 36.7°C, pressão arterial de 140/90 mmHg, frequência cardíaca de 79/min e frequência respiratória de 16/min e SpO2 em ar ambiente de 97%. Não apresenta alterações à auscultação cardiopulmonar. Ao exame abdominal apresenta dor à palpação profunda de todos os quadrantes, não apresenta sinais de irritação peritoneal. Do estudo analítico realizado destaca-se: Hemoglobina 12.0 g/dL Hemoglobina Corpuscular Média 32 pg Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média 33% Volume Globular Médio 110 fL Leucócitos 10 500/mm3 Plaquetas 264 578/mm3 Creatinina 1.1 mg/dL Azoto ureico 20 mg/dL Na+ 138 mmol/L K+ 4.4 mmol/L Cl- 101 mmol/L O doente realizou uma endoscopia digestiva alta e colonoscopia com várias biópsias da mucosa. O resultado do estudo anatomopatológico das biópsias da mucosa do intestino delgado mostrou presença de macrófagos PAS positivos na lâmina própria. Tendo em conta a clínica demonstrada pela doente qual o diagnóstico mais provável?
A) Doença celíaca.
B) Doença de Crohn.
C) Doença de Whipple.
D) Colite isquémica.
E) Enterite eosinofílica.
C) Doença de Whipple.
Um homem de 38 anos vem a uma consulta médica por quadro de diarreia com fezes pastosas. O doente apresenta 2/3 dejeções por dia, referindo perda de cerca de 7Kg de peso no último ano. Tem antecedentes de fenómeno de Raynaud e Esclerodactilia. Refere ter um estilo de vida saudável com prática de exercício físico regularmente e uma dieta equilibrada, sem restrições alimentares. Os sinais vitais são temperatura de 36,1º, frequência cardíaca 72/min, frequência respiratória 17/min e pressão arterial 126/84 mmHg. Ao exame físico tem um aspeto emagrecido e aparenta estar ansioso. As mucosas estão coradas e hidratadas. As auscultações cardíaca e pulmonar encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. O exame abdominal não revela alterações. No estudo analítico realizado destacam-se uma anemia com volume corpuscular médio de 112 fL, vitamina B12 no sangue de 70 pg/ml, ácido fólico sérico de 18 ng/ml. Apresenta uma gordura nas fezes de 13 g/dia. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado para diagnosticar este paciente?
A) Anticorpos antiendomísio tipo IgA.
B) Teste de hálito com 14C-D-xilose.
C) Determinação de lactase na mucosa intestinal.
D) Teste de aclaramento de alfa-1-antitripsina nas fezes.
E) Coloração por PAS da biópsia intestinal.
B) Teste de hálito com 14C-D-xilose.
Neste caso, os dados conduzem-nos para o crescimento bacteriano anómalo (nível de B12 baixo com ácido fólico normal). O diagnóstico de confirmação é realizado com a cultura da aspiração jejunal ou duodenal que raramente é realizada na prática clínica. Normalmente, usa-se um teste de ar expirado, como o teste de hidrogénio expirado (lactulose ou glicose-H2), o teste respiratório de xilose-C14 (ou C13) ou realizamos um tratamento com rifaximina como medida diagnóstico-terapêutica.
Um homem de 52 anos descreve um quadro, com cerca de 3 meses de evolução, de astenia, ligeira perda ponderal, artralgias nos pulsos e joelhos e diminuição da líbido. Não refere hábitos tóxicos ou ingestão de medicamentos. No exame físico constata-se a presença de um tom bronzeado da pele (o doente nega exposição solar) e presença de discreta hepatomegalia. Na análise realizada destaca-se glicemia basal 180 mg/dl; AST 78 U/l; ALT 89 U/l; ferritina 650 ng/ml; transferrina: 260 mg/dl; saturação de transferrina: 66,6%; ferro sérico: 220 ug/dl. Que outro teste complementar, entre os seguintes, solicitaria inicialmente para estabelecer o diagnóstico?
A) Teste de sobrecarga oral à glicose.
B) Estudo genético da mutação C282Y.
C) Carga viral do vírus da hepatite C.
D) Níveis de testosterona no sangue.
E) Ressonância magnética das articulações do pulso.
B) Estudo genético da mutação C282Y.
Encontra-se a observar uma jovem de 14 anos, filha única de pais saudáveis e não consanguíneos. Sem antecedentes patológicos ou familiares de relevo. Numa consulta de rotina executada previamente ao início de uma atividade desportiva, identificou-se, ao exame físico, hepatomegalia discreta. O estudo analítico evidenciou AST 80 U/L, ALT 105 U/L, proteinograma eletroforético com todas as frações de proteínas na faixa normal e negatividade na serologia para pesquisa de vírus hepatotrópicos. Qual das seguintes alternativas é o diagnóstico mais provável desta doente?
A) Síndrome de Budd-Chiari.
B) Fibrose cística
C) Hepatite autoimune
D) Glicogenose tipo VI
E) Doença de Wilson
E) Doença de Wilson
Um doente, do sexo masculino, de 45 anos de idade recorre a uma consulta com o seu médico assistente por queixas de dor abdominal epigástrica, recorrente, que surge cerca de 2 horas após as refeições e acordam o doente durante o sono. O doente refere também diarreia e perda ponderal de 6 Kg nos últimos 6 meses. O doente nega febre, sudorese noturna, náuseas, vómitos, hematemeses, melenas ou hematoquezias. Nega antecedentes pessoais médico-cirurgicos de revelo. Nega toma de medicação habitual, nomeadamente anti-inflamatórios não esteroides. Da história familiar destaca-se o diagnóstico de um tumor hipofisário e do pâncreas no pai e o diagnóstico de um tumor hipofisário na sua irmã. Os sinais vitais são temperatura de 36.9°C, pressão arterial de 120/81 mmHg, frequência cardíaca de 70/min e frequência respiratória de 14/min e SpO2 em ar ambiente de 97%. A auscultação cardiopulmonar encontra-se dentro dos parâmetros da normalidade. Ao exame físico do abdómen apresenta dor à palpação profunda do epigastro. Sem outras alterações ao exame físico. Ao toque retal não se palpam lesões endoluminais na ampola retal, o esfíncter é normotonico e o dedo luva não demonstra vestígios de sangue. Do estudo analítico realizado destaca-se: Hemoglobina 15.5 g/dL Hemoglobina Corpuscular Média 32 pg Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média 33% Volume Globular Médio 90 fL Leucócitos 7 500/mm3 Plaquetas 290 875/mm3 Azoto ureico sérico 18 mg/dL Creatinina 1.0 mg/dL Sódio 137 mEq/L Potássio 4.5 mEq/L Cloreto 100 mEq/L O doente realizou uma endoscopia alta que mostrou a presença de múltiplas úlceras duodenais, algumas localizadas no duodeno distal. Não se observam lesões gástricas. Qual o diagnóstico mais provável?
A) Intolerância à lactose.
B) Doença ulcerosa péptica por toma excessiva de AINEs.
C) Carcinoma gástrico.
D) Gastrinoma.
E) Doença de Menetrier.
Perante a clínica demonstrada pelo doente, esta seria a hipótese diagnóstica mais provável (opção D).
Gastrinoma: t. nrend. scrt. gastrina.S. Zollinger-Ellinson: mn. clnicas.
Devemos suspeitar de um gastrinoma num doente com úlceras de localização invulgar (duodeno distal e jejuno), múltiplas, recorrentes, complicadas ou associadas a diarreia crónica ou esofagite. Ha um aumento da gastrina sérica em jejum.
Uma paciente de 45 anos de idade recorre à sua consulta por queixas de astenia e elevação das transaminases detetadas em avaliação da medicina ocupacional. É diabética e foi recentemente diagnosticada com hipotiroidismo, estando atualmente medicada com metformina 850 mg ao pequeno almoço e levotiroxina 100 mcg em jejum. O seu índice de massa corporal é de 32 kg/m2. Há alguns anos cumpria os critérios para cirurgia de obesidade mórbida, mas conseguiu uma redução significativa de peso após a alteração da dieta e início do tratamento com metformina. Analiticamente destaca-se elevação das transaminases, fosfatase alcalina e gama globulinas. A ecografia abdominal que realizou a seu pedido não parece sugestiva de esteatose hepática. Opta por pedir umas análises mais específicas com o objetivo de reforçar a sua suspeita diagnóstica, na qual se objetivam anticorpos antinucleares e anti-músculo liso positivos. Perante a patologia de que suspeita, qual dos seguintes é o tratamento mais adequado para este paciente?
A) Vigilância clínica e seguimento analítico.
B) Ácido ursodesoxicólico.
C) Ácido quenodesoxicólico.
D) Corticoterapia oral.
E) Transplante hepático.
D) Corticoterapia oral.
Hepatite autoimune.
Um homem de 47 anos vem ao médico assistente com queixas de disfagia. Apresenta estas queixas de forma progressiva desde há um ano. Os sinais vitais estão normais e o exame físico não revela alterações. São pedidas uma endoscopia digestiva alta e uma radiografia baritada. A endoscopia não apresenta alterações de relevo. O raio x revela um esófago em bico de lápis. Tendo em conta o diagnóstico mais provável, qual das seguintes seria a complicação mais associada?
A) Adenocarcinoma.
B) Esofagite erosiva.
C) Esofagite por conteúdo alimentar.
D) Estenose esofágica.
E) Pneumonia por aspiração.
E) Pneumonia por aspiração.
Um homem de 37 anos, vem ao consultório médico para uma consulta de rotina. Tem diagnóstico de colite ulcerosa desde há 12 anos. Na última consulta foi pedida endoscopia de rotina, trazendo hoje o resultado. Afirma sentir-se bem, estando assintomático da sua doença. Na endoscopia foram realizadas biópsias em série, que revelaram a presença de displasia de alto grau nas amostras retiradas da área sigmoide. Tendo em conta estes achados endoscópicos, qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado neste doente?
A) Ressecção do sigmóide.
B) Panproctocolectomia total.
C) Novas biópsias em 3 meses e ressecção da lesão, caso se confirme.
D) Ecoendoscopia para avaliar a invasão da parede intestinal.
E) Quimioterapia com 5-fluorouracil e reavaliação em 6 meses.
B) Panproctocolectomia total.
Uma mulher de 32 anos, que trabalha como jornalista numa estação de rádio nacional, realizou uma ecografia abdominal para avaliação de um quisto ovárico. Neste exame foi detetada uma lesão hipoecóica com áreas de hiperecogenicidade bem delimitadas de 2,5 cm de diâmetro no lóbulo hepático esquerdo. Tomou anticoncecionais orais durante os 3 anos anteriores; atualmente não toma medicação habitual. Não tem patologias conhecidas, não é fumadora nem consome álcool. No exame físico, apresenta-se normotensa e apirética, a auscultação cardiopulmonar é normal. O abdómen é mole e depressível, não doloroso a palpação profunda, não são palpáveis massas ou organomegalias; não tem defesa ou sinais de irritação peritoneal. A análise sanguínea (incluindo bioquímica básica, hemograma, estudo básico da coagulação e cinética do ferro) não relevou alterações. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?.
A) Hemangioma.
B) Angiosarcoma hepático.
C) Adenoma hepático.
D) Hepatocarcinoma.
E) Hiperplasia nodular focal.
C) Adenoma hepático.
Um doente de 67 anos é enviado à consulta de Cirurgia Geral por alterações numa ecografia abdominal realizada no médico assistente no contexto de queixas dispepticas. Tem como antecedentes pessoais hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes. Encontra-se devidamente medicado. A ecografia realizada em ambulatório refere:Fígado de dimensões normais. Vias biliares de normal dilatação, sem evidência de litíase. A vesícula apresenta um pólipo com 1,5 cm. Baço normal. Qual o próximo passo?
A) Alta clínica.
B) Colecistectomia.
C) Doseamento dos parâmetros de colestase.
D) TAC abdominal.
E) Vigilância anual com eco.
B) Colecistectomia.
Um pólipo da vesícula com mais de 1 cm tem indicação para colecistectomia. O fundamento prende-se com o risco de malignização que pólipos desta dimensão têm.
Uma mulher de 36 anos de idade recorre a uma consulta médica de avaliação após ter sido observada em consulta de Medicina do Trabalho. Refere que nesta consulta foi-lhe pedido estudo analítico que revelou um nível de fosfatase alcalina elevado (500 U/L). Foi pedido um perfil bioquímico do fígado, que revelou AST de 18 U/L e ALT de 20 U/L, bilirrubina total de 0,8 mg/dL. O estudo imunológico revelou anticorpos antimitocondriais do tipo 2M positivos. Tem antecedentes de osteoartrite das mãos. A medicação habitual inclui paracetamol em sos. Não tem hábitos tabágicos nem alcoólicos. Os sinais vitais estão dentro dos parâmetros de normalidade. O exame da pele não revela exantema ou eritema. Os exames cardíaco e pulmonar estão dentro de parâmetros de normalidade. O abdómen está mole e depressível à palpação, com limite inferior hepático palpável 0,5 cm abaixo do rebordo costal. Realizou ecografia abdominal que não mostrou alterações. Realizou biópsia hepática que mostra infiltração inflamatória em redor dos ductos biliares. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado nesta doente?
A) Ácido ursodesoxicólico.
B) Corticoesteróides.
C) Metotrexato.
D) Penicilamina.
E) Nenhum fármaco na situação atual.
A) Ácido ursodesoxicólico.
CBP.
Um homem de 57 anos volta novamente ao consultório médico para falar sobre os resultados de provas hepáticas feitas em jejum e obtidas 10 dias antes. As análises foram feitas previamente ao início da toma de atorvastatina. O doente refere que se tem sentido bem, não tem tido febre nem dor abdominal ou músculo-esquelética. Não toma nenhuma outra medicação. Os sinais vitais encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. Ele tem 178 cm de altura e pesa 95 kg; IMC 30 kg/m². O exame físico revela perda auditiva neurossensorial bilateral. A tíbia direita está arqueada. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro: Fosfatase alcalina 365 U/L; Cálcio total 9,4 mg/dL. Os restantes resultados encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. Em qual dos seguintes estudos adicionais é mais provável a existência de alterações neste doente?
A) Antigénio específico da próstata.
B) Ecografia abdominal.
C) Eletroforese das proteínas séricas.
D) Estudo da condução nervosa no membro inferior esquerdo.
E) Raio-X do crânio.
E) Raio-X do crânio.
Doença de Paget.
Um homem de 59 anos, internado após resseção anterior do reto laparoscópica por adenocarcinoma aos 7 cm da margem anal (estádio cT3N+M0), inicia quadro de dor abdominal difusa e diarreia no 5.° dia pós-operatório. A intervenção cirúrgica decorreu sem intercorrências, após curso de radioquimioterapia neoadjuvante. No 2.° dia pós-operatório o dreno abdominal colocado no decurso da intervenção cirúrgica foi removido e ao 3.° dia iniciou dieta líquida, que tolerou. A história médica revela artrite reumatoide medicada com prednisolona. Os sinais vitais são temperatura 38°C, frequência respiratória 18/min, frequência cardíaca 110/min e pressão arterial 110/60 mm Hg; SpO2 97 % (ar ambiente). Ao exame físico apresenta discreta distensão abdominal e dor ligeira à palpação dos quadrantes inferiores. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro: Proteína C reativa 150 mg/L. Sangue: Hemoglobina 12 g/dL; Leucócitos 14 000/mm³; Plaquetas 380 x 10^9/L. O raio-X do abdómen mostra níveis hidroaéreos escassos. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Colite isquémica.
B) Colite pseudomembranosa.
C) Enterite rádica.
D) Fístula da anastomose coloretal.
E) Gastroenterite aguda.
D) Fístula da anastomose coloretal.
Um doente do sexo masculino, 66 anos, é trazido ao Serviço de Urgência por hematemeses de grande volume com início há 1 hora de forma súbita. O senhor foi diagnosticado com cirrose por vírus da hepatite C há 7 anos mas perdeu o seguimento no seu médico. Na altura do diagnóstico realizou terapêutica antivírica e neste momento tem carga viral indetetável. Como medicação habitual faz furosemida 2id e lactulose mas admite não cumprir rigorosamente a terapêutica.Ao exame objetivo, os sinais vitais são temperatura 37,1ºC, frequência cardíaca 114 batimentos/min e pressão arterial 98/54mmHg, SpO2 97%. Doente colaborante e orientado. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Abdómen com circulação colateral, globoso, mole e depressível, indolor à palpação, sem massas ou organomegalias palpáveis, onda ascítica positiva. Membros inferiores com edema godet+ até ao joelho. Os resultados dos estudos analíticos revelaram: Sangue: Hb 9,6 g/dL; Leucócitos 7,6 x 109/L; Plaquetas 116 x 109/L. Soro: Cr 1,6 mg/dL; Bilirrubina total 2,4 mg/dL; Albumina 2,7 g/dL; Coagulação sem alterações. A endoscopia digestiva alta de urgência mostra varizes esofágicas de grande volume, algumas com hemorragia ativa, que são sujeitas a tratamento endoscópico. O doente não volta a ter hematemeses após o exame. Qual a orientação mais adequada para este doente neste momento?
A) Deverá repetir endoscopia digestiva alta com escleroterapia das restantes varizes.
B) Iniciar tratamento com nebivolol e dar alta ao doente.
C) Iniciar beta-bloqueante para profilaxia primária de hemorragia.
D) Intensificar terapêutica diurética.
E) Iniciar terapêutica antibiótica com ceftriaxone.
E) Iniciar terapêutica antibiótica com ceftriaxone.
Observa uma paciente de 32 anos com diagnóstico de colite ulcerosa, tipo pancolite, em tratamento de manutenção e sem agudizações nos últimos 4 meses. Refere, desde há 15 dias, dor no hipocôndrio direito e sensação de astenia, associada a febrícula ocasional. O exame físico não mostra nenhuma alteração significativa. Analiticamente, apresenta: bilirrubina total 2,3 mg/dl (1,2 mg/dl de bilirrubina direta); AST 90 UI/l; ALT 106 UI/l; fosfatase alcalina 1100 UI/l; G-GT 350 UI/l; tempo de protrombina normal; proteínas totais 8 g/dl e albumina 3.9 g/dl. Os anticorpos antimitocondriais são negativos. Tendo em conta estes dados, qual é o diagnóstico mais provável?
A) Coledocolitíase.
B) Hepatite autoimune.
C) Presença de mestástases hepáticas.
D) Colangite esclerosante primária.
E) Cirrose biliar primária.
D) Colangite esclerosante primária.
Considere um paciente obeso, com 35 anos de idade, operário da construção civil, com um consumo de álcool de 30 g por dia, sem outas doenças conhecidas e sem medicação habitual. Num estudo analítico de rotina realizado em consulta de Medicina do Trabalho detetou-se elevação da concentração sérica de transaminases e da gamaglutamiltranspeptidase (ambas inferiores a 2 vezes o limite superior do normal). O paciente está assintomático e o exame físico mostra apenas hepatomegalia 3 cm abaixo da grade costal. A ecografia abdominal demonstra um aumento difuso da ecogenicidade do fígado, sem outras alterações. O diagnóstico mais provável é:
A) Esteatose hepática de provável etiologia mista (alcoólica e não alcoólica).
B) Hemocromatose.
C) Cirrose hepática.
D) Esteatose de provável etiologia mista (alcoólica, não alcoólica e vírica).
E) Hepatite alcoólica aguda.
A) Esteatose hepática de provável etiologia mista (alcoólica e não alcoólica).
Uma mulher de 22 anos de idade vem ao consultório médico por queixas de diarreia com alguns meses de evolução. Refere que inicialmente só tinha diarreia, mas “desde há algum tempo, as minhas articulações das mãos e dos pés incham e doem-me muito; também tenho perdido muito peso nas últimas semanas”. Tem antecedendetes de adenoidectomia e miringotomia na infância, por otites de repetição. Não tem antecedentes familiares de relevo. O seu calendário de vacinação está atualizado (incluindo as vacinas contra o papilomavírus humano). Não tem hábitos tóxicos, à exceção de consumo ocasional de álcool após os jogos (é jogadora de hóquei numa equipa da primeira divisão). Também trabalha como tradutora de livros infantis numa editora. O teste da D-xilose revelou-se alterado. Não foi demonstrado sobrecrescimento bacteriano no teste respiratório de hidrogénio. Na biópsia intestinal visualizam-se macrófagos na mucosa com grânulos PAS positivos. Relativamente à doença que esta paciente apresenta, qual dos seguintes é o tratamento de primeira linha?
A) Cloranfenicol.
B) Norfloxacina.
C) Penicilina + estreptomicina.
D) Ampicilina.
E) Cotrimoxazol.
E) Cotrimoxazol.
Doença de Whipple.
Uma mulher de 52 anos recorre à consulta porque há vários meses que tem dificuldade em engolir líquidos e sólidos, bem como regurgitação de comida não digerida. No processo de investigação diagnóstica, é realizada uma manometria esofágica com os seguintes resultados: ausência de peristaltismo no corpo esofágico, hipertonia e relaxamento incompleto do esfíncter inferior do esófago após a deglutição. Qual é o diagnóstico?
A) Espasmo esofágico difuso.
B) Acalasia.
C) Peristalse esofágica sintomática.
D) Esofagite de refluxo.
E) Esclerodermia.
B) Acalasia.
Um homem de 43 anos vem ao consultório médico por dor torácica, retrostemal, com irradiação ao pescoço e dorso, recorrente ao longo do último ano e meio. A dor é acompanhada por disfagia para sólidos e líquidos e regurgitação pós-prandial. Menciona ainda perda ponderal (total de 10 kg) e dois episódios de infeção respiratória, tratadas com antibióticos, em ambulatório, no mesmo período de tempo. Não tem anorexia. Por este motivo, realizou previamente exame radiológico com ingestão de papa baritada, tendo sido diagnosticado com dilatação esofágica pelo médico radiologista. Os sinais vitais são frequência cardíaca 72/min e pressão arterial 120/77 mm Hg. Ele tem 175 cm de altura e pesa 71 kg; IMC 23,2 kg/m². O exame físico encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Qual das seguintes alternativas é a causa subjacente mais provável para a condição do doente?
A) Alastramento de gastrite crónica ao esfíncter esofágico inferior.
B) Aumento do peristaltismo esofágico.
C) Ausência de efeito inibitório no esfíncter esofágico inferior.
D) Esofagite péptica.
E) Espasmo difuso da parede esofágica.
C) Ausência de efeito inibitório no esfíncter esofágico inferior.
Um paciente de 38 anos refere disfagia de localização retroesternal e com intensidade variável desde há cerca de 4 anos. Adicionalmente, apresenta episódios de dor retroesternal em aperto que diminuíram em intensidade e frequência nos últimos anos, apesar da sensação de disfagia ter aumentado gradualmente. Desde há cerca de um ano apresenta também regurgitação não ácida. Há dois meses desenvolveu uma pneumonia de aspiração. Perdeu cerca de 4 kg desde o início do quadro. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Estenose esofágica péptica.
B) Hérnia de hiato com refluxo gastroesofágico.
C) Membrana esofágica associada à deficiência de ferro (síndrome de Plummer-Vinson).
D) Neoplasia do esófago.
E) Acalásia.
E) Acalásia.
Uma jovem de 17 anos de idade, estudante de Humanidades na escola secundária da sua cidade natal, recorre ao serviço de urgência por desconforto no hemitórax direito com 10 dias de evolução, associado a tosse não produtiva, sudorese noturna, astenia e anorexia. Não apresenta antecedentes médicos de interesse ou alergias conhecidas a fármacos. A auscultação cardíaca revela S1 e S2 rítmicos, sem sopros. A auscultação pulmonar revela uma diminuição do murmúrio vesicular na base pulmonar direita. O abdómen e as extremidades inferiores não apresentam alterações. Pede-se uma radiografia de tórax que mostra um derrame pleural à direita. Realiza-se uma punção diagnóstica da qual se obtém um líquido claro com as seguintes caraterísticas: proteínas 3 mg/dL, células mesoteliais escassas (<5%), pH 7,23, glucose 65 mg/dL, lisozima elevada, ADA de 50 U/L e LDH 550 U/L. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Artrite reumatóide.
B) Lúpus eritematoso sistémico.
C) Tuberculose pleural.
D) Linfoma.
E) Pneumomonia com derrame parapneumónico.
C) Tuberculose pleural.
A presença de tosse não produtiva, sudorese noturna, astenia e anorexia, de início progressivo (10 dias), faz-nos pensar num processo infecioso (tuberculose mais do que pneumonia), ou em linfoma. A adenosina deaminase (ADA), uma enzima derivada do metabolismo das purinas que aumenta quando há uma grande atividade linfocitária, costuma estar elevada (acima de 40 U/L), especialmente no caso da tuberculose, embora também possa estar elevada na artrite reumatóide, tal como a LDH. No caso da artrite reumatóide, a queda da glicose do líquido pleural é mais pronunciada. A presença de poucas células mesoteliais é muito específica da tuberculose (a presença de mais do que 5% de células mesoteliais no líquido, exclui virtualmente o diagnóstico de tuberculose). A resposta mais apropriada é, portanto, a C.
Um homem de 60 anos de idade, vem ao consultório médico por ter sido detetado um nódulo pulmonar de 3 cm de diâmetro numa radiografia simples simples de tórax realizada em contexto pré-operatório de uma hérnia inguinal. O doente nega astenia, anorexia, perda de peso ou outros sintomas do foro respiratório. Os antecedentes médicos incluem hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus e bronquite crónica. A medicação habitual inclui lisinopril, sitagliptina, atorvastatina, pantoprazol e indacaterol+glicopirrónio inalado. Não alterou os seus hábitos alimentares. É fumador. Os sinais vitais são temperatura de 36,5ºC, frequência cardíaca de 70/min, frequência respiratória de 16/min e pressão arterial de 160/80 mmHg. Tem SpO2 (aa) de 94%. Ao exame físico está orientado e bem disposto. Apresenta mucosas coradas e hidratadas. Não apresenta edemas periféricos. A auscultação pulmonar revela sons respiratórios diminuídos e roncos dispersos bilateralmente. A auscultação cardíaca revela S1 e S2 presentes, rítmicos e sem sopros ou galopes. Realizou TC-torácica que não forneceu mais dados. Não tem radiografia de tórax prévia. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado para estabelecer o diagnóstico?
A) Realizar tomografia por emissão de pósitrons como um teste de alta sensibilidade para neoplasias.
B) Nova radiografia simples de tórax em três ou quatro meses.
C) Broncoscopia ou punção percutânea, dependendo da localização do nódulo.
D) Realizar um TC de controlo em seis meses.
E) Realizar uma RM torácica.
C) Broncoscopia ou punção percutânea, dependendo da localização do nódulo.
Um homem de 60 anos de idade, vem ao consultório médico por ter sido detetado um nódulo pulmonar de 3 cm de diâmetro numa radiografia simples simples de tórax realizada em contexto pré-operatório de uma hérnia inguinal. O doente nega astenia, anorexia, perda de peso ou outros sintomas do foro respiratório. Os antecedentes médicos incluem hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus e bronquite crónica. A medicação habitual inclui lisinopril, sitagliptina, atorvastatina, pantoprazol e indacaterol+glicopirrónio inalado. Não alterou os seus hábitos alimentares. É fumador. Os sinais vitais são temperatura de 36,5ºC, frequência cardíaca de 70/min, frequência respiratória de 16/min e pressão arterial de 160/80 mmHg. Tem SpO2 (aa) de 94%. Ao exame físico está orientado e bem disposto. Apresenta mucosas coradas e hidratadas. Não apresenta edemas periféricos. A auscultação pulmonar revela sons respiratórios diminuídos e roncos dispersos bilateralmente. A auscultação cardíaca revela S1 e S2 presentes, rítmicos e sem sopros ou galopes. Realizou TC-torácica que não forneceu mais dados. Não tem radiografia de tórax prévia. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado para estabelecer o diagnóstico?
A) Realizar tomografia por emissão de pósitrons como um teste de alta sensibilidade para neoplasias.
B) Nova radiografia simples de tórax em três ou quatro meses.
C) Broncoscopia ou punção percutânea, dependendo da localização do nódulo.
D) Realizar um TC de controlo em seis meses.
E) Realizar uma RM torácica.
C) Broncoscopia ou punção percutânea, dependendo da localização do nódulo.
Um jovem sofre um traumatismo torácico devido a uma colisão em acidente de viação. É internado no hospital com um Glasgow de 13, dores na grelha costal e hipocôndrio esquerdo. Palpa-se uma região com crepitação no hemitórax esquerdo. A radiografia simples do tórax mostra fraturas da 6ª à 10ª costelas unifocais esquerdas, além de pneumotórax superior a 30% e derrame pleural. O paciente permanece estável hemodinamicamente, com PA sistólica de aproximadamente 110 mmHg. A gasometria arterial com oxigénio revela pO2 75 mmHg, pCO2 25 mmHg e pH 7,45. Colocado dreno torácico, com saíde de ar e 500cc de conteudo hemorrágico. Qual das seguintes respostas considera a mais correta?
A) Toracotomia urgente seria indicada, sem mais exames.
B) Muito provavelmente, não requer toracotomia em nenhum caso.
C) Antes de realizar uma toracotomia urgente, é essencial realizar um TC de tórax com contraste EV.
D) É necessário realizar a arteriografia antes de tomar decisões, pois é possível a hemorragia seja de origem arterial, cuja única solução é cirúrgica, mesmo em caso de estabilidade hemodinâmica.
E) Antes de tomar qualquer medida, a entubação orotraqueal deve ser realizada para estabilizar a via aérea.
B) Muito provavelmente, não requer toracotomia em nenhum caso.
Uma mulher de 26 anos, primigesta, vem ao consultório médico, às 30 semanas de gestação, por tosse noturna e pieira desde há aproximadamente cinco semanas. A doente refere agravamento dos sintomas de manhã. A tosse é ocasionalmente produtiva com muco transparente e por vezes associa-se a rouquidão e irritação na orofaringe. Ela não tem tido febre. A gravidez tem decorrido sem complicações até ao momento, referindo apenas dispepsia ocasional que tipicamente alivia com antiácidos de venda livre. Está medicada com polivitamínico pré-natal. Deixou de fumar quando engravidou. Refere história familiar de atopia na mãe e no irmão, com sintomatologia típica de febre dos fenos, e que, enquanto criança, ela própria teve alguns episódios de pieira. Desde há dois anos que tem dois cães em casa. Ela trabalha como rececionista num consultório pediátrico. Os sinais vitais são temperatura 37°C, frequência respiratória 14/min, frequência cardíaca 86/min e pressão arterial 108/62 mm Hg. A auscultação pulmonar revela sibilos expiratórios e roncos de timbre rude. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado nesta doente?
A) Elevar a cabeceira da cama.
B) Pedir testes de função pulmonar.
C) Referenciar para gastroenterologia.
D) Referenciar para imunoalergologia.
E) Repetir auscultação pulmonar de manhã, altura em que os sintomas são mais acentuados.
A) Elevar a cabeceira da cama.
Um homem de 61 anos vem à sua consulta com queixas de cefaleias matinais, tipo aperto, holocranianas, desde há 1 mês; nega fatores de agravamento. A esposa vem com ele à consulta e queixa-se que o marido ressona muito e que adormece todos os dias no sofá. O senhor é obeso desde a adolescência mas não tem outros antecedentes pessoais de relevo. Não toma medicação. Tem uma carga tabágica de 26UMA e ingere 1 garrafa de vinho por dia, maioritariamente ao fim do dia.Ao exame objetivo, frequência cardíaca 72 batimentos/min, pressão arterial 151/87 mmHg, SpO2 98%, IMC 36,2 kg/m2. Exame neurológico sumário sem alterações. Pescoço curto, retrognatismo, palato mole baixo. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Abdómen sem alterações.Decide pedir-lhe uma polissonografia do sono em laboratório que mostrou um IAH de 23.Qual a orientação mais adequada para este doente?
A) Iniciar CPAP noturno de imediato.
B) Perda ponderal, cessar consumo alcoólico e medicar com IECA + diurético tiazídico.
C) Iniciar CPAP noturno e fazer moldes para dispositivo de avanço mandibular.
D) Perda ponderal, cessação de consumo alcoólico e repetição de polissonografia em 4 meses.
E) Orientação para consulta de ORL para programação de cirurgia de forma a corrigir alterações anatómicas.
A) Iniciar CPAP noturno de imediato.
Um jovem de 19 anos vem ao médico de família com queixas de congestão nasal e rinorreia posterior. Refere sentir ainda uma pressão frontal diária. Conta que estas queixas começaram há cerca de um mês quando iniciou a faculdade, tendo mudado de residência. Nega queixas semelhantes anteriores. Tem antecedentes de asma, sem crises desde os 10 anos. Menciona ainda que começou a tomar Diclofenac há 3 meses por uma lesão osteoarticular. Relata que a mãe tem Doença de Cushing. Nega antecedentes paternos. Os sinais vitais são temperatura 36ºC, frequência cardíaca 78/min, tensão arterial 123/92 mmHg. Ao exame objetivo apresenta dor à palpação dos seios perinasais. A auscultação pulmonar revela sibilos pouco evidentes nas bases pulmonares. Sem outros achados. Qual a causa dos sintomas?
A) Alérgica.
B) Infecciosa.
C) Iatrogénica.
D) Idiopática.
E) Congénita.
A) Alérgica.
Uma mulher de 53 anos de idade, que trabalha num restaurante de fast food como gestora de cozinha, recorre às urgências por dispneia, febre e expetoração hemoptoica com, aproximadamente, 15 dias de evolução. Nega hábitos tóxicos e antecedentes médico-cirúrgicos pessoais de relevo, à exceção de asma brônquica crónica, medicada com corticoides inalados de forma fixa (a cada 12 horas) e salbutamol em SOS. No estudo analítico realizado observam-se níveis elevados de imunoglobulina E (IgE) e eosinofilia relativa e absoluta no sangue. Todos os outros parâmetros não se encontram significativamente alterados. Realiza-se uma radiografia ao tórax na qual se observam infiltrados no lóbulo inferior esquerdo e no lóbulo inferior direito, assim como bronquiectasias proximais em dedo de luva. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?.
A) Pneumonite de hipersensibilidade.
B) Aspergilose broncopulmonar alérgica.
C) Granulomatose de Wegener.
D) Granulomatose de Churg-Strauss.
E) Pneumonia eosinofílica.
B) Aspergilose broncopulmonar alérgica.
Um homem de 47 anos consultou o seu médico de família por queixas de dispneia com meses de evolução. Foi pedida uma radiografia de tórax que revelou a presença de padrão intersticial. Para esclarecimento diagnóstico, o paciente foi prospoto para realização de broncofibroscopia com biópsia transbrônquica, tendo-se identificado na amostra a presença de granulomas não caseosos, mal definidos e infiltrado linfocitário. O lavado broncoalveolar demonstrou predominância de linfócitos T supressores citotóxicos. Tendo em conta a patologia mais provável, qual a melhor abordagem terapêutica?
A) Antibioterapia.
B) Anti-fungicos.
C) Anti-tuberculostáticos.
D) Imunossupressores.
E) Corticoides.
E) Corticoides.
Pneumonia de hipersensibilidade.
Uma jovem de 17 anos de idade, estudante de Humanidades na escola secundária da sua cidade natal, recorre ao serviço de urgência por desconforto no hemitórax direito com 10 dias de evolução, associado a tosse não produtiva, sudorese noturna, astenia e anorexia. Não apresenta antecedentes médicos de interesse ou alergias conhecidas a fármacos. A auscultação cardíaca revela S1 e S2 rítmicos, sem sopros. A auscultação pulmonar revela uma diminuição do murmúrio vesicular na base pulmonar direita. O abdómen e as extremidades inferiores não apresentam alterações. Pede-se uma radiografia de tórax que mostra um derrame pleural à direita. Realiza-se uma punção diagnóstica da qual se obtém um líquido claro com as seguintes caraterísticas: proteínas 3 mg/dL, células mesoteliais escassas (<5%), pH 7,23, glucose 65 mg/dL, lisozima elevada, ADA de 50 U/L e LDH 550 U/L. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Artrite reumatóide.
B) Lúpus eritematoso sistémico.
C) Tuberculose pleural.
D) Linfoma.
E) Pneumomonia com derrame parapneumónico.
C) Tuberculose pleural.
A presença de poucas células mesoteliais é muito específica da tuberculose (a presença de mais do que 5% de células mesoteliais no líquido, exclui virtualmente o diagnóstico de tuberculose).
Uma mulher de 33 anos vem ao serviço de urgência por apresentar dor e edema no membro inferior direito. Ela regressou ontem de uma viagem transatlântica de 11 horas de duração. Fumadora (15 UMA). Não tem antecedentes médicos e não faz medicação habitual. Os sinais vitais são temperatura 36,1°C, frequência respiratória 18/min, frequência cardíaca 60/min e pressão arterial 115/60 mm Hg. Ela tem 158 cm de altura e pesa 55 kg; IMC 22 kg/m². Ao exame físico apresenta bom estado geral; pele e mucosas coradas e hidratadas. Os exames do tórax e abdómen encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. O exame dos membros revela membro inferior direito com edema depressível na perna e dor à palpação. Sem alteração da pele e faneras. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Sangue Hemoglobina 11,7 g/dL VGM 90 fL Leucócitos 7 300/mm³ – Contagem diferencial normal Plaquetas 185 × 10?/L Tempo de protrombina 11 segundos Tempo de tromboplastina parcial ativada 26 segundos D-dímeros 610 ng/mL [N < 500 ng/mL]. O restante estudo analítico, incluindo despiste de trombofilias, não apresenta alterações. O exame doppler venoso dos membros inferiores revela trombo na crossa da safena do membro inferior direito. Após recomendação da médica assistente, a mulher aceita incorporar um programa de cessação tabágica. Qual das seguintes é a duração da terapêutica anticoagulante mais adequada para esta mulher?
A) 10 semanas.
B) 5 meses.
C) 8 meses.
D) 10 meses.
E) 18 meses.
A) 10 semanas.
A pergunta demoníaca das 10 semanas… na realidade são 3 meses.
Um paciente de 50 anos de idade é encaminhado para a consulta externa de Pneumologia por dispneia progressiva com 10 meses de evolução. Trabalha como técnico de prevenção de riscos profissionais numa empresa de segurança privada há 20 anos. Nega contacto com tóxicos ambientais no seu trabalho. Vive em casa com a esposa, que é saudável. Fuma 1 maço de cigarros por dia há 20 anos e bebe álcool moderadamente (2 cervejas por dia, segundo o próprio). Dos seus antecedentes pessoais, destaca-se apenas uma úlcera péptica positiva para H. pylori, que foi submetida a tratamento de erradicação e cujo sucesso foi comprovado em controlos ambulatórios subsequentes. Ao exame físico não apresenta edemas nos membros inferiores e a auscultação cardiopulmonar é normal. No estudo da função ventilatória apresenta os seguintes resultados: diminuição da capacidade pulmonar total, aumento do volume residual, diminuição da capacidade vital e quociente FEV1/CVF de 0,8. Qual qual das seguintes patologias pulmonares é mais provavelmente a responsável por estes resultados?
A) Paralisia diafragmática.
B) Obesidade.
C) Pneumoconiose.
D) Espondilite anquilosante.
E) Enfisema.
D) Espondilite anquilosante.
Um jovem de 18 anos de idade vem ao serviço de urgência por tosse pouco produtiva, que associa febre (temperatura máxima registada no domicílio de 38,3ºC), dor de caraterísticas pleuríticas com, aproximadamente, 2 a 3 dias de evolução, e astenia intensa. Trata-se de um homem saudável, fumador ativo de meio maço de tabaco por dia e, esporadicamente, consumidor de marijuana. Bebe uma ou duas cervejas aos fins-de-semana, e nega consumo de drogas atualmente, embora admita ter experimentado cocaína inalada. Foi operado a um nevus congénito gigante na perna direita durante a infância, numa clínica privada. A sua infância decorreu sem grandes problemas de saúde e o seu plano nacional de vacinação está atualizado. Uma vez internado, solicitou-se um raio-X do tórax no qual se observou um derrame pleural direito de tamanho moderado. Desta feita, procedeu-se a uma toracocentese diagnóstica que revelou um líquido pleural com predomínio de neutrófilos (BAAR: negativo, coloração de Gram: negativa), pelo que se iniciou tratamento com amoxicilina-ácido clavulânico. Numa fase inicial, o doente apresentou melhoria clínica, mas aos 2 dias de início da antibioterapia iniciou, de novo, febre. Procedeu-se a uma segunda toracocentese diagnóstica por suspeita de complicação de derrame, obtendo-se, desta vez, líquido pleural com predomínio de linfócitos. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?.
A) Derrame parapneumónico.
B) Derrame lúpico.
C) Derrame tuberculoso.
D) Derrame reumatoide.
E) Empiema.
C) Derrame tuberculoso.
Um homem de 61 anos vem à sua consulta com queixas de cefaleias matinais, tipo aperto, holocranianas, desde há 1 mês; nega fatores de agravamento. A esposa vem com ele à consulta e queixa-se que o marido ressona muito e que adormece todos os dias no sofá. O senhor é obeso desde a adolescência mas não tem outros antecedentes pessoais de relevo. Não toma medicação. Tem uma carga tabágica de 26UMA e ingere 1 garrafa de vinho por dia, maioritariamente ao fim do dia.Ao exame objetivo, frequência cardíaca 72 batimentos/min, pressão arterial 151/87 mmHg, SpO2 98%, IMC 36,2 kg/m2. Exame neurológico sumário sem alterações. Pescoço curto, retrognatismo, palato mole baixo. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Abdómen sem alterações.Decide pedir-lhe uma polissonografia do sono em laboratório que mostrou um IAH de 23.Qual a orientação mais adequada para este doente?
A) Iniciar CPAP noturno de imediato.
B) Perda ponderal, cessar consumo alcoólico e medicar com IECA + diurético tiazídico.
C) Iniciar CPAP noturno e fazer moldes para dispositivo de avanço mandibular.
D) Perda ponderal, cessação de consumo alcoólico e repetição de polissonografia em 4 meses.
E) Orientação para consulta de ORL para programação de cirurgia de forma a corrigir alterações anatómicas.
A) Iniciar CPAP noturno de imediato.
Uma mulher de 30 anos apresenta, desde há dois meses, um quadro de tosse com escassa expectoração, dispneia sobretudo à noite e febrícula (37.4ºC-37,6ºC). O RX de tórax apresenta-se na imagem. A paciente tem pombos e piriquitos. Qual lhe parece que será o resultado do lavado bronco-alveolar?
A) Aumento dos linfócitos T supressores (CD8).
B) Aumento dos linfócitos T helper (CD4).
C) Clara predominância de eosinófilos.
D) Aumento de macrófagos.
E) Diminuição de neutrófilos.
A) Aumento dos linfócitos T supressores (CD8).
A radiografia mostra padrão retículo-nodular de predominância apical. Estes dados, juntamente com o facto de ser propritária de aves, devem fazer-nos pensar numa pneumonite de hipersensibilidade.
Um paciente de 50 anos realizou uma radiografia de tórax para esclarecimento de dispneia com meses de evolução; constatou-se a presença de padrão intersticial. Face à ausência de diagnóstico, realizou broncofibroscopia com biópsia transbrônquica na qual se destacou a presença de granulomas não caseosos. O lavado broncoalveolar demonstrou predominância de linfócitos (60%), sobretudo dos linfócitos T supressores citotóxicos (CD8). O diagnóstico mais provável é:
A) Pneumonia intersticial linfocitária.
B) Pneumonite por hipersensibilidade.
C) Sarcoidose.
D) Pneumonite aspergilar.
E) Tuberculose miliar.
B) Pneumonite por hipersensibilidade.
Jovem de 28 anos com quadro de tosse e febre (39ºC), com 2 dias de evolução. A radiografia do tórax mostra a existência de derrame pleural que ocupa metade do hemotórax esquerdo. Os resultados bioquímicos da toracocentese são os seguintes: pH 7,10, LDH 1200 u/L, proteína 4.2, ADA 70. Qual seria o comportamento mais adequado a seguir?
A) Iniciar o tratamento antibiótico empírico e aguardar os resultados da cultura do líquido pleural para colocar um tubo de drenagem torácica.
B) Colocar um dreno pleural, admnistrar fibrinolítico intrapleural e iniciar o tratamento antibiótico empírico.
C) Iniciar o tratamento antibiótico empírico e repetir a toracocentese após 24 horas para avaliar a ação a seguir, dependendo da evolução dos parâmetros bioquímicos do líquido pleural.
D) Colocar um tubo de drenagem torácica e iniciar o tratamento antibiótico empírico.
E) Fazer uma broncoscopia para colher amostras microbiológicas, colocar um tubo de drenagem torácica e iniciar o tratamento antibiótico empírico.
D) Colocar um tubo de drenagem torácica e iniciar o tratamento antibiótico empírico.
Um paciente de 70 anos de idade vem à sua consulta por tosse com expetoração hemoptoica nas últimas semanas. Teve duas pneumonias no pulmão esquerdo este Inverno, que cederam com longos períodos de antibioterapia. Fuma 30 cigarros por dia há mais de 40 anos. Dos seus antecedentes pessoais destaca-se ter trabalhado como construtor civil com escassas medidas de proteção, mas nega contacto com amianto. É diabético e teve um carcinoma epidermóide da pele que foi tratado com ciurgia de resseção e enxerto de pele há 15 anos, sem recorrência em todos os controlos. A sua medicação habitual inclui apenas metformina. Pede-se uma radiografia do tórax na qual se observa uma atelectasia completa do lóbulo inferior do pulmão esquerdo. O estudo analítico mostra uma elevação do cálcio sérico, diminuição do fósforo e anemia microcítica e hipocrómica, sem outras achados relevantes. Qual dos seguintes tipos de carcinoma pulmonar é mais provável que este doente tenha?
A) Adenocarcinoma.
B) Carcinoma bronquioloalveolar.
C) Carcinoma de pequenas células.
D) Carcinoma de grandes células.
E) Carcinoma epidermóide.
E) Carcinoma epidermóide.
Sexo masculino, 40 anos, vem ao Serviço de Urgência por dispneia para médios esforços, tosse seca e febre com cerca de 2 meses de evolução. Acrescenta ainda astenia, mal-estar e perda ponderal (~5Kg). Sem antecedentes médicos de relevo. Sem hábitos alcoólicos ou tabágicos. Apresenta um aspeto emagrecido. Sem sinais de dificuldade respiratória. Os sinais vitais incluem frequência cardíaca de 88bpm e tensão arterial de 131/84mmHg. SpO2 de 99% em ar. Abaixo mostra-se a radiografia do tórax realizada. Mais tarde, foi submetido a uma biópsia transbrônquica que evidenciou granulomas não necrotizantes. Qual das seguintes alternativas é o diagnóstico mais provável?
A) Sarcoidose.
B) Fibrose pulmonar idiopática.
C) Tuberculose.
D) Doença de Lyme.
E) Silicose.
A) Sarcoidose.
Paciente do sexo masculino com 55 anos de idade, recorre ao serviço de urgências por quadro de dispneia de agravamento progressivo, que aumenta com esforços. O paciente é ex-fumador, tendo cessado os hábitos há 25 anos. Foi submetido a excisão cirúrgica de um carcinoma basocelular na região frontal da face, que decorreu sem complicações. Nega outra história clínica ou cirúrgica de interesse. Não faz nenhuma medicação habitual e nega conhecimento de alergias medicamentosas. Realizada uma gasometria arterial à admissão que mostra uma pressão arterial de oxigénio (PaO2) de 65 mmHg e uma pressão arterial de CO2 (PaCO2) de 40 mmHg. É iniciada oxigenoterapia, realizando nova gasometria arterial após 30 minutos de terapêutica, que apresenta os seguintes valores: PaO2 de 80 mmHg e PaCO2 de 41 mmHg. Decide-se internamento para completar o estudo do quadro, ficando internado ao cuidado da Medicina Interna. Dos exames complementares realizados, observamos que a PaO2 diminui consideravelmente com o esforço (caindo de 80 mmHg para 55 mmHg), assim como a capacidade de difusão pulmonar de monóxido de carbono (DLCO). Por outro lado, é realizada radiografia de tórax, que mostra alterações compatíveis com nossa suspeita diagnóstica. Todos estes dados nos levam a pensar que o paciente apresenta, com maior probabilidade:
A) Doença neuromuscular.
B) Intoxicação sub-reptícia por CO.
C) Fibrose pulmonar desconhecida.
D) DPOC do tipo enfisema.
E) Pneumonia em evolução.
C) Fibrose pulmonar desconhecida.
Paciente de 65 anos de idade, sexo masculino, autónomo nas atividades da vida diária. Trata-se de doente fumador de um maço por dia desde os 24 anos (41 UMAs), hipertenso e com intolerância ao glúten conhecida. Medicado habitualmente com amlodipina, valsartan, metformina e atorvastatina. Desconhece alergias medicamentosas ou outras. Nega antecedentes cirúrgicos relevantes, mas refere dois internamentos prévios por pneumonia. Recorreu ao serviço de urgência com febre de 38,3ºC, tosse e expetoração purulenta, com poucas horas de evolução. À observação, objetivam-se crepitações pulmonares mais audíveis no campo pulmonar anterior direito, bem como alguns sibilos isolados. Realizou uma radiografia de tórax durante a permanência no SU, na qual foi encontrado um infiltrado alveolar com apagamento da sombra cardíaca direita, pelo que se conclui que está localizada no lobo médio do pulmão direito. O paciente encontra-se taquicardico e taquipneico, com discreta diminuição da saturação de oxigénio. É realizada uma gasometria arterial, na qual se encontra pressão arterial de oxigénio (PaO2) de 65 mmHg e pressão arterial de CO2 (PaCO2) de 48 mmHg. Opta-se por internamento com diagnóstico de pneumonia do lobo médio, iniciando terapêutica antibiótica empírica. É o terceiro internamento por quadro de pneumonia, sempre na mesma topografia. Que entidade deve suspeitar neste caso?.
A) Deficiência de imunoglobulina.
B) Doença neuromuscular com perda do esforço da tosse.
C) Lesão endobrônquica.
D) Aspirações de repetição.
E) Colonização endobrônquica por biofilmes.
C) Lesão endobrônquica.
Se um paciente tiver pneumonia recorrente no mesmo lobo, especialmente se não for no lobo inferior, devemos suspeitar de uma lesão endobrônquica que causa pneumonia obstrutiva recorrente, especialmente neoplasia broncogénica, estando indicada a realização de uma broncofibroscopia. Se a pneumonia ocorrer em locais diferentes, deve-se suspeitar de alteração da imunidade.
Uma paciente de 53 anos de idade vem ao consultório por clínica de dispneia para grandes esforços e tosse, com agravametno progressivo. Inicialmente era apenas uma tosse crónica com expetoração esbranquiçada, mas nos últimos meses desenvolveu dispneia para esforços como correr, subir escadas ou subir encostas. Adiciona que a tosse começou há cerca de 4-5 anos e que ocorre sobretudo de manhã, embora nos meses de Inverno seja praticamente constante. Fuma 20 cigarros por dia há 33 anos, tem obesidade de grau I e hipertensão arterial. A sua medicação habitual consiste em losartan, hidroclorotiazida e lorazepam em SOS para as crises de ansiedade. O exame físico é praticamente normal, auscultando-se apenas alguns roncos isolados em ambos os campos pulmonares, assim como uma diminuição do murmúrio vesicular, bilateralmente. A paciente relata que há 4 anos outro médico lhe sugeriu o uso de inaladores, os quais recusou pelo desconforto que a sua utilização envolveria. Na espirometria objetiva-se uma FEV1 de 63%, uma CVF de 72% e um Índice de Tiffenau de 68%. A gasometria mostra os seguintes resultados: pH 7.37, PO2 58 mmHg, PCO2 43 mmHg e HCO3 26 mEq/l. Qual dos seguintes tratamentos é o mais adequado para esta doente?
A) Cessação tabágica, ipratrópio em SOS e, se não for suficiente, adicionar salbutamol em SOS.
B) Cessação tabágica, salbutamol em SOS e, se não for suficiente, adicionar ipratrópio 3 vezes por dia.
C) Cessação tabágica, ipratrópio e salbutamol fixos três vezes ao dia, e oxigenoterapia domiciliária.
D) Cessação tabágica, salmeterol fixo duas vezes ao dia e salbutamol em SOS, oxigenoterapia domiciliária.
E) Cessação tabágica, ipratrópio ou tiotrópio fixo, salbutamol SOS e, se não for suficiente, adicionar salmeterol fixo.
B) Cessação tabágica, salbutamol em SOS e, se não for suficiente, adicionar ipratrópio 3 vezes por dia.
Um doente do sexo masculino, 57 anos, está internado na enfermaria de Cirurgia há 7 dias após correção cirúrgica de uma hérnia inguinal estrangulada. A enfermeira responsável pelo doente alerta-o para o facto de o doente estar progressivamente mais prostrado desde há 3 dias, sem outras queixas. Tem como antecedentes pessoais hipertensão arterial, diabetes Mellitus tipo 2, obesidade grau 2 e SAOS (faz CPAP noturno mas não tem feito no internamento).À sua observação, o doente está sonolento e moderadamente difícil de despertar. Está eupneico, sem sinais de dificuldade respiratória e sem cianose. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Os sinais vitais são temperatura 37,1ºC, frequência cardíaca 74/min, frequência respiratória 13/min, pressão arterial 158/97 mmHg, SpO2 90% (em ar ambiente); glicemia 324mg/dl.Decide fazer-lhe uma gasimetria arterial com o seguinte resultado: pH 7,27, pO2 78 mmHg, pCO2 76 mmHg, HCO3- 32 mmol/L.Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado neste doente?
A) Radiografia do tórax.
B) Colocar oxigénio suplementar e realizar rastreio séptico.
C) Medir cetonemia pela possibilidade de cetoacidose diabética.
D) Colocar máscara de oxigénio de alto débito e iniciar broncodilatação por provável DPOC agudizada.
E) Iniciar CPAP do doente.
E) Iniciar CPAP do doente.
Este caso trata-se muito provavelmente de um Síndrome Obesidade Hipoventilação: temos um doente obeso, com SAOS, com uma Gasimetria com hipercapnia diurna (sem outra causa aparente).
Um jovem de 23 anos de idade, estudante de Engenharia Mecânica, recorreu ao serviço de urgência há três dias por tosse seca e dor torácica de instalação brusca enquanto fazia footing. A radiografia de tórax realizada à admissão diagnosticou um pneumotórax primário à esquerda, razão pela qual se procedeu à colocação de um tubo endotorácico. Ficou internado no serviço de Cirurgia Torácica encontrando-se estável neste momento. Não tem antecedentes pessoais de relevo, à exceção de ser fumador de 10 cigarros por dia. Os parâmetros analíticos permanecem inalterados. No controlo radiológico realizado hoje observa-se uma reexpansão parcial do parênquima. O tubo endotorácico continua a borbulhar e está permeável. Qual das seguintes atitudes médicas é a mais adequada neste momento?
A) Manter o tubo endotorácico aberto até à resolução total do quadro.
B) Fechar o tubo endotorácico e efetuar controlo radiológico às 24 horas.
C) Retirar o tubo endotorácico, porque o pneumotórax resolveu.
D) Colocar um tubo adicional numa localização diferente que permita a resolução definitiva do quadro.
E) Planear intervenção cirúrgica para pleurodese uma vez que a situação atual é de falência terapêutica, e o tratamento cirúrgico é obrigatório para corrigir definitivamente a fuga de ar.
D) Colocar um tubo adicional numa localização diferente que permita a resolução definitiva do quadro.
Mulher de 55 anos de idade, cozinheira de profissão, vem ao consultório médico por apresentar dor no ombro esquerdo com irradiação para o braço ipsilateral com várias semanas de evolução. Nega traumatismo ou quedas. Já se encontra na menopausa e a fazer THS. Sem outros antecedentes patológicos de relevo. É fumadora, mas nega abuso alcoólico ou de outras substâncias ilícitas. Ao exame físico apresenta sinais vitais de pressão arterial de 130/85 mmHg, frequência cardíaca de 80 bpm, frequência respiratória de 16 cpm e temperatura de 36,9ºC. Constata ainda, a presença de ptose e miose do olho esquerdo. Tendo em conta a apresentação clínica da doente, qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado?
A) Solicitar estudo de osteoporose.
B) Solicitar estudo oftalmológico.
C) Dosear anticorpos anti-receptores da acetilcolina.
D) Solicitar TC cerebral.
E) Solicitar uma radiografia simples do tórax.
E) Solicitar uma radiografia simples do tórax.
Um paciente de 50 anos de idade, professor de Música, hipertenso e fumador de 30 UMA, é seguido em consulta por um derrame pleural unilateral descoberto quando recorreu ao seu médico assistente de Medicina Geral e Familiar com queixas de astenia para pequenos esforços. A toracocentese diagnóstica permitiu a colheita de um líquido pleural com as seguintes características: aspeto turvo, pH 7,3, linfocitose marcada sem atipia, proteínas líquido pleural/soro 0.8, LDH líquido pleural/soro 0.9, colesterol e triglicerídeos normais, ADA 64U/L, coloração de Gram e Ziehl negativas. Qual dos seguintes diagnósticos lhe parece mais provável?
A) Derrame pleural por insuficiência cardíaca.
B) Empiema.
C) Mesotelioma pleural.
D) Derrame pleural de etiologia tuberculosa.
E) Derrame secundário a enfarte pulmonar.
D) Derrame pleural de etiologia tuberculosa.
Um homem de 65 anos vem ao serviço de urgência, acompanhado pela esposa, por episódios intermitentes de aperto torácico relacionado com atividades como subir escadas ou tomar um duche desde há uma semana. Refere ainda tosse seca ocasional nos últimos dois meses. No último ano, refere dispneia de esforço de agravamento progressivo. Ele diz «Há um ano, era capaz de transportar o meu saco de golfe, quando faço o meu percurso de 18 buracos, mas desde há um par de meses que tenho tido de contratar um caddy, para carregá-lo. Agora, tenho estado com tanta falta de ar que até alugo um carro de golfe». Nega dispneia de repouso ou dispneia noturna. Ele não tem antecedentes patológicos de relevo e não faz medicação habitual. Fumou 20 cigarros por dia, durante 35 anos, até há um ano. Os sinais vitais são temperatura 36,6°C, frequência respiratória 26/min, frequência cardíaca 84/min e pressão arterial 138/76 mm Hg; SpO2 92 % (ar ambiente). Ele tem 173 cm de altura e pesa 69 kg; IMC 23 kg/m². A pressão venosa jugular está normal. A auscultação cardíaca encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade e a auscultação pulmonar revela crepitações nas bases. O exame das extremidades mostra hipocratismo digital, sem cianose ou edemas. O raio-X do tórax mostra acentuação do retículo intersticial bilateral. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Carcinoma do pulmão.
B) Doença pulmonar obstrutiva crónica.
C) Fibrose pulmonar idiopática.
D) Insuficiência cardíaca congestiva.
E) Tuberculose.
C) Fibrose pulmonar idiopática.
Uma mulher de 38 anos de idade vem ao serviço de urgência por dispneia. Não tem qualquer antecedente pessoal de relevo. Atualmente não fuma (deixou de fumar porque sabe que fumar aumenta os efeitos secundários dos contracetivos orais). A sua medicação habitual inclui, exclusivamente, um contracetivo oral. Não consome álcool nem outras substâncias tóxicas. Os sinais vitais são temperatura 37,8 ºC, frequência cardíaca 99/min e pressão arterial 120/90 mm Hg. O exame físico mostra uma diminuição do murmúrio vesicular na base do hemitórax direito. O eletrocardiograma revela uma taquicardia sinusal e na radiografia do tórax observa-se um derrame pleural direito sem condensações parenquimatosas agudas. Realiza-se uma toracocentese diagnóstica guiada por ecografia que revela um líquido serohemático. A avaliação do líquido pleural revela: LCR pH 7,33 Proteínas 3,6 g/dL Glucose 78 mg/dL Lactato desidrogenase 320 UI/L Gram e Ziehl negativos ANAs negativos ADA de 7 U/L Qual dos seguintes tratamentos é mais oportuno neste momento?
A) Macrólidos.
B) Colocação de um dreno torácico.
C) Dicumarínicos.
D) Heparina sódica.
E) Corticoterapia.
D) Heparina sódica.
TEP.
Mulher de 34 anos recorre à sua consulta por sintomas respiratórios de novo. Tem história de atopia, várias intervenções para ressecção de pólipos nasais após fracasso do tratamento médico e asma brônquica, seguida em consulta de pneumologia. Atualmente está medicada com formoterol e budesonida inalatórios, prescritos em doses médias-altas e como resgate em caso de crises. A última crise de asma foi há um ano, tendo motivado internamento hospitalar. Desde então apresenta um bom controlo sintomático, embora não tenha sido possível descalar a terapêutica. Tem ainda diagnóstico de síndrome de ovários poliquísticos e toma anticoncecionais hormonais orais. Não é fumadora nem consome bebidas alcoólicas. Hoje veio à sua consulta por uma tosse com um mês de evolução, que inicialmente não era produtiva, mas que agora apresenta alguma expetoração. Quando questionada, refere síndrome constitucional com hipersudorese noturna (costuma ter de trocar de pijama à noite), emagrecimento com perda de 5 kg no último mês e febre moderada, com máximo de 38,3ºC. Optou-se pela realização de uma radiografia de tórax, na qual se observou um infiltrado pulmonar com características intersticiais e de localização predominantemente periférica. Considerando os dados clínicos e radiológicos descritos, qual é o diagnóstico mais provável?.
A) Granuloma eosinofílico.
B) Síndrome de Churg-Strauss.
C) Pneumonia eosinofílica crónica.
D) Pneumonia intersticial eosinofílica.
E) Linfangioleiomiomatose.
C) Pneumonia eosinofílica crónica.
Das doenças intersticiais, pneumonia eosinofílica crônica, pneumonia intersticial linfoide, pneumonia fibrosante criptogenética e síndrome de Churg-Strauss cursam com sintomas constitucionais e respiratórios. Destes, Pneumonia Eosinofílica Crónica e Churg-Strauss estão associadas à asma de difícil controlo. A diferença é radiológica: Churg-Strauss produz infiltrados migratórios irregulares, enquanto a Pneumonia Eosinofílica produz infiltrados periféricos, em negativo do edema agudo de pulmão, conforme descrito no caso (resposta C correta).
Uma mulher de 24 anos de idade, estudante de Engenharia Mecânica na Universidade de Aveiro, recorre ao serviço de urgência por apresentar dor torácica de início súbito no hemitórax esquerdo, associada a dispneia intensa. Ela não tem antecedentes médico-cirúrgicos de interesse. A auscultação cardíaca é rítmica, a cerca de 100/min, sem sopros audíveis. Ao exame físico do tórax apresenta percussão timpânica e diminuição das vibrações vocais no hemitórax esquerdo, assim como abolição do murmúrio vesicular à auscultação pulmonar, ipsilateralmente. É realizada uma radiografia torácica que mostra uma imagem de hipertransparência periférica com ausência de trama vascular, que ocupa mais de 35% do hemitórax, um aumento da densidade do parênquima pulmonar e uma linha clara de separação entre as duas áreas. Qual das seguintes alternativas constitui o tratamento mais adequado?
A) Observação e repouso.
B) Analgesia para evitar hipoventilação e repouso.
C) Realizar toracocentese aspirativa e controlo radiológico dentro de 2-3 dias.
D) Colocar um tubo de drenagem endotorácico e aspiração.
E) Cirurgia: bolhectomia e pleurodese, dado que tem um pneumotórax superior a 20%.
D) Colocar um tubo de drenagem endotorácico e aspiração.
Uma senhora de 63 anos recorre ao Serviço de Urgência por tosse, dispneia e dor torácica esquerda que agrava com a inspiração há cerca de 1 semana. Refere também que há cerca de 4 meses tem notado a roupa mais larga, acorda com suores durante a noite e que se sente muito cansada. Como antecedentes pessoais tem hipertensão arterial, insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada e dislipidemia medicadas e controladas. Não tem hábitos tabágicos. Ao exame objetivo, doente orientada e colaborante. Mucosas ligeiramente descoradas. Acianótica. Eupneica, sem sinais de dificuldade respiratória. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Abdómen mole e depressível, indolor à palpação, sem massas palpáveis. Adenopatia supraclavicular esquerda e cervical anterior direita, ambas com cerca de 2cm, duras, pouco móveis.Decide fazer-lhe uma radiografia do tórax que mostra uma um derrame pleural esquerdo de moderado volume. A toracocentese mostra um líquido pleural esbranquiçado/amarelado que foi difícil drenar.Qual das seguintes opções é a mais correta?
A) A toracocentese mostrará um derrame do tipo transudato.
B) A relação entre as proteínas do líquido pleural e do soro será inferior a 0,5.
C) Não deveria ter sido realizada toracocentese pois não há necessidade de a fazer nestes doentes.
D) A citologia do derrame mostrará células malignas.
E) O líquido colhido terá uma concentração de triglicerídos > 150mg/dL.
E) O líquido colhido terá uma concentração de triglicerídos > 150mg/dL.
Um homem de 50 anos de idade, agricultor na sua própria horta, vem à consulta no seguimento de uma radiografia de tórax com padrão intersticial que realizou por clínica de dispneia com vários meses de evolução. A história médica revela hipertensão arterial, hiperplasia benigna da próstata, dermatite seborreica facial e pólipos adenomatosos do cólon que foram ressecados por colonoscopia há 1 ano. A medicação habitual inclui losartan e um creme hidratante para a dermatite. Bebe álcool ocasionalmente quando se reúne com os amigos na associação da sua terra. Para estabelecer o diagnóstico, é realizada uma broncofibroscopia com biópsia transbrônquica, na qual, entre outras lesões, se observam granulomas. O lavado broncoalveolar mostra uma predominância de linfócitos (60%) com uma baixa relação CD4/CD8. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Pneumonia intersticial linfocitária.
B) Pneumonite por hipersensibilidade.
C) Sarcoidose.
D) Aspergilose broncopulmonar alérgica.
E) Tuberculose miliar.
B) Pneumonite por hipersensibilidade.
Um paciente de 68 anos de idade com antecedentes de DPOC recorre ao Serviço de Urgência por aumento da dispneia, agravamento da tosse que é produtiva com expetoração purulenta, desde há 2 dias. Não tem conseguido dormir devido aos sintomas. Refere ter realizado em casa os inaladores SOS (salbutamol e brometo de ipatrópio) mas sem alívio. A última espirometria realizada revelava um FEV1 de 55% do previsto. Ao exame físico apresenta pressão arterial de 160/90 mmHg, frequência cardíaca de 120 bpm e frequência respiratória de 24 cpm. Apresenta uma SatO2 (aa) de 87%. Aparenta estar em stress respiratório. À ausculatação pulmonar ouvem-se sibilos bilaterais e apresenta um tempo de expiração prolongado. A radiografia torácica revelou um achatamento do diafragma mas sem nenhuma infiltração. No estudo analítico realizado destaca-se uma leucocitosse de 11000 leucóctios. A gasimetria arterial mostra pH 7.28; pCO2 53 mmHg e pO2 48 mmHg. Iniciou-se oxigenoterapia, broncodilatadores e corticoesteróides. Qual dos seguintes tratamentos irá o doente beneficiar neste momento?
A) Antibióticos
B) Cinesioterapia respiratória
C) Fluticasona inalada
D) Sulfato de magnésio
E) Bicarbonato de sódio 1/6 molar intravenoso.
A) Antibióticos
Um homem de 70 anos de idade é admitido por fibrilhação auricular com resposta ventricular rápida. Refere ter iniciado palpitações há cerca de 7 horas (sic). A cardioversão a ritmo sinusal não foi alcançada com recurso a fármacos ou à cardioversão elétrica. Tem antecedentes de doença pulmonar obstrutiva crónica de grau moderado (classificação GOLD B), estável e adequadamente tratada. Realizou-se uma ecografia que mostra ausência de hipertensão pulmonar e cavidades direitas normais (sem presença de dilatação ou hipertrofia). O hematócrito é de 45%. A PaO2 basal em análises prévias era de cerca de 52 mmHg e a PaCO2 de 45 mmHg. O seu tratamento habitual deve ser complementado com fármacos bradicardizantes (neste caso antagonistas dos canais de cálcio, não dihidropiridínicos) e anticoagulantes, começando com apixabano 5 mg a cada 12h. Que medidas adicionais recomendaria a este doente?
A) Não acrescentar qualquer tratamento.
B) Acrescentar oxigenoterapia domiciliária noturna.
C) Adicionar oxigenoterapia domiciliária por um período mínimo de 16 horas/dia.
D) Adicionar um psicoestimulante.
E) Adicionar ventilação mecânica não invasiva com pressão positiva durante a noite.
C) Adicionar oxigenoterapia domiciliária por um período mínimo de 16 horas/dia.
Uma mulher de 21 anos de idade recorre ao hospital por tosse seca, febre, astenia, artralgia e nódulos eritematosos na região pré-tibial, bilateralmente, com 2 dias de evolução. A doente nega outros sintomas. Nega, igualmente, quadro clínico compatível com doença infeciosa nas últimas semanas, nomeadamente faringite ou episódios de diarreia. Nega aftose oral ou genital recorrente, problemas visuais ou outras lesões cutâneas. Nega episódios recorrentes de dor abdominal ou de vómitos. Solicita-se uma radiografia ao tórax, na qual se podem observar adenopatias hiliares bilaterais e na região paratraqueal direita. Opta-se pela realização de uma fibrobroncoscopia que revela uma inflamação difusa da mucosa brônquica. O lavado broncoalveolar obtido, mostra uma linfocitose de 32% com um quociente linfócitos T4/T8 superior a 3,5. Qual, dos seguintes, é o diagnóstico mais provável e a abordagem a seguir?
A) Linfoma pulmonar e deve tratar-se com um ciclo ABVD.
B) Tuberculose pulmonar, pelo que se deve iniciar, de imediato, tratamento tuberculostático enquanto se aguarda o resultado da cultura de Lowenstein.
C) Alveolite alérgica extrínseca, que requer a obtenção de uma amostra de tecido pulmonar para a excluir ou, em alternativa, uma TAC de alta resolução + lavado broncoalveolar.
D) Sarcoidose no estadio I, não sendo necessário iniciar tratamento da sua doença respiratória.
E) Sarcoidose no estadio I, pelo que é imperativo iniciar, de imediato, tratamento com glucocorticoides para evitar a progressão da doença.
D) Sarcoidose no estadio I, não sendo necessário iniciar tratamento da sua doença respiratória.
Uma paciente de 42 anos, fumadora de dois maços por dia recorre ao médico assistente por dor no lado direito do tórax, dispneia e tosse com 2 meses de evolução. No exame físico apresenta macicez à percussão na metade inferior do hemitórax direito (linha delimitadora da macicez direcionada para cima e para fora). Nessa área, à auscultação, não é audível murmúrio vesicular mas constata-se a transmissão da voz sussurrada (pectoriloquia áfona). Qual dos seguintes achados considera mais provável encontrar na radiografia de tórax?
A) Derrame pleural direito associado a condensação pulmonar no lobo inferior direito.
B) Hemitórax opaco à direita e retração mediastínica homolateral.
C) Uma massa localizada no lobo inferior do pulmão direito, com retração do recesso costofrénico homolateral.
D) Derrame pleural no terço inferior do hemitórax direito.
E) Hidropneumotórax à direita.
A) Derrame pleural direito associado a condensação pulmonar no lobo inferior direito.
Uma mulher de 35 anos é avaliada 30 minutos após ter um quadro convulsão tônico-clónica generalizada, presenciada pelo marido que a trouxe ao serviço de urgência. A convulsão durou cerca de 2 minutos durante os quais apresentou incontinência urinária. A doente não recuperou a consciência e teve mais dois episódios de convulsões tônico-clónicas generalizadas durante o transporte para o hospital. Da história médica destacam-se vários episódios de crises focais ao longo dos últimos anos. A sua medicação habitual inclui apenas levetiracetam, que a doente diz tomar de forma inconsistente. Os sinais vitais são a temperatura é de 37,9°C, frequência respiratória 18/min, frequência cardíaca 105/min e pressão arterial 114/78 mm Hg; SpO2 96% (ar ambiente). Ao exame físico a doente encontra-se obnubilada com um reflexo de vómito presente. Antes de o médico conseguir concluir o exame, a doente apresenta nova atividade convulsiva tônico-clónica. São iniciadas de imediato as medidas de suporte e segurança. Qual das seguintes é o tratamento mais adequado para esta doente?
A) Fenitoína.
B) Levetiracetam.
C) Lorazepam.
D) Fenobarbital.
E) Valproato.
C) Lorazepam.
As benzodiazepinas intravenosas são medicamentos anticonvulsivantes potentes de ação rápida e podem interromper a atividade convulsiva dentro de 2 a 3 minutos. Lorazepam ou diazepam podem ser utilizados.
Prepara-se para receber na sua consulta de Medicina Geral e Familiar um homem de 71 anos de idade sob tratamento crónico para doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). Para além deste, tem antecedentes de diabetes mellitus e de aneurisma da aorta abdominal de 47 mm, para o qual está a ser seguido em consulta externa de Cirurgia Vascular. Tem também antecedentes de carga tabágica elevada (até 3 maços de tabaco por dia durante mais de 40 anos). A sua medicação habitual inclui metformina e liraglutido. IMC de 35 Kg/m2. Uma vez na consulta, o paciente apresenta um artigo que leu na Internet que anuncia a disponibilidade de oxigenoterapia domiciliária numa clínica privada. O paciente questiona-o se não beneficiaria desse tratamento, acrescentando certas limitações do sistema nacional de saúde português que o revoltam. Qual das seguintes informações transmitiria ao doente para que este compreenda o motivo pelo qual não está a ser tratado com oxigenoterapia domiciliária (OD)?.
A) «A OD está indicada quando a pO2 é menor ou igual a 55 mmHg e há sintomas ou dispneia importantes, independentemente do tratamento médico aplicado.».
B) «A OD está indicada quando, após o correto cumprimento do tratamento broncodilatador, numa situação estável e de cessação tabágica, temos uma pO2 de 60-70 mmHg e hematócrito > 55%.».
C) «A OD está indicada quando, após o correto cumprimento do tratamento broncodilatador, numa situação estável e de cessação tabágica, temos uma pO2 de 55-60 mmHg e dispneia importante.».
D) «A OD está indicada quando, após o correto cumprimento do tratamento broncodilatador, numa situação estável e de cessação tabágica, temos uma pO2 de 55-60 mmHg.».
E) «A OD está indicada quando, após o correto cumprimento do tratamento broncodilatador, numa situação estável e de cessação tabágica, temos uma pO2 < 55 mmHg.».
E) «A OD está indicada quando, após o correto cumprimento do tratamento broncodilatador, numa situação estável e de cessação tabágica, temos uma pO2 < 55 mmHg.».
Uma mulher de 30 anos de idade vem à consulta por dispneia progressiva, que começou por ser para grandes esforços e que, atualmente, interfere com as suas atividades de vida diária. A paciente não tem qualquer antecedente patológico de interesse, à exceção de um pneumotórax espontâneo no ano anterior, que resolveu sem necessidade de dreno torácico. Nega alergias medicamentosas. É realizado uma radiografia do tórax no qual se observa um padrão intersticial bibasal e um pequeno derrame pleural à direita. Solicita-se uma espirometria que mostra um padrão obstrutivo ligeiro, com diminuição do índice de Tiffeneau (60%) e FEV1 de 0,8. É realizada uma punção diagnóstica do derrame pleural, cujos resultados são indicativos da presença de um quilotórax. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Pneumonite intersticial linfóide.
B) Fibrose pulmonar idiopática.
C) Linfangite carcinomatosa.
D) Linfangioleiomiomatose.
E) Carcinoma broncoalveolar.
D) Linfangioleiomiomatose.
Uma doente do sexo feminino, 42 anos, vem à consulta com queixas de dispneia e edema dos membros inferiores. A dispneia terá tido início há cerca de 4 meses, tendo agravado desde então, surgindo agora para pequenos esforços. Associadamente, há uma semana que nota aumento do perímetro abdominal e que, pouco tempo depois de adormecer, acorda com tosse. Como antecedentes pessoais de relevo tem esclerose sistémica limitada diagnosticada aos 25 anos. Ao exame objetivo, frequência cardíaca 71 batimentos/min, frequência respiratória 16 ciclos/min, pressão arterial 127/68mmHg e SpO2 95%. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Abdómen mole e depressível, dor à palpação do hipocôndrio direito, sem sinais de irritação peritoneal e Murphy vesicular negativo; à percussão, timpanismo generalizado. Pressão venosa jugular estimada em 12 cm H2O, refluxo hepatojugular positivo. Membros: esclerodermia das mãos, antebraços e pés e lesões com perda de substância em vários dedos; membros inferiores com edema dos pés e 2/3 inferiores da perna, com godet positivo.Qual das seguintes afirmações é a mais correta?
A) O cateterismo desta doente mostrará uma PAP > 25mmHg, aumento da PCWP e aumento da pressão da aurícula direita.
B) A doente tem provavelmente hipertensão pulmonar do grupo 3 causada pela sua doença de base.
C) Os sintomas da doente devem-se a alterações primárias das artérias pulmonares.
D) O primeiro passo nesta doente é fazer um ecocardiograma que mostrará disfunção ventricular esquerda.
E) A doente deverá iniciar aspirina em baixa dose.
C) Os sintomas da doente devem-se a alterações primárias das artérias pulmonares.
A Esclerose sistémica limitada está associada a hipertensão pulmonar arterial (HTP tipo 1) por alterações primárias da parede das artérias pulmonares.
Uma mulher de 32 anos de idade é trazida pela VMER ao Serviço de Urgência após síncope na via pública. Sem antecedentes médicos conhecidos e medicação habitual anticoncepcional oral. A equipa médica descreve que a doente estava taquicardica e hipotensa quando a encontraram e que recuperou o estado de consciência durante o transporte. Vem sob soro fisiológico a 84mL/h. A doente descreve dispneia desde o dia anterior, associada a dor torácica de características pleuríticas, que associou a um desentendimento com uma filha e, nesse contexto, desvalorizou. Os sinais vitais à admissão incluem: temperatura 36.5ºC, frequência cardíaca 112bpm, tensao arterial 78/51mmHg, frequência respiratória 32cpm. SpO2 com O2 por lunetas nasais a 2L/min 91%. Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Hemograma normal. Troponinas 1.2ng/mL (normal: <0,04). ECG: ritmo sinusal, frequência cardíaca 122bpm, onda T invertida em V1-V4. Angiografia por TC torácica com defeito de repleção nas duas principais artérias pulmonares. Uma hora após a chegada ao Serviço de Urgência, a tensão arterial de 78/51 mmHg persiste. Qual dos seguintes é o tratamento inicial mais adequado?
A) Enoxaparina 1mg/Kg a cada 24h, a iniciar após a suspeita do diagnóstico.
B) Enoxaparina 1mg/Kg a cada 12h, a iniciar após a confirmação diagnóstica.
C) Heparina não fracionada, a inicar perante a suspeita diagnóstica. Caso haja confirmação, instituir tratamento com ativador do plasminogénio tecidual 100mg IV.
D) Fondaparinux 7,5mg a cada 24h.
E) Tromboendarterectomia pulmonar de emergência.
C) Heparina não fracionada, a inicar perante a suspeita diagnóstica. Caso haja confirmação, instituir tratamento com ativador do plasminogénio tecidual 100mg IV.
Um doente de 67 anos vem ao médico assistente com queixas de dispneia de longa duração. Refere cansaço diário e falta de ar predominantemente no período noturno. Diz ter estas queixas desde há alguns anos. O senhor é agricultor. Nega antecedentes patológicos de relevo ou medicação habitual. Nega hábitos tabágicos ou alcoólicos. Os sinais vitais são 36,5ºC, frequência cardíaca de 68/min, tensão arterial de 125/90 mmHg, SpO2 93% em ar ambiente. A auscultação pulmonar revela murmúrio vesicular normal, sem ruídos adventícios. Neste contexto é pedida uma radiografia de tórax. Qual o achado que espera encontrar?
A) Aplanamento do diafragma.
B) Consolidação do lobo inferior direito.
C) Hipotransparência pulmonar global.
D) Alargamento do mediastino.
E) Infiltrado retículo-nodular difuso.
E) Infiltrado retículo-nodular difuso.
As hipóteses apresentadas devem suscitar diferentes diagnósticos (A- DPOC ou crise de asma; B- pneumonia; C- DPOC de predomínio enfisematoso, D- sarcoidose, com adenopatias mediastínicas, E- pneumonite de hipersensibilidade crónica). Dado não haver hábitos tabágicos ou história sugestiva de infeção, as opções A, B e C não fazem sentido. Além disso, temos como fator etiológico a ocupação profissional do doente que, sendo agricultor, justificaria um possível quadro de pneumonite de hipersensibilidade crónica.
Está a avaliar um doente de 53 anos de idade, do sexo masculino, que veio ao hospital por dispneia. Nos últimos dias, apresenta dispneia de esforço e intolerância ao decúbito. Acrescenta que, desde há umas 2 semanas, apresenta “a cara e o pescoço inchados, logo pela manhã” e que essas queixas desaparecem “mais ou menos, 1 hora depois de me levantar” (sic). Nega edemas dos membros inferiores. Trata-se de um fumador ativo de 15 cigarros/dia, desde há 30 anos. Nega antecedentes pessoais de relevo. Ao exame físico, objetiva-se ingurgitamento jugular bilateral. A auscultação cardiopulmonar é normal e o exame físico abdominal encontra-se dentros dos parâmetros de normalidade. Os sinais vitais são temperatura 37.0 ºC, frequência cardíaca 65/min e pressão arterial 130/89 mm Hg. Qual dos seguintes exames complementares de diagnóstico solicitaria, tendo em conta a causa mais frequente desta síndrome?
A) Bócio retroesternal; solicitaria uma ecografia cervical e as hormonas tiroideias.
B) Carcinoma papilar da tiroide; solicitaria uma ecografia cervical e uma cintigrafia.
C) Carcinoma broncogénico; solicitaria uma radiografia torácica.
D) Linfoma mediastínico; solicitaria uma TAC tóracica de alta resolução.
E) Timoma maligno; solicitaria uma radiografia torácica.
C) Carcinoma broncogénico; solicitaria uma radiografia torácica.
Uma mulher, 62 anos de idade, vem ao Serviço de Urgência por dor pleurítica direita, dispneia, tosse produtiva com expetoraçao de característica purulentas e febre com 1 semana de evolução. A radiografia de tórax mostra derrame pleural direito a ocupar dois terços do hemitórax. A toracocentese colheu líquido amarelo citrino, cuja análise a fresco teve pH 7 e glicose 25mg/dL. Além disso, constatou-se um predomínio de polimorfonucleares e a adenosina deaminase baixa. Qual é o passo seguinte mais apropriado na abordagem deste paciente?
A) Antibioterapia intravenosa.
B) Antibioterapia intravenosa e repetir a toracocentese em 24 horas.
C) Antibioterapia intravenosa e repetir a toracocentese diagnóstica, se não houver melhoria, dentro de 48 horas.
D) Antibioterapia intravenosa e avançar para uma toracocentese evacuadora caso algum microorganismo venha a ser isolado na cultura do líquido pleural.
E) Antibioterapia intravenosa e colocar um dreno torácico para drenagem do líquido pleural.
E) Antibioterapia intravenosa e colocar um dreno torácico para drenagem do líquido pleural.
Um homem de 45 anos de idade vem ao consultório médico por clínica de dispneia associada a tosse com expetoração produtiva não purulenta. Nunca fumou e não tem antecedentes pessoais médicos e cirúrgicos de relevo. A radiografia do tórax solicitado por si não mostra qualquer evidência de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), mas observa-se um padrão alveolar difuso de predomínio perihiliar. Não são detetadas alterações laboratoriais no estudo analítico requisitado. Foi decidido realizar um lavado broncoalveolar, no qual são observados macrófagos com alto teor lipídico e com material PAS positivo, pelo que são compatíveis com o diagnóstico de proteinose alveolar. Relativamente à patologia apresentada por este paciente, qual dos seguintes é o tratamento de eleição?
A) Corticóides sistémicos.
B) Imunossupressores.
C) Cortióoides sistémicos e imunossupressores.
D) Lavados broncoalveolares de repetição.
E) Antifúngicos e corticóides.
D) Lavados broncoalveolares de repetição.
Proteinose alveolar.
Doente do sexo feminino, 65 anos de idade, vem ao Serviço de Urgência por agravamento progressivo da dispneia. Sem tosse, nem expetoração, descreve apenas, quando questionada, astenia, anorexia e perda ponderal. Antecedentes de alcoolismo e tabagismo, dislipidemia e hipertensão arterial mal controlada por não adesão ao tratamento. Apresenta-se vigil, consciente e colaborante, orientada no tempo e no espaço, mucosas coradas e hidratadas, ligeiramente polipneica em repouso em ar ambiente. Os sinais vitais incluem temperatura auricular 36.8ºC, frequência cardíaca 123bpm, pressão arterial 155/78mmHg, frequência respiratória 25cpm e SpO2 em ar ambiente 88%. Auscultação cardíaca hipofonética. Auscultação pulmonar com diminuição do murmúrio vesicular à esquerda e sem ruído adventícios. Sem edemas periféricos. Sem alterações analíticas. Radiografia do tórax com hipotransparência dos 2/3 inferiores do campo pulmonar esquerdo, apagamento do ângulo costodiafragmático ipsilateral e linha de concavidade superior, associado a desvio contralateral do mediastino. Qual é o diagnóstico mais provável?
A) Atelectasia do lobo inferior esquerdo.
B) Derrame pleural esquerdo.
C) Pneumotórax hipertensivo direito.
D) Cavitação do lobo inferior direito.
E) Pneumonia do lobo médio.
B) Derrame pleural esquerdo.
Um homem de 42 anos de idade, vem ao consultório médico por ter dispneia de evolução progressiva. Nega dor torácica, astenia, anorexia, perda de peso ou outros sintomas do foro respiratório. Os antecedentes médicos incluem hipertensão arterial, dislipidemia e bronquite crónica. A medicação habitual inclui perindopril, atorvastatina, pantoprazol e indacaterol+glicopirrónio inalado. É fumador. Os sinais vitais são temperatura de 36,5ºC, frequência cardíaca de 75/min, frequência respiratória de 22/min e pressão arterial de 160/80 mmHg. Tem SpO2 (aa) de 92%. Ao exame físico está orientado e bem-disposto. Apresenta mucosas coradas e hidratadas. Não apresenta edemas periféricos. A auscultação pulmonar revela sons respiratórios diminuídos no hemitórax direito. A auscultação cardíaca revela S1 e S2 presentes, rítmicos e sem sopros ou galopes. Realizou radiografia de tórax mostra uma opacidade completa do hemitórax direito. As estruturas da traqueia e do mediastino estão na linha média. Qual dos seguintes é o diagnóstico mais provável?
A) Derrame pleural maciço.
B) Carcinoma pulmonar.
C) Hemotórax.
D) Corpo estranho.
E) Tumor endobrônquico benigno.
B) Carcinoma pulmonar.
Na sua segunda urgência como Interno de Formação Geral num hospital no interior de Portugal, atende um doente de 77 anos de idade que recorre por dispneia. É um fumador ativo (1 maço de cigarros por dia durante, pelo menos, 50 anos) e refere consumo de um copo de vinho por dia. Tem antecedentes pessoais de hipertensão arterial e está a ser tratado com amilorida e hidroclorotiazida. Foi diagnosticado recentemente com fibrilhação auricular sem cardiopatia estrutural no ecocardiograma e está anticoagulado com edoxabano. Trabalhava como mecânico de navios de comércio. Na oximetria de pulso apresenta uma saturação periférica de oxigénio de 85%. Realiza-se uma gasometria arteral na qual se objetiva uma hipoxemia normocápnica: paO2 70 mmHg, pCO2 40 mmHg, com HCO3 24 mEq/l e lactatos de 1,5 mmol/l. O gradiente alveoloarterial de oxigénio está aumentado. Decide-se instituir oxigenoterapia realizando-se, posteriormente, uma gasometria arterial de controlo, na qual se observa que a PaO2 não aumentou. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Hemorragia alveolar.
B) Reagudização asmática.
C) Tromboembolismo pulmonar.
D) Fibrose pulmonar.
E) Miastenia gravis.
A) Hemorragia alveolar.
Uma mulher de 60 anos, recorre ao serviço de urgência por dificuldade respiratória de início súbito. Adicionalmente a doente refere sensação de dormência dos membros superiores. Da história médica destacam-se antecedentes de bronquite, sem seguimento em consulta de Pneumologia. Nega hábitos tabágicos. A sua medicação habitual inclui alprazolam e sertralina. Ao exame objetivo a doente encontra-se agitada, polipneica, auscultação cardíaca rítmica e taquicardica; auscultação pulmonar com murmúrio vesicular presente e simétrico, sem ruídos adventícios; SpO2 97% (ar ambiente). O médico responsável decide realizar uma gasometria arterial que revela: Gases: pO2 78 mm Hg; pCO2 29 mm Hg; pH 7,5; Bicarbonato 25 mEq/L; SpO2 97,6%. Qual é o próximo passo mais adequado na abordagem desta doente?
A) Iniciar ventilação não invasiva em modo CPAP.
B) Solicitar D-dímeros.
C) Administrar bólus de corticoide endovenoso.
D) Administração de uma benzodiazepina.
E) Nebulização com SAMA (short acting muscarinic antagonist) + SABA (short acting beta agonist).
D) Administração de uma benzodiazepina.
Um jovem de 32 anos com história de tabagismo, dirige-se ao centro de saúde por queixas de febre, dispneia, tosse, dor torácica e perda de peso. O médico de serviço decide requisitar uma radiografia de tórax que demonstra patologia intersticial bilateral com padrão noduloquistico de predominio apical. Para esclarecimento das queixas, o médico pediu provas de função respiratória que mostram um FEV1/FVC normal, com diminuição da capacidade de difusão do monóxido de carbono. Qual considera ser o diagnóstico mais provável?
A) Linfageioleiomiomatose.
B) Histiocitose X.
C) Proteinose alveolar pulmonar.
D) Sarcoidose.
E) Fibrose pulmonar idiopática.
B) Histiocitose X.
Um homem de 65 anos de idade vem ao serviço de urgência por febre e expetoração purulenta com alguns dias de evolução. Fuma meio maço de cigarros por dia há mais de 40 anos. A história médica revela hipertenão arterial tratada com lisinopril e intolerância aos hidratos de carbono. Os sinais vitais são temperatura 38,4ºC, frequência cardíaca 111/min, frequência respiratória 26/min e pressão arterial 141/98 mm Hg. Os resultados da gasometria arterial são: PaO2 de 65 mm Hg, PCO2 de 48 mm Hg e pH 7,35. A radiografia de tórax mostra um infiltrado alveolar no lobo médio do pulmão direito. Enquanto preenche os formulários necessários para o internamento do doente para tratamento de uma pneumonia do lobo médio, percebe que esta é a terceira vez que o paciente é admitido pelo mesmo quadro. De que entidade deve suspeitar neste paciente?
A) Défice de imunoglobulinas.
B) Doença neuromuscular com perda da capacidade de tossir.
C) Lesão endobrônquica.
D) Aspirações de repetição.
E) Colonização endobrônquica por biopartículas.
C) Lesão endobrônquica.
Um paciente obeso, sem sonolência diurna e com antecedentes de insuficiência cardíaca, realiza uma polissonografia noturna após a pessoa com quem dorme detetar pausas respiratórias durante o sono e roncopatia intensa. O registo mostra um índice de apneia-hipopneia (IAH) de 4/hora à custa de apneias obstrutivas, uma SaO2 média durante o sono de 94% e uma SaO2 mínima de 86%. O diagnóstico é:
A) Trata-se de uma roncopatia simples que não requer tratamento.
B) É uma SAHOS pelo que deve ser iniciado tratamento com CPAP nasal.
C) Trata-se de uma SAHOS; deve recomendar-se dieta hipocalórica e sono em decúbito lateral.
D) É uma Síndrome de Apneia Central secundária à insuficiência cardíaca.
E) Os resultados da polissonografia não são compatíveis com os antecedentes médicos do doente.
A) Trata-se de uma roncopatia simples que não requer tratamento.
Um homem de 56 anos vem ao consultório médico por aumento da frequência da tosse e expetoração de coloração mais amarelada desde as últimas três semanas. Nega dispneia, febre ou outras queixas. No seu estado habitual de saúde, tosse frequentemente desde há cinco anos e, por períodos, acompanha-se de expetoração vigorosa que até agora «ia resolvendo por si». Tem a perceção que não lhe altera, até ao momento, a qualidade de vida e nunca foi investigado. A história médica revela tuberculose pulmonar aos 20 anos e obesidade. Não faz medicação habitual. Refere consumo excessivo de tabaco dos 25 aos 50 anos. Os sinais vitais são temperatura 36°C, frequência cardíaca 89/min e pressão arterial 131/89 mm Hg; SpO2 97 % (ar ambiente). Ele tem 169 cm de altura e pesa 89 kg; IMC 31 kg/m². Ao exame físico não tem gânglios palpáveis. A auscultação pulmonar revela raros roncos bilateralmente, sem alteração dos tempos respiratórios ou outras alterações. O exame do abdómen mostra obesidade central. O exame neurológico e musculoesquelético encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Qual dos seguintes estudos clínicos é o mais adequado para confirmar o diagnóstico etiológico mais provável?
A) Broncofibroscopia.
B) Endoscopia digestiva alta.
C) Estudo microbiológico de expetoração.
D) TC do tórax de alta resolução.
E) Teste de libertação de interferão gama (IGRA).
D) TC do tórax de alta resolução.
Uma mulher de 54 anos vem à consulta de vigilância com o seu médico de família e para renovação de medicação. A história médica revela depressão major recorrente e asma desde a adolescência. Atualmente está assintomática, mas refere períodos de pieira e dispneia cerca de duas vezes por mês, desde a última consulta. A medicação habitual inclui budesonida + formoterol por via inalatória e salbutamol em SOS, por nebulização, que utiliza três a quatro vezes por semana e que não suspendeu, conforme recomendado, por se sentir melhor com o seu uso. Nega história de tabagismo ou consumo de álcool. Os sinais vitais são temperatura 36°C, frequência respiratória 15/min, frequência cardíaca 93/min e pressão arterial 110/67 mm Hg; SpO? 99 % (ar ambiente). Ela tem 173 cm de altura e pesa 60 kg; IMC 20 kg/m². Apresenta bom estado geral. O exame físico, incluindo auscultação cardíaca e pulmonar, encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Esta doente deve ser advertida de que está em maior risco para qual dos seguintes?
A) Enfisema pulmonar.
B) Hipercaliemia.
C) Morte.
D) Neoplasia.
E) Obesidade.
C) Morte.
O abuso da utilização de SABA, como o salbutamol, reflete um controlo da asma precário e associa-se a um aumento do risco de mortalidade.
Um homem de 79 anos, autónomo nas atividades de vida diárias, recorre ao serviço de urgência por dispneia intensa para esforços, tosse com expetoração purulenta e febre com 4 dias de evolução. O doente conta que nos últimos dois dias teve picos febris diários, com um máximo de 38,5°C. Nega ortopneia, dispneia paroxística noturna, toracalgia, palpitações ou outras queixas do foro cardiorrespiratório. Nega ainda internamentos recentes. Apresenta antecedentes de tabagismo, DPOC, insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2. A sua medicação habitual inclui: indacaterol e glicopirronio, furosemida, lisinopril, amlodipina, e metformina e sitagliptina. Os sinais vitais são temperatura 38,7°C, frequência respiratória 26/min, frequência cardíaca 105/min, pressão arterial 134/59 mm Hg; SpO2 87% (ar ambiente). Ao exame físico apresenta pele e mucosas coradas e hidratadas, sem sinais de cianose ou icterícia. Não se observam sinais de dificuldade respiratória apesar de estar polipneico. Sem ingurgitamento venoso jugular. Auscultação cardíaca rítmica, sem sopros audíveis. Auscultação pulmonar com murmúrio vesicular presente e simétrico, mas com sibilância nos dois campos pulmonares superiores e roncos dispersos bilateralmente. Abdómen com ruídos hidroaéreos presentes, mole e depressível, indolor à palpação, sem massas ou organomegalias, sem defesa ou sinais de irritação peritoneal. Não se observam edemas periféricos. Dos exames complementares realizados destacam-se: Gases (ar ambiente): pO2 54 mm Hg; pCO2 32 mm Hg; pH 7,40; Bicarbonato 24 mEq/L; Lactatos 1,4 mmol/L. Sangue: Hemoglobina 13,4 g/dL; Leucócitos 15600/mm3; Neutrófilos 87%; Plaquetas 179 x 109/L. Soro: Creatinina 1,0 mg/dL; Ureia 64 mg/dL [N = 10-40 mg/dL]; NTpro-BNP 500 pg/mL; Proteína C reativa 123 mg/L. ECG: “Ritmo sinusal, frequência ventricular 105 bpm.” Radiografia torácica: “hipotransparência lobar média no hemitórax direito.” Qual é a terapêutica mais adequada neste caso?
A) Furosemida.
B) Ventilação não invasiva.
C) Bisoprolol.
D) Piperacilina/Tazobactam.
E) Oxigenoterapia.
E) Oxigenoterapia.
Um homem de 75 anos, com hábitos etílicos marcados, está em observação no serviço de urgência. Veio com queixas de dor abdominal epigástrica. Os sinais vitais são 37°C, frequência respiratória 17/min, frequência cardíaca 98/min, tensão arterial de 110/70 mmHg e saturação periférica de O2 de 92% em ar ambiente. Ao exame objetivo o doente está queixoso. Anictérico, com mucosas coradas e hidratadas. O abdómen está mole e depressível com dor à palpação do epigastro. As análises clínicas revelam: Hemograma Hemoglobina 12 g/dL Leucócitos 5 000 /mm3 Plaquetas 250 000 /mm3 Bioquímica ALT 87 U/L Amilase 204 U/L AST 76 U/L Creatinina 3 mg/dL Colestrol total 150 mg/dL Perante este quadro clínico, qual a complicação que poderá ter surgido?
A) Hemorragia.
B) Infeção.
C) Sépsis.
D) Síndrome de dificuldade respiratória aguda.
E) Pneumonia.
D) Síndrome de dificuldade respiratória aguda.
Este doente apresenta dor epigástrica, e análises laboratoriais compatíveis com o diagnóstico de pancreatite aguda. Apresenta saturações baixas e uma frequência respiratória aumentada. Além disso, a creatinina está aumentada (ainda que não saibamos o valor basal). Neste sentido, podemos assumir perdas para o terceiro espaço no contexto da inflamação sistémica, que quando ocorre a nível pulmonar condiciona a síndrome de dificuldade respiratória aguda.
Um paciente apresenta dispneia para esforços moderados, tosse com expectoração e sinais de insuficiência cardíaca direita. É realizada uma espirometria, na qual é obtido um volume expiratório forçado no primeiro segundo (FEV1) de 45% do valor previsto e uma relação FEV1/capacidade vital forçada (FVC) de 0,56. Que grau de obstrução é apresentado de acordo com as recomendações GOLD?
A) Grau 0.
B) Grau I.
C) Grau II.
D) Grau III.
E) Grau IV.
D) Grau III.
Grau 1 (obstrução ligeira): FEV1 maior ou igual a 80%. -Grau 2 (obstrução moderada): FEV1 entre 50 e 79%. -Grau 3 (obstrução grave): FEV1 entre 30 e 49%. -Grau 4 (obstrução muito grave): FEV1 < 30%.
Uma mulher de 30 anos de idade recorre ao serviço de urgência por dispneia de agravamento progressivo. Refere que nos últimos quatro dias desenvolveu febre, rinorreia e mialgias. Dois dias depois iniciou dispneia e tosse seca. Nega presença de dor torácica. Os sinais vitais são pressão arterial de 110/70 mmHg, frequência cardíaca de 120/min, frequência respiratória de 28/min e temperatura de 37ºC. A oximetria de pulso revela saturação de 84% a ar ambiente e 92% com 3L/min de oxigenoterapia. Ao exame físico pode constatar-se o uso dos músculos acessórios, com incapacidade de permanecer na posição deitada. A auscultação pulmonar revela diminuição do murmúrio vesicular com sibilos bilaterais dispersos. O estudo analítico demonstra uma contagem leucocitária de 11000 leucócitos. Realizou GSA arterial à admissão em ar ambiente que apresentava apresenta pH de 7.48, PaO2 de 59 mmHg, PaCO2 de 26 mmHg e HCO3 de 26 mEq/L. Após a oxigenoterapia, a PaO2 atinge 75 mmHg. Realizou radiografia de tórax posteroanterior que é mostrada na imagem (hiperinsuflação). Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Intoxicação por monóxido de carbono.
B) Doença neuromuscular.
C) Crise asmática.
D) Atelectasia do lobo inferior direito por corpo estranho intrabronquial.
E) Síndrome do desconforto respiratório do adulto.
C) Crise asmática.
Um doente do sexo masculino, 56 anos, recorre ao Serviço de Urgência por agravamento da dispneia e tosse habitual. Apesar de confuso e de ter dificuldade em falar frases completas, refere que, desde há 3 dias, a tosse habitual se tornou mais frequente e que apresenta dispneia para pequenos esforços. Vê nos registos prévios que o doente esteve internado há cerca de 6 meses com os mesmos sintomas. Tem como antecedentes pessoais obesidade, DPOC diagnosticada há 5 anos (medicada com formoterol e brometro de tiotrópio) e hipertensão arterial (medicada com um valsartan e hidroclorotiazida). Tem uma carga tabágica de 32UMA, fumando atualmente 1 maço de cigarros por dia.Ao exame objetivo, temperatura 36,3ºC, frequência cardíaca 96 batimentos/min, frequência respiratória 24 ciclos/min, pressão arterial 136/85mmHg e SpO2 83%. Taquipneico, com tiragem supraclavicular e uso dos músculos acessórios do pescoço. Auscultação pulmonar com roncos e sibilos dipersos por ambos os campos.Gasimetria: pH 7.34, pCO2 52 mmHg, pO2 69 mmHg, HCO3 29 mmol/L.Qual das seguintes alternativas constitui o tratamento mais adequado?
A) Iniciar oxigenoterapia de forma a obter SpO2 >94%.
B) Medicar com prednisolona ev, salbutamol e brometo ipratrópio.
C) Estabilizar o doente no serviço de urgência e dar alta medicado com corticoide inalado associado à terapêutica habitual do doente.
D) Iniciar ventilação invasiva.
E) Medicar com prednisolona ev, salbutamol, brometo ipratrópio e azitromicina.
E) Medicar com prednisolona ev, salbutamol, brometo ipratrópio e azitromicina.
Um homem de 60 anos de idade vem à consulta por queixas de tosse seca associada a dispneia de esforço progressiva nas últimas semanas. Nega dor torácica ou edema dos membros inferiores. Dos seus antecedentes pessoais destaca-se ter trabalhado numa pedreira de granito desde a sua juventude até há 5 anos atrás, assim como hábitos tabágicos de 20 cigarros por dia desde os 20 até aos 48 anos de idade. Não tem antecedentes patológicos de relevo e não toma medicação habitual nem suplementos de ervanária. Ao exame físico, verifica-se a ausência de edema nos membros inferiores. A auscultação cardíaca é rítmica e sem sopros. Na auscultação pulmonar ouvem-se roncos dispersos. É realizada uma radiografia ao tórax na qual se observam múltiplos nódulos pulmonares de pequeno tamanho, predominantemente nos lobos superiores e adenopatias hilares calcificadas. Face à sua suspeita de diagnóstico, qual dos seguintes agentes patogénicos pode causar complicações nestes pacientes?
A) Nocardia asteroides.
B) Mycobacterium avium.
C) Mycobacterium tuberculosis.
D) Legionella pneumophylla.
E) Aspergillus fumigatus.
C) Mycobacterium tuberculosis.
Encontra-se a avaliar um homem de 70 anos de idade, reformado, anteriormente jornalista, que é parcialmente autónomo e cognitivamente íntegro. É hipertenso e tem história de DPOC grave e cor pulmonale crónica; não lhe consegue especificar a medicação que toma cronicamente. O doente refere dispneia para pequenos esforços, nega ortopneia, paroxística noturna, roncopatia ou hipersonia diurna. O exame físico não tem nenhuma alteração de relevo, a auscultação pulmonar é dificultada pelo biótipo obeso do senhor. Opta por realizar uma gasimetria arterial que revelou os seguintes resultados: pH 7.45; pO2 57 mmHg; pCO2 35 mmHg; HCO3 25 mEq/l, lactatos 1.5 mmol/L, Na 136 mmol/L, K 4.1 mmol/L, Ca 1.08 mmol/L, Cl 99 mmol/L. Considera que seria adequado iniciar, imediatamente, oxigenoterapia para o domicílio?
A) Não, uma vez que a PaO2 ainda se mantém acima de 55 mmHg.
B) Não, porque pioraria a insuficiência respiratória hipercápnica que apresenta.
C) Não, porque pioraria a insuficiência cardíaca que o doente apresenta.
D) Sim, porque, independentemente dos hábitos tabágicos, aumentaria sua expectativa de vida.
E) Sim, pois aumentaria sua expectativa de vida desde que o doente cesse o consumo tabágico.
E) Sim, pois aumentaria sua expectativa de vida desde que o doente cesse o consumo tabágico.
Uma mulher de 88 anos, autónoma nas atividades de vida diárias, é trazida ao serviço de urgência por afundamento do seu estado de consciência e dejeções diarreicas com 3 dias de evolução. Negava precordialgia, tonturas, dispneia, tosse, sensação febril ou calafrios. Dos antecedentes médicos apresenta carcinoma da mama direita localmente avançado e irressecável. É seguida em oncologia e medicina paliativa, sob paclitaxel e trastuzumab. Os sinais vitais são frequência cardíaca 108/min e pressão arterial137/59 mm Hg; SpO2 93% (ar ambiente). Ao exame físico, a doente apresenta-se vígil, com discurso coerente e colaborante. A auscultação cardíaca revela taquicardia e a auscultação pulmonar apresenta murmúrio vesicular abolido à direita, mantido à esquerda, sem presença de fervores. O abdómen apresenta-se mole, depressível e indolor, com ruídos hidroaéreos presentes. Os membros inferiores apresentam edema bimaleolar depressível. Da avaliação analítica, destacava-se leucocitose com neutrofilia e uma Proteína C reativa de 53 mg/L. O exame sumário de urina mostra leucocitúria importante e nitritos positivos. Foi efetuada radiografia torácica que revelou derrame pleural bilateral e a doente iniciou antibioterapia empírica para a ITU. Posteriormente, a urocultura isolou a presença de E. coli. Foi investigado o processo clínico da doente, que revelou derrame pleural neoplásico previamente conhecido, com avaliação radiográfica sobreponível à atual. Qual é a atitude terapêutica mais apropriada?
A) Furosemida.
B) Toracocentese e posterior pleurodese.
C) Dreno torácico.
D) Catéter tunelizado.
E) Conservadora.
E) Conservadora.
Esta pergunta é um bocado bullshit.
A abordagem no contexto de doença neoplásica é geralmente guiada pelas queixas. Estamos perante uma doente já a ser seguida em medicina paliativa sem aumento do derrame que condicione queixas de novo.
Um paciente de 71 anos de idade, natural da Guiné, mas, atualmente, residente no Porto, hipertenso e com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) GOLD II, em fase estável, evidencia, numa ida ao Serviço de Urgência, uma poliglobulia e insuficiência respiratória. Apresenta-se consciente, colaborante e orientado, mucosas coradas e hidratadas, eupneico em ar ambiente com saturação periférica de O2 de 90%. Os sinais vitais incluem temperatura 35.7ºC, frequência cardíaca 82bpm, tensão arterial 125/81mmHg e frequência respiratória de 15cpm. Auscultação cardiopulmonar normal, tal como a radiografia do tórax. Qual dos seguintes meios complementares de diagnóstico pediria em 1º lugar para estudar a coexistência de outras doenças que pudessem justificar os achados descritos?
A) Angiografia pulmonar.
B) Ecocardiograma.
C) Biópsia aspirativa da medula óssea.
D) Polissonografia.
E) Tomografia computarizada do tórax.
D) Polissonografia.
Uma mulher de 45 anos de idade vem ao consultório privado de Cardiologia por dispneia de esforço. A paciente refere dispneia para grandes esforços com vários anos de evolução, que agravou progressivamente nas últimas semanas, aparecendo agora para esforços pequenos a moderados. Adiciona que estes sintomas coincidem com o aparecimento de palpitações que descreve “como se o meu coração andasse às voltas”. Não recorreu previamente aos cuidados de saúde por estes sintomas, mas como as palpitações são muito sintomáticas, decidiu vir hoje. Trata-se de uma doente com antecedentes de hipertensão arterial a ser tratada com candesartan 16 mg e hidroclorotiazida 12,5 mg (1 comprimido ao pequeno-almoço), obesidade grau I com índice de massa corporal de 32 kg/m2, e recentemente foi diagnosticada com esteatose hepática, com elevação persistente das transaminases durante vários anos. Ao exame físico não se observam sinais de ingurgitamento jugular. Na auscultação cardíaca, S1 e S2 são arrítm icos e destaca-se um sopro diastólico rude no 5º espaço intercostal esquerdo. Na auscultação pulmonar são audíveis crepitações inspiratórias bibasais, sem outros ruídos patológicos. O abdómen é mole e depressível e o fígado palpa-se 2 cm abaixo do rebordo costal. Nas extremidades inferiores não se observam edemas nem sinais de trombose venosa profunda e os pulsos pediosos estão presentes. O estudo analítico que inclui a bioquímica básica, o hemograma e o estudo da coagulação não revelaram alterações, à exceção de um discreta elevação da TGO e da TGP, sobreponíveis aos resultados que motivaram o diagnóstico de esteatose hepática. Qual o diagnóstico mais provável?
A) Estenose aórtica.
B) Estenose mitral.
C) Estenose aórtica e mitral.
D) Miocardiopatia dilatada.
E) Insuficiência tricúspide.
B) Estenose mitral.
Mulher de 55 anos de idade, submetida a substituição valvular mitral com prótese mecânica bivalve. O curso pós-operatório é normal, a paciente recebe alta no sétimo dia em ritmo sinusal e com um ecocardiograma de controlo, mostrando uma prótese normofuncionante e uma função ventricular esquerda preservada. Que regime de anticoagulação e/ou antiagregação recomendaria a longo prazo nesta paciente?
A) Anticoagulação oral por 3 meses para manter o INR entre 2,5-3,5 e subsequentemente clopidogrel, 1 comprimido por dia, suspendendo a anticoagulação oral.
B) Anticoagulação oral para manter o INR entre 4-5 indefinidamente.
C) Anticoagulação oral para manter o INR entre 2,5-3,5 indefinidamente.
D) AAS 250 mg/24 h por tempo indeterminado.
E) Anticoagulação oral para manter INR entre 2-3 mais AAS 125 mg/24 h por tempo indeterminado.
C) Anticoagulação oral para manter o INR entre 2,5-3,5 indefinidamente.
Um doente do sexo masculino de 69 anos de idade é transportado ao serviço de urgência da sua área de residência por um quadro de palpitações e tonturas de início súbito. O doente estaria sentado no sofá a assistir a um jogo de futebol quando notou palpitações e uma sensação de tontura mesmo sentado. Tentou levantar-se, mas não tolerou o ortostatismo. Nega dor torácica, dispneia, tosse, febre, náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal, vertigem ou visão turva. Como antecedentes pessoais o doente apresenta hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus tipo II e doença arterial periférica. Encontra-se medicado com amlodipina, lisinopril, atorvastatina, metformina, aspirina e cilostazol. Os sinais vitais são temperatura de 35.4°C, pressão arterial de 75/45 mmHg, frequência cardíaca de 130/min e frequência respiratória de 23/min e SpO2 em ar ambiente de 98%. A auscultação cardíaca revela sons cardíacos arrítmicos, sem sopros. A auscultação pulmonar e o restante exame físico não apresentavam alterações de relevo. O doente realizou um eletrocardiograma que demonstrou uma frequência cardíaca 130 batimentos por minuto, ritmo irregular, ausência de ondas P e complexos QRS estreitos. Qual o próximo passo mais adequado na abordagem deste doente?
A) Ecocardiograma transtorácico.
B) Cateterismo coronário.
C) Cardioversão elétrica.
D) Administrar adenosina.
E) Administrar flecainida.
C) Cardioversão elétrica.
Um homem de 18 anos recorre ao serviço de urgência por episódio de síncope seguida de convulsões e posterior recuperação espontânea de consciência. Refere que, antes do início deste episódio, estava a correr e teve sensação de «coração aos saltos». Diz ter tido alguns episódios prévios similares, nos últimos dois meses, que não valorizou. A história médica revela diminuição da acuidade auditiva bilateral e distúrbio do sono desde há um ano. A medicação habitual inclui amitriptilina 10 mg/dia, desde há três meses. Refere consumo ocasional de canabinoides. A auscultação cardíaca e pulmonar e restante exame do tórax encontram-se dentro dos parâmetros de normalidade. O eletrocardiograma revela os achados apresentados na figura seguinte. O raio-X do tórax encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Qual das seguintes alternativas é a explicação mais provável para o quadro clínico do doente?
A) Consumo de antidepressivo tricíclico.
B) Consumo de canabinoides.
C) Epilepsia inaugural.
D) Síndrome de Alport.
E) Síndrome de QT longo congénito.
E) Síndrome de QT longo congénito.
Uma doente de 82 anos é seguida por si em consulta há vários anos. A senhora tem como antecedentes pessoais hipertensão arterial e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. No ecocardiograma transtorácico que lhe pediu como vigilância vem relatado uma dilatação do ventrículo esquerdo, assim como da aurícula esquerda, e regurgitação mitral moderada.Qual dos seguintes achados no exame objetivo é o mais provável?
A) Sopro holossistólico mais audível no ápex que diminui com manobra de Valsalva.
B) Sopro sistólico que agrava com agachamento.
C) Sopro diastólico mais audível no ápex, que agrava com a expiração.
D) Sopro holossistólico mais audível no ápex que aumenta com a inspiração.
E) S4 audível.
A) Sopro holossistólico mais audível no ápex que diminui com manobra de Valsalva.
Um homem de 85 anos recorre ao consultório médico referindo que desde há alguns meses tem dispneia e fadiga para grandes esforços. Adiciona que, esta semana ao subir uma rampa, perdeu subitamente a consciência, tendo recuperado a mesma alguns segundos depois. Sem antecedentes pessoais de relevo. Os sinais vitais são temperatura 37,2ºC, frequência cardíaca 75/min e pressão arterial 100/60 mm Hg. À auscultação cardíaca ouve-se um sopro mesossistólico de grau III com irradiação ascendente ao longo das carótidas. Relativamente à patologia de que suspeita qual das seguintes afirmações é correta relativamente ao prognóstico e seguimento deste paciente?
A) Antes de planear um tratamento não é necessário realizar uma coronariografia.
B) O prognóstico de vida deste paciente sem qualquer tratamento é de 10 anos, desde o momento do diagnóstico.
C) Deve recomendar-se ao paciente evitar o exercício físico excessivo.
D) Neste paciente é possível optar por tratamento cirúrgico ou percutâneo pesando os riscos e comorbilidades do doente.
E) Antes de planear um tratamento não é necessário realizar um ecocardiograma.
D) Neste paciente é possível optar por tratamento cirúrgico ou percutâneo pesando os riscos e comorbilidades do doente.
Uma mulher de 69 anos vem à consulta, trazida por cuidador informal, referindo episódios frequentes (três na última semana) de fadiga, tonturas, seguidas de diaforese, taquicardia, dilatação pupilar, desvio do olhar para cima e perda de conhecimento de curta duração (< 1 min). Ultimamente tem tido lapsos de memória e pensamentos negativos. Tem antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia e osteoartroses múltiplas. A medicação habitual inclui losartan, hidroclorotiazida, atorvastatina e ibuprofeno. Os sinais vitais são temperatura 36°C, frequência respiratória 14/min, frequência cardíaca 79/min e pressão arterial 152/78 mm Hg. Ela tem 158 cm de altura e pesa 66 kg; IMC 28 kg/m². Ao exame físico observa-se bom estado geral. A auscultação cardíaca e pulmonar encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. O abdómen está mole e depressível à palpação. O exame neurológico não revela alterações focais. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro Creatinina 1,1 mg/dL Glucose 135 mg/dL Ferro 52 µg/dL Sangue Hemoglobina 11,8 g/dL Hematócrito 0,42 VGM 82 fL HCM 27 pg. O eletrocardiograma revela ritmo sinusal e alterações inespecíficas da repolarização ventricular. Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado na gestão desta doente?
A) Avaliação psiquiátrica.
B) Eletroencefalograma.
C) Holter.
D) Introdução de ferro oral.
E) Monitorização ambulatória da pressão arterial.
C) Holter.
Esse estudo faz-se através de alguns exames e testes, como o Ecocardiograma, a massagem do seio carotídeo, testes de provocação ortostática (como o teste Tilt), monitorização eletrocardiográfica e/ou testes de disfunção autonómica. Dada a frequência dos episódios, a monitorização eletrocardiográfica poderá ser feita com Holter de 24h ou 48h, sendo esta a opção a tomar. A monitorização ambulatória da pressão arterial justifica-se quando existe suspeita de disautonomia ou de síndromes de intolerância ao ortostatismo, que não se enquadra nos sintomas apresentados.
Uma mulher de 65 anos de idade está atualmente internada no serviço de Cardiologia de um hospital terciário por enfarte agudo do miocárdio. Há cinco dias foi trazida ao serviço de urgência pelo filho por dor torácica opressiva que irradiava para a mandíbula. A história médica pessoal revela dislipidemia, hipertensão arterial e diabetes mellitus com bom controlo farmacológico (metformina e linagiptina). O ECG à entrada revelou uma elevação persistente do segmento ST em V2-V6, pelo que foi submetida a coronariografia de urgência, com colocação de dois stents farmacológicos na região proximal da artéria coronária descendente anterior. A evolução foi favorável e a alta estava prevista para breve, mas hoje iniciou um quadro súbito de dispneia em repouso. Auscultam-se crepitações em ambos os campos pulmonares e um sopro pansistólico no mesocárdio, que não estavam descritos nos diários anteriores. Solicita-se um cateterismo de urgência que mostra a existência de um gradiente oximétrico ao passar da aurícula direita para o ventrículo direito. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Insuficiência mitral aguda.
B) Tamponamento cardíaco.
C) Novo enfarte agudo do miocárdio.
D) Enfarte agudo do miocárdio no ventrículo direito.
E) Rotura do septo interventricular.
E) Rotura do septo interventricular.
No caso da pergunta, o gradiente oximétrico entre as câmaras direitas dá-nos a chave para pensarmos na CIV, uma vez que o sangue que passa do VE para o VD está mais oxigenado do que o sangue que chega ao VD desde a aurícula, originando-se um gradiente oximétrico entre esta última e o VD.
Um homem de 60 anos, agricultor, vem à sua consulta referindo dor pré-cordial para médios esforços. Refere que estes sintomas tiveram início no ano prévio, mas só surgiam quando realizava trabalhos com grande carga física. No entanto, no último mese, sente dor com esforços progressivamente menores. Trata-se de um doente com antecedentes de hiperuricemia, dislipidemia e hipertensão arterial. O doente tem 170 cm de altura e pesa 90Kg; IMC 31,1 mmKg/m2. Os sinais vitais são temperatura axilar 37.1ºC, frequência cardíaca 90/min, pressão arterial 130/85 mmHg e SpO2(aa) de 96%. Opta-se pela realização de uma coronariografia que mostra uma estenose significativa nos segmentos proximais dos três vasos principais com um bom leito distal. A função ventricular esquerda encontra-se diminuida (FEVE < 30%). Qual dos seguintes tratamentos é o mais adequado para este doente?
A) Revascularização percutânea.
B) Tratamento médico.
C) Cirurgia de revascularização miocárdica.
D) Implante de balão de contrapulsação.
E) Trasplante cardíaco.
C) Cirurgia de revascularização miocárdica.
Na doença de 3 vasos, especialmente se o paciene for diabético, tiver disfunção do VE ou se as lesões das artérias coronárias forem demasiado complexas para tratamento percutâneo (calcificadas ou localizadas em bifurcações), a melhor opção de tratamento é a cirurgia de revascularização do miocário (cirurgia de bypass).
Um jovem de 17 anos é avaliado no serviço de urgência do Hospital de Santa Luzia devido a uma síncope com perda de consciência associada, durante um treino de basquetebol da equipa local. O adolescente nega sintomas prévios ou pródromos, como vertigem, sudorese ou alterações visuais. O treinador que acompanhou o jovem ao serviço de urgência refere que após o evento ele recuperou rapidamente e não demonstrou quaisquer outros sintomas, tais como movimentos involuntários ou perda do controlo de esfíncteres. Quando questionado, o doente acaba por confessar que teve três episódios semelhantes no passado, mas não procurou um médico, uma vez que está concentrado em treinar para ir para uma equipa da liga nacional profissional. Além disso o doente acrescenta que não valorizou estes episódios porque a sua mãe tem sintomas semelhantes periodicamente e, por isso, acredita ser de família. O doente é fisicamente ativo e não toma medicação habitual. Os antecedentes pessoais são irrelevantes. Os sinais vitais são temperatura axilar 36ºC, frequência respiratória 12/min, frequência cardíaca 67/min e pressão arterial 122/75 mm Hg. Os achados do exame cardíaco são normais e o restante do exame físico é normal. O médico responsável decide solicitar um eletrocardiograma. Qual dos seguintes achados eletrocardiográficos é mais provável para dar um diagnóstico?
A) Bloqueio de ramo esquerdo.
B) Intervalo PR longo.
C) Intervalo QT longo.
D) Bloqueio de ramo direito.
E) Ondas F.
C) Intervalo QT longo.
Um homem de 20 anos de idade vem ao consultório do seu médico de família acompanhado pelos pais, porque apresenta, desde há algum tempo, queixas de fadiga e dor torácica, associadas a episódios de lipotímia. Não tem antecedentes pessoais e familiares de relevo. A auscultação cardíaca revela um sopro sistólico áspero e romboidal, que começa após o primeiro som e que se ouve melhor na região inferior do bordo esternal esquerdo. A auscultação pulmonar, assim como a exploração abdominal não apresentam alterações patológicas. Os pulsos distais das extremidades inferiores estão presentes e não se observam edemas. O exame neurológico é normal, sem sinais de focalidade. O eletrocardiograma apresenta QRS com critérios de hipertrofia do ventrículo esquerdo e ondas Q septais profundas. O Raio-X do tórax mostra um ligeiro a moderado aumento da silhueta cardíaca. Enquanto aguarda pela realização do ecocardiograma, qual é a sua principal suspeita diagnóstica?
A) Cardiomiopatia hipertrófica.
B) Cardiomiopatia dilatada.
C) O doente não tem patologia.
D) Cardiomiopatia arritmogénica.
E) Síndrome de Brugada.
A) Cardiomiopatia hipertrófica.
Um homem de 60 anos recorre ao Serviço de Urgência por dispneia e ortopneia com início algumas horas após ter estado numa festa de despedida de solteiro na qual comeu enchidos e marisco, tal como os amigos. Nega dor torácica, sintomas gastrointestinais e genito-urinários. Nenhum dos seus amigos teve sintomas semelhantes. Tem antecedentes de cardiomiopatia hipertensiva com função sistólica preservada. A tensão arterial era de 150/95 mmHg e compatível com medições anteriores. A auscultação pulmonar revelou crepitações basais bilateralmente. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Crise hipertensiva.
B) Insuficiência cardíaca aguda por disfunção diastólica.
C) Insuficiência cardíaca aguda por disfunção sistólica.
D) Derrame pericárdico.
E) Tromboembolismo pulmonar.
B) Insuficiência cardíaca aguda por disfunção diastólica.
Uma mulher de 65 anos, natural do Porto, doméstica, recorre ao seu Médico de Família, acompanhada por familiares, por apresentar episódios de dor torácica em aperto, com irradiação para o braço esquerdo e acompanhada de sintomas vegetativos desde há três semanas, com sudorese e náuseas. Esses episódios são autolimitados, duram cerca de 15 minutos e desaparecem espontaneamente quando a senhora se senta. A doente tem 1,55 m de altura e 83 kg de peso, índice de massa corporal de 34 kg/m2. Tem história pessoal de hipertensão arterial mal controlada apesar do tratamento com hidroclorotiazida e valsartan, diabetes mellitus tipo 2 sob tratamento com antidiabéticos orais (metformina e repaglinida) e com claudicação intermitente grave (classificação de Fontaine IIb, em acompanhamento por Cirurgia Vascular). O eletrocardiograma revelou ritmo sinusal, com frequência cardíaca de 70 batimentos por minuto e complexo QRS com duração de 130 milissegundos, com padrão rS em V1-V2 e R monofásico em V5-V6. Qual seria a técnica mais sensível e específica para detetar isquemia nesta paciente?.
A) Prova de esforço convencional.
B) Ecocardiograma de esforço.
C) Ecocardiograma com dipiridamol.
D) Ecocardiograma transtorácico.
E) Registro ECG em ambulatório contínuo.
C) Ecocardiograma com dipiridamol.
Considere um jovem de 17 anos, que joga futebol nos escalões jovens do Sporting. Não tem qualquer antecedente pessoal de interesse, à exceção da Síndrome de Osgood-Schlatter. Recentemente descobriu que tio paterno tem cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva pelo que vem hoje a uma consulta de aconselhamento genético cardiovascular. O jovem é assintomático, mas está bastante preocupado se ele também pode ter a doença, sobretudo porque pretendia investir a tempo inteiro na sua carreira como futebolista. No exame físico deteta-se um impulso precordial intenso, acompanhado de um sopro mesossistólico que irradia para a região carotídea e que é mais intenso no bordo esquerdo do esterno. O médico pede ao paciente que realize uma manobra de Valsava, a qual aumenta a intensidade do sopro. Realiza um RX de tórax que revele uma silhueta cardíaca normal, sem cardiomegalia, ou outras anormalidades. No sentido de confirmar a suspeita levantada pelo exame físico, é realizado um ecocardiograma que mostra fração de ejeção do ventrículo esquerdo normal e presença de hipertrofia ventricular mais acentuada ao nível do septo ventricular com gradiente elevado na saída do ventrículo esquerdo, bem ligeira insuficiência mitral. Qual das seguintes alternativas é o sintoma mais comum que espera encontrar no futuro, neste paciente?.
A) Dispneia de esforço.
B) Angina de esforço.
C) Fenómenos embólicos.
D) Palpitações.
E) Síncope.
A) Dispneia de esforço.
O sintoma mais comum da CHO é a dispneia que surge na sequência da disfunção diastólica. O segundo mais comum é a angina. A síncope ocorre geralmente após estes dois sintomas.
De salientar que a cronologia dos sintomas é diferente da encontrada na estenose aórtica (1ª angina, 2ª síncope, 3ª dispneia).
Homem, 62 anos, seguido em consulta no médico de família por hipertensão arterial, e ex-fumador (10UMA). Sem história de outros antecedentes pessoais. A medicação habitual é perindopril/amlodipina 10/5mg 1cp por dia. Na consulta, o doente referia uma sensação de falta de ar quando fazia esforços moderados, como subir uma ladeira ou subir dois lances de escadas, que melhorava com repouso, nos últimos 2 meses, com agravamento na última semana. Negava outros sintomas, nomeadamente, edema dos membros inferiores, dispneia paroxística noturna, ortopneia, síncope. Realizou ECG: ritmo sinusal, com frequência cardíaca 72bpm, com padrão de bloqueio completo do ramo esquerdo. Ecocardiograma com função ventricular esquerda preservada (FEVE 58%), sem dilatação de cavidades, sem valvulopatias significativas. Qual o exame complementar de diagnóstico para investigação mais adequado?
A) Radiografia de tórax
B) Tomografia axial computadorizada (TAC) multicorte e angio-TAC.
C) Coronariografia.
D) ECG de esforço em passadeira.
E) Cintigrafia cardíaca com tálio-201 e dipiridamol.
E) Cintigrafia cardíaca com tálio-201 e dipiridamol.
Um homem de 70 anos recorre ao serviço de urgência referindo dispneia progressiva, ortopneia e edemas dos membros infeirores até aos joelhos na última semana. Antecedentes de bronquite crónica e hipertensão arterial sob tratamento com ramipril 2.5mg. Os sinais vitais são temperatura 37,5ºC, frequência respiratória 30/min, frequência cardíaca 80/min, pressão arterial 140/70 mm Hg e SpO2 de 94% (em ar ambiente). Ao exame físico encontra-se consciente e orientado. O pulso é rápido e irregular. A auscultação pulmonar revela fervores crepitantes em ambos os campos pulmonares de predomínio inferior. À auscultação cardíaca apresenta sons cardíacos rápidos e irregulares, sem sopros. O raio-x do tórax mostra infiltrado intersticial bilateralmente. Pede-se um ECG de 12 derivações. (imagem de ECG). Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Insuficiência respiratória crónica agudizada por infeção vírica.
B) Insuficiência cardíaca aguda por disfunção ventricular secundária a enfarte agudo do miocárdio complicado com uma taquicardia ventricular.
C) Insuficiência cardíaca aguda secundária a fibrilhação auricular.
D) Edema agudo do pulmão secundário a miocardiopatia hipertrófica obstrutiva complicada com fibrilhação auricular.
E) Edema agudo do pulmão por provável descompensação de estenose aórtica do idoso.
C) Insuficiência cardíaca aguda secundária a fibrilhação auricular.
Considere um paciente de 63 anos de idade, do sexo masculino, que relata dispneia progressiva desde há 6 meses. Tem antecedentes de diabetes melitus e cirrose hepática Child Pugh A. Ao exame objetivo destaca-se hiperpigmentação cutânea acentuada, pressão venosa elevada, crepitações húmidas pulmonares bilaterais e ritmo galopante. O Rx tórax mostra sinais incipientes de edema pulmonar e um tamanho de silhueta cardíaca aparentemente normal. De qual das seguintes cardiopatias se deve suspeitar?
A) Cardiomiopatia restritiva secundária a amiloidose.
B) Cardiomiopatia restritiva secundária a hemocromatose.
C) Cardiomiopatia hipertrófica familiar.
D) Cardiomiopatia hipertensiva.
E) Cardiomiopatia restritiva secundária à sarcoidose.
B) Cardiomiopatia restritiva secundária a hemocromatose.
Um paciente de 76 anos teve um enfarte agudo do miocárdio complicado há 6 meses. Foi tratado com medidas gerais, AAS, IECA, betabloqueadores e estatinas, com boa adesão terapêutica. Desde a alta, permanece estável com dispneia de grau III. O traçado do eletrocardiograma atual é apresentado nesta imagem (O ECG demonstra elevação do segmento ST em V2-V5, bem como ondas Q em V3-V6). Este ECG é sugestivo de:
A) Perturbação da condução ventricular de grau avançado.
B) Pré-excitação.
C) Aneurisma ventricular.
D) Presença de comunicação interauricular.
E) Intoxicação por betabloqueadores.
C) Aneurisma ventricular.
A persistência da elevação do segmento ST após um EAM deve sugerir aneurisma do ventrículo esquerdo (que é uma das possíveis complicações mecânicas pós-EAM). Estes aneurismas geralmente causam insuficiência cardíaca, como no caso da questão (dispneia de grau III) ou fenómenos embólicos periféricos (anerisma como possível fonte de embolias).
Um homem de 49 anos é encaminhado ao Serviço de Urgência pelo médico assistente por agravamento de fadiga e dispneia em repouso. O doente refere ter andado com queixas compatíveis com uma infeção da via aérea superior nas semanas anteriores. Ao exame objetivo encontra-se calmo e colaborante. Os sinais vitais são: pressão arterial 120/85 mmHg, frequência cardíaca 110/min, frequência respiratória 26/min, SpO2 93% em ar ambiente e temperatura 38.3ºC. A auscultação cardíaca encontra-se rítmica com um extra som protodiastólico. A auscultação pulmonar revela murmúrio vesicular mantido com algumas crepitações das bases. O abdómen está mole e depressível, sem dor à palpação. Os membros inferiores encontram-se com edema depressível. Qual o microorganismo que mais provavelmente será responsável pelo quadro do doente?
A) Coronavírus.
B) Coxsackie B1-B5.
C) Influenza A.
D) Streptococcus beta-hemolítico.
E) Streptococcus pneumonia.
B) Coxsackie B1-B5.
Miocardite
Um doente de 76 anos vem ao médico assistente para uma consulta de rotina. Nega queixas. Tem como antecedentes médicos insuficiência cardíaca de etiologia isquémica, hipertensão e diabetes mellitus. Faz como medicação habitual bisoprolol, furosemida, valsartan, metformina e atorvastatina. Os sinais vitais são temperatura 36,7ºC, frequência cardíaca 98/min e pressão arterial 139/98 mmHg. Ao exame objetivo apresenta mucosas coradas e desidratadas, anictéricas. Ao exame físico, as auscultações cardíaca e pulmonar são normais. Sem achados de relevo ao exame abdominal. Traz consigo as análises que realizou, por rotina. Sangue Hemoglobina 14 g/dL Leucócitos 5 000 /mm3 Plaquetas 250 000 /mm3 Soro ALT 35 U/L AST 29 U/L Creatinina 1,8 mg/dL Colesterol total 150 mg/dL HbA1C 7% Qual deve ser o próximo passo na gestão deste doente?
A) Adicionar amlodipina à terapêutica.
B) Adicionar empaglifozina à terapêutica.
C) Retirar furosemida da terapêutica.
D) Tranquilizar o doente e não fazer nada.
E) Trocar atorvastatina por uma estatina de maior potência.
C) Retirar furosemida da terapêutica.
Um homem de 75 anos de idade recorre ao Serviço de Urgência por tosse seca noturna que lhe interrompe o sono desde há 1 semana, associada a dispneia na noite passada. Refere também que nos últimos meses experienciou dispneia ao subir um lance de escadas e edemas em ambos os tornozelos antes de se deitar. Trata-se de um ex-fumador de 30UMA. O doente tem 1,85 cm de altura e pesa 95Kg; IMC 27.75 Kg/m2. Antecedentes familiares de HTA e DM tipo 2. Os sinais vitais são temperatura 37.1ºC, frequência cardíaca 98/min, frequência respiratória 16/min, pressão arterial 158/99 mm Hg e SpO2 de 97%. À auscultação cardíaca apresenta um sopro sistólico aórtico com reforço do segundo som. A auscultação pulmonar revela hipofonese generalizada com sibilâncias em ambos os campos pulmonares. Exame físico abdominal sem alterações. Não se visualizam alterações no Raio-X do tórax. No ECG observam-se ondas R elevadas em V5 e V6 com complexo ST-T negativo. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Agudização de DPOC.
B) Cardiopatia isquémica estável.
C) Bronquite aguda.
D) Tromboembolismo pulmonar.
E) Miocardiopatia hipertensiva.
E) Miocardiopatia hipertensiva.
Uma mulher de 38 anos recorre ao Serviço de Urgência por apresentar palpitações rápidas e regulares de início brusco de início há algumas horas. Nega episódios semelhantes no passado. Tem história de depressão para a qual é seguida em consulta privada e medicada com aripiprazol. Não tem antecedentes de doença cardíaca ou pulmonar. O seu pai faleceu por neoplasia da próstata. Os sinais vitais são frequência cardíaca 195/min, pressão arterial 110/80 mm Hg e SpO2 de 96%. O ECG mostra uma taquicardia regular com complexos QRS estreitos a 195 bpm e não se observam ondas P. Qual dos seguintes tratamentos é o mais adequado para esta doente?
A) Digoxina 1 mg ev em bólus.
B) Adenosina 6 mg ev em bólus.
C) Amiodarona 5 mg/kg ev em 30 minutos.
D) Flecainida 2 mg/kg ev em 20 minutos.
E) Cardioversão elétrica com choque sincronizado de 200 J.
B) Adenosina 6 mg ev em bólus.
Estamos perante uma mulher jovem com taquicardia regular de complexos estreitos de início brusco: taquicardia de reentrada do nódulo auriculoventricular ou taquicardia ortodômica mediada por via acessória, são os diagnósticos mais prováveis. Em ambos os casos o tratamento do episódio agudo consiste em manobras vagais e, se ineficazes, deve administrar-se de um bloqueador do nó AV que interrompa o circuito da taquicardia: adenosina, verapamil ou beta-bloqueante.
Uma mulher de 46 anos, sem antecedentes patológicos de interesse, vai ao seu médico de família por dispneia com vários meses de evolução. Inicialmente surgia apenas para grandes esforços, mas atualmente interfere com todas as suas atividades de vida diária, ao surgir para esforços mínimos. No exame físico constata-se baixa pressão arterial e elevação da pressão venosa jugular. À auscultação deteta-se a presença de crepitações bibasais e na auscultação cardíaca é objetivada um sopro sistólico mais audível no foco mitral. O raio-X do tórax, realizado em pé, com projeção postero-anterior, mostra cardiomegalia importante. O eletrocardiograma apresenta alterações não específicas da repolarização. Realiza-se ainda um ecocardiograma que revela disfunção sistólica e dilatação difusa das câmaras cardíacas, associada a insuficiência mitral moderada. O médico considera que todos estes achados são compatíveis com o diagnóstico de cardiomiopatia dilatada. No global, qual é a causa mais comum desta patologia?
A) Abuso de álcool.
B) Doxorrubicina.
C) Pós-parto.
D) Familiar.
E) Idiopática.
E) Idiopática.
Um homem de 57 anos, padeiro num negócio local, recorre à Consulta Aberta do seu médico de cuidados de saúde primários por dispneia com uma semana de evolução que o obriga a parar quando caminha cerca de 150m em plano (quando anteriormente conseguia caminhar muito mais e subia escadas sem dificuldade). Nega febre ou toracalgia. O doente descreve ainda tosse sem expetoração de predomínio noturno. É fumador (19 unidades maço-ano), obeso (IMC 31 kg/m2), tem diagnóstico de Diabetes mellitus tipo 2 desde há 10 anos (sob insulina), é hipertenso (toma nifedipina 30 mg/dia desde há 4 anos), tem dislipidemia (colesterol total 240 mg/dL, colesterol LDL 190 mg/dL na última avaliação há cerca de 5 meses) e tem doença renal crónica (creatinina basal 2 mg/dL). Os sinais vitais são temperatura 36.1ºC, frequência cardíaca 110/minuto e tensão arterial 150/90 mmHg. Ao exame físico apresenta edema periférico. À auscultação pulmonar são percetíveis roncos dispersos, crepitações bibasais e na auscultação cardíaca ouve-se um possível terceiro som. O estudo analítico é normal, à exceção do valor de creatinina (2,5 mg/dL). O raio X do tórax mostra envolvimento alvéolo-intersticial basal bilateral, sem cardiomegalia ou outros achados. Qual seria a abordagem diagnóstica mais correta neste momento?.
A) A espirometria irá certamente demonstrar um padrão obstrutivo; deverá iniciar já tratamento com broncodilatador.
B) Internar para iniciar o tratamento diurético endovenoso e vasodilator; e excluir doença coronária.
C) Deve ser proposto para realização de broncoscopia e biópsia, uma vez que a fibrose pulmonar idiopática requer uma biópsia pulmonar para o diagnóstico.
D) Se a fração de ejeção for normal no ecocardiograma podemos excluir com segurança o diagnóstico de insuficiência cardíaca e devemos procurar outras causas para estes sintomas (por exemplo, exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crónica).
E) Se a eletrocardiograma não mostrar ondas Q ou alterações da repolarização podemos dar alta ao doente e aconselhar a realização de prova de esforço em ambulatório para excluir a isquemia silenciosa, muito comum em diabéticos.
B) Internar para iniciar o tratamento diurético endovenoso e vasodilator; e excluir doença coronária.
Um homem de 64 anos vem à consulta por dor na “barriga da perna” direita quando sobe rampas e escadas e ao caminhar em terreno plano por mais de 15 minutos. Refere que a dor se torna tão intensa com o esforço que o obriga a parar, melhorando numa questão de minutos. Dos antecedentes pessoais destacam-se diabetes mellitus do tipo 2 em tratamento com metformina e hipertensão arterial em tratamento com ramipril. É fumador de 20 cigarros por dia desde os 25 anos. Ao exame físico objetiva-se uma boa perfusão do pé direito, mas com pulso pedioso diminuido. Qual dos seguintes exames complementares de diagnóstico deve ser solicitado inicialmente para o diagnóstico e valorização da gravidade da doença deste paciente?
A) Arteriografia dos membros inferiores.
B) Índice tornozelo-braço.
C) Tomografia axial computorizada com reconstrução vascular dos membros inferiores.
D) Prova de esforço em tapete rolante.
E) Ressonância magnética.
B) Índice tornozelo-braço.
Um paciente do sexo masculino de 57 anos de idade vem ao consultório médico por dispneia para esforços mínimos e ortopneia, obrigando-o a dormir com 4 almofadas. Apresenta uma história de tosse e expetoração matutina desde há cerca de 6 anos, não estudadas até ao momento, porque não recorreu aos cuidados de saúde. Fuma 10 cigarros por dia há 40 anos (inicialmente fumava 20 cigarros por dia, mas tem vindo a reduzir o consumo nos últimos 5 anos). Nega antecedentes médico-cirúrgicos relevantes. Nega estar sob medicação regular, excepto lorazepam em SOS para dormir. Os sinais vitais são frequência cardíaca 120/min e pressão arterial 180/100 mm Hg. Ao exame físico, apresenta uma pressão venosa normal. À auscultação pulmonar ouvem-se crepitações bibasais e a auscultação cardíaca é rítmica e revela um sopro sistólico de ejeção I/VI no foco aórtico e um terceiro som. O ECG mostra um ritmo sinusal e critérios de hipertrofia ventricular esquerda. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Insuficiência cardíaca congestiva em paciente com DPOC.
B) Insuficiência cardíaca de etiologia valvular (estenose aórtica).
C) Insuficiência cardíaca de etiologia isquémica.
D) Insuficiência cardíaca de etiologia hipertensiva.
E) Cor pulmonale crónico.
D) Insuficiência cardíaca de etiologia hipertensiva.
Uma mulher de 65 anos de idade foi encaminhada para a sua consulta por clínica de dispneia de esforço com 6 meses de evolução. Durante este período não consultou o seu médico de família porque tolerava a dispneia. Relata que este quadro tem vindo a agravar progressivamente nos últimos tempos, dificultando-lhe a realização das suas atividades de vida diária. A história médica revela hipercolesterolemia sob tratamento dietético e farmacológico com sinvastatina, sem qualquer outro antecedente relevante. Não tem antecedentes familiares de doenças cardíacas ou respiratórias. Não fuma atualmente, mas consumiu tabaco durante a adolescência e até engravidar do primeiro filho. Bebe um copo de vinho ao jantar todos os dias e nega consumo de outras bebidas alcoólicas. Ao exame físico apresenta crepitações pulmonares bibasais, um sopro cardíaco diastólico no 2º espaço intercostal direito e o terceiro e quarto sons estão presentes. O pulso arterial é bífido. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Cardiomiopatia restritiva.
B) Insuficiência aórtica.
C) Estenose mitral.
D) Regurgitação da válvula pulmonar.
E) Mixoma auricular.
B) Insuficiência aórtica.
Um homem de 75 anos vem ao serviço de urgência por notar os membros inferiores e o abdómen aumentados de volume de forma significativa nos últimos dias. A história médica revela hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia e enfarte agudo do miocárdio há dois anos, motivo pelo qual mantém seguimento regular em consulta hospitalar. A medicação habitual inclui furosemida, valsartan, ácido acetilsalicílico, bisoprolol, metformina e rosuvastatina. É fumador de 60 UMA. Os sinais vitais são temperatura 36,5°C, frequência respiratória 16/min, frequência cardíaca 58/min e pressão arterial 124/78 mm Hg. Ao exame físico está lúcido e colaborante, eupneico, com as mucosas coradas e hidratadas. A auscultação cardíaca revela S1 e S2 presentes sem sopros. A auscultação pulmonar revela escassas crepitações bibasais, sem broncospasmo. O abdómen está muito distendido, com sinal da onda líquida presente. Existem edemas depressíveis muito marcados dos membros inferiores acima dos joelhos. Os resultados dos estudos analíticos iniciais revelam: Soro Creatinina 1,9 mg/dL Glucose 104 mg/dL ALT 30 U/L AST 20 U/L Troponina I 4 ng/mL Sangue Hemoglobina 14,2 g/dL Leucócitos 4 500/mm³. Qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado na gestão deste doente?
A) Administrar furosemida endovenosa.
B) Enviar para hemodiálise.
C) Repetir doseamento sérico de troponina I.
D) Solicitar eletrocardiograma.
E) Solicitar raio-X do tórax.
D) Solicitar eletrocardiograma.
Uma mulher de 33 anos vem ao serviço de urgência por história de cefaleia severa com duas horas de evolução. Nega dispneia, desconforto, dor torácica ou confusão. A história médica revela hipertensão refratária à medicação. Encontra-se medicada habitualmente com amlodipina e hidroclorotiazida e recentemente iniciou tratamento com enalapril. Não há história familiar de hipertensão. Ela tem 172 cm de altura e pesa 68 kg; IMC 23 kg/m². Os sinais vitais são temperatura 36,5°C, frequência respiratória 20/min, frequência cardíaca 88/min, regular, e pressão arterial 220/135 mm Hg, bilateralmente; SpO? 98 % (ar ambiente). A fundoscopia não revela hemorragia retiniana ou edema da papila. A auscultação cardíaca e pulmonar encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. O abdómen é mole, não distendido, indolor, sem hepatoesplenomegalia, com um sopro sistodiastólico audível na região periumbilical esquerda; os ruídos hidroaéreos estão presentes. O exame neurológico não revela alterações da força muscular, da sensibilidade ou dos pares cranianos. Está orientada no espaço e no tempo. A marcha é normal. O restante exame físico encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Qual das seguintes alternativas é a causa mais provável para a hipertensão severa desta doente?
A) Aterosclerose.
B) Coartação vascular.
C) Displasia fibromuscular.
D) Hipersecreção autónoma de aldosterona.
E) Secreção excessiva de catecolaminas.
C) Displasia fibromuscular.
Homem de 65 anos de idade, com dispneia progressiva e fadiga, vem à consulta porque apresenta dispneia para pequenos esforços e ortopneia há 3 meses. Ao exame objetivo, apresenta um sopro pansistólico no foco mitral e o ecocardiograma mostra a existência de insuficiência mitral degenerativa com prolapso da cúspide posterior devido à rotura dos cordões tendinosos. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo era de 40% e o estudo hemodinâmico mostrou que as artérias coronárias não apresentavam lesões significativas. Indique o tratamento eletivo neste caso clínico:
A) Tratamento médico até que a fração de ejeção do ventrículo esquerdo seja inferior a 30%.
B) Reparação da válvula mitral por resseção do segmento da cúspide posterior afetado pela rotura das cordas e anuloplastia mitral.
C) Reparação dos cordões danificados.
D) Substituição da válvula mitral por bioprótese.
E) Substituição da válvula mitral por prótese mecânica.
B) Reparação da válvula mitral por resseção do segmento da cúspide posterior afetado pela rotura das cordas e anuloplastia mitral.
Homem de 50 anos vem ao serviço de urgência por apresentar episódios repetidos de dor torácica do tipo opressivo, com irradiação para o membro superior esquerdo, associada a hipersudorese. O primeiro episódio aconteceu há 36 horas enquanto lia um livro no seu cadeirão. O último e mais prolongado teve uma duração de 45 minutos. Refere que já teve dores semelhantes a esta quando quando fazia grandes esforços, mas que aliviavam com o repouso. Antecedentes pessoais de dislipidemia e diabetes mellitus II. Hábitos tabágicos de 20 UMA. Os sinais vitais são frequência cardíaca 112/min, frequência respiratória 21/min e pressão arterial 121/87 mm Hg. O ECG mostra infradesnivelamento do segmento ST de 2mm nas derivações DII, DIII e aVF. Qual dos seguintes tratamentos é o mais adequado para esta doente?
A) Aspirina.
B) Aspirina, clopidogrel e heparina.
C) Nifedipina, aspirina e clopidogrel.
D) Fibrinólise, beta-bloqueantes e aspirina.
E) Aspirina, clopidogrel, heparina e beta-bloqueantes.
E) Aspirina, clopidogrel, heparina e beta-bloqueantes.
Um homem de 75 anos vem à consulta por agravamento da sua dispneia habitual nas últimas semanas. Tem antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (FE <30%). Os sinais vitais são temperatura 37,3 ºC, frequência cardíaca 65/min e pressão arterial 160/95 mm Hg. Ao exame físico não se auscultam crepitações e a pressão venosa jugular é normal. Apresenta um valor de creatinina de 3.7 mg/dl com valores de ionograma dentro da normalidade. Qual dos seguintes fármacos é o mais adequado para melhorar o prognóstico da insuficiência cardíaca deste doente?
A) Enalapril.
B) Losartan.
C) Espironalactona.
D) Bisoprolol.
E) Eplerenona.
D) Bisoprolol.
Os fármacos que melhoram a sobrevida na IC são: beta-bloqueantes, IECAs/ARAs, ARNI e espironolactona/eplerenona. Como o paciente apresenta insuficiência renal importante, os IECAs, ARAs, ARNI e antagonistas mineralocorticóides estão contra-indicados, pelo que optaríamos por beta-bloqueantes. São contra-indicados se cr > 2.5 mg/dl, TFG <30ml/min ou K+> 5mmol/l.
Um homem de 82 anos vem ao consultório médico por tonturas quando se levanta com dois meses de evolução. Refere que as tonturas passam após cerca de 30 segundos. Vive sozinho e é independente em todas as atividades da vida diária. Passa a maior parte do tempo num centro de dia da terceira idade. Afirma não comer nem beber lá, porque prefere a comida e bebida da sua casa. Ele não tem antecedentes pessoais de relevo e não faz medicação habitual. Os sinais vitais são temperatura 36,6ºC, frequência respiratória 16/min, frequência cardíaca 72/min deitado e 80/min em pé e pressão arterial 120/80 mm Hg deitado e 110/70 mm Hg em pé. A auscultação cardíaca e pulmonar encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. O abdómen é mole, depressível e não doloroso à palpação; os ruídos hidroaéreos estão mantidos. Qual das seguintes alternativas é a causa subjacente mais provável dos sintomas do doente?
A) Acidente isquémico transitório.
B) Doença de Ménière.
C) Hipoglicemia.
D) Hipotensão ortostática.
E) Vertigem benigna posicional.
D) Hipotensão ortostática.
Uma doente, do sexo feminino, com 69 anos de idade recorre ao médico assistente por queixas de dor torácica, com quatro meses de evolução, precordial, de intensidade 4 em 10, que irradia para o membro superior direito, sempre que anda em plano inclinado ou sobe escadas. A dor alivia com o repouso. A doente nega dor em repouso ou agravamento recente da dor. Nega dispneia, tosse, ortopneia, dispneia paroxística noturna ou edemas periféricos. Como antecedentes pessoais tem hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2 não insulinotratada e doença arterial periférica estadio 1 de Rutherford. Encontra-se medicada com amlodipina, lisinopril, atorvastatina, dapagliflozina e aspirina. Os sinais vitais são temperatura de 37.2°C, pressão arterial de 154/92 mmHg, frequência cardíaca de 82/min, frequência respiratória de 18/min e SpO2 em ar ambiente de 98%. A doente apresenta mucosas coradas e hidratadas, encontra-se anictérica e acianótica. A auscultação cardiopulmonar encontra-se normal. O exame físico do abdómen não apresenta alterações de relevo. O restante exame físico encontra-se dentro dos parâmetros da normalidade. Do estudo analítico realizado destaca-se: Hemoglobina 14.5 g/dL Hemoglobina Corpuscular Média 32 pg Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média 33% Volume Globular Médio 84 fL Leucócitos 6 500/mm3 Plaquetas 364 578/mm3 Creatinina 1,2 mg/dL Azoto ureico 25 mg/dL Na+ 135 mmol/L K+ 4.5 mmol/L Cl- 100 mmol/L Hemoglobina glicada de 8.6% Realizou um ecocardiograma que mostrou função sistólica biventricular preservada. No eletrocardiograma apresenta ritmo sinusal com bloqueio completo de ramo esquerdo, sobreponível a estudos eletrocardiográficos prévios. Qual o próximo passo mais indicado na abordagem desta doente?
A) Realizar uma radiografia do tórax.
B) Realizar um TC coronário.
C) Encaminhar para o serviço de urgência por suspeita de síndrome coronário agudo.
D) Realizar uma prova de esforço.
E) Realizar uma cintigrafia de perfusão do miocárdio.
E) Realizar uma cintigrafia de perfusão do miocárdio.
Um jovem de 24 anos apresenta-se no serviço de urgência com queixas de sudorese, dispneia e palpitações. Diz que se sente como se fosse morrer. Refere ter tido ataques de asma no ano anterior mas que não se sente como nesses episódios. Como medicação habitual toma formoterol inalatório diariamente. Sem outros antecedentes de relevo ou medicação habitual. Os sinais vitais são temperatura 36ºC, frequência respiratória 23/min, SpO2 de 98% em ar ambiente, frequência cardíaca de 123/min e pressão arterial de 113/78 mmHg. Ao exame objetivo apresenta-se sudorético. A auscultação cardíaca revela taquicardia sinusal, sem sopros. A auscultação pulmonar encontra-se dentro da normalidade. O abdómen está mole e depressível, sem dor à palpação. Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado?
A) Doseamento dos marcadores cardíacos.
B) ECG.
C) Monitorizar.
D) Raio-X de tórax.
E) Tranquilizar o doente.
B) ECG.
Um homem de 52 anos é avaliado no serviço de urgência por apresentar a perna esquerda quente e inchada. Há duas semanas, enquanto estava de viagem, traumatizou a perna em questão; na viagem de avião de regresso a casa começou a sentir dor. Tem hipertensão arterial controlada com metropolol. Não toma outros medicamentos, não é fumador e não tem antecedentes familiares de doença tromboembólica. O doppler da perna revelou a presença de um trombo da veia poplítea. Qual das seguintes diretrizes de duração da terapia anticoagulante é a mais apropriada neste caso?
A) 12 meses.
B) 24 meses.
C) 6 meses.
D) 2 anos.
E) Toda a vida.
C) 6 meses.
Um homem de 70 anos de idade é transferido pelo serviço de urgência extra-hospitalar por uma síndrome coronária aguda com elevação do segmento ST desde V3 até V6, com 1 hora de evolução. Apresenta queixas de dor centrotorácica opressiva com irradiação para o braço esquerdo e para a mandíbula. A história médica revela hipertensão arterial e apendicectomia aos 30 anos de idade por laparotomia. Refere ainda que teve tuberculose pulmonar, que foi tratada com sucesso. A medicação habitual inclui omeprazol, losartan, hidroclorotiazida, lorazepam e desloratadina. É fumador de 20 cigarros por dia desde os 16 anos, tendo suspendido até há 5 anos por insistência do filho e do neto. Apresenta uma classe funcional muito boa (sem dificuldades de locomoção e com preservação das funções superiores), vive sozinho depois de ter ficado viúvo há 1 ano. Em casa tem a ajuda de uma pessoa, duas horas por dia, de segunda a sexta-feira, para o apoiar nas tarefas domésticas. À admissão, encontrava-se hemodinamicamente instável, com hipotensão marcada e em anúria. É administrado tratamento antitrombótico e o paciente é transferido para a sala de hemodinâmica para realização de uma angioplastia primária. Quanto à classificação Killip e tendo em conta o quadro clínico do doente, qual das seguintes é a opção mais adequada?
A) Trata-se de um SCACEST Killip I; a artéria responsável pelo quadro é a coronária direita. Devemos tratar o paciente com inotrópicos e transferi-lo para a enfermaria no período de 24 horas.
B) Trata-se de um SCACEST Killip II; a artéria responsável pelo quadro é a circunflexa. Devem administrar-se atorvastatina 80 mg, bisoprolol, enalapril e eplerenona ao paciente.
C) Trata-se de um SCACEST Killip III; a artéria ocluída é, provavelmente, o tronco coronário esquerdo. Temos de implantar imediatamente um balão de contrapulsação.
D) Trata-se de um SCACEST Killip III; a artéria responsável pelo quadro é a descendente posterior. Devemos iniciar tratamento com doses baixas de betabloqueantes e atorvastatina, evitando o enalapril e a eplerenona devido à hipotensão do paciente.
E) Trata-se de um SCACEST Killip IV; a artéria responsável pelo quadro é a descendente anterior, a nível proximal. Neste caso, o suporte inotrópico e vasoativo é fundamental.
E) Trata-se de um SCACEST Killip IV; a artéria responsável pelo quadro é a descendente anterior, a nível proximal. Neste caso, o suporte inotrópico e vasoativo é fundamental.
Um refugiado sírio de 34 anos recorre à consulta por queixas de fraqueza dos membros inferiores. Queixa-se que quando sobe a rua sente dor gemelar que o força a parar. Não encontra registos clínicos do doente e tem dificuldade em entender os seus antecedentes médicos. Os sinais vitais são temperatura 37ºC, frequência respiratória 13 /min, frequência cardíaca 78 /min e tensão arterial de 126/89 mmHg. As saturações, medidas no indicador esquerdo, são 93%. O doente encontra-se confortável, anictérico e acianótico, sem dispneia. A auscultação cardíaca revela um quarto som, sem sopros evidentes. A auscultação pulmonar revela murmúrio vesicular mantido, sem ruídos adventícios. O abdómen está mole e depressível, indolor à palpação. Os pulsos radiais são palpáveis bilateralmente e são assimétricos, amplos, rítmicos e regulares. Os pulsos pediosos são palpáveis bilateralmente e são simétricos, pouco amplos, rítmicos e regulares. Qual é a causa mais provável para as queixas do doente?
A) Coartação da aorta.
B) Compressão medular.
C) Estenose do canal lombar.
D) Estenose significativa de artérias dos membros inferiores.
E) Oclusão de vasos no membro inferior.
A) Coartação da aorta.
Uma mulher de 62 anos de idade recorreu ao serviço de urgência por dor torácica opressiva com 90 minutos de evolução e com componente vagal associada (náuseas e sudorese profusa). É fumadora de 10 cigarros por dia há mais de 40 anos. Tem antecedentes de hipertensão arterial medicada com hidroclorotiazida 25 mg às refeições. Sem outros antecedentes médicos relevantes. Sem alergias medicamentosas conhecidas. O eletrocardiograma à admissão mostra elevação do segmento ST em II, III e aVF. É instituída terapêutica antitrombótica e submete-se a doente a uma angioplastia coronária percutânea primária com implantação de stent revestido sobre a artéria coronária direita, que se encontrava ocluída desde o segmento proximal. A doente encontra-se agora hipotensa, com valores de tensão arterial de 85/50 mmHg, frequência cardíaca de 70 bpm. Ao exame físico apresenta importante ingurgitamento venoso jugular e auscultação pulmonar com murmúrio vesicular mantido, simétrico e sem ruídos adventícios. O eletrocardiograma é normal. É rapidamente transferida para a Unidade de cuidados intensivos coronários. Que tratamento começaria neste momento, tendo em conta o quadro clínico apresentado pela doente?
A) Administração de terapêutica diurética endovenosa.
B) Administração de nitratos em perfusão endovenosa.
C) Fluidoterapia intensiva com cristaloides.
D) Implantação de balão de contrapulsação aórtico.
E) Realização de nova coronariografia urgente, perante a suspeita de trombose do stent.
C) Fluidoterapia intensiva com cristaloides.
Uma jovem de 17 anos é trazida ao Serviço de Urgência de ambulância após reversão de paragem cardiorrespiratória no domicílio. A jovem estaria a ajudar a mãe com as tarefas domésticas quando colapsou subitamente no chão. Após chegada da equipa de emergência, foi constatado que a vítima se encontrava em paragem cardiorrespiratória e foi iniciado Suporte Avançado de Vida, com reversão da situação. A doente é seguida em consulta externa de Pedopsiquiatria por depressão e perturbação do comportamento alimentar desde os 14 anos; a mãe da doente diz-lhe que tem notado um agravamento recente do padrão alimentar restritivo da filha. Como medicação habitual, faz fluoxetina e contracetivo oral combinado.À entrada no SU a doente apresenta-se consciente, Escala Coma de Glasgow 11 (O2V4M5). Temperatura 36,1ºC, frequência cardíaca 62 batimentos/min, frequência respiratória 19 ciclos/min, pressão arterial 113/70 mmHg, SpO2 96%, IMC 13,6 Kg/m2. A auscultação cardiopulmonar e o exame físico do abdómen não têm alterações. O ECG mostra um prolongamento do intervalo QT, sem outras alterações de relevo.Qual a causa mais provável deste quadro?
A) Cardiopatia estrutural.
B) Hipocaliemia.
C) Tromboembolismo pulmonar.
D) Intoxicação medicamentosa voluntária por fluoxetina.
E) Pneumotórax hipertensivo.
B) Hipocaliemia.
Uma mulher de 68 anos de idade recorre ao Serviço de Urgência por um quadro com uma semana de evolução de palpitações e dispneia, inicialmente para grandes esforços, mas que, nos últimos dias, progrediu para esforços cada vez menores. Tem história conhecida de hipertensão arterial e hipercolesterolemia. Está medicada habitualmente com amlodipina 5mg e atorvastatina 20 mg. Na infância sofreu uma amputação do 4º dedo da mão esquerda após uma queda sobre uma garrafa de vidro partida. A auscultação cardíaca evidencia sons arrítmicos, sem sopros audíveis. Realizou um eletrocardiograma que revelou taquicardia com QRS estreitos irregularmente irregulares, com presença de ondas f e resposta ventricular a 148 batimentos por minuto. Com esses achados, é feito o diagnóstico de fibrilhação auricular com resposta ventricular rápida. Assim que se consegue controlar a resposta ventricular, decide-se realizar cardioversão para reverter a doente a ritmo sinusal. Prescreve-lhe edoxabano 60 mg 1 comprimido por dia para prevenção de embolias sistémicas e bisoprolol 2,5 mg 1 comprimido por dia para reduzir a resposta ventricular. Por quanto tempo, pelo menos, devemos anticoagular a doente, a fim de realizar a cardioversão?
A) Desde 4 semanas antes da cardioversão farmacológica até 1 semana depois.
B) Desde 1 semanas antes da cardioversão elétrica até 4 semanas depois.
C) Desde 3 semanas antes da cardioversão elétrica até 4 semanas depois.
D) Desde 5 semanas antes da cardioversão farmacológica até 2 semanas depois.
E) Desde 2 semanas antes da cardioversão farmacológica até 4 semanas depois.
C) Desde 3 semanas antes da cardioversão elétrica até 4 semanas depois.
Um homem de 56 anos recorre ao seu médico de família com queixas de palpitações de longa data, referindo 3 a 5 episódios por mês. Diz não ser uma pessoa ansiosa e mostra-se preocupado com a sua situação. Tem antecedentes de obesidade, diabetes mellitus não insulino-dependente e artrose do ombro. Está medicado com metformina e ibuprofeno em SOS. É fumador (30 UMA) desde os 26 anos e refere hábitos etílicos de cerca de 42g por dia desde há 10 anos. Os sinais vitais são temperatura 36.0 ºC, frequência cardíaca 77/min, frequência respiratória 19/min, pressão arterial 130/78 mm Hg e SpO2 99% (ar ambiente). A auscultação cardíaca e pulmonar é normal e o abdómen é globoso, mole, depressível e indolor à palpação. O médico de família requisita um ECG que se apresenta normal. Qual a recomendação mais adequada tendo em conta a sintomatologia do doente?
A) Fazer uma dieta equilibrada.
B) Cessação tabágica.
C) Abstinência alcoólica.
D) Referenciar a cardiologia.
E) Prática de exercício físico.
C) Abstinência alcoólica.
Um senhor de 76 anos, autónomo para as atividades da vida diária, vem à sua consulta com queixas de tonturas quando se levanta, tendo já tido uma queda numa dessas ocasiões. As tonturas surgem quando se levanta de uma cadeira ou da cama. O doente refere também dispneia e episódios de angina para esforços moderados com alguns meses de evolução. O senhor tem sido saudável e não toma nenhuma medicação diariamente.Ao exame objetivo, temperatura 36,1ºC, frequência cardíaca 68 batimentos/min, frequência e pressão arterial 134/72 mmHg, não havendo redução significativa com ortostatismo. À auscultação cardíaca, sopro mesossistólico III/VI, mais audível no foco aórtico, sem irradiação.O ecocardiograma realizado mostra uma fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 55%, área da válvula aórtica de 0,8cm2.Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado?
A) Vigilância com ecocardiograma de 6 em 6 meses.
B) Tratamento médico.
C) Coronariografia.
D) Tratamento cirúrgico com substituição valvular.
E) Implantação de válvula protésica por via percutânea.
C) Coronariografia.
Atende um doente que recorre ao serviço de urgências do seu hospital por palpitações e taquicardia de 150 bpm. Depois de estabelecido o tratamento médico, a frequência cardíaca é normalizada. O ECG é feito como mostrado na imagem (Flutter). Indique o tratamento mais eficaz para evitar recorrências na patologia de que suspeita:
A) Bom controlo da hipertensão arterial de que estes pacientes frequentemente sofrem.
B) Digoxina associada a um fármaco que diminua a condução do nódulo AV (bloqueadores dos canais de cálcio ou beta-bloqueantes).
C) Ablação por cateter e radiofrequência do istmo cavotricúspide.
D) Inserção de pacemaker com capacidade anti-taquicardia.
E) Amiodarona.
C) Ablação por cateter e radiofrequência do istmo cavotricúspide.
Um homem de 72 anos apresenta-se na consulta de cardiologia após um episódio de enfarte agudo do miocárdio tendo sido submetido a cateterismo urgente há 1 semana. Mostra-se muito preocupado com o seu estado de saúde e diz andar muito ansioso. Tem antecedentes de diabetes mellitus insulino tratada, dislipidemia, tabagismo (20UMA) e obesidade. Tem como antecedentes familiares um pai diabético que faleceu por AVC e uma mãe que faleceu com uma infeção respiratória. Como medicação habitual toma metformina, insulina e rosuvastatina. Os sinais vitais são temperatura 36.0ºC, frequência cardíaca 66/min, frequência respiratória 21/min, pressão arterial 150/90 mm Hg e SpO2 95% (ar ambiente). Qual das seguintes alternativas melhor previne novos eventos isquémicos?
A) AAS + clopidogrel durante 6 meses.
B) Prasugrel + clopidogrel durante 2 anos.
C) AAS + varfarina durante 1 ano.
D) AAS + clopidogrel durante 1 ano.
E) Ticagrelor + varfarina durante 6 meses
D) AAS + clopidogrel durante 1 ano.
Uma mulher de 30 anos vem ao consultório médico por episódios recorrentes de dor precordial em picada, com duração de 20 minutos, associada ao esforço, que alivia espontaneamente, desde há seis meses. Não tem antecedentes médicos de relevo. Os sinais vitais são temperatura 36,4°C, frequência respiratória 13/min, frequência cardíaca 78/min e pressão arterial 135/78 mm Hg. Tem 165 cm de altura e pesa 67 kg; IMC 24 kg/m². O exame físico encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro Colesterol Total 224 mg/dL HDL 60 mg/dL LDL 143 mg/dL Triglicerídeos 110 mg/dL. O eletrocardiograma não revelou alterações patológicas. Além do aconselhamento relativo aos fatores de risco de doença isquémica, qual das seguintes alternativas é o próximo passo mais adequado na gestão desta doente?
A) Cintigrama de perfusão miocárdica.
B) Ecocardiografia de stress.
C) Holter de 24 horas.
D) Prova de esforço em tapete rolante.
E) Tranquilizar a doente.
E) Tranquilizar a doente.
Tratando-se de uma dor precordial em picada, que apesar de associada a esforços alivia espontaneamente, numa doente jovem sem fatores de risco cardiovascular para além de dislipidemia, a probabilidade pré-teste de se tratar de uma dor associada a isquemia miocárdica é muito baixa. Assim sendo, a realização de testes imagiológicos ou funcionais de isquemia não se justifica. Eventualmente, poderia optar-se pela realização de AngioTAC Coronária para exclusão de lesões coronárias significativas, mas que não consta das opções.
Uma mulher de 76 anos de idade vem ao consultório médico por apresentar, na última semana, náuseas e agravamento da sua dispneia habitual, agora, para esforços mínimos. Nega vómitos. Tem antecedentes pessoais de insuficiência cardíaca por doença cardíaca hipertensiva, fibrilhação auricular e psoríase leve. Ela não fuma nem bebe álcool. Nega alergias medicamentosas conhecidas, apesar de referir episódios ocasionais de rinite que atribui a “alergia ao pó”. A sua medicação habitual consiste em enalapril, digoxina, furosemida e varfarina, assim como em tratamento tópico para a psoríase com betametasona/calcipotriol. Os sinais vitais são temperatura 37.1ºC, frequência cardíaca 116/min e pressão arterial 130/80 mm Hg. Ao exame físico o pulso é rítmico. A auscultação pulmonar revela crepitações bibasais e a auscultação cardíaca um reforço do segundo som. O electrocardiograma, realizado no SU, mostra uma taquicardia regular de complexos QRS estreitos a 116 bpm. Qual das seguintes é a abordagem mais adequada?
A) Suspender os anticoagulantes orais, neste caso a varfarina.
B) Realizar monitorização com Holter.
C) Solicitar os níveis plasmáticos de digoxina.
D) Associar propranolol.
E) Associar amiodarona.
C) Solicitar os níveis plasmáticos de digoxina.
Um homem de 72 anos recorre ao serviço de urgência do hospital da sua área de residência por dor pré-cordial intensa com 2 horas de evolução. Tem antecedentes de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2 há 15 anos, e fuma um maço de cigarros por dia há mais de 40 anos (40 UMA). Adicionalmente, tem história de acidente vascular cerebral com parésia residual do braço esquerdo há 4 meses. Enconta-se medicado com ácido acetilsalicílico, lisinopril, hidroclorotiazida e metformina. O doente tem 170 cm de altura e pesa 90Kg; IMC 31,1 Kg/m2. Os sinais vitais são temperatura auricular 37,1ºC, SpO2 (aa) 95%, frequência cardíaca 123/min e pressão arterial 80/46 mm Hg. Ao exame físico apresenta pele fria e sudorética. O eletrocardiograma revela uma elevação marcada do segmento ST nas derivações V1-V6, I e aVL. Qual dos seguintes tratamentos de reperfusão coronária é o mais adequado para este doente?
A) Fibrinólise sistémica imediata.
B) Transferência imediata para um centro terciário para tratamento com fibrinólise.
C) Transferência imediata para um centro terciário para revascularização percutânea.
D) Estabilização hemodinâmica e diferir o procedimento de revascularização.
E) Tratamento imediato com fondaparinux e abciximab.
C) Transferência imediata para um centro terciário para revascularização percutânea.
Considere um paciente de 65 anos, administrador de um serviço bancário, que vem à sua consulta para rever a medicação que deve tomar. Conta-lhe que esta foi recentemente mudada após uma ida à Urgência e teme estar a tomar os comprimidos mal. Tem antecedentes de hipertensão arterial essencial e dislipidemia (hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia) e há 4 anos foi diagnosticado com cardiomiopatia dilatada clinicamente estável. Traz consigo as caixas todas dos medicamentos que lhe foram prescritos no último ano. No exame físico destaca-se, à auscultação cardíaca, a presença de um sopro sistólico mais audível no foco mitral. Na auscultação pulmonar é audível murmúrio vesicular preservado, sem ruídos adventícios. Hoje, a sua tensão arterial está normal (132/72 mmHg). Perante esta patologia qual dos seguintes fármacos suspenderia?.
A) Carvedilol.
B) Enalapril.
C) Atorvastatina.
D) Diltiazem.
E) Espironolactona.
D) Diltiazem.
Uma mulher de 24 anos vem ao Serviço de Urgência por palpitações com início súbito durante uma discussão com o namorado. Previamente à discussão estaria assintomática, mas agora diz sentir o coração a bater muito rápido, assim como tonturas e dispneia. A doente refere que há cerca de 3 anos recorreu ao serviço de urgência também por palpitações que resolveram após soprar com muita força para uma seringa algumas vezes. Trata-se de uma mulher sem outros antecedentes de relevo, fazendo como medicação habitual apenas o contracetivo oral combinado. Ao exame objetivo, está visivelmente desconfortável, sudorética e polipneica. Temperatura 36,6ºC, frequência cardíaca 153 batimentos/min, frequência respiratória 24 ciclos/min e pressão arterial 97/53 mmHg. A auscultação cardíaca revelou-se rítmica e taquicárdica, sem outras alterações. Auscultação pulmonar sem alterações. Qual dos seguintes é o próximo passo mais adequado?
A) Monitorizar a doente com eletrocardiograma.
B) Explicar à doente que provavelmente está a ter um ataque de pânico e administrar diazepam.
C) Tranquilizar a doente e explicar que é normal sentir palpitações após uma discussão.
D) Questionar a doente acerca da toma de drogas.
E) Colher urina para pesquisa de drogas ilícitas e sangue para doseamento de hormonas tiroideias, metanefrinas e normetanefrinas.
D) Questionar a doente acerca da toma de drogas.
Mulher de 44 anos, secretária num escritório, com síndrome do intestino irritável e hipercolesterolemia familiar. A doente está cronicamente medicada com sinvastatina. Não tem antecedentes de outra doença cardíaca ou problemas broncopulmonares. O pai da senhora faleceu aos 71 anos, na sequência de cancro colorrectal; não existem outros antecedentes familiares de interesse. Foi diagnosticada, há uma semana, com cardiomiopatia hipertrófica na sequência de uma avaliação de rotina pelo Médico da Empresa, confirmada por um Cardiologista, que constatou a presença de um sopro mesossistólico, que aumentava com a realização da manobra de Valsalva, tinha irradiação para a região carotídea e era acompanhado por um S4 (quarto som cardíaco). Realizou ainda um ecocardiograma que revelou um gradiente subaórtico de 90 mmHg. Foi-lhe pedido também um teste genético. Como sintomas, a doente apresenta palpitações auto-limitadas (que a incomodam e preocupam na última semana, provavelmente por estar mais alerta para esse facto). Não tem dispneia, síncope, sintomas vegetativos, dor precordial ou outra sintomatologia. Realizou ainda um registo holter que revelou períodos de taquicardia irregular, na ordem dos 140 bpm, sem ondas P, classificados como períodos de fibrilhação auricular paroxística. Qual dos seguintes é o medicamento mais adequado para evitar estes episódios?.
A) Amiodarona.
B) Flecainida.
C) Digoxina.
D) Propafenona.
E) Isoprenalina.
A) Amiodarona.
Recebe pela primeira vez na consulta de cardiologia um paciente do sexo masculino com 28 anos de idade e antecedentes pessoais de morte súbita. Traz informação clínica da família que revela que a mãe e o avô materno foram diagnosticados com miocardiopatia hipertrófica obstrutiva e que a sua mãe é portadora de um desfibrilhador automático implantável após uma paragem cardiorrespiratória em contexto de fibrilhação ventricular há 5 anos. O rapaz nega medicação habitual e nega episódios de perda de consciência durante os esforços, toracalgia, dispneia de esforço ou outras queixas. Refere que joga numa equipa de futebol há 5 anos. Pede-lhe um estudo genético e um ecocardiograma que confirmam o diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica obstrutiva. Recomenda-lhe que não faça exercício de alta intensidade para reduzir o risco de morte súbita. Ao exame objetivo, deteta um sopro sistólico de ejeção no bordo esternal esquerdo que reflete a obstrução dinâmica no trato de saída do ventrículo esquerdo. Qual a manobra que esperaria reduzir a intensidade do sopro e confirmar a suspeita diagnóstica?
A) Realização de manobra de Valsalva.
B) Administração de dinitrato de isossorbido.
C) Perfusão de isoproterenol
D) Realização de exercício
E) Decúbito dorsal com elevação dos membros inferiores
E) Decúbito dorsal com elevação dos membros inferiores
Homem de 55 anos com hipertensão arterial severa mal controlada. Apresenta-se ao serviço de urgência com intensa dor interescapular e tensão arterial 200/110 mmHg. Realiza TC torácico que revela: ‘Disseção aórtica isolada pode ser vista ao nível da aorta torácica descendente a partir da artéria subclávia.’ A rotura da íntima localizada a 2 cm da subclávia é confirmada pelo ecocardiograma transesofágico, com uma imagem de disseção aórtica da ruptura até cerca de 5 cm abaixo. Qual é a atitude terapêutica mais apropriada?
A) Controlo rigoroso da pressão arterial com labetalol endovenoso.
B) Intervenção cirúrgica emergente de substituição da aorta descendente.
C) Controlo rigoroso da pressão arterial com hidralazina endovenosa.
D) Intervenção cirúrgica programada a curto prazo para reparação da zona rasgada.
E) Intervenção cirúrgica programada a curto prazo para substituição da aorta descendente.
A) Controlo rigoroso da pressão arterial com labetalol endovenoso.
Um homem de 33 anos de idade, saudável, recorre a uma consulta com o seu médico de família por cansaço de agravamento progressivo nos últimos meses. Há 6 meses começou a praticar natação três vez por semana, mas tem notado alguma dificuldade em manter o rendimento. Refere dispneia e desconforto torácico, sem dor franca e sem irradiação, que o impossibilitam de terminar o treino. Atualmente, estes sintomas têm inclusive vindo a afetar as atividades do seu dia-a-dia. Nega febre ou tosse com expetoração. Nega alergias ou desencadeantes associados. Ao exame objetivo, sente-se um choque de ponta desviado para a direita e observa-se edema bimaleolar simétrico com sinal de godet, sem sinais inflamatórios associados. O médico assistente decide solicitar vários meios complementares de diagnóstico para esclarecimento etiológico, dos quais se destacam: Ecocardiograma: “Dilatação cavidades cardíacas direitas, com hipertrofia do ventrículo direito, ligeiro desvio do septo interventricular para a esquerda, sem disfunção valvular, sem alterações das cavidades cardíacas esquerdas, sem derrame pericárdico associado. Pressão arterial pulmonar média de 31 mm Hg.” Cateterismo cardíaco direito: “Pressão arterial pulmonar média 31 mm Hg, pressão de encravamento capilar pulmonar 13 mm Hg, resistência vascular periférica 5 UW. Teste de resposta hemodinâmica com bloqueador dos canais do cálcio - pressão arterial pulmonar média 28 mm Hg, sem diminuição do débito cardíaco.” Qual o tratamento mais indicado neste doente?
A) lloprost inalado.
B) Epoprostenol ev.
C) Prostaciclina ev.
D) Transplante cardíaco.
E) Amlodipina oral.
A) lloprost inalado.
Um homem de 78 anos vem à consulta de rotina com o seu médico assistente. Refere sentir-se bem nos últimos tempos e que, apesar de se cansar mais do que há alguns anos, continua a conseguir fazer a sua habitual caminhada matinal. Vive com a esposa de 75 anos e é totalmente autónomo para as atividades da vida diária. Dos antecedentes pessoais destaca-se uma miocardiopatia dilatada idiopática com disfunção ventricular ligeira (fração de ejeção de 48%) e uma fibrilhação auricular permanente. O médico assistente aproveita a oportunidade para fazer uma revisão à medicação do doente. Qual dos seguintes fármacos deveria ser evitado no plano terapêutico deste doente?
A) Digoxina.
B) Carvedilol.
C) Varfarina.
D) Enalapril.
E) Ibuprofeno.
E) Ibuprofeno.
O ibuprofeno, como qualquer AINE, está contra-indicado nos pacientes com insuficiência cardíaca, já que pode precipitar ou desencadear um episódio de IC em pacientes suscetíveis ou agudizar uma doença crónica.
Um homem de 74 anos recorre ao SU por dor torácica retroesternal acompanhada por diaforese desde há algumas horas. O doente tem como antecedentes uma história de hipertensão arterial e diabetes tipo 2. No SU realiza-se um ECG que revela um ritmo sinusal com elevação do segmento ST em DII, DIII e aVF. O cateterismo cardíaco revelou a presença de oclusão total da artéria coronária direita proximal. Foi submetido a fibrinólise com estreptoquinase. No 3º dia de internamento, desenvolve um quadro súbito de dispneia, hipotensão e obnunbilação. Ao exame físico está taquipneico e diaforético. À ausculatação pulmonar detetam-se crepitações bibasais. À auscultação cardíaca ouve-se um sopro protossistólico no apéx. Qual dos seguintes é a causa mais provável do quadro clínico deste doente?
A) Tamponamento Cardíaco
B) Tromboembolismo pulmonar.
C) Rutura do músculo papilar.
D) Rutura da parede livre ventricular esquerda.
E) Rutura do septo ventricular.
C) Rutura do músculo papilar.
Está de urgência de Cardiologia e ligam-lhe da Unidade Coronária para discutir o caso de um paciente do sexo masculino, com 45 anos de idade, admitido por choque. Não se conhecem antecedentes pessoais nem a história clínica do paciente, uma vez que este se encontra obnubilado e os familiares estão ainda a caminho do hospital. O paciente está monitorizado com um cateter de Swan-Ganz que mostra os seguintes dados: pressão de encravamento capilar normal; pressão venosa central diminuída; pressão telediastólica do VE normal; pressão arterial sistémica de 80/60 mm Hg; pressão da artéria pulmonar diminuída. Qual é a sua suspeita diagnóstica?
A) O doente tem, provavelmente, uma pericardite constritiva.
B) O diagnóstico mais provável é uma miocardiopatia dilatada.
C) Temos de excluir que o doente tenha uma hemorragia gastrointestinal.
D) É muito provável que o paciente tenha uma estenose mitral.
E) O diagnóstico mais compatível com os dados fornecidos é um tromboembolismo pulmonar.
C) Temos de excluir que o doente tenha uma hemorragia gastrointestinal.
A conjugação de uma pressão de encravamento capilar normal (traduzindo pressões não aumentadas nas câmaras esquerdas) e de uma pressão venosa central diminuída (traduzindo pressões baixas nas câmaras direitas) exclui à partida as hipóteses A, B, D e E.
Considere um doente de 69 anos que sofreu um enfarte agudo do miocárdio complicado há cerca de 9 meses. Desde então, tem sido medicado com ácido acetilsalicílico, ticagrelor, pantoprazol, perindopril, espironolactona, bisoprolol e rosuvastatina, evidenciando boa compliance para com esta terapêutica. Tem permanecido estável e sem angor, embora se encontre em classe funcional III da NYHA. O seu eletrocardiograma de 12 derivações atual é apresentado na imagem seguinte (elevação do segmento ST de V2 a V5). Que situação clínica é que lhe sugere?
A) Bloqueio completo de ramo esquerdo.
B) Novo enfarte agudo do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento ST, interessando o território anterior do ventrículo esquerdo.
C) Intoxicação por betabloqueador.
D) Presença de comunicação interauricular.
E) Presença de aneurisma ventricular.
E) Presença de aneurisma ventricular.
Uma mulher de 32 anos é avaliada no serviço de urgência devido a palpitações intermitentes e tonturas na última semana. Ela não apresentou dor torácica, dispneia ou ortopneia, mas refere ter estado doente há 6 semanas, com febre, fadiga e mialgias, e uma erupção eritematosa no abdómen que desapareceu há 2 semanas. Os seus antecedentes pessoais médicos são irrelevantes. A doente trabalha como arquiteta-paisagista. Os sinais vitais são temperatura de 35,9ºC, frequência cardíaca 45/min e pressão arterial 120/70 mm Hg. O exame cardiovascular demonstra bradicardia, sem mais achados dignos de registo. O restante exame físico encontra-se dentro da normalidade. É solicitado um eletrocardiograma que mostra um ritmo sinusal com frequência cardíaca de 90/min, e bloqueio cardíaco completo com um ritmo de escape juncional de 50/min. O médico assistente decide internar a doente para monitorização cardíaca. Qual das seguintes abordagens é a mais adequada para esta doente?
A) Estudo eletrofisiológico.
B) Ceftriaxone intravenoso.
C) Colocação de um pacemaker permanente.
D) Colocação de um pacemaker temporário.
E) Adrenalina intravenosa.
B) Ceftriaxone intravenoso.
Doença de Lyme.
Qual das seguintes afirmações relativas à miocardiopatia restritiva é FALSA?
A) A congestão venosa sistémica pode predominar sobre a pulmonar.
B) Tem, por norma, um prognóstico desfavorável.
C) Associa-se a um movimento sistólico anterior da válvula mitral.
D) A amiloidose cardíaca é a causa mais frequente deste tipo de miocardiopatia.
E) Normalmente, o pulso venoso jugular mostra ondas “x” e “y” profundas.
C) Associa-se a um movimento sistólico anterior da válvula mitral.
Homem de 54 anos recorre ao Serviço de Urgência por dor torácica retrosternal com irradiação dorsal, muito intensa, e hipersudorese; este quadro teve início há cerca de 30 minutos. Trabalha numa pizzaria local como cozinheiro. Tem como antecedentes pessoais: diabetes tipo 2 mellitus sob tratamento com metformina, hipertensão arterial de grau II em tratamento com ramipril, e hipercolesterolomia em tratamento com atorvastatina. Relativamente aos antecedentes familiares, o seu pai morreu de hemorragia cerebral aos 70 anos e a sua mãe morreu de enfarte agudo do miocárdio aos 52 anos. O seu irmão foi diagnosticado recentemente com um adenocarcinoma gástrico, em estadio avançado. No exame físico destaca-se a presença de um sopro diastólico no bordo esquerdo do esterno e marcada ingurgitação jugular. Adicionalmente, destaca-se a presença de ptose e miose. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável ?.
A) Síndrome mesencefálica secundária a cardioembolia.
B) Dissecção aguda da aorta.
C) Enfarte agudo do miocárdio da parede ântero-lateral.
D) Choque vasogénico.
E) Derrame pericárdico com tamponamento cardíaco.
B) Dissecção aguda da aorta.
A dor irradia tipicamente para o dorso e é frequentemente descrita como muito intensa. O sopro diastólico ouvido neste caso corresponde a uma insuficiência aórtica, que é geralmente devida à expansão da raiz aórtica inerente à própria alteração que predispõe para a disseção, como a degeneração quística da túnica média. A ptose e a miose são sugestivos de Síndrome de Horner que pode ocorrer nestes doentes por extensão da disseção para os troncos supraaórticos. O aumento da pressão venosa jugular nestes doentes deve-se geralmente à presença de tamponamento cardíaco quando ocorre rotura para dentro do espaço pericárdico.
Mulher de 45 anos seguida em Consulta Externa de Ginecologia por endometriose e na Consulta de Infertilidade. Não tem antecedentes de doença cardíaca. A doente conta-nos que nunca foi uma pessoa particularmente atlética, mas que há alguns meses se sente mais cansada e fica sem fôlego sempre que realiza esforços de intensidade moderada, como subir escadas ou andar rápido. Além disso, diz que teve três perdas súbitas de consciência, sem pródromos e que não relaciona com mudanças posturais ou com a presença em ambientes quentes. Numa delas, a senhora bateu com a cabeça, apresentando ainda um ferimento na testa. Os sinais vitais são normais, com pressão arterial de 115/75 mmHg e frequência cardíaca de 65 bpm. Ao exame físico, destaca-se um sopro sistólico de timbre rude, no bordo esquerdo do esterno e também na região do ápice cardíaco. Solicitamos ecocardiograma que demonstra ligeiro espessamento do septo ventricular, fluxo mitral regurgitante e movimentação anterior do folheto valvar mitral durante a sístole. Na patologia de que suspeita, qual das seguintes manobras reduziria o sopro?.
A) Exercício físico.
B) Elevação das pernas.
C) Manobra de Valsalva.
D) Taquicardia.
E) Nitroglicerina intravenosa.
B) Elevação das pernas.
Mulher, 64 anos, costureira, com osteoartrose do joelho direito submetida a intervenção cirurgica há 5 anos com colocação de prótese, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca esquerda - que desenvolveu após enfarte agudo do miocárdio há 3 anos, altura em que foi submetida a colocação de stent na descendente anterior. Após a fase aguda do EAM, realizou um ecocardiograma que mostrou redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE = 30%). Atualmente, tem classificação clínica NYHA II e está medicada com aspirina, carvedilol, enalapril, sinvastatina, furosemida, espironolactona e paracetamol. A senhora recorreu ao Serviço de Urgência por dispneia em repouso e ortopneia, associada a confusão. Ao exame físico, constatou-se presença de edema até acima dos joelhos, bilateralmente, crepitações húmidas, diminuição do murmúrio vesicular em ambas as bases pulmores e aumento da pressão venosa jugular. Solicita-lhe um estudo analítico completo, que releva níveis de BNP elevados. A radiografia de tórax revela infiltrados alveolares peri-hilares em “asas de borboleta”, infiltrados alveolares nas bases pulmonares e silhueta cardíaca aumentada. Qual das seguintes medidas considera necessária perante o quadro clínico apresentado?.
A) Administrar morfina.
B) Administrar noradrenalina, por via intravenosa, para melhorar a perfusão tecidual.
C) Administrar fluídos, por via intravenosa, uma vez que a doente se encontra em choque sético com ponto de partida em infeção pulmonar.
D) Administrar beta-bloqueadores, como o propranolol, por via intravenosa.
E) Deitar a doente.
A) Administrar morfina.
Uma mulher de 65 anos de idade é trazida ao Serviço de Urgência por apresentar cansaço e agravamento gradual de dispneia nas últimas duas semanas. Refere ainda que nos últimos 6 meses terá perdido cerca de 10 kg. Os antecedentes médicos incluem uma história de neoplasia da mama tratada com quimioterapia e radioterapia, sem evidência de recorrência nos últimos exames efetuados há cerca de 3 anos. Nega dor torácica, náuseas ou vómitos, ou clínica infeciosa recente. Nega ainda hábitos tabágicos ou alcoólicos. A temperatura corporal é de 37,1°C, frequência respiratória 30/min, frequência cardíaca 115/min e pressão arterial 90/70 mm Hg. Ao exame físico destaca-se a presença de ingurgitamento venoso jugular na posição sentada e sons cardíacos hipofonéticos à auscultação, aparentemente rítmicos, sem sopros. Realizou um ECG, no qual se apresenta em ritmo sinusal, com critérios de baixa voltagem e alternância elétrica. Qual dos seguintes é a causa mais provável das queixas desta doente?
A) Diminuição da contractilidade cardíaca.
B) Diminuição da pré-carga ventricular esquerda.
C) Aumento da complacência do ventrículo direito.
D) Obstrução do fluxo de saída do ventrículo esquerdo.
E) Hipertensão pulmonar.
B) Diminuição da pré-carga ventricular esquerda.
Esta doente apresentava um derrame pericárdico que evoluiu para tamponamento cardíaco, provavelmente secundário à neoplasia. A confirmação deste diagnóstico deve fazer-se com a realização de um ecocardiograma.
Considere um homem de 77 anos de idade, hipertenso, tratado habitualmente com amlodipina, a qual fora recentemente substituída por hidroclorotiazida, devido a edema maleolar. Adicionalmente, está medicado com acenocumarol e digoxina, por fibrilhação auricular permanente. No seu estado basal, apresenta-se em classe funcional II da NYHA. Recorre, agora, contudo, ao Serviço de Urgência, por quadro de mal-estar geral e náuseas, com 3 dias de evolução. É-lhe realizado um eletrocardiograma, que se mostra abaixo. Qual das seguintes opções é a mais correta?
A) Trata-se de uma intoxicação digitálica, provavelmente relacionada com a intercorrência de hipercaliémia induzida pelo tratamento com hidroclorotiazida.
B) A presença do sinal da “colher de pedreiro” permite firmar o diagnóstico de intoxicação digitálica.
C) Identificam-se períodos de ritmo juncional acelerado, sugerindo intoxicação digitálica.
D) Não é necessário descartar alterações iónicas como desencadeante para o quadro clínico em curso.
E) Dada a regularidade do ritmo, pode afirmar-se que o doente cardioverteu, espontaneamente, para o ritmo sinusal.
C) Identificam-se períodos de ritmo juncional acelerado, sugerindo intoxicação digitálica.
Uma mulher de 78 anos vem à consulta de revisão de cardiologia após um internamento, há cerca de 3 meses, por insuficiência cardíaca de novo e fibrilhação auricular. Trata-se de uma doente com antecedentes de hipertensão arterial. A carta de alta mostra o resultado de um ecocardiograma que evidencia disfunção ventricular esquerda moderada e uma proposta terapêutica que inclui: suspensão de amlodipina e início de furosemida e enalapril. A paciente refere melhoria clínica, nomeadamente, ao nível do edema nos membros inferiores. Nega cansaço, mas diz que nunca mais foi a mesma desde o referido episódio (sic). Ao exame físico não se observam sinais de insuficiência cardíaca, mas chamam à atenção os sinais vitais da doente: frequência cardíaca 120/min e pressão arterial 150/90 mmHg. O ECG mostra um ritmo de fibrilhação auricular a 110-120 bpm. Qual dos seguintes tratamentos mais provavelmente melhorará os sintomas e reduzirá a mortalidade de eventos cardiovasculares nesta doente?
A) Digoxina e ácido acetilsalicílico.
B) Atenolol e ácido acetilsalicílico.
C) Verapamil e varfarina.
D) Carvedilol e apixabano.
E) Carvedilol e clopidogrel.
D) Carvedilol e apixabano.
Entre essas opções, quer o Verapamil quer o Carvedilol serviriam para controlo da frequência cardíaca, mas o Verapamil está contra-indicado em doentes com disfunção sistólica, pelo que fica a restar a resposta D.
Um homem de 50 anos foi submetido a uma angioplastia coronária transluminal percutânea (ACTP) com colocação de stent convencional por uma obstrução de 90% da artéria coronária direita proximal, tendo-se mantido estável e assintomático desde então. Três meses após o procedimento apresenta queixas de dor torácica recorrente do tipo “aperto”, que piora com o esforço e alivia com o repouso. Opta-se pela realização de um cateterismo cardíaco que revela uma obstrução severa da artéria coronária direita proximal. Qual das seguintes afirmações sobre o estado atual deste paciente é correta?
A) A reestenose após angioplastia simples com balão é muito frequente e, como tal, atualmente implantam-se endopróteses coronárias (stents), que tornam esta complicação praticamente inexistentes.
B) Se o paciente tivesse sido tratado diariamente com aspirina desde a angioplastia inicial, este problema não teria acontecido.
C) Deveria ter-se administrado um agente hipolipemiante para prevenir esta complicação.
D) A administração de anticoagulantes orais durante 6 meses depois da angioplastia previne esta complicação.
E) Provavelmente, a hiperplasia do músculo liso das artérias coronárias contribuiu para o problema atual.
E) Provavelmente, a hiperplasia do músculo liso das artérias coronárias contribuiu para o problema atual.
Atende um paciente do sexo masculino, com 39 anos de idade, que recorreu ao serviço de urgência do hospital distrital onde trabalha por um quadro de dor torácica intensa, de início brusco, com cerca de 45 minutos de evolução. Durante a colheita da anamnese o doente refere ainda dispneia de esforço com alguns meses de evolução, bem como episódios de dor torácica do “tipo aperto” autolimitados que surgem com esforço. Trata-se de um paciente previamente saudável, cuja única medicação habitual é amlodipina 5mg ao pequeno almoço prescrita pelo médico da saúde ocupacional após deteção de hipertensão arterial em avaliação de rotina. Os sinais vitais são: TA 115/40 mmHg, FC 90bpm, e saturações periféricas por oximetria de pulso entre 98-99% em ar ambiente. A auscultação cardíaca é rítmica, sem sopros. Opta por lhe pedir exames complementares de diagnóstico, incluindo uma radiografia de tórax (que se encontra na imagem) e um eletrocardiograma. O ECG deteta ritmo sinusal, com infradesnivelamento do segmento ST em DI, aVL, V5 e V6. Analiticamente destaca-se elevação de troponina 1370 pg/ml. Qual das seguintes é a abordagem mais adequada?
A) Realização de ecocardiograma transtorácico.
B) Realização de coronariografia urgente.
C) Realização de tomografia computarizada de tórax.
D) Realização de ecocardiograma transesofágico.
E) Iniciar tratamento betabloqueante.
E) Iniciar tratamento betabloqueante.
Um doente de 89 anos está internado no serviço de hematologia com uma leucemia mieloide aguda. Apresenta antecedentes de insuficiência cardíaca congestiva, carcinoma da próstata, hipertensão e bronquite crónica. O doente apresenta-se anémico com hemoglobina de 6.7g/dL e com trombocitopenia de 15.000/mm3 plaquetas. É realizada a transfusão de 3 unidades de plaquetas e 2 concentrados eritrocitários. O doente inicia o tratamento sem intercorrências, mas à transfusão da segunda unidade de eritrócitos inicia um quadro de dispneia, taquicardia e respiração ruidosa. Os sinais vitais são: temperatura 36.6ºC, frequência cardíaca 115/min, frequência respiratória 28/min e pressão arterial 150/89mmHg. A auscultação cardíaca apresenta um sopro sistólico já conhecido audível em todo o precórdio e a auscultação pulmonar surge com sibilos dispersos bilateralmente. Qual o diagnóstico e o próximo passo a tomar?
A) Aloimunização prévia, suspender transfusão.
B) Edema agudo do pulmão, suspender transfusão e diuréticos.
C) Anemia hemolítica aguda, suspender transfusão e fornecer fluidos.
D) Choque anafilático, suspender transfusão e administrar adrenalina.
E) Reação alérgica, fornecer anti-histamínicos.
B) Edema agudo do pulmão, suspender transfusão e diuréticos.
A opção A está incorreta porque o quadro apresentado seria mais sistémico, afetando outros sistemas para além do pulmonar.
Uma mulher de 30 anos, atleta de alta competição de atletismo, vem ao consultório médico por episódios recorrentes de icterícia após corrida de 10 000 m. Os sinais vitais são temperatura 36,8°C, frequência cardíaca 78/min e pressão arterial 120/55 mm Hg. Ao exame físico apresenta-se com excelente estado geral e com icterícia da pele e mucosas. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Soro: AST 27 U/L; ALT 27 U/L; Bilirrubina: Total 4 mg/dL; Direta 1 mg/dL; Sódio 132 mEq/L; Potássio 4,0 mEq/L. Sangue: Hemoglobina 11,4 g/dL. Qual dos seguintes mecanismos mais provavelmente desempenha um papel primário no desenvolvimento deste quadro?
A) Hemólise com o esforço físico intenso.
B) Hemólise microangiopática.
C) Redução da atividade da UGT1A1.
D) Redução do metabolismo da lipofuscina no tecido hepático.
E) Stress emocional.
C) Redução da atividade da UGT1A1.
No entanto, consideramos que esta questão é passível de impugnação. Não há menção no enunciado a doseamentos de LDH, nem de haptoglobina. Ainda que a icterícia nestes doentes seja agravada por situações de maior stress fisiológico, fenotipicamente os mesmos apresentam tipicamente um status subictérico que em nenhum momento é mencionado no enunciado.Se sem esforço não havia icterícia conforme subentendido no enunciado, apenas a hemólise aumentada por stress mecânico pode ser enquadrada como trigger primário para manifestação do quadro (independentemente do contexto fisiopatológico subsequente para instalação do mesmo).
Um doente de 67 anos vem ao médico de família trazer análises que realizou num contexto de rotina. Tem como antecedentes patológicos uma dislipidemia devidamente medicada e uma hipertensão essencial, também medicada e controlada. Sem outros antecedentes patológicos ou familiares de relevo. Sangue Hemoglobina 9 g/dL Htc 40% HCM 25 pg CHCM 31 g/dL VGM 75 µm3 Leucócitos 5 000 /mm3 Plaquetas 250 000 /mm3 Soro ALT 37 U/L AST 24 U/L Amilase 90 U/L Creatinina 0,98 mg/dL Colesterol total 102 mg/dL Tendo em conta as alterações, qual será o próximo passo mais adequado?
A) Biopsia da medula óssea.
B) Endoscopia digestiva baixa.
C) Esfregaço do sangue periférico.
D) Estudo da cinética do ferro.
E) Ferro oral.
D) Estudo da cinética do ferro.
Um homem 66 anos dirige-se ao serviço de urgência por queixas de cansaço e dispneia de esforço, febre ocasional e tosse seca arrastada, já medicado com antibioterapia pelo médico de família, mas sem melhoria clínica. Tem história médica já conhecida de hipertensão arterial e hipercolesterolemia bem controladas com terapêutica farmacológica. Ao exame objetivo destacam-se palidez mucocutânea, hematomas dispersos pelo tronco e membros, gengivorragia e epistaxis. Analiticamente destaca-se: Hemoglobina 7,5 g/dL, VGM 75 fL, Leucócitos 30000/mm3 com monocitose, e plaquetas 5 x109/L; provas de coagulação alteradas com TP e aPTT aumentados. É solicitado um esfregaço de sangue periférico que revela a presença de 17% de blastos. Qual o diagnóstico mais provável?
A) Leucemia promielocítica aguda.
B) Leucemia mieloblástica aguda.
C) Linfoma difuso de grandes células B.
D) Anemia refratária com excesso de blastos tipo II.
E) Leucemia linfocítica crónica.
A) Leucemia promielocítica aguda.
É um subtipo de leucemia aguda caracterizada clinicamente pela presença de anemia, sinais e sintomas de trombocitopenia e discrasia hemorrágica. Analiticamente com a presença de blastos e com alteração das provas de coagulação.
Um paciente de 75 anos de idade recorre à sua consulta por apresentar queixas de perda de peso com várias semanas de evolução (apesar de manter a sua dieta habitual) e sudorese noturna. Refere que não tem praticado mais exercício físico nos últimos tempos do que a hidroginástica habitual. A história pessoal revela fibrilhação auricular sem doença cardíaca estrutural descrita, hipertensão arterial essencial, osteoporose e resseção recente de uma lesão do couro cabeludo descrita no relatório da anatomia patológica como carcinoma basocelular. Ao exame físico apresenta adenopatias cervicais e axilares. A auscultação cardíaca é arrítmica, sem sopros. A auscultação pulmonar apresenta um murmúrio vesicular simétrico bilateralmente. A exploração abdominal não apresenta achados patológicos. No estudo analítico observa-se uma linfocitose no sangue periférico à custa de linfócitos CD20+ e CD5+, com estudo citogenético subsequente a evidenciar a t(11;14). O estudo de estadiamento deteta afeção da mucosa do tubo digestivo e envolvimento da medula óssea. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Linfoma do Manto Estadio IV.
B) Leucemia Linfocítica Crónica Estadio, III-B.
C) Macroglobulinemia de Waldestrom.
D) Leucemia Prolinfocítica B.
E) Leucemia Linfocítica Crónica, Estadio II-A.
A) Linfoma do Manto Estadio IV.
Uma mulher de 36 anos, bibliotecária, vem novamente ao médico assistente por alterações nas análises sanguíneas pré-concecionais. Os seus pais são de origem italiana. Não toma qualquer medicação habitual. Os sinais vitais são: temperatura 36.9ºC, frequência cardíaca 77/min, frequência respiratória 18/min e pressão arterial 105/63mmHg. A auscultação cardíaca surge com S1 e S2 normofonéticos, sem sopros. A auscultação pulmonar tem murmúrio vesicular presente bilateralmente, sem ruídos adventícios. O restante exame físico encontra-se normal. O estudo analítico surge com os seguintes resultados: Sangue Hemoglobina 10.3g/dL VGM 72fL HCM 23pg Leucócitos 7500/mm3 Neutrófilos 56% Linfócitos 31% Plaquetas 160.000/L Reticulócitos 1.4% RDW 14% Qual das seguintes alterações seria mais provável de encontrar?
A) Bilirrubina direta aumentada.
B) Transferrina aumentada.
C) Bilirrubina indireta aumentada.
D) Células em alvo no esfregaço de sangue periférico.
E) Diminuição do nível de haptoglobina.
D) Células em alvo no esfregaço de sangue periférico.
A doente possui talassemia minor onde os eritrócitos são microcíticos, com aspeto de célula em alvo no esfregaço. O facto de a anemia ser leve com RDW e contagem de reticulócitos normais, indica que não haverá hemólise, pelo que a bilirrubina indireta não estará aumentada nem a haptoglobina diminuída.
Mulher de 50 anos, previamente diagnosticada com lúpus eritematoso sistémico. Vem à consulta por astenia progressiva e dispneia em esforços moderados. A exploração demonstra icterícia conjuntival e esplenomegalia a 4 cm da grelha costal. Nas análises destaca-se: Hematócrito 24%, hemoglobina 8 g/dL, Reticulócitos, bem como o índice de produção reticulocitário aumentado e no esfregaço observa-se policromatofilia, anisopoiquilocitose e esferocitose. Elevação da bilirrubina predominante indireta e haptoglobina muito reduzida. Que teste analítico solicitaria para orientar e completar o diagnóstico da anemia desta paciente?
A) Punção e biópsia da medula óssea.
B) Teste direto com soro de antiglobulina humana (teste de Coombs direto)
C) Teste de auto-hemólise.
D) Dosagem de vitamina B12 e ácido fólico em soro.
E) Estudo eletroforético da hemoglobina.
B) Teste direto com soro de antiglobulina humana (teste de Coombs direto)
Considere uma senhora de 63 anos que foi recentemente submetida a artroplastia da anca e que está medicada com heparina não-fracionada. Tem antecedentes de rinite alérgica e alopécia, fazendo apenas atarax em SOS. Desenvolve um quadro de dor abdominal, febre, náuseas e vómitos. No exame físico constata-se dor à palpação profunda da fossa ilíaca direita, com defesa, mas sem sinais de irritação peritoneal; a auscultação cardíaca e pulmonar é normal. Neste contexto, é admitido o diagnóstico de apendicite aguda, que requer intervenção cirúrgica nas 24 horas seguintes. Qual das seguintes atitudes considera ser mais adequada?
A) Suspender a heparina e realizar a cirurgia 3 a 6 horas após.
B) Administrar sulfato de protamina.
C) Administrar complexo de protrombina.
D) Substituir a heparina não-fracionada por heparina de baixo peso molecular.
E) Administrar plasma fresco congelado.
A) Suspender a heparina e realizar a cirurgia 3 a 6 horas após.
Uma mulher de 30 anos de idade recorre ao serviço de urgência por apresentar temperatura axilar de 37,4ºC, alterações neurológicas (convulsões e paresia do membro inferior esquerdo) e alteração da função renal com creatinina de 5,4 mg/dL. Num estudo analítico realizado há 1 ano atrás, não foram observadas estas alterações. Tem antecedentes de hipotiroidismo autoimune e cirrose biliar primária seguidos nas especialidades adequadas, e também está a ser tratada com sumatriptano e naproxeno para episódios de enxaqueca que apresenta, ocasionalmente. Ela trabalha como professora de artes marciais num ginásio e nega história recente de traumatismos, embora tenha sido operada na infância por luxações recorrentes do ombro direito. Nega alergias a medicamentos e hábitos toxicológicos (não bebe, não fuma, nem consome outras drogas). Os resultados dos estudos analíticos realizados hoje no serviço de urgência revelam: Sangue: Hemoglobina 8,7 g/dL Leucócitos 6.000/mm3 Plaquetas 30 x 109 /L. Bioquímica: Creatinina 5,5 mg/dL ALT 24 U/L AST 32 U/L LDH 398 U/L Brb total 3,1 mg/dL, Brb direta 0,4 mg/dL Haptoglobina 15 mg/dL (VN: 25-190 mg/dL). O TP foi de 9 segundos. O aPTT foi de 24 segundos. O fibrinogénio encontra-se dentro dos valores de referência. O relatório do esfregaço de sangue periférico indica a presença de mais de 10 esquizócitos por campo. Qual dos seguintes é o tratamento fundamental para a patologia desta doente?
A) Esplenectomia.
B) Corticosteróides orais.
C) Agentes alquilantes.
D) Plasmaferese.
E) Ácido acetilsalicílico.
D) Plasmaferese.
Apresentam-nos um caso clínico típico da Púrpura Trombocitopénica Trombótica (PTT) ou doença de Moschowitz. É mais frequente em mulheres entre os 20-50 anos de idade, cursa com a tríade clínica de insuficiência renal aguda, anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia, sendo a afeção do sistema nervoso central frequente. O tratamento de eleição é a plasmaferese.
Um homem de 66 anos de idade, diagnosticado com leucemia linfocítica crónica B há vários anos, recorre ao serviço de urgência por apresentar astenia intensa, dispneia para esforços mínimos e alguns episódios de angina de peito nas últimas semanas. Nega colúria. Ao exame físico apresenta pele e mucosas pálidas, hidratadas, ictéricas e acianóticas. A palpação abdominal revela esplenomegalia. O hemograma revela uma hemoglobina de 7,2 g/dL, 75.000/mm3 leucócitos (82% linfócitos) e 325.000/mm3 plaquetas. A bioquímica revela um aumento da bilirrubina, à custa da fração indirecta e uma desidrogenase láctica duas vezes acima do limite da normalidade. Os reticulócitos estão aumentados e a haptoglobina diminuída. O esfregaço de sangue periférico revela a presença de esferócitos abundantes e o teste de Coombs é positivo para lgG. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável?
A) Anemia por infiltração medular da LLC.
B) Quadro de colestase secundário a infiltração tumoral.
C) Anemia hemolítica autoimune por anticorpos quentes.
D) Anemia hemolítica autoimune por anticorpos frios.
E) Anemia da doença crónica.
C) Anemia hemolítica autoimune por anticorpos quentes.
Homem de 65 anos de idade, vem ao seu consultório para uma consulta de rotina após ter sido diagnosticado com mieloma múltiplo IgG Kappa. Apresenta-se com um nível de paraproteína de 2.400 mg/dL. Não apresentava proteinúria de Bence Jones, anemia, insuficiência renal, hipercalcemia ou lesões ósseas significativas. Tendo em conta isto, qual das seguintes alternativas é a opção terapêutica mais adequada?
A) Tratamento com esquema de Melfalano e Prednisona.
B) Esquema de melfalano, prednisona e talidomida.
C) Autotransplante de progenitores hematopoiéticos.
D) Poliquimioterapia tipo VAD.
E) Nenhum tratamento inicial, deve-se vigiar e iniciar tratamento mediante evidência de progressão.
E) Nenhum tratamento inicial, deve-se vigiar e iniciar tratamento mediante evidência de progressão.
Estamos perante um caso de mieloma indolente ou quiescente, pois não existe atingimento renal, insuficiência medular ou lesões ósseas. Nesses casos, não deve ser instituída terapêutica uma vez que esta não se associa a aumento da sobrevida.
Uma doente do sexo feminino, de 38 anos de idade, apresentou-se no serviço de urgência do hospital de residência por queixas de dor abdominal severa no quadrante superior direito e aumento do diâmetro do perímetro abdominal com cerca de 4 dias de evolução. Para além disso, refere fadiga e dispneia nos últimos 4 meses. Refere também uma coloração amarelada das escleróticas e urina de cor escura. Não apresenta antecedentes de relevo ou toma medicação habitualmente. Os sinais vitais são temperatura auricular de 36.5ºC pressão arterial de 134/72 mmHg, frequência cardíaca de 96/min e frequência respiratória de 16/ min. Apresenta-se com palidez das mucosas e escleróticas ligeiramente ictéricas. O exame cardiopulmonar não apresentou alterações de relevo. Observa-se distensão abdominal, com dor à palpação do quadrante superior direito e hepatoesplenomegalia. Do estudo analítico realizado destaca-se: Hemoglobina 10.5 g/dL; Hemoglobina Corpuscular Média 30 pg; Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média 33%; Volume Globular Médio 95 fL; Leucócitos 6 500/mm3; Plaquetas 297 400/mm3; ALT 350 U/L; AST 240 U/L; GGT 86 U/L; FA 130 U/L; LDH 500 U/L; Bilirrubina total 3.4 mg/dL; bilirrubina direta 0.6 mg/dL; Azoto ureico sérico 14 mg/dL; e Creatinina 1.01 mg/dL. Realizou uma prova de Coombs que foi negativa. A ecografia abdominal com estudo doppler demonstrou presença de hepatomegalia, esplenomegalia, ascite de moderado volume e veias hepáticas com perda de sinal de fluxo e reversão do fluxo. A doente foi internada para continuação do estudo. Durante o internamento realizou uma citometria de fluxo que demonstrou diminuição da expressão de C55 e CD59 em mais de 50% dos eritrócitos e granulócitos. Tendo em conta o diagnóstico mais provável desta doente, qual o tratamento que estaria indicado iniciar?
A) Administração de aspirina.
B) Eculizumab.
C) Transplante de células hematopoiéticas.
D) Rituximab.
E) Suplementação com ferro oral.
B) Eculizumab.
Paciente de 38 anos que vem à consulta por astenia e urina escura. A icterícia é detetada ao exame objetivo e as análises mostram Hb 6 g/dL; leucócitos: 3 x 10^9/L, plaquetas: 86 x 10^9/L, aumento de reticulócitos e LDH com haptoglobina baixa. Os eritrócitos careciam de proteínas da membrana CD55/CD59 e um estudo molecular mostrou alterações do gene PIG. Qual pensa ser o diagnóstico mais correto?
A) Anemia hemolítica devida a anticorpos quentes.
B) Anemia hemolítica devido a anticorpos frios.
C) B-Talassemia intermédia.
D) Doença de Donald-Landsteiner.
E) Hemoglobinúria Paroxística Noturna.
E) Hemoglobinúria Paroxística Noturna.
Um homem de 47 anos recorre ao serviço de urgência por astenia, associada a tonalidade amarelada da pele (descrita pelos familiares). Realizou um estudo analítico do qual se destacam os seguintes valores: anemia (hemoglobina 6.8 g/dL) com VGM de 90 fl, DHL de 1850 U/ml (normal <400) e bilirrubina de 2,5 mg/dl à custa da bilirrubina indireta. Qual seria a atitude mais adequada?
A) Iniciar tratamento com ferro oral e referenciar à consulta externa de Hematologia para estudo e acompanhamento.
B) Transfusão de dois concentrados de eritrócitos, uma vez que o paciente tem síndrome anémica franca.
C) Realizar o teste de Coombs, contagem de reticulócitos e haptoglobina, e iniciar o tratamento com esteróides.
D) Realizar aspirado de medula óssea o mais rápido possível para descobrir a etiologia da anemia.
E) Administrar vitamina B12 e ácido fólico.
C) Realizar o teste de Coombs, contagem de reticulócitos e haptoglobina, e iniciar o tratamento com esteróides.
Um homem de 65 anos, natural de Cuba, recorre ao serviço de urgência do hospital de São Francisco Xavier por lombalgia de agravamento progressivo durante a última semana. Durante a anamnese, quando inquirido relativamente a antecedentes patológicos familiares, refere que a mãe já terá tido um quadro de paresia dos membros inferiores não especificado. Ao exame físico apresentava lesões purpúricas dispersas, hepatomegalia e queixas álgicas importantes, referidas à região lombar com parestesias dos membros inferiores. Foi realizada uma colheita de sangue para avaliação analítica que revelou: Hemoglobina 11 g/dL, Leucócitos 12000/mm3 com linfocitose, plaquetas 130 x 109/L, sódio 139 mEq/L, potássio 3,9 mEq/L, cloro 100 mEq/L, cálcio 11,9 mg/dL, ureia 18 mg/dL, creatinina 0,98 mg/dL; esfregaço de sangue com presença de linfócitos atípicos com núcleo em trevo. Adicionalmente foi realizada uma radiografia da coluna lombar que veio a demonstrar alterações compatíveis com lesões líticas das vertebras lombares. Qual a hipótese diagnóstica mais provável?
A) Micose Fungóide.
B) Mieloma Múltiplo.
C) Síndrome de Sezary.
D) Linfoma T do adulto.
E) Linfoma T gamma-delta hepatoesplénico.
D) Linfoma T do adulto.
Doente natural das Caraíbas, com história familiar compatível com paraparésia espástica tropical e com uma apresentação típica de Linfoma T do adulto HTLV 1, com linfócitos circulantes com morfologia patognomónica, organomegália, hipercalcemia, lesões líticas e lesão cutânea.
Um homem de 70 anos de idade vem à sua consulta por dores ósseas, astenia e anorexia. Este quadro começou há cerca de 9 meses com dores ósseas difusas e mal definidas, particularmente na região das costelas e do esterno. Desde há cerca de 5 meses, associa uma sensação de astenia e dispneia com o esforço, assim como de falta de apetite. Refere que, neste período, já terá perdido cerca de 2-3 kg. Dos seus antecedentes pessoais destaca-se uma resseção transuretral da próstata por hiperplasia benigna da próstata há 3 anos, com ligeira incontinência urinária residual. Não toma qualquer medicação habitual, excepto paracetamol e metamizol, em SOS, por dores osteomusculares. Ao exame físico, as mucosas apresentam-se pálidas e hidratadas e tem dor à palpação esternal. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Sangue: Hemoglobina 10,2 g/dL VGM 90 fL Leucócitos 4.500/mm3 Plaquetas 120 x 109 /L Bioquímica: Creatinina 0,7 mg/dL Glicose 88 mg/dL ALT 24 U/L AST 32 U/L GGT 64 U/L FA 88 U/L Brb total 0,8 mg/dL Sódio 142 mEq/L Potássio 4,7 mEq/L Cálcio 12 mg/dL. Na radiografia do crânio lateral são observadas múltiplas imagens osteolíticas. Por lapso, alguém terá solicitado a determinação dos níveis de NT-proBNP que, curiosamente, se encontram muito elevados, pelo que se decide realizar um ecocardiograma que é relatado como “provável cardiomiopatia infiltrativa”. Qual dos seguintes diagnósticos é o mais provável, com base na clínica descrita e nos resultados dos exames complementares?
A) Tricoleucemia.
B) Leucemia mielóide crónica.
C) Mieloma múltiplo.
D) Doença de Paget óssea.
E) Amiloidose secundária (AA).
C) Mieloma múltiplo.
Uma mulher de 30 anos realizou um estudo analítico de rotina que detetou algumas alterações: hemograma normal com leucócitos 35 x 10^9/L (60% segmentados, 16% mielócitos, 4% metamielócitos, 7% linfócitos, 1% monócitos), hemoglobina 12,7 g/L, VGM 89 fL, reticulócitos 46 x 10^9/L e plaquetas 389 x 10^9/L. A morfologia eritrocitária é normal. Adicionalmente, destaca-se uma concentração de ácido úrico de 8 mg/dL e de DHL de 650 UI/L. Apresenta bom estado geral, sem outros sintomas para além de uma ligeira sensação de astenia desde há 23 meses. Não perdeu peso, não tem febre nem sintomas de infeção ou dor. No exame físico constata-se, como único achado, a presença de esplenomegalia de (12 dedos cruzados abaixo da borda da costela). A paciente não é fumadora e não tem antecedentes de interesse com a exceção que há seis meses realizou outro hemograma que evidenciava leucocitose (14 x 10^9/L), o que foi atribuído a uma infeção respiratória que resolveu sem problemas. Qual é o diagnóstico mais provável neste caso?
A) Leucocitose reativa.
B) Leucemia mielóide crónica (LMC).
C) Mielofibrose na fase incipiente.
D) Leucemia mielomonocítica crónica (LMMC).
E) Síndrome mielodisplásica.
B) Leucemia mielóide crónica (LMC).
Uma mulher de 74 anos de idade, vem ao serviço de urgência por se sentir mais cansada e com pouca tolerância ao exercício. Vive sozinha e refere ter uma alimentação pobre e pouco cuidada. Tem antecedentes de hipertensão e dislipidemia. Encontra-se medicada com carvedilol, amlodipina e atorvastatina. É fumadora de cerca de 1 maço de tabaco por dia, desde há 20 anos e ocasionalmente bebe álcool. Realizou estudo analítico e esfregaço de sangue periférico. O ESP revelou a presença de macrócitos e neutrófilos hipersegmentados. Qual das seguintes substâncias é mais provável estar elevada no estudo analítico da doente?
A) Haptoglobina
B) Cobalamina
C) Homocisteína
D) Metionina
E) Ferritina
C) Homocisteína
Uma mulher de 25 anos com antecedentes de rash cutâneo após exposição solar e poliartrites ocasionais nas articulações das mãos recorre à sua consulta. Refere que tem conseguido controlar estes sintomas com anti-inflamatórios não esteróides receitados pelo seu médico de família mas que, desde há 15 dias, sente um mal-estar generalizado, com debilidade progressivamente maior e palidez. Do estudo analítico destaca-se uma hemoglobina de 7 g/dL, VGM 108 fL, 150000 plaquetas/mm3, 3000 leucócitos /mm3, LDH elevada e haptoglobina indetetável. Qual dos seguintes é o próximo passo mais apropriado na abordagem desta doente?
A) Teste de Coombs directo.
B) Anticorpos antinucleares (ANA).
C) Vitamina B12.
D) Ferritina.
E) Ácido fólico.
A) Teste de Coombs directo.
Descrevem uma paciente que cumpre 4 dos critérios de diagnóstico de lúpus eritematoso sistémico (LES), o que é suficiente para o diagnóstico: rash cutâneo (referem-se ao eritema malar), fotossensibilidade, artrite e leucopenia. Para além disto, a paciente tem anemia hemolítica (haptoglobina indetetável com LDH elevado). Dentro do contexto clínico da paciente, o que deve ser descartado é uma anemia hemolítica auto-imune e, para tal, o primeiro teste diagnóstico a ser realizado é um teste de Coombs direto.
Considere um homem de 58 anos, professor universitário na Faculdade de Belas Artes, que está atualmente internado no Serviço de Hematologia para estudo de uma anemia hemolítica autoimune grave. Como antecedentes destacam-se: hipertensão controlada com um único fármaco; tabagismo (abstinente desde há 3 meses, mas com consumo acumulado de 25 unidades maço-ano) e consumo habitual de 2 cervejas por dia. No segundo dia de internamento desenvolve dispneia em repouso e desconforto torácico. O médico de urgência opta por lhe solicitar um estudo analítico que revela hemoglobina de 5 g/dL. O Banco de Sangue é imediatamente contactado no sentido de enviar unidades de eritrócitos. Os resultados dos testes cruzados são: teste de Coombs direto e indireto positivos; teste de aglutininas anti-Rh IgG também positivo. É imediatamente iniciado tratamento com prednisolona. Qual das seguintes alternativas constitui o tratamento mais adequado?
A) Transfusão de unidades sanguíneas específicas para o tipo de sangue e que sejam mais compatíveis nos testes cruzados.
B) Transfusão de sangue obtida de um familiar próximo.
C) Plasmaferese.
D) Observação expectante da resposta ao tratamento com corticoide.
E) Transfusão imediata de sangue não tipado.
A) Transfusão de unidades sanguíneas específicas para o tipo de sangue e que sejam mais compatíveis nos testes cruzados.
Paciente do sexo masculino, 57 anos, recorreu à sua consulta por um quadro de cefaleia, zumbido e fraqueza, de agravamento progressivo e com vários meses de evolução. O paciente tem história prévia de enxaqueca, mas refere que a dor costuma ter características diferentes da crise atual. Nega antecedentes cirúrgicos relevante. Nega medicação habitual ou alergias medicamentosas conhecidas. No entanto, refere que segue uma dieta vegan rigorosa desde os 50 anos, sem acompanhamento ou supervisão de qualquer nutricionista. O exame objetivo revelou pele e mucosas pálidas, língua despapilada e dolorosa. Observa-se perda da sensibilidade vibratória dos membros inferiores, juntamente com diminuição da força. O hemograma demonstra anemia macrocítica com os seguintes valores: hemoglobina de 10 g/dL com volume corpuscular médio (VCM) de 115 fl, leucopenia com 3700 leucócitos/mm3 e trombocitopenia moderada de 110.000/mm3. Ferritina, ferro sérico, transferrina e níveis de saturação de transferrina são normais. A determinação da vitamina B12 produz valores de 95 pg/mL (valores normais: 200-1200) e a determinação do folato sérico, 15 ng/mL (valores normais: 6-20 ng/mL). Tendo em consideração a sua principal suspeita diagnóstica, indique qual achado seria frequente encontrar neste paciente e que reforçaria sua teoria:.
A) Insuficiência renal.
B) Medula hipoplásica.
C) Reticulócitos muito aumentados.
D) Aumento da enzima lactato-desidrogenase (LDH).
E) Mieloblastos com bastonetes de Auer.
D) Aumento da enzima lactato-desidrogenase (LDH).
Uma mulher de 60 anos sem antecedentes pessoais de relevo refere que desde há 15 dias, sente um mal-estar generalizado, com debilidade progressivamente maior e palidez. Do estudo analítico destaca-se uma hemoglobina de 7 g/dL, VGM 108 fL, 150000 plaquetas/mm3, 3000 leucócitos /mm3, LDH elevada e haptoglobina indetetável. Qual dos seguintes é o próximo passo mais apropriado na abordagem desta doente?
A) Teste de Coombs directo.
B) Anticorpos antinucleares (ANA).
C) Vitamina B12.
D) Ferritina.
E) Ácido fólico.
A) Teste de Coombs directo.
Um homem de 55 anos de idade cujo único antecedente de relevo é uma hiperplasia benigna da próstata tratada com tansulosina desde há 2 anos, recorre ao seu médico assistente com clínica de edema e dor na perna esquerda com 1 dia de evolução. Nega febre, dispneia ou outros sintomas. Não tem antecedentes de cirurgias recentes. Os sinais vitais são temperatura auricular de 37.1ºC, frequência cardíaca 75/min, pressão arterial 130/81 mm Hg e SpO2 (aa) de 97%. Após a realização de uma ecografia urgente com doppler do membro inferior é confirmada a presença de uma trombose venosa profunda e é iniciado tratamento com enoxaparina. Mais tarde, ao ser questionado, o doente refere queixas de astenia e dores lombares ocasionais, seguidas de emissão de urina escura, desde há vários meses. À inspeção, o doente encontra-se pálido e ligeiramente ictérico. Os resultados dos estudos analíticos revelam: Hemoglobina: 9,2 g/dL, leucócitos 3200/mm3 e plaquetas 115000/mm3. Qual dos seguintes corresponde ao defeito que explica esta patologia?
A) Défice de proteína C.
B) Factor V de Leiden (resistência à proteína C).
C) Défice do inibidor de C1.
D) Défice de CD55 e CD59.
E) Défice do inibidor de C3b.
D) Défice de CD55 e CD59.
Na consulta de seguimento de saúde infantil da sua unidade de cuidados de saúde primários, acorre uma família turca com um bebé de 11 meses do sexo masculino. A mãe refere que denota um atraso aparente no desenvolvimento do mesmo, que parece ter-se intensificado desde os 6 meses de idade. Menciona que o bebé apresenta uma astenia marcada, falta de interacção com os seus irmãos mais velhos (aparentemente saudáveis); fadiga fácil e recusa alimentar periódica (a fazer toma de leite de vaca). A monitorização da gravidez foi correta e não foram objetivadas anomalias significativas nas ecografias pré-natais. Ao exame físico constata mucosas descoradas e ligeiramente ictéricas, sinais de desnutrição aparente e hepatoesplenomegalia. A auscultação pulmonar e cardíaca encontram-se normais. Solicitou um estudo analítico que revelou Hb 7.1 g/dL; VGM 67 fL; ferritina 50 ?g/mL; com o esfregaço de sangue periférico a evidenciar anisocitose, poiquilocitose, microcitose, hipocromia e alguns eritrócitos ainda nucleados. Decidiu correr um estudo por HPLC que denotou uma hemoglobina F aumentada e HbA1 diminuída. Qual dos seguintes diagnósticos considera ser mais provável?
A) Drepanocitose.
B) Beta-talassemia minor.
C) Beta-talassemia major.
D) Anemia de Fanconi.
E) Esferocitose hereditária.
C) Beta-talassemia major.
Um homem de 72 anos de idade está hipocoagulado por fibrilhação auricular com varfarina. O utente sofre um hematoma subdural relacionado com acidente com trauma que requer evacuação hospitalar urgente. Do estudo efetuado constatado: TP 44 s (11,5-15,5), aPTT 49s (30-40).Qual é o tratamento mais adequado antes da sua intervenção por neurocirugia?
A) 5 mg de vitamina K intravenosa
B) 1000 mL de plasma fresco congelado
C) Concentrado de complexo protrombínico ativado
D) Idarucizumab
E) 10 mg de vitamina K por via oral
C) Concentrado de complexo protrombínico ativado
Considere um homem de 71 anos de idade, reformado, previamente saudável, sem antecedentes pessoais e familiares de relevo. Apresentava, há cerca de 2 meses, queixas de astenia e noção de palidez progressiva (relatada pelos familiares). Foi enviado pelo médico de família ao Serviço de Urgência, na sequência dos resultados de um estudo analítico colhido uma semana anterior que revelava: pancitopenia grave (hemoglobina 5,6 g/dL, VGM 108 fL; Eritrócitos 1,50 x 106/uL; Leucócitos 2700/uL com Neutrófilos 900/uL; Plaquetas 20000/uL), sem presença de células imaturas. Ao exame objetivo não se encontraram alterações à exceção de palidez cutâneo-mucosa acentuada. Ficou então internado para melhor esclarecimento do quadro. O estudo medular foi sugestivo de anemia aplásica grave. Qual das seguintes considera ser a abordagem terapêutica fundamental?
A) Tratamento com metilprednisolona na dose de 1mg/kg/dia durante 5 dias.
B) Estudar os irmãos e se algum for HLA compatível, realizar transplante alogénico de progenitores hemopoiéticos
C) Terapia imunossupressora com ciclosporina e imunoglobulina antitimocítica.
D) Suporte transfusional.
E) Quimioterapia e transplante autólogo de progenitores hemopoiéticos.
C) Terapia imunossupressora com ciclosporina e imunoglobulina antitimocítica.
O tratamento de escolha na aplasia medular severa é o transplante alogénico de progenitores hematopoiéticos, indicado em pacientes <45 anos com um dador compatível. Em pacientes que não têm um dador compatível, que têm mais de 45 anos de idade ou com co-morbidades significativas, deve ser administrada terapia imunossupressora (ciclosporina, globulina antitimócito).
Um paciente de 65 anos de idade, com antecedentes de hipertensão e dislipidemia, apresenta adenopatias cervicais palpáveis e axilares bilaterais. Leucócitos 85 x 10^9/L com 85% de linfócitos, com aparência pequena e madura CD20+/CD23+/CD5+, Htc 40% e Hb 13 g/dL e Plaquetas 50 x 10^9/L (trombocitopenia de origem não imune). Em que estadio clínico de Rai e de Binet está?
A) Estadio III de Rai e estadio A de Binet
B) Estadio IV de Rai e estadio B de Binet.
C) Estadio III de Rai e estadio C de Binet.
D) Estadio IV de Rai e estadio C de Binet.
E) Estadio II de Rai e estadio B de Binet.
D) Estadio IV de Rai e estadio C de Binet.
Uma mulher de 55 anos de idade, na menopausa há 2 anos, vem à consulta por astenia e dispneia de esforço. Ao longo da anamnese menciona também epigastralgia ligeira e pirose ocasional. Nega metrorragias. No estudo analítico realizado observam-se: Hg 6 g/dL, VGM 69 fL, ferro 13 µg/dL e ferritina 4 ng/mL. Realiza-se uma endoscopia digestiva alta que revela uma pequena hérnia do hiato por deslizamento sem sinais de esofagite. Qual das seguintes é a abordagem mais adequada?
A) Administrar ferro oral e acompanhar a evolução da anemia.
B) Tratar com inibidores da bomba de protões e reavaliar em 3 meses.
C) Recomendar uma colonoscopia completa.
D) Realizar um estudo com cápsula endoscópica.
E) Solicitar uma avaliação ginecológica.
C) Recomendar uma colonoscopia completa.
Uma mulher de 62 anos vai à consulta com dores nos ossos, principalmente nas costas. O hemograma deteta anemia normocítica. A VS é normal e a eletroforese de proteínas mostra hipogamaglobulinemia severa, mas nenhum componente monoclonal. No estudo morfológico da medula óssea, deteta 45% das células plasmáticas. A função renal está alterada e o paciente não relata outros sintomas. A sua principal suspeita diagnóstica é:
A) Amiloidose.
B) Hipogamaglobulinemia policlonal.
C) Mieloma de Bence-Jones.
D) Doença das cadeias pesadas.
E) Macroglobulinemia de Waldenström.
C) Mieloma de Bence-Jones.
Relativamente ao proteinograma, neste caso, no soro não é detetado pico monoclonal, se se realizar proteinograma na urina deteta-se o pico monoclonal.
Uma jovem de 19 anos, sem antecedentes médicos ou cirúrgicos de relevo, à exceção de um quadro autolimitado de síndrome gripal três semanas recorre ao Serviço de Urgência do seu hospital por petéquias e equimoses de início espontâneo. No exame físico, destaca-se bom estado-geral, o doente está apirético, normotenso e orientado no tempo e no espaço. Observam-se petéquias disseminadas nos membros inferiores e no abdómen e pequenas equimoses nas áreas de decúbito. Não são palpadas adenopatias ou esplenomegalia. Realizou um estudo analítico no qual se destacam os seguintes achados: Hb 12.6 g/dL, leucócitos 5.500/mm3, plaquetas 7000/mm3. O estudo do esfregaço de sangue periférico revelou morfologia normal dos eritrócitos; a contagem diferencial normal de leucócitos e a contagem de plaquetas é consistente com o registado no analisador automático, não se observaram agregados de plaquetas. Os parâmetros bioquímicos, a beta-2 microglobulina, a DHL e o proteinograma são normais. Qual dos seguintes considera ser o tratamento inicial mais adequado?
A) Transfusão de plaquetas.
B) Infusões semanais de rituximab.
C) Pulsos de ciclofosfamida durante 4 dias a cada 21 dias.
D) Plasmaférese diária.
E) Prednisolona 1 mg/kg/dia e titulação subsequente.
E) Prednisolona 1 mg/kg/dia e titulação subsequente.
O enunciado descreve uma jovem que, após um quadro viral, apresenta trombocitopenia isolada com petéquias no abdómen/membros inferiores e equimoses em áreas de decúbito, o que é sugestivo do diagnóstico de púrpura trombocitopénica imune.