PCR Flashcards
PCR
Definição e diagnóstico
Cessação súbita da atividade cardíaca (mecânica e elétrica) que provoca:
• Irresponsividade -> com as 2 mãos nos ombros do paciente, chamá-lo pelo nome +
• Respiração anormal: apneia/respiração agôncia -> observar movimentos torácicos) +
• Ausência de circulação: ausência de pulso em grandes artérias -> palpar a traqueia e lateralizar para achar o sulco entre ela e o esternocleido - checar em 5-10 min (se não for profissional da saúde, o diagnóstico pode ser feito sem essa etapa).
Explique a seguinte afirmação:
Reanimação cardiopulmonar é diferente de distanásia!
Parada cardiorrespiratória é diferente de morte! É muito importante entender o contexto do paciente pois o paciente em que não haverá melhora de qualidade e vida e sobrevida, não deve ser tratado (o que seria considerado distanasia), deve ser respeitado.
PCR o que fazer após o diagnóstico?
Chamar ajuda! No hospital: carrinho de parada e equipe. Na rua: DEA e SAMU.
Ritmos de parada:
Quais são, chocáveis/não chocáveis, prognóstico.
A MCS está relacionada a uma arritmia maligna, sendo que existem 4 ritmos principais:
- Fibrilação ventricular (FV) e Taquicardia ventricular sem pulso (FV): são ritmos chocáveis, geralmente ocorrem fora do hospital e tem prognóstico melhor. Causas: Doença coronariana (80%), metade dos pacientes abre a doença coronariana com quadro de DCS.
- Assistolia e Atividade elétrica sem pulso (AESP): são ritmos não chocáveis, são mais comuns no intra hospitalar e tem pior prognóstico (geralmente quem tá internado). Causas: sepse e SDMO. AESP exemplos: Tromboembolismo pulmonar maciço, hipovolemia grave -> situações em que o coração está eletricamente funcionando, mas mecanicamente não.
PCR
População mais acometida e fatores de risco
• Predomina em homens e negros e apresenta 2 picos etários: abaixo de 1 ano e > 45 anos.
• Fatores particularmente associados: tabagismo (toxinas do cigarro ao circularem no sangue inflamam a placa de ateroma) e obesidade (citocinas pró-inflamatórias secretadas pelos adipócotos principalmente centrais inflamam as placas de ateroma). Além de serem 2 FRC, estão particularmente relacionados à MCS pois são mais associados à instabilidade da placa de ateroma.
PCR
Abordagem
Agorito BLS -> qualquer pessoa / ACLS -> profissionais treinados.
PCR
Objetivo do BLS
Manter o paciente vivo e com o SNC o mais intacto possível até a chegada do desfibrilador.
PCR
BLS ordem das ações
Se asfixia/afogamento: ABCD, demais casos: CABD, sendo:
• C = Circulation -> Iniciar compressão torácica correta;
• A = Airway -> abrir a via aérea;
• B = Breathing;
• D = Desfibrilador.
PCR
Como deve ser feito o “C” do BLS e ACLS
Iniciar compressão torácica correta:
• Realizar compressões no 1/3 inferior do esterno do paciente, com região a região hipotenar da mão dominante, posicionando a palma da mão não dominante sobre o dorso da mão dominante, com os dedos entrelaçados e braços completamente estendidos, perpendiculares ao tórax do paciente, afundando > 5 cm e < 6 cm, permitindo retorno completo do torax, sem retirar a mão e à uma frequência de 100-120/min.
• Evitar interrupção ao máximo: só na hora que for ventilar e que chegar o DEA e caso a intubação esteja difícil.
• Para checar eficácia da compressão: pedir para outra pessoa checar o pulso central, se durante as compressões houver pulso, significa que está sendo eficaz.
• Trocar depois de 5 x 30:2 se BLS e depois de 2 min em ACLS com via aérea avançada.
PCR
Como deve ser feito o “A” do BLS e ACLS
Airway (abrir via aérea):
• Manobras de retificação da VA:
- Head Tilt/Chin Lift: Extensão cervical + elevação do queixo, em paciente que considera-se que não há possibilidade de lesão cerebral.
- Jaw Thrust: Se paciente parou por trauma não fazer extensão cervical, e sim retração da mandíbula (2 dedos na região malar, o polegar no ângulo da mandíbula e tracionar a mandíbula pra frente).
• Avaliação da cavidade oral em relação a presença de secreções ou corpo estranho
PCR
Como deve ser feito o “B” do BLS/ ACLS
Breathing:
• Realizar, em uma frequência 30 compressões : 2 ventilações
- Respiração boca-boca: posicionar o nariz da vítima, realizar respiração normal e soprar por 1 segundo OU
- Boca-máscara OU
- Ventilações com ambu e máscara (comprimir 60% é suficiente).
• ACLS: tentar via aérea avançada
PCR
(V) ou (F)
Segundo a diretriz BLS as compressões e ventilações só podem ser feitas em uma relação de 30 compressões : 2 ventilações.
Falso!
De acordo com a ultima diretriz o BLS permite fazer compressão e ventilação de forma assíncrona, mas não funciona bem na prática.
PCR
Em que consiste o “D” do BLS / ACLS
D = Desfibrilador, de modo que quando o desfibrilador chegar, deve-se:
(1) Aplicar as pás (uma em ápice cardíaco e outra em região infraclaviular direita) e avaliar o ritmo / colocar ECG ou monitor eletrocardiográfico se desfibrilador que não consegue monitorar ritmo ->
Ritmo não chocável: Assistolia/AESP -> retomar RCP imediatamente. Ritmo chocável: FV ou TV sem pulso -> aplicar choque.
(2) Aplicar choque (FV ou TV): Colocar gel nas pas e espalhar, pedir para afastar (sempre verificar se não há ninguém em contato com o paciente no momento do choque, interromper a VPP, e, se o paciente estiver molhado, secá-lo) e realizar choque único (uma pá na região infraclavicular direita e outra no 6 EIC na LAA, pode chocar nas costas se paciente pronado) com carga de 360J se monofásico e de 120-200J se bifásico.
(3) Pós choque: voltar para RCP (não olhar o monitor, pois mesmo que o coração tenha voltado em ritmo sinusal, apesar de estar eletricamente organizado, ainda não estará mecanicamente organizado): 5 ciclos 30:02 -> checar ritmo, se tá organizado -> checar pulso. Se não tem ritmo organizado nem precisa checar pulso. Se ainda está em PCR -> ACLS.
PCR
O que deve ser feito após choque? Justifique.
Voltar para RCP: realizar mais 5 ciclos 30:02 e só depois checar ritmo, se estiver organizado -> checar pulso. Se não tem ritmo organizado nem precisa checar pulso. Se ainda está em PCR (ritmo desorganizado ou organizado sem pulso) -> ACLS.
Ou seja, não deve-se:
(1) Olhar o monitor logo após o choque, pois mesmo que o coração tenha voltado em ritmo sinusal, apesar de estar eletricamente organizado, ainda não estará mecanicamente organizado, sendo necessário RCP.
(2) Após os 5 ciclos 30:02 pós choque, para verificar se o paciente não está mais em PCR, deve-se primeiro verificar o ritmo e só depois o pulso, pois se o ritmo não estiver organizado nem precisa checar o pulso para constar que o paciente ainda está em PCR.
PCR
Diferenças entre BLS e ACLS
ACLS inclui via aérea avançada, acesso venoso para administração de drogas (veia + tubo), identificar causas reversíveis e cuidados pós parada.
ACLS
Via aérea avançada
Realizar IOT (sem parar compressões ou no máximo por 10 seg) se tiver experiência -> compressão 100-120 min, ventilar 8-10 x (1x a cada 6s), confirmar posição do IOT com capnografia (sensor de CO2), trocar massagista a cada 2 min / Quem não tem experiência -> continuar ventilando com AMBU e máscara ou colocar máscara laringea ou combitubo.
ACLS
Acesso venoso
• 1º escolha: Acesso venoso (na veia anticubital) deve ser pedido assim que o paciente começa a ser submetido à CTE para a administração de drogas: Adrenalina (em todos os ritmos, quantas vez for necessário -por no máximo 30 – 40 minutos, sendo que em casos de intoxicação exógena e hipotermia a reanimação pode ser feita por mais de 1 hora-), antiarrítmicos (só em ritmo chocável, só 2x) + flush com 20 – 30 mL de soro fisiológico + elevação do membro (para otimizar a chegada do medicamento à circulação central).
• Caso a enfermagem não consiga realizar o acesso ou haja perda do acesso, pode-se fazer a administração da droga pelo tubo (só “VANEL”) ou intraósseo pelo médico apenas (fazer 2 – 2,5x a dose intravenosa).
Objetivo da adrenalina na PCR?
Função da adrenalina: vasoconstrição periférica -> desvio de sangue para os órgãos nobres, órgãos cujos vasos não possuem receptores adrenérgicos, que são o coração e o cérebro.
PCR
ACLS ordem do atendimento em ritmo chocável
Obs: Lidocaína -> 1-1,5 mg/kg -> 0,5mg/kg. Fazer as 2 doses de anti-arrítmico com o mesmo.
PCR
ACLS
Ritmos não chocáveis:
• Protocolo da “linha reta”: checar cabos, aumentar ganhos, trocar derivação (cagada).
• RCP 5x 30:02 ou 2 min + “tubo + veia” + Adrenalina 1 mg a cada 3-5 min -> checar ritmo (só checar pulso novamente na presença de ritmo organizado).
PCR
(V) ou (F)
Em pacientes pronados e entubados que evoluem com PCR pode se considerar realizar RCP entre T7-T10.
Verdadeiro.
PCR
Causas reversíveis e conduta
PCR
Hipotermia: achado no ECG
Onda J de Osborn - entalhe no final do QRS - prolongamento QT.
PCR
Cuidados pós PCR
POTE
P: PAS > 90 / PAM > 65. (Manter perfusão periférica adequada).
O2: SatO2 92-98% com a menor FiO2 possível (Manter SatO2 satisfatória).
T: Controle direcionado de temperatura: se voltou comatoso -> 32-36 graus celcius temperatura central por >/= 24h. Como o termômetro central não é muito disponível e os trabalhos recentes não mostraram muitos benefícios, na prática não é muito feito.
E: ECG (CAT de urgência de supra de ST).
PCR
(V) ou (F)
Em crianças, deve-se fazer 2 min de RCP antes de procurar ajuda com desfibrilador, pois crianças geralmente param por hipoxemia.
Verdadeiro.
PCR
Pra que a capnografia?
• Permite a observação do retorno à circulação espontânea pelo aumento repentino dos valores de EtCO2 (eliminação do Co2 retido durante a PCR).
• É capaz de avaliar a qualidade das compressões torácicas na RCP, pois a cada compressão deve-se idealmente atingir um ETCO2 > 10 mmHg.
PCR + Covid
Cuidados com a VA e Modo ventilatorio preferido
- Cuidados com a VA: usar filtro HEPA + manter em ventilação mecânica + FiO2 100%. A ASA recomenda a colocação de filtros HEPA entre a peça em Y do circuito respiratório e a máscara, tubo endotraqueal ou máscara laríngea do paciente.
- Modo ventilatorio preferido: PCV.