PATOGENICIDADE Flashcards
O QUE É A PATOGÉNESE?
- Mecanismos através dos quais os microrganismos causam doença.
- Origem e desenvolvimento das doenças.
QUAL A SEQUENCIA DO MICRORGANISMO NO HOSPEDEIRO?
- Exposição
- Aderência
- Invasão
- Colonização
- Crescimento
- Toxicidade/invasão
- Doença
QUAIS OS AGENTES PATOGÉNICOS?
- Agentes primários – infetam indivíduos saudáveis.
- Agentes oportunistas – infetam determinados indivíduos afetados por outras doenças. Muitas vezes pertencem à flora oral
QUAIS SÃO AS PROPRIEDADES DE UM ORGANISMO PATOGÉNICO?
- Capaz de entrar no corpo do hospedeiro
- Ocupar um nicho especial
- Evitar ou ultrapassar as defesas inatas
- Evadir-se às defesas imunológicas adquiridas
- Multiplicar ou persistir
- Causar lesão tecidual ou doença
- Sair e transmitir a infeção a novos hospedeiros
O QUE É O GRAU DE VIRULÊNCIA?
• Capacidade de um microrganismo causar doença.
• Dado quantitativo
• LD50 (dose letal 50) - dose de um determinado agente que mata 50% dos animais de um grupo-teste.
Quanto maus elevada for a dose menos virulento é.
QUAIS OS FATORES DE VIRULENCIA?
- Genericamente, os fatores de virulência incluem processos que facilitam a invasão, sobrevivência e a disseminação dos microrganismos.
- Proteínas, vias metabólicas, plasmídeos, entre outros, que conferem capacidade de efetuar processos essenciais no ciclo de doença
QUAIS AS 2 CARACTERISITCAS DISTINTASS DE DOENÇA?
INFEÇÃO- resulta em parte do crescimento de um microrganismo que muitas vezes conduz a alterações no tecido (persistente, aguda, fulminante).
INTOXICAÇÃO- resulta na entrada de uma toxina no hospedeiro sem ser necessária a presença do microrganismo.
COMO SE DÁ A PATOGÉNESES DAS INFEÇÕES BACTERIANAS?
ACESSO AO HOSPEDEIRO:
o Depende do local onde as bactérias, realizam a sua replicação e da espécie bacteriana.
o Muitas bactérias não são afetadas pelos mecanismos de defesa ou dispõem de meios para os anular
ADESÃO E COLONIZAÇÃO:
o Colonização consiste no estabelecimento de uma relação física com as barreiras de revestimento.
o Colonização não resulta necessariamente numa invasão de tecidos, depende da capacidade de competirem com microrganismos que pertencem à flora normal do hospedeiro.
o A adesão bacteriana é o resultado de uma interação molecular específica entre moléculas da superfície bacteriana e moléculas do hospedeiro.
o As moléculas responsáveis pela adesão são genericamente designadas de adesinas.
INVASÃO DE CÉLULAS E TECIDOS:
o As bactérias não são capazes de penetrar a pele então dá-se através de mecanismos passivos – soluções de continuidade entre o meio externo e interno (úlceras, feridas, queimaduras…).
o Através da produção de substâncias líticas e de invasinas que induzem a endocitose.
CRESCIMENTO E MULTIPLICAÇÃO:
o Áreas do hospedeiro que providenciam as condições mais favoráveis irão
albergar o agente patogénico e permitir a sua multiplicação, sem que seja
ameaçada a sua sobrevivência.
DISSEMINAÇÃO PARA OS TECIDOS:
o Para que haja disseminação tem de haver destruição dos tecidos. Através de toxinas (causam lesão direta dos tecidos ou desencadeiam atividades biológicas nocivas para o hospedeiro) ou através de enzimas, tais como:
▪ Coagulase e colagenase – ambas degradam colagénio e, no caso da primeira, é induzida a formação de coágulos (em torno das bactérias, protegendo-as do sistema imunitário).
▪ Protéases alcalinas.
▪ Hialuronidase.
▪ Streptoquinases – dissolvem coágulos.
EM RELAÇÃO ÀS TOXINAS, QUAIS EXISTEM E QUAIS AS SUAS CARACTERISTICAS?
Exotoxinas- proteínas solúveis que são libertadas para o meio circundante à medida que as bactérias crescem.
• Geralmente codificadas em plasmídeos, embora também possam ser codificadas nos genomas e em fagos.
• Termosensíveis.
• Altamente letais.
• Com mecanismos de ação específicos.
• Altamente imunogénicas e estimulam a produção de anticorpos designados de antitoxinas.
• Mais importantes: Exotoxinas AB, Exotoxinas citolíticas
Endotoxinas- ligadas ao microrganismo e geralmente só são libertadas quando ocorre lise celular. • Termoestáveis (mais resistentes à temperatura). • Tóxicas apenas em altas doses. • Fracamente imunogénicas. • Semelhantes entre si. • Libertadas por lise celular. • Produzem efeitos sistemáticos gerais. • Mais importantes: LPS.
QUAIS AS CARACTERISTICAS DAS EXOTOXINAS AB?
• Subunidade enzimática (A) - responsável pelo efeito tóxico.
o Entra na célula através da ligação da subunidade B á proteína da membrana ou fagocitose mediada por recetores.
o Ao entrar no citoplasma provoca a resposta tóxica, inibindo a síntese proteica
através do consumo de NAD+.
• Subunidade de ligação (B).
o A subunidade B insere-se na membrana plasmática e cria um poro através do
qual a subunidade A pode passar.
DENTRO DAS EXOTOXINAS AB TEMOS:
• Toxina da difteria (Corynebacterium diphteriae):
o Fragmento A catalisa a adição de um grupo ADP-ribose ao fator de
enlongamento proteico EF2.
o O fator EF2 modificado deixa de ser funcional e a síntese proteica para, o
que provoca a morte celular.
• Toxina do botulismo (Clostridium botulinum):
o Neurotoxina que impede a libertação de acetilcolina nos terminais pré-
sinápticos dos axónios.
o Inibição da contração muscular.
• Toxina do tétano (Clostridium tetani):
o Neurotoxina que impede a libertação de glicina (que inibe a acetilcolina) e a
consequente inibe o relaxação muscular. (tá sempre a contrair).
o Causa tetanismo – contratura muscular mantida, fibrilação cardíaca,
diafragma não consegue relaxar…
QUAIS AS CARACTERISTICAS DAS EXOTOXINAS CITOLÍTICAS?
FORMAÇÃO DE POROS:
• Proteína que se liga à porção de colesterol da membrana plasmática do hospedeiro, insere-se na membrana e forma um poro, fazendo com que existra entrada da toxina.
• Leucocidinas – atuam nos leucócitos, o que reduz as defesas do hospedeiro.
• Hemolisinas – formam poros nas membranas dos eritrócitos através dos quais é
libertada hemoglobina e/ou iões (hemólise).
SEM FORMAÇÃO DE POROS:
• Fosfolipases removem o grupo com carga (grupo fosfato) dos fosfolípido , distabilizando a estrutura da membrana plasmática.
QUAIS AS CARACTERISTICAS DAS ENDOTOXINAS LPS?
• A endotoxina é captada por uma proteína (LBP – LPS binding protein).
• A LBP liga-se a recetores celulares em macrófagos, linfócitos B, entre outros, e induz a ativação destas células, OU ativa DIRETAMENTE a via do complemento
• Os mastócitos ativados libertam mediadores humorais como citosinas e
prostaglandinas.
Isto vai gerar uma resposta inflamatória.
O QUE SÃO SUPERANTIGÉNIOS?
- São um grupo especial de toxinas que podem ativar linfócitos T CD4 de forma não específica (ausência de antigénio endógeno)
- Ligam-se simultaneamente ao recetor da célula T e a uma molécula MHC classe II da APC.
- É desencadeada uma intensa resposta, do tipo autoimune, com libertação de enormes quantidades de IL-1 e IL-2.
- Podem ser endo ou exotoxinas.
- Provocam aumento de temperatura, diminuição da pressão arterial, vasodilatação, destruição tecidual extensiva…
QUAIS OS MECANISMOS DE EVASÃO ÀS DEFESAS DO HOSPEDEIRO?
Evasão ao sistema complemento:
• Cápsulas que previnem a ativação do complemento.
• Modificação de LPS que previne a ativação do complemento ou interferem na formação do MAC.
Resistência à fagocitose:
• Cápsulas que previnem o contacto entre a célula fagocitária e a bactéria (impedem o reconhecimento por parte do sistema imunitário).
• Produção de proteínas de superfície especializadas que interferem na adesão da célula fagocítica à bactéria.
Sobrevivência dentro de células fagocíticas:
• Resistência aos produtos tóxicos libertados.
• Prevenção da fusão dos fagossomas com os lisossomas.
• Exemplo: Micoplasma, bactéria intracelular obrigatória envolvida na tuberculose.
Evasão à resposta imunitária específica:
• Produção de cápsulas que não são antigénicas, porque se assemelham a componentes do tecido do hospedeiro.
COMO SE DÁ A PATOGÉNESES DAS INFEÇÕES VIRAIS?
- Acesso ao hospedeiro:
o Pele, via transcutânea, via respiratória, via gastrointestinal, via genitourinária,
mucosa oral, via conjuntiva - Ligação e entrada em células suscetíveis:
o A entrada do genoma viral dentro da célula a infetar depende da capacidade de ligandos na superfície do virião interagirem com recetores da superfície da célula alvo.
o Esta interação é altamente específica, o que explica a especificada dos vírus para uma determinada espécie animal e também o tropismo celular.
o Quanto mais limitada a expressão dos ligandos específicos para o vírus, maior
será o tropismo (propensão que um vírus tem em infectar determinado tipo de célula) desse vírus para essa célula. - Disseminação:
o Mecanismos de disseminação variados:
DISSEMINAÇÃO SANGUÍNEA:
▪ A partir dos vasos linfáticos, os vírus têm acesso à corrente sanguínea
periférica, dando origem a uma virémia primária. Ao atingir locais mais distantes
origina uma viremia secundária mais prolongada e de título vital mais elevado.
▪ A magnitude e duração da viremia são resultado de uma série de
interações entre o vírus e o hospedeiro.
▪ O processo envolve a produção de partículas virais no local de entrada – replicação primária – e das células infetadas posteriormente – replicação secundária – que contribuem para o aumento da virémia.
DISSEMINAÇÃO DO SANGUE PARA OS TECIDOS:
▪ Devido às reduzidas dimensões dos vírus, a sua passagem, da corrente
sanguínea para os tecidos adjacentes, pode ser feita através de poros
existentes nas células epiteliais dos capilares.
▪ Também pode ser feita através de transcitose.
DISSEMINAÇÃO PELO TECIDO NERVOSO:
▪ É normalmente precedida por uma replicação em tecidos extraneurais,
após a qual ocorre a disseminação por transporte axonal.
▪ Esta via é bidirecional. - Danos celulares e doença:
o A doença surge como um acumular de danos celulares e teciduais.
o Origem dos danos celulares:
▪ Alterações induzidas pela ligação aos recetores celulares.
▪ Alteração dos processos de transcrição e tradução celular.
▪ Alterações na membrana celular.
▪ Indução da necrose e apoptose celulares.