PATOGENICIDADE Flashcards

1
Q

O QUE É A PATOGÉNESE?

A
  • Mecanismos através dos quais os microrganismos causam doença.
  • Origem e desenvolvimento das doenças.
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2
Q

QUAL A SEQUENCIA DO MICRORGANISMO NO HOSPEDEIRO?

A
  1. Exposição
  2. Aderência
  3. Invasão
  4. Colonização
  5. Crescimento
  6. Toxicidade/invasão
  7. Doença
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3
Q

QUAIS OS AGENTES PATOGÉNICOS?

A
  • Agentes primários – infetam indivíduos saudáveis.
  • Agentes oportunistas – infetam determinados indivíduos afetados por outras doenças. Muitas vezes pertencem à flora oral
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4
Q

QUAIS SÃO AS PROPRIEDADES DE UM ORGANISMO PATOGÉNICO?

A
  • Capaz de entrar no corpo do hospedeiro
  • Ocupar um nicho especial
  • Evitar ou ultrapassar as defesas inatas
  • Evadir-se às defesas imunológicas adquiridas
  • Multiplicar ou persistir
  • Causar lesão tecidual ou doença
  • Sair e transmitir a infeção a novos hospedeiros
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5
Q

O QUE É O GRAU DE VIRULÊNCIA?

A

• Capacidade de um microrganismo causar doença.
• Dado quantitativo
• LD50 (dose letal 50) - dose de um determinado agente que mata 50% dos animais de um grupo-teste.
Quanto maus elevada for a dose menos virulento é.

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6
Q

QUAIS OS FATORES DE VIRULENCIA?

A
  • Genericamente, os fatores de virulência incluem processos que facilitam a invasão, sobrevivência e a disseminação dos microrganismos.
  • Proteínas, vias metabólicas, plasmídeos, entre outros, que conferem capacidade de efetuar processos essenciais no ciclo de doença
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7
Q

QUAIS AS 2 CARACTERISITCAS DISTINTASS DE DOENÇA?

A

INFEÇÃO- resulta em parte do crescimento de um microrganismo que muitas vezes conduz a alterações no tecido (persistente, aguda, fulminante).
INTOXICAÇÃO- resulta na entrada de uma toxina no hospedeiro sem ser necessária a presença do microrganismo.

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8
Q

COMO SE DÁ A PATOGÉNESES DAS INFEÇÕES BACTERIANAS?

A

ACESSO AO HOSPEDEIRO:
o Depende do local onde as bactérias, realizam a sua replicação e da espécie bacteriana.
o Muitas bactérias não são afetadas pelos mecanismos de defesa ou dispõem de meios para os anular
ADESÃO E COLONIZAÇÃO:
o Colonização consiste no estabelecimento de uma relação física com as barreiras de revestimento.
o Colonização não resulta necessariamente numa invasão de tecidos, depende da capacidade de competirem com microrganismos que pertencem à flora normal do hospedeiro.
o A adesão bacteriana é o resultado de uma interação molecular específica entre moléculas da superfície bacteriana e moléculas do hospedeiro.
o As moléculas responsáveis pela adesão são genericamente designadas de adesinas.
INVASÃO DE CÉLULAS E TECIDOS:
o As bactérias não são capazes de penetrar a pele então dá-se através de mecanismos passivos – soluções de continuidade entre o meio externo e interno (úlceras, feridas, queimaduras…).
o Através da produção de substâncias líticas e de invasinas que induzem a endocitose.
CRESCIMENTO E MULTIPLICAÇÃO:
o Áreas do hospedeiro que providenciam as condições mais favoráveis irão
albergar o agente patogénico e permitir a sua multiplicação, sem que seja
ameaçada a sua sobrevivência.
DISSEMINAÇÃO PARA OS TECIDOS:
o Para que haja disseminação tem de haver destruição dos tecidos. Através de toxinas (causam lesão direta dos tecidos ou desencadeiam atividades biológicas nocivas para o hospedeiro) ou através de enzimas, tais como:
▪ Coagulase e colagenase – ambas degradam colagénio e, no caso da primeira, é induzida a formação de coágulos (em torno das bactérias, protegendo-as do sistema imunitário).
▪ Protéases alcalinas.
▪ Hialuronidase.
▪ Streptoquinases – dissolvem coágulos.

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9
Q

EM RELAÇÃO ÀS TOXINAS, QUAIS EXISTEM E QUAIS AS SUAS CARACTERISTICAS?

A

Exotoxinas- proteínas solúveis que são libertadas para o meio circundante à medida que as bactérias crescem.
• Geralmente codificadas em plasmídeos, embora também possam ser codificadas nos genomas e em fagos.
• Termosensíveis.
• Altamente letais.
• Com mecanismos de ação específicos.
• Altamente imunogénicas e estimulam a produção de anticorpos designados de antitoxinas.
• Mais importantes: Exotoxinas AB, Exotoxinas citolíticas

Endotoxinas- ligadas ao microrganismo e geralmente só são libertadas quando ocorre lise celular.
• Termoestáveis (mais resistentes à temperatura).
• Tóxicas apenas em altas doses.
• Fracamente imunogénicas.
• Semelhantes entre si.
• Libertadas por lise celular.
• Produzem efeitos sistemáticos gerais.
• Mais importantes: LPS.
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10
Q

QUAIS AS CARACTERISTICAS DAS EXOTOXINAS AB?

A

• Subunidade enzimática (A) - responsável pelo efeito tóxico.
o Entra na célula através da ligação da subunidade B á proteína da membrana ou fagocitose mediada por recetores.
o Ao entrar no citoplasma provoca a resposta tóxica, inibindo a síntese proteica
através do consumo de NAD+.
• Subunidade de ligação (B).
o A subunidade B insere-se na membrana plasmática e cria um poro através do
qual a subunidade A pode passar.
DENTRO DAS EXOTOXINAS AB TEMOS:
• Toxina da difteria (Corynebacterium diphteriae):
o Fragmento A catalisa a adição de um grupo ADP-ribose ao fator de
enlongamento proteico EF2.
o O fator EF2 modificado deixa de ser funcional e a síntese proteica para, o
que provoca a morte celular.
• Toxina do botulismo (Clostridium botulinum):
o Neurotoxina que impede a libertação de acetilcolina nos terminais pré-
sinápticos dos axónios.
o Inibição da contração muscular.
• Toxina do tétano (Clostridium tetani):
o Neurotoxina que impede a libertação de glicina (que inibe a acetilcolina) e a
consequente inibe o relaxação muscular. (tá sempre a contrair).
o Causa tetanismo – contratura muscular mantida, fibrilação cardíaca,
diafragma não consegue relaxar…

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11
Q

QUAIS AS CARACTERISTICAS DAS EXOTOXINAS CITOLÍTICAS?

A

FORMAÇÃO DE POROS:
• Proteína que se liga à porção de colesterol da membrana plasmática do hospedeiro, insere-se na membrana e forma um poro, fazendo com que existra entrada da toxina.
• Leucocidinas – atuam nos leucócitos, o que reduz as defesas do hospedeiro.
• Hemolisinas – formam poros nas membranas dos eritrócitos através dos quais é
libertada hemoglobina e/ou iões (hemólise).
SEM FORMAÇÃO DE POROS:
• Fosfolipases removem o grupo com carga (grupo fosfato) dos fosfolípido , distabilizando a estrutura da membrana plasmática.

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12
Q

QUAIS AS CARACTERISTICAS DAS ENDOTOXINAS LPS?

A

• A endotoxina é captada por uma proteína (LBP – LPS binding protein).
• A LBP liga-se a recetores celulares em macrófagos, linfócitos B, entre outros, e induz a ativação destas células, OU ativa DIRETAMENTE a via do complemento
• Os mastócitos ativados libertam mediadores humorais como citosinas e
prostaglandinas.
Isto vai gerar uma resposta inflamatória.

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13
Q

O QUE SÃO SUPERANTIGÉNIOS?

A
  • São um grupo especial de toxinas que podem ativar linfócitos T CD4 de forma não específica (ausência de antigénio endógeno)
  • Ligam-se simultaneamente ao recetor da célula T e a uma molécula MHC classe II da APC.
  • É desencadeada uma intensa resposta, do tipo autoimune, com libertação de enormes quantidades de IL-1 e IL-2.
  • Podem ser endo ou exotoxinas.
  • Provocam aumento de temperatura, diminuição da pressão arterial, vasodilatação, destruição tecidual extensiva…
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14
Q

QUAIS OS MECANISMOS DE EVASÃO ÀS DEFESAS DO HOSPEDEIRO?

A

Evasão ao sistema complemento:
• Cápsulas que previnem a ativação do complemento.
• Modificação de LPS que previne a ativação do complemento ou interferem na formação do MAC.

Resistência à fagocitose:
• Cápsulas que previnem o contacto entre a célula fagocitária e a bactéria (impedem o reconhecimento por parte do sistema imunitário).
• Produção de proteínas de superfície especializadas que interferem na adesão da célula fagocítica à bactéria.

Sobrevivência dentro de células fagocíticas:
• Resistência aos produtos tóxicos libertados.
• Prevenção da fusão dos fagossomas com os lisossomas.
• Exemplo: Micoplasma, bactéria intracelular obrigatória envolvida na tuberculose.

Evasão à resposta imunitária específica:
• Produção de cápsulas que não são antigénicas, porque se assemelham a componentes do tecido do hospedeiro.

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15
Q

COMO SE DÁ A PATOGÉNESES DAS INFEÇÕES VIRAIS?

A
  1. Acesso ao hospedeiro:
    o Pele, via transcutânea, via respiratória, via gastrointestinal, via genitourinária,
    mucosa oral, via conjuntiva
  2. Ligação e entrada em células suscetíveis:
    o A entrada do genoma viral dentro da célula a infetar depende da capacidade de ligandos na superfície do virião interagirem com recetores da superfície da célula alvo.
    o Esta interação é altamente específica, o que explica a especificada dos vírus para uma determinada espécie animal e também o tropismo celular.
    o Quanto mais limitada a expressão dos ligandos específicos para o vírus, maior
    será o tropismo (propensão que um vírus tem em infectar determinado tipo de célula) desse vírus para essa célula.
  3. Disseminação:
    o Mecanismos de disseminação variados:
    DISSEMINAÇÃO SANGUÍNEA:
    ▪ A partir dos vasos linfáticos, os vírus têm acesso à corrente sanguínea
    periférica, dando origem a uma virémia primária. Ao atingir locais mais distantes
    origina uma viremia secundária mais prolongada e de título vital mais elevado.
    ▪ A magnitude e duração da viremia são resultado de uma série de
    interações entre o vírus e o hospedeiro.
    ▪ O processo envolve a produção de partículas virais no local de entrada – replicação primária – e das células infetadas posteriormente – replicação secundária – que contribuem para o aumento da virémia.
    DISSEMINAÇÃO DO SANGUE PARA OS TECIDOS:
    ▪ Devido às reduzidas dimensões dos vírus, a sua passagem, da corrente
    sanguínea para os tecidos adjacentes, pode ser feita através de poros
    existentes nas células epiteliais dos capilares.
    ▪ Também pode ser feita através de transcitose.
    DISSEMINAÇÃO PELO TECIDO NERVOSO:
    ▪ É normalmente precedida por uma replicação em tecidos extraneurais,
    após a qual ocorre a disseminação por transporte axonal.
    ▪ Esta via é bidirecional.
  4. Danos celulares e doença:
    o A doença surge como um acumular de danos celulares e teciduais.
    o Origem dos danos celulares:
    ▪ Alterações induzidas pela ligação aos recetores celulares.
    ▪ Alteração dos processos de transcrição e tradução celular.
    ▪ Alterações na membrana celular.
    ▪ Indução da necrose e apoptose celulares.
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16
Q

QUAIS OS MECANISMOS DE EVASÃO ÀS DEFESAS DO HOSPEDEIRO (VIRUS)?

A

Influenza – sofrem mutações e alteram os locais antigénios nas proteínas do virião.
• Todos os anos têm moléculas superficiais novas, pelo que a imunidade adquirida no ano anterior não permite a eficácia contra o vírus que surge passado uns meses, não conferindo uma imunidade duradoura.
Herpesvirus – baixam o nível de expressão de proteínas superficiais, tornando-se menos reconhecíveis para as células do hospedeiro.
HIV – infetam células T e diminuem as funções do sistema imunitário. Promovem a fusão de células do hospedeiro.

17
Q

COMO SE DÁ A PATOGÉNESES DOS FUNGOS PRIMÁRIOS?

A
  • Dotados de mecanismos de virulência suficientes para que qualquer indivíduo saudável possa desenvolver doença.
  • Fungos responsáveis por micoses sistémicas endémicas.
  • A gravidade da doença é muito influenciada pelo estado imunológico do hospedeiro.

Dimorfismo: alternância entre forma de leveduras e hifas. Capacidade de crescerem como saprófitas (25°C e com escassez de alimentos) ou como parasitas (37°C e em meios ricos).

Imunomodulação: estimulação da libertação de IL-10 e IL-4 o que atrasa a eliminação do agente. Aumento do pH dos fagossomas. Suprime a resposta imunitária contra fungos, gerando bastante inflamação sem efeito produtivo.

Alteração da composição da parede: resistência à fagocitose.

Produção de enzimas: alteração do pH, mortes das células do hospedeiro, invasão, disseminação.

Mimetismo molecular – produção de anticorpos anti-hospedeiro (resposta autoimune). “copiar” a resposta que o hospedeiro executa contra os microrganismos, realizando-a contra os próprios tecidos do hospedeiro.

18
Q

COMO SE DÁ A PATOGÉNESES DOS FUNGOS OPORTUNISTA?

A

• A patogenicidade destes fungos é determinada pela homeostasia do sistema imunitário do hospedeiro, logo, a sua virulência não necessita de ser tão elevada.
• Estes fungos encontram-se frequentemente presentes como saprófitas ou comensais no ambiente e alguns podem colonizar o hospedeiro humano.
• Há, contudo, alguns atributos que vão condicionar o desenvolvimento da doença:
- Capacidade de adesão
- Produção de enzimas
- Cápsulas
- Variação fenotípica – adaptação ao meio ambiente, invasão, evasão às defesas do hospedeiro.