Doença Arterial Coronariana: Angina estável Flashcards

1
Q

Doença arterial coronariana: Fisiopatologia

A

A aterosclerose consiste na formação, na íntima das artérias, no caso, das artérias coronarianas epicárdicas, de placas de ateroma (placas contendo cerne lipídico com capa fibrosa). Essas, podem obstruir parcialmente o lúmem arterial, gerando isquemia pela maior demanda metabólica do órgão, a chamada angina estável / Síndrome coronariana crônica, ou evoluir para a formação de trombo oclusivo (quando a placa sofre ruptura, com consequente ativação de cascata de coagulação e formação de trombo intracoronário, o qual pode gerar oclusão ou suboclusão do vaso). Nesse último caso, o paciente apresenta a chamada síndrome coronariana aguda (SCA).

Ou seja, a DAC começa com a formação da placa de ateroma e existe um cenário de doença estável e um cenário de doença instável, sendo que ao longo da vida do paciente coronariopata ele pode passar por todas essas fases (pode ter DAC crônica e ter episódios de agudização da DAC crônica com SCA ao longo da evolução da doença).
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2
Q

Doença arterial coronariana: fatores de risco (10)

A

Fatores de risco que predispõem a formação da placa de ateroma: sexo, idade avançada, história familiar positiva, HAS, DM, dislipidemia, sedentarismo, obesidade, tabagismo, DAOP.

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3
Q

Doença arterial coronariana:
(V) ou (F)
Angina = DAC
Justifique.

A

Falso!
Angina é o resultado final da isquemia miocárdica, que decorre de um desbalanço entre oferta e consumo miocárdico de oxigênio. Ou seja, qualquer condição, dentre as quais a DAC, que gere desbalanço entre oferta e demanda de O2 ao miocárdio, pode cursar com angina.

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4
Q

Doença arterial coronariana: cite 9 possíveis causas de angina

A

DAC, taquiarritmia, bradiarritmia, estenose aórtica, HAS não controlada, vasoespasmo, hipoxia, anemia, síndrome X.

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5
Q

Doença arterial coronariana: mecanismo da angina nas taquiarritmias

A

• Desbalanço entre a oferta e o consumo de oxigênio:
- Aumento do consumo: Paciente com taquiarritmia (FA de alta resposta, taquicardia ventricular) tem FC aumentada, o qual aumenta o consumo de oxigênio pelo miocárdio.
- Diminuição da oferta: enchimento coronariano ocorre na diástole.
Obs: O paciente que entra na emergência com taquiarritmia com angina, é critério de instabilidade hemodinâmica, deve se realizar a cardioversão elétrica.

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6
Q

Doença arterial coronariana: mecanismo da angina na estenose aórtica.

A

Aumento do consumo pela hipertrofia ventricular e diminuição da oferta pela diminuição do DC e consequente redução da perfusão coronária.

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7
Q

Doença arterial coronariana: mecanismo da angina na HAS não controlada

A

Aumento da pós carga do VE com consequente aumento do consumo.

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8
Q

Doença arterial coronariana: mecanismo da angina no vasoespasmo, hipoxia, anemia, síndrome X

A

Situações que reduzem oferta de O2.

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9
Q

Doença arterial coronariana: em que consiste a síndrome X

A

Mais comum em mulheres, secundária a reatividade vascular e disfunção endotelial com comprometimento principalmente da microcirculação -> paciente pode ter cateterismo normal mas com angina típica e as vezes até uma cintilografia miocárdica demonstrando isquemia.

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10
Q

Doença arterial coronariana: angina com limiar variável -> o que indica ?

A

Vasoespasmo sob a placa.

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11
Q

Doença arterial coronariana: ordem de eventos da cascata isquêmica e como ela impacta na sensibilidade dos testes não invasivos

A
  • Cascata isquêmica (representa a resposta à isquemia):
    Inicialmente, existe uma alteração do metabolismo do miócito (metabolismo anaeróbico), em seguida, o miocárdio evolui com uma disfunção diastólica, disfunção sistólica, alteração eletrocardiográfica sobretudo do segmento ST até culminar na clínica de angina. Ou seja, o paciente pode ter doença coronariana e não ter angina, ser assintomático.
    Além disso, alguns testes para diagnóstico de doença coronariana são mais sensíveis que outros, na ordem do mais pro menos sensível: Cintilografia miocárdica (avalia perfusão), o ECO estress (avalia alteração de contratilidade do VE em resposta à isquemia), teste de esforço (avalia alteração eletrocardiográfica e presença de angina durante o esforço).
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12
Q

Doença arterial coronariana crônica: Anamnese

A

Pesquisar fatores de risco, sintomas de DAC e sintomas doença aterosclerótica em outros sítios.

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13
Q

Doença arterial coronariana crônica: sintomas

A

Angina estável típica +/- equivalentes anginosos:

  • Angina estável típica: Desconforto torácico retroesternal, que irradia para MMSS e mandíbula, sinal de Levine, em peso/constritiva + precipitada por esforço físico ou estresse emocional + Que alivia após repouso ou uso de nitratos / duaração < 10-15 min. 3 características = angina típica; 2 características = angina atípica, 0-1 das características = dor não anginosa.
  • Equivalentes anginosos: dispnéia, fadiga, síncope, confusão mental, náusea, vômitos, sudorese fria.
  • Valorizar achados em mulher, diabético, idoso, renal crônico e transplantado, pois esses pacientes em geral tem sintomas atípicos de DAC, podendo ter dor atípica ou não ter dor e ter apenas equivalentes anginosos. Paciente pode inclusive ser assintomático, como visto na cascata isquêmica.
  • Toda dor da mandíbula até a cicatriz umbilical pode ser por coronariopatia, acima da mandíbula e abaixo da cicatriz umbilical geralmente não é por DAC.
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14
Q

Doença arterial coronariana crônica: Classificação da angina instável pela sociedade canadense (CCS)

A

CCS 1 = angina pra atividades de esforço físico intenso;
CCS 2 = angina após caminhar 2 quarteirões ou subir mais de um lance de escada;
CCS 3 = angina que leva a limitação das atividades habituais, angina para subir um lance de escada, para tomar banho;
CCS 4: angina no repouso.

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15
Q

Doença arterial coronariana crônica: o que pesquisar na anamnese além dos sintomas de DAC?

A

Fatores de risco e sintomas de doença aterosclerótica em outros sítios, como de DAOP (claudicação intermitente, úlcera arterial, lesão trófica secundária a DAOP).

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16
Q

Doença arterial coronariana crônica:
Exame físico

A

A maioria dos pacientes tem exame físico normal, mas se o paciente já tiver síndrome de IC secundária à DAC, pode apresentar sinais de IC. Além disso, vasculopatia é uma doença sistêmica, de modo que se o paciente tem aterosclerose na coronária ele pode ter em território carotídeo, em MII.

Assim, deve-se pesquisar sinais de:
- ICE: Ictus de VE desviado, B3, sinais de congestão pulmonar, insuficiência mitral (essa de etiologia isquêmica).
- ICD: turgência jugular patológica, hepatomegalia dolorosa, edema de MMII.
- No contexto de isquemia e na vigência da dor pode ter B4.
- Sinais de DAOP: índice tornozelo braquial < 0,9, úlcera arterial (lesão trófica secundária a DAOP).
- Examinar a carótida e avaliar presença de sopro.

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17
Q

Doença arterial coronariana crônica: Exames complementares (quais deve-se pedir e porque)

A

• Laboratório:
- Exame de sangue: hemograma (anemia), perfil lipídico (rastrear comorbidades) glicemia de jejum e Hb glicada (rastreio de DM), função renal, função tireoidiana em caso de suspeita clínica de desordem da tireoide.

• ECG:
- É normal em até 50% dos casos. As alterações mais comuns são no segmento ST ou presença de onda Q patológica (amputação do R com presença de QS denotando um provável infarto prévio) se o ECG for normal, a chance de do paciente ter uma fração de ejeção normal é alta = prognóstico melhor.
- É recomendado para todos o pacientes durante ou imediatamente após episódio de angina para avaliar a possibilidade de instabilização da doença coronariana crônica. Se o paciente está na consulta com infra de ST e sem sintomas no momento, pode ser uma alteração crônica do segmento ST no contexto de DAC crônica.

• ECO:
- Para excluir os diagnósticos dieferenciais de angina (hipertrofia, estenose aórtica); avaliação de disfunção segmentar (hipocinesia/acinesia em alguma parede, que corroboram com o diagnóstico de DAC); avaliar fração de ejeção (estratificação do risco, se reduzida, prognóstico pior).

• Rx de torax:
- Auxilia no diagnóstico diferencial de dor torácica, muitas vezes é possível haver achados de cardiomegalia, congestão pulmonar em paciente que tem DAC e já tem IC de etiologia isquêmica.

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18
Q

Doença arterial coronariana crônica: alvo de LDL, função da estatina

A
  • Se obstrução >/= 50 % na coronária ou se já teve infarto prévio < 50
  • Além de reduzir LDL, a estatina também estabiliza a placa de ateroma, reduzindo a inflamação e a possibilidade de instabilização de palca.
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19
Q

Doença arterial coronariana crônica: Diagnóstico

A

Fatores de risco + Clínica:
(1) Classificar o paciente na tabela de probabilidade pré-teste de DAC. Tabela antiga da Diretriz brasileira (Diamond/Forrester e CASS Data) e tabela mais atual da ESC, que leva em consideração a dispneia do paciente. Nessas tabelas aplica-se a idade do paciente, o sexo e o tipo de dor e tem-se a probabilidade pré-teste em % do paciente ter DAC. Na tabela da diretriz brasileira o paciente com probabilidade pré-teste < 10% tem baixa probabilidade, entre 10-90 intermediária e > 90% alta. A da ESC entre 15-85% é intermediária. Classificar é importante pois muda a conduta.
(2) Se:
- Probabilidade pré-teste baixa: avaliar outros diagnósticos alternativos.
- Probabilidade pré-teste moderada: testes não invasivos para diagnóstico e estratificação de risco! Suspender tratamento anginoso!!
- Probabilidade pré-teste alta: TNI com intuito prognóstico, já começar a tratar. Fazer o teste com o paciente em tratamento clínico otimizado, para ver como que o paciente plenamente tratado se comporta com o esforço, para avaliar o prognóstico.

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20
Q

Doença arterial coronariana crônica: Indicações dos testes não invasivos?

A
  • Em pacientes sintomáticos, para diagnóstico naqueles com probabilidade pré-teste intermediária e para avaliação de prognóstico nos com probabilidade pré-teste alta. M
  • Em paciente assintomático com fator de risco que irá começar a fazer atividade física.
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21
Q

Doença arterial coronariana crônica: Quais são os possíveis testes não invasivos e o que eles avaliam ?

A

Sao os seguintes: TNI com ECG ou imagem (cintilografia, ECO stresse, RM) para avaliação da isquemia durante estresse, ou testes anatômicos (angio-TC / angio RM de coronária) para avaliar diretamente a presença de placa de ateroma no interior das coronárias.

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22
Q

Doença arterial coronariana crônica: Como deve-se escolher qual TNI a ser realizado?

A

É recomendado que a seleção desses TNI seja baseada na probabilidade pré-teste de DAC por parte das características do paciente, da expertise do local e da disponibilidade dos testes.

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23
Q

Doença arterial coronariana crônica: Qual TNI de escolha para iniciar a investigação?

A

Pela diretriz brasileira, o teste ergométrico, por ser muito barato e mais acessível é ainda o exame de escolha para iniciar a investigação de dor torácica, desde que o paciente consiga se exercitar e tenha um ECG interpretável. As diretrizes europeias tendem a preferir testes com imagem (cintilografia com esforço físico).

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24
Q

Doença arterial coronariana crônica: Qual o intuito do TNI com estresse ?

A

A lógica dos testes com estresse é a seguinte: Estressar o miocárdio para aumentar o consumo de oxigênio pelo mesmo e gerar um desbalanço entre oferta e consumo para aparecer a isqueima que não aparecia no repouso.

25
Q

Doença arterial coronariana crônica: Como é efeito o estresse nos TNI?

A

O estresse é ou físico ou farmacológico.

26
Q

Doença arterial coronariana crônica: Qual a melhor forma de realizar TNI com esforço e porque?

A

Sempre que possível deve-se optar pelo físico, uma vez que o físico nos dá alguns dados que o stress e farmacológico não dá, como o comportamento da PA no esforço e a capacidade funcional do paciente. A capacidade funcional é o gasto energetico que o paciente tem com determinado esforço, sendo que um homem de 40 anos, 70 kg em repouso tem gasto energético de 1 MET, equivalente metabólico usado para calcular a capacidade funcional. Para subir 1 lance de escada por exemplo, são gastos em média 5 METs).

27
Q

Doença arterial coronariana crônica: TNI adequado para ser avaliado tem quer ter?

A

O paciente no teste ergométrico tem que “dar o máximo de si”, tem que atingir pelo menos a frequência cardíaca sub maxima. A FC maxima = 220 - idade do paciente, sendo a sub máxima 85% da máxima. Se a FC sub maxima não foi atingida o teste não está adequado para ser avaliado, pois o paciente pode não ter feito isquêmica pois não fez o seu esforço máximo.

28
Q

Doença arterial coronariana crônica: Contraindicação ao TNI com esforço físico

A

• Quando não é ideal realizar: Incapacidade de exercícios
- Doença osteoarticular (artrose de joelho).
- DAOP com claudicação intermitente.

• Quando não pode ser realizado (contraindicações absolutas): risco de complicações graves durante o exame.
- Infarto nos últimos 2 dias ou angina instável de moderado a alto risco com < 48/72hrs de estabilidade clínica;
- TEP recente ou anemia grave;
- Pericardite, miocardite ou endocardite;
- Doença vascular periférica grave;
- Distúrbio metabólico grave (cetoacidadose diabética);
- Estenose valvar grave sintomática.

29
Q

Doença arterial coronariana crônica: Teste ergométrico - contraindicações

A

• Incapacidade de exercícios (já citado) OU
• ECG basal alterado (BRE, HVE, uso de digital, Wolf-Parkinson-White):
- BRE: QRS alargado, predomínio de negatividade em V1, positividade em V6, inversão da R empastada -> não adianta nem pedir imagem, tem que ser estresse farmacológico;
- Marca-passo: ECG de paciente com marca-passo é igual de BRE, pois o cabo do marca-passo fica no VD;
- Infra ST > 1 mm no ECG repouso (uso de digitálico, sobrecarga de VE) -> nesse caso deve-se associar um exame de imagem para minimizar a perda de sensibilidade na avaliação do ECG. Não pedir estress farmacológico pois o físico e sempre melhor.

30
Q

Doença arterial coronariana crônica: Teste ergométrico - Como é realizado e critério diagnóstico

A

O paciente é colocado para andar na esteira, e, conforme o tempo vai passando, aumenta-se a velocidade e a inclinação.
Critério diagnóstico: infra de ST >/= 0,1 mV.

31
Q

Doença arterial coronariana crônica: TNI com estresse e imagem - Quais são, quando são indicados, como são feitos,

A
  • Cintilografia miocárdica (se estresse farmacológico: Dipiridamol) e Ecocardiograma com estresse (se estresse farmacológico: Dobutamina)
  • São indicados em caso de contraindicação do teste ergométrico e podem ser realizados com estresse físico ou farmacológico.
32
Q

Doença arterial coronariana crônica: TNI com imagem e estresse físico - Indicações e contraindicações

A
  • Paciente com probabilidade pré-teste intermediária ou alta com ECG não interpretável (associar o esforço físico a um exame de imagem para ganhar sensibilidade), sendo que as mesmas contraindicações para o teste ergométrico valem aqui.
33
Q

Doença arterial coronariana crônica: TNI com estresse farmacológico - Indicações, drogas de escolha (mecanismo de ação, contraindicações)

A

• Indicados quando há contraindiçãi de estresse físico;
• Drogas usadas são as seguintes:
Dobutamida: taquicardiza o paciente -> aumenta o consumo de O2 -> isquemia. Não é interessante em paciente com SCA recente, com aneurisma de aorta (risco de ruptura do aneurisma), arritmia ventricular ou FA não controlada.
Dipiridamol: é um vasodilatador (aumenta adenosina) -> vasodilata a coronária saudável -> faz roubo de fluxo -> coronária obstruída sofre ainda mais, o que aparece na cintilografia. Pode gerar broncoespasmo não sendo recomendado em paciente com asma, DPOC grave, e evento broncoespasmico recente, AVC ou AIT nos últimos 2m (gera mais hipofluxo cerebral). Cintilografia com estresse farmacológico com dipiridamol é a escolha para paciente com BRE.

34
Q

Doença arterial coronariana crônica: Cintilogragia miocárdica - O que avalia e como é realizada com estresse farmacológico e físico

A

• O que avalia: Avalia a perfusão, por meio da injeção de um radionuclídeo, um radiofármaco/radiotraçador (sendo o mais utilizado o tecnécio) que brilha, indicando que ali existe perfusão.
• Com estresse farmacológico: Na cintilografia miocárdica com estresse farmacológico, faz-se a injeção do Dipiridamol e de um radiotraçador e observa-se se o coração vai captar o radiotraçador durante o estresse farmacológico (áreas que não captam são chamadas de falhas de enchimento, indicando área de isquemia).
• Com estresse físico: O paciente é colocado para correr na esteira, é injetado o radiofarmaco enquanto ele está correndo e é realizada foto da cintilografia. Depois ele é direcionado a outra sala e entra numa máquina para obter os cortes. A cintilografia captura os cortes no repouso e no estresse (pico do esforço). O exame é considerado com presença de isquemia, quando houver captação alterada do radiofármaco no estresse, com normalização no repouso. Observa-se uma hipo captação do radionuclídeo na parede x no esforço que no repouso se normaliza = isquemia (é revesivel), quando não capta nem no esforço e nem repouso = fibrose.

35
Q

Doença arterial coronariana crônica: Ecocardiograma - O que avalia, como é realizado, o que dificulta o exame

A

• Avalia contratilidade durante o stress (parede que batia normalmente no stress e sofre isquêmica e fica acinética ou hipocinética).
• Pode ser feito com estresse físico (corre na esteira e deita na maca pra fazer o ECO) ou farmacológico.
• É examinador-dependente e em paciente obeso ou com DPOC a janela pode ser difícil.

36
Q

Doença arterial coronariana crônica: testes anatômicos - O que avaliam e vantagem

A

São exames capazes de verificar se há a presença de placa de gordura no interior das coronárias, de modo que se normais, afastam o diagnóstico, ou seja, apresentam alto valor preditivo negativo.

37
Q

Doença arterial coronariana crônica: TNI - Condições que dificultam a realização da angiotomografia de coronária

A

É ruim de fazer se o paciente estiver:
• Muito taquicárdico (depende que a FC esteja controlada, FC =50/60 tem que estar beta bloqueado);
- Em paciente idoso com muita calcificação na coronária;
- Paciente obeso e
- Paciente com stent sobretudo menor que 3 mm.

38
Q

Doença arterial coronariana crônica: Indicações da angiotomografia de coronária (4)

A
  • Excluir DAC em paciente com probabilidade pré-teste baixa (para descartar DAC);
  • Paciente com probabilidade pré-teste intermediária com dor torácica (por exemplo quando os testes funcionais foram inconclusivos);
  • Diagnóstico diferencial entre cardiopatia isquêmica e não isquêmica;
  • SCA de baixo risco para excluir DAC e pra avaliar gravidade anatômica.
39
Q

Doença arterial coronariana crônica: Grande indicação da Angio RM

A

Pessoas muitos obsesas e/ou com mamas volumosas (em geral não correm na esteira -> mama e obesidade prejudicam a observação com cintilo e ECO).

40
Q

Doença arterial coronariana crônica: (V) ou (F) Gadolíneo pode levar a fibrose sistêmica nas pessoas de forma idiopática.

A

Verdadeiro!

41
Q

Doença arterial coronariana crônica: O que a Angio-RM avalia?

A
  • Avalia isquemia através da avaliação de perfusão e contratilidade;
  • Função ventricular (a cintilografia também avalia função ventricular, mas a RM avalia melhor);
  • Viabilidade pelo realce tardio: diferencia se o paciente teve infarto e formou fibrose, caso em que não vai mais recuperar aquela parede ventricular x caso em que existe a chance do paciente ter uma hipoperfusão crônica e os miócitos não morreram, estão apenas parados usando menos energia, de modo que eco aparece parede acinética). Só pode ser feita com estresse farmacológico.
42
Q

Doença arterial coronariana crônica: (V) ou (F) Apenas a Angio-RM é capaz de avaliar a viabilidade

A

Falso!
A cintilografia tem um subtipo específico que ao invés de usar o tecnecio usa o tálio e pode avaliar viabilidade também.

43
Q

Doença arterial coronariana crônica: Teste padrão ouro para diagnóstico e quais as indicações

A

• Coronariografia (angiografia de coronária).
• Apesar de ser padrão ouro, só deve ser solicitado na presença de indicações, pois é um exame que tem complicações:
Indicado em caso de
- Teste não invasivo com achado de mau prognóstico (infra de ST >/= 2 mm no teste ergométrico, taquiarritmia ventricular);
- Sobrevivente de morte súbita abortada, sintomas de IC, angina refratária ao tratamento clínico.

44
Q

Doença arterial coronariana crônica: Indicações casse 1 de Coronariografia na DAC

A

• Pacientes com angina (CCS 3 ou 4) refratária à tratamento clínico: CAT para avaliar a anatomia coronariana e considerar revascularização para melhora de sintoma (seja percutânea - colocar stent - ou cirurgia cardíaca - abrir o peito para colocar ponte de safena ponte mamária);
• Achados de alto risco em TNI;
• História de MS abortada: exemplo TV/FV, PCR de ritmo chocável de causa à princípio não identificada, tem que ir pra CAT pra ver se não foi por DAC;
• Presença de arritmia ventricular grave;
• Angina + sinais e sintomas de IC: fração de ejeção reduzida, teste documentando isquemia ou clínica de isquemia. Se paciente com ICFER e queremos excluir etiologia isquêmica, se ele é jovem e baixa probabilidade pré-teste de ter DAC, posso pedir angiotomografia de coronária para excluir DAC, mas se ele é um paciente idoso com múltiplos fatores de risco, vai direto pro CAT. Isso pois existe um estudo que comparou tratamento clínico x revascularização em pacientes com doença coronariana multiarterial e FE </= 35% e foi visto que no subgrupo de pacientes a revascularização poderia reduzir mortalidade a longo prazo.

45
Q

Doença arterial coronariana crônica: Achados de alto risco no TNI

A

• Fração de ejeção < 35% em repouso ou no esforço, queda acima de 10 pontos na fração de ejeção com esforço. Isso significa que o paciente fez disfunção ventricular transitória com esforço (deve ter feito uma isquemia crítica). Pode ser visto na cintilografia e no ECO por estresse.
• Dilatação ventricular induzida com estresse: pela disfunção ventricular transitória o VE dilata com esforço, o que pode ser visto na cintilografia.
• Lesão > 70% em vários vasos e > 50% no tronco da coronária esquerda, que é território nobre (sai circunflexa e DA).
Isquemia > 50%. Pode ser vista na cintilografia.
• Arritmia ventricular (FV/TV) induzidas por esforço.
• Supra ST no esgométrico. Localiza a parede (indica a coronária que está obstrudia).
• Infra de ST > 2 mm com baixa carga ou que persiste na recuperação. Não localiza a parede.
• Acometimento de 2 leitos vasculares (>2 segmentos). É visualizado no ECO estress. Exemplo: hipocaptação em 2 na parede anterior e inferior, então pelo menos DA e coronária direita estão comprometidas.
• Duke - 11 (teste de esforço): é um score prognóstico que avalia angina, segmento ST e tempo de esforço.
• Escorre de cálcio > 400
• PAS que não sobe pelo menos 10 mmHg no exercício ou que cai com o esforço.
• < 5 METS de capacidade funcional

46
Q

Doença arterial coronariana crônica:
Indicações casse 2 de Coronariografia na DAC

A

Diagnóstico incerto de DAC após TNI na necessidade de um diagnotisco preciso: o risco da indicação do CAT é menor que os benefícios. Exemplo: piloto de avião (profissão de risco: coloca toda a tripulação em risco se tiver infarto fulminante) com teste ergométrico inconclusivo -> cintilografia com esforço físico com diagnóstico incerto (muito raro mas o paciente pode ter DAC com cintilografia normal, o que não ocorre ao realizar um teste anatômico, como uma angiotomografia de coronária ou um CAT).

47
Q

Doença arterial coronariana crônica: Coronoriografia - Como é realizada

A
  • Punciona-se a a. Radial ou a. Femoral e vai pela aorta para cateterizar o óstio da coronaria, injetar contraste e ver a anatomia coronariana.
  • Quando o cateterismo é realizado, além da angiografia coronariana é feita a ventriculografia.
48
Q

Doença arterial coronariana crônica: Coronoriografia - Qual a A. preferível é porque?

A

A. radial, pois tem muito menos complicação do que na artéria femoral.

49
Q

Doença arterial coronariana crônica: Coronoriografia - Complicações, como identificar e conduta

A
  • O CAT na a. Femoral pode complicar com hematoma retroperitoneal.
  • Assim, no paciente pós CAT a Hb pode cair e o paciente pode evoluir com choque -> tem que fazer tomografia pra ver se no é hematoma retroperitoneal.
50
Q

Doença arterial coronariana crônica: Resumo da conduta

A

Paciente com com dor torácica -> é SCA? -> outra diretriz; não é -> se tem angina de início recente limitante, CCS 3/4 apesar do tratamento clínico otimizado ou história de MS abortada ou clínica de IC é o ECO confirmou? Sim -> direto pro CAT; não -> deve ser submetido a avaliação de TNI funcional -> (1) TNI de alto risco (PA cai com esforço, FE cai com esforço, VE dilata no esforço por disfunção de VE transitória, supra de ST no teste ergométrico, arritmia ventricular no esforço) -> vai pra CAT; (2) TNI não é de alto risco e tratamento clínico controlou os sintomas -> mantém tratamento otimizado. Se TNI funcional duvidoso -> pedir angiotomografia de coronária.

51
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento

A

A) Não farmacológico: exercício, parar de fumar, perder peso, controlar as comorbidades.

B) Tratamento farmacológico: IEBA +/- anti-anginosos

C) Vacinação -> Influenza e pneumococo (infecção é um dos fatores é instabiliza a placa)

D) Intervencionista

52
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento farmacológico - Prevenção de eventos cardiovasculares

A

• IEBA (IECA, estatina, beta e AAS):

  • IECA ou BRA para todo mundo classe 2a, classe 1 se o paciente tiver disfunção ventricular, HAS, DM, DRC e/ou FE < 40%.
  • Beta bloqueador é usado para todos mas não reduz morte em todos os pacientes, mas em pacientes com DAC com inafarto prévio sobretudo nos últimos 2/3 anos e pacientes com FE reduzida.
  • Estatinas de Alta potência: esestabiliza a placa, reduz o LDL, com meta de LDL <50. Mais usada: atorvastatina, maior potência: rosivastatina, menor potência: fluvastatina.
  • Antiagregante plaquetário: escolha: AAS, 75-162 mg / dia ; alternativo: Clopidogrel, 75 mg/dia.
53
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento farmacológico - Anti - Anginosos

A
  • Primeira linha: betabloqueador
  • Segunda linha: bloqueador de canal de cálcio di-hidropiridínico, Trimetazina, ivabradina.
  • Terceira linha: nitrato de longa duração -> (dinitrato/mononitrato de isossorbida) (Monocordil):
  • Quarta linha: alopurinol
54
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento farmacológico - Beta-bloqueadores -> escolha, mecanismo de ação, indicações, contraindicações

A
  • Bisoprolol, succinato de metoprolol ou carvedilol
  • Mecanismo antianginoso do betabloqueador: é cronotrópico e inotrópico negativo -> diminui a FC e a contratilidade do VE-> diminui o consumo de oxigênio pelo miocárdio.
  • Reduz mortalidade em infarto prévio e disfunção ventricular (bisoprolol, succinato de metoprolol ou carvedilol), para os outros subgrupos ele é só antianginoso.
  • Contraindicação relativa: asma e DPOC tem que usar beta bloqueador seletivo. Beta bloqueador faz broncoespasmo pois bloqueia o beta 2, que faz broncodilatação -> libera o receptor alfa, que faz broncoconstrição. Assim, ao usar um beta 1 seletivo, como o bisoprolol, succinato de metoprolol, há menos efeito de broncoconstrição. Bradiarritmia colocar primeiro o marca-passo (ver se tem indicação de ressincronização cardíaca também) e depois prescrever o beta.
55
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento farmacológico - BCC -> escolha, mecanismo de ação

A
  • Di-hidropiridinicos (anlodipino, nifedipino): pois são vasoseletivos, enquanto os não di-hidropiridinicos (verapamil e diltiazem) são caridosseletivos, de modo que não podem ser usados em quem tem disfunção ventricular, assim como não é interessante associa-los com beta bloqueador, pois os dois são cronotropicos negativos. Assim, quem já está com beta bloqueador temos que escolher um bloqueador de canal de cálcio di-hidropiridinico.
  • Mecanismo antianginoso dos BCC: é vasodilatador, reduz a pós-carga e o consumo de O2. Verapamil e diltiazem reduzem a FC.
56
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento farmacológico - Trimetazidina: Mecanismo de ação e indicação

A
  • Droga anti-isquêmica de ação metabólica: preserva ATP, faz com que o miócitos mudem seu metabolismo para o consumo de glicose ao invés de ácido graxo, reduz radical livre.
  • É interessante para paciente com PA e FC no limite. Exemplo: Se paciente com IECA, beta bloqueador, continua com angina e não tolera bloqueador de canal de cálcio pois está muito hipotenso (hipotensão sintomática, hipotensão postural, PAD muito baixa) -> manter o IECA (com o betta) e associar a trimetazidina.
57
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento farmacológico - Ivabradina: Mecanismo de ação, indicações e regras para usá-la

A
  • O mecanismo antianginoso é o controle de FC.
  • Benefício sobretudo se o paciente tiver disfunção ventricular, sendo que para paciente com ICFER para usar ivabradina tem que estar com beta bloqueador otimizado. Além disso, só pode ser usada em quem tem ritmo sinusal,
58
Q

Doença arterial coronariana crônica: Tratamento farmacológico - Nitrato de longa duração: Escolha, modo de uso, mecanismo

A
  • Dinitrato/mononitrato de isossorbida (Monocordil).
  • Pode gerar resistência com o uso diário (taquifilaxia), e para tentar diminui-lá a última dose do nitrato deve ter um intervalo de 8-10 hrs pelo menos para a dose inicial -> realizar o intervalo noturno (suspensão à dose noturna para o paciente continuar tendo o efeito da dose)
  • Mecanismo: venodilatação -> diminuição do retorno venoso -> redução da pré carga -> reduz a tensão na parede do miocárdio -> reduz o consumo de oxigênio, além da vasodilatação coronariana.
59
Q

Doença arterial coronariana crônica: Terapia intervencionista - Indicações

A
  • Anatomia coronariana de risco (como lesão de tronco de coronária esquerda >50%);
  • Paciente que tem dor torácica refratária ao tratamento clínico otimizado, ou seja, já está com beta bloqueador, bloqueador de canal de cálcio e nitrato e mesmo assim tem dor em repouso/é limitado funcionalmente no dia a dia (angina CCS III/IV).
  • Disfunção ventricular esquerda de etiologia isquêmica + anatomia multiarterial. A revascularização nesse caso é cirúrgica.
  • Testes não invasivos de alto risco (lembrar ischemia trial: avaliou pacientes com DAC com alto risco nos testes invasivos, afastando lesão de tronco, disfunção ventricular FE < 35%, SCA, dor refratária, colocou um grupo com tratamento clínico e um grupo com tratamento clínico e outro para tratamento clínico com revascularização, não houve mudança de morte em 3 anos -> talvez mude em outras diretrizes).