PARTE 2 Flashcards
O que é uma gestação ectópica?
Ocorre fora do local esperado (útero). Apenas em animais primatas, pois estes possuem nidação, enquanto os animais domésticos possuem placentação.
O que é uma hérnia abdominal? Diagnóstico?
Útero está fora do seu local correto (importante diferenciar de gestação ectópica, nesta, o útero está no local certo, mas o feto não).
Após o diagnóstico da gestação com aumento de volume localizado deve ser feita a indeitificação da hérnia e se o útero está presente ou não nesta estrutura, o local deve ser apalpado e auscultado (se for alça se escura borbulhos). Além disso é importante avaliar a presença de lacerações e se o feto está fora da cavidade abdominal. Isso é mais comum de acontecer após acidentes com pequenos animais. NÃO PODE FAZER PARTO NORMAL, pois a força não vai ser unilateral.
O que é uma gestação múltipla patológica?
Número exagerado de feto, esse número para ser considerado fisiológico ou patológico varia de acordo com a espécie (ovinos até 3, bovinos até 2, equinos até 1).
Como prevenir gestação múltipla em éguas?
Deve-se avaliar principalmente éguas grandes e fazer o diagnóstico precoce para verificar a presença de dois grandes folículos que podem vir a ovular.
Como diferenciar cisco endometrial de vesícula gestacional?
Cisto endometrial fixo, vesícula gestacional se move, portanto, os folículos ao longo do tempo vão mudar de local o cisto não.
Causas de Gestação múltipla:
Tratamentos hormonais para superovulação (uso de ECG para ciclar fora da estação reprodutiva e ausência de aplicação da PGF após coleta -> erro iatrogênico que pode acarretar.
O que ocorre? Por que? Ruptura do tensão púbico
Pode ser desencadeado pela Gestação múltipla (muito peso), é o tendão que liga o púbis até a extremidade esternaç = se romper o abdomen cai como um todo, animais sente dor e não existe a possibilidade de parto normal, pois perde a capacidade de realizar contrações (somente cesárea).
Qual a exceção em equinos no caso de ruptura do tendão pré púbico?
Pode não levar a ruptura, mas sim a desgarros musculares por excesso de peso causando laceração na musculatura com sangramentos e hematomas, é um processo muito doloroso, tratamento sintomático -> bandagem abdominal - musculatura dorsal da apoio para a abdominal.
A perda gestacional pode ser?
Precoce ou tardia. Lembrando que aproximadamente com 40 dias deixa de ser embrião e se torna feto.
Características de perda gestacional precoce?
Morte embrionária, ocorrendo antes da diferenciação e placentação, avaliação pelo US a partir de 20 dias: Batimentos cardíacos, conteúdo e anexos fetais - líquidos, volume, adesão dos anexos na parede, placenta descolando - sinal de comprometimento da gestação. ECOGENICIDADE DEVE SER ANECOICO.
Morte fetal ocorre por:
Aborto, mumificação ou maceração.
O que é o aborto e quais situações podem vir a ocorrer?
Eliminação do concepto vivo ou morto após a diferenciação.
- Animal com gestação confirmada e em determinado momento há presença de corrimento sanguinolento: processo de dilatação cervical do conteúdo, feto já morreu e houve perda dos estímulos de manutenção da gestação.
- Presença total do feto e anexos nos locais onde os animais permanecem, comum em gestações precoces, mais fácil de expulsar tudo
- Eliminação do líquido, mas ainda há presença da parte sólida retida no útero - avaliar na US se precisa intervir, pois o aborto ainda está em curso
- Eliminação apenas do feto, mas a mãe com retenção placentária. Comum em gestações mais tardias/avançadas.
Causas mais comuns de aborto?
Acidentes (torção do cordão umbilical, enforcamento), hipóxia (fêmea com anemia, geralmente cursa com tristeza parasitária), hipoglicemia, infecções, causa iatrogênica (corticoides).
Explique a mumificação fetal em equinos:
O que é: Morte do feto com sua retenção sem contaminação bacteriana. Em equinos é frequente: vai depender da superfície de contato da placenta - pode limitar o aporte nutricional e gerar o processo de mumificação de um dos fetos; isso pode comprometer inclusive o feto mais viável.
Mumificação fetal em bovinos:
Morte do feto com sua retenção sem contaminação bacteriana.
Diagnóstico: Histórico e confirmação de prenhez. Animal não cicla e não apresenta sinais que vai parir, ou seja, histórico de animal que deveria ter parido e não pariu, além de possuir CL).
Exame ginecológico: Encontrado útero reduzido de volume, conteúdo firme, sem líquido e presença de corpo lúteo (fonte de progesterona que mantém a cérvix fechada e o conteúdo retido) US não fornece grandes informações.
Prognóstico: Favorável, pois não houve contaminação e com isso não afeta as glândulas endometriais. Se houver recidivas deve-se considerar descarte do animal.
Tratamento: PGF2 Alfa + estrógeno (pode aplicar para aumentar a contração - não há contaminação presente, então é seguro).
Remoção ciru é raro, mas pode ser necessário: Perfuração do fundo de saco - traciona o corno uterino - remoção da múmia - suturação o feto é muito grande - semelhante a uma cesariana - caso raro, pois haverá estímulo de expulsão do feto.
Explique a maceração fetal:
Morte do feto com rua retenção sem contaminação bacteriana. Se torna um processo crônico, pois com a morte do feto, abre cérvix e permite a entrada de contaminantes = putrefação. VAI RESTAR APENAS A PARTE ÓSSEA DO ANIMAL.
Diagnóstico: Histórico (confirmada a gestação, mas não evolui e fêmea não cicla), exame ginecológico (corrimento vaginal pútrido, útero com volume reduzido (involuído), parede espessada (processo inflamatório), e sentir a crepitação óssea na palpação, no ovário a presença de CL em função da destruição das glândulas endometriais (primeira o CL é destruído pela ação da P4, depois com a inflamação, o endométrio, o qual é fonte de produção de P4, é destruído, então o CL volta a se desenvolver, pois o endométrio é destruído e com isso não tem P4 para destruir o CL).
Prognóstico: TOTALMENTE DESFAVORÁVEL pela perda das glândulas endometriais.
Tratamento: PG2 alfa para aumentar a defesa do útero, ATB parenteral (diminui carga bacteriana, mas não elimina totalmente), extração (possível tentar, mas existem riscos de agravamento).
EM BOVINOS SÓ SE FAZ O TRAT SE TIVER ALTO VALOR ZOOTÉCNICO - CASO CONTRÁRIO ABATE.
Em outras espécies: suínos pode ter origem viral e é necessário abordagens de controle.
Hidropsia?
Aumento de volume líquido
edema (Placentite):
Aumento do envoltório fetal, mais comum em éguas, pois a cérvix abre fácil e pode não fechar direito, além do parto ser bastante agressivo.
Sinais clínicos: Enchimento precoce da glândula mamária, indicando desordem hormonal no US se vê espessamento dos envoltórios e líquido.
Tratamento: Se faz ATB amplo, prolonga o parto com P4 ou E2, AINE e cerclagem) -> Tratamento sintomático, buscando eliminação do agente.
Hidrâmnio?
Excesso de volume de líquido amniótico, menos frequente, causa teratogênica, ocorrendo normalmente em buldogues.
Hidroalantoide?
Processo mais comum, processo de formação de placenta ocorre de forma alterada, a placenta normal possui cotilédones sobe as carúnculas e espaço livre. Já a placenta com hidroalantóide possui cotilédones acessórios que não possuem uma carúncula -> isso gera um aumento de líquido, quanto mais cotilédones acessórios, mais líquido.
Sinais clínicos: Aumento exagerado de volume abdominal, mais exacerbado no hidroalantoide, abdomen de barril, animal fica desidratado, para de comer, decaimento na condiçã clínica. Diferenciar de outros cenários (timpanismo e ascite…)
Diferencie Hidrâmnio de Hidroalantoide
O hidrâmnio é muito menos comum e seu líquido é mais fluido e viscoso (amniótico). Já o hidroalantóide é mais comum e seu líquido possui aspecto de xixi, é mais fluido e aquoso, além de ser presente em maior quantidade.
Qual o tratamento para Hidrâmnio e Hidroalantoide?
Em bovinos: Urocentese pelo flanco e drena o líquido. Essa drenagem deve ser feita lentamente para que não ocorra descompressão (choque hipovolêmico). Esse tratamento é conservativo para que a fêmea resista até o parto, podendo ser repetido se necessário, mas se tiver que fazer drenagem com muita frequência e tiver comprometimento das condições clínicas, deve-se interromper a gestação e induzir o parto com corticoides para manter a sobrevivência da fêmea.
Em equinos: Muitas intervenções sequenciais de drenagem não são possíveis, deve-se buscar outro tratamento como: Intervenção sintomática, bandagem para proteger a musculatura abdominal e avaliar a viabilidade x valor zootécnico da fêmea.
Hidrocefalia:
Acúmulo de líquido na cabeça do feto que pode causar distocia, por isso é necessário avaliar se é necessário uma fetotomia para viabilizar o parto.
Ascite?
Aumento significativo do abdômen, de origem cardíaca ou hepática. Pode causar distocia, determinar causa para determinar parto vaginal, cesárea ou drenagem do conteúdo.
Anasarca
Edema generalizado do animal.
Quais as principais causas do prolapso vaginal?
Esse problema está relacionado à alguma fragilidade individual. Exemplo de causas potenciais: idade (queda de musculatura e gordura gerando afrouxamento), posição do feto virado para a vagina, fêmeas da raça zebuina submetidas a tratamentos ovulatórios, ou então fêmeas submetidas a mesma posição por muito tempo que a deixe comprimida
Grau 1 prolapso vaginal?
O prolapso só é visível em decúbito (o que gera contaminação e troca de temperatura)
Grau 2 prolapso vaginal?
O tecido vai estar exposto em tempo integral (decúbito e estação).
Grau 3 prolapso vaginal?
Há exposição da cérvix, ou seja, o prolapso é cervicovaginal. Normalmente, é neste caso que o veterinário é chamado.
Grau 4 prolapso vaginal?
Há necrose, tecido desvitalizado
Com o que normalmente é confundido o prolapso vaginal?
Cisto de Bertholin, neste caso o cisto seria drenado e se voltasse iria se fazer cauterização química com iodo.
O que devemos fazer sequencialmente em casos de suspeita de prolapso vaginal?
- ANAMNESE: pedir fotos para o proprietário antes de se dirigir ao local, realizar perguntas para se saber o que é necessário levar.
- Inspecionar o local, para então saber o manejo que esta vaca recebe, qual é o foco da propriedade, condições sanitárias
- Inspecionar o ANIMAL, s está de pé/deitada, se há secreções, qual o comportamento, características do tecido exposto, se o animal está fazendo esforço expulsivo ou não.
- Exame clinico geral
- Exame clínico especifico: Se é gestante ou não (normalmente é) e se a cérvix está fechada ou aberta, se aberta dar continuidade ao parto.
Quais os critérios para escolha do método de correção do prolapso de vaginal?
- Contração (se há e qual grau) -> influencia a escolha técnica pela sua capacidade de retenção; Disponibilidade de atendimento ao animal; acessibilidade em caso de recidiva.
- Grau de contaminação da sutura e grau de lesão tecidual (cruência) - sempre preferir a menos cruenta.
O que fazer em caso de prolapso vaginal grau 1 ou 2 de uma doadora (não gestante)?
Uso de delimitadores da abertura vulvar para não exteriorizar mais o tecido; Cuidado com as faixas que precisam ser reposicionadas: Proprietário deve ser bastante cuidadoso, pois precisa ser um acompanhamento contínuo.
Outras opções seriam: Vulvoplastia (mais invasiva) método de Caslick ou Goetz; Colpectomia parcial (remover parte do tecido exposto, cuidado com a uretra).
Prolapso vaginal de vaca prenhe grau 3 ou 4, o que fazer?
Pode ter a bexiga ou o reto juntamente do prolapso, complicando a situação, o tecido se não apresentar necrose pode ser facilmente reavivado;
Cérvix fechada: Presença do tampão mucoso, necessário reintroduzir o tecido e com que ele permaneça na sua posição fisiológica até o parto.
Cérvix aberta: Dilatação completa da mesma, exposição dos envoltórios fetais = Realizar o parto do animal. Durante o parto NÃOOO realizar bloqueio anestésico epidural para não dificultar a contração.
Como realizar a correção do prolapso de vagina?
Bloqueio epidural baixo - anestesiar o perisataltismo do animal para que ele não defeque em cima do tecido, higienização do tecido, avaliar os danos sofridos, suspensão do tecido prolapsado:
> Devido a dobra da uretra que retem urina, se não for possível, podemos utilizar uma cânula para esvaziar a bexiga.
> Reavivar as lesões - sutura com fio absorvível e recuperar o tecido da melhor maneira possível
> Reduzir o edema com gelo/água gelada: não vai ser efetivo depois que o edema se formou.
> PRINCIPAL TÉCNICA: Bandagem/faixa/tecido (+ plástico: proteger mucosa) - enrolar no sentido caudo-cranial, sendo mais fácil nos prolapsos tubulares do que nos globosos (A intenção é que o fluido dentro do material seja comprimido em direção ao corpo da fêmea, diminua o volume e seja mais fácil de manipular.
> Logo em seguida de desfaz bandagem no sentido inverso (crânio-caudal) e conforme vai desenrolando, vai introduzindo para dentro do corpo o prolapso (gradualmente)
> O açúcar gera a desidratação do tecido e combate a agente patogênicos
- Boot Lace vantagens e desvantagens:
Técnica com baixa capacidade de retenção, se o animal fizer contrações fortes vai romper. Vai ser útil para animais com contrações mais fracas, fácil de desfazer, limitada na cruencia, média contaminação
Desvantagens: Procedimento feito a cegas, introdução de agulha no fundo do saco vaginal e é feito um ponto bem abaixo da cérvix, então podemos acometer estruturas indesejadas (bexiga, estrangulamento do ureter)
Vantagens: Não necessita de auxílio ao parto (a cérvix dilata e o terneiro passa o ponto interno), não há contaminação, baixa cruência, aderencia do ponto dificultando a recidiva.
Sempre que animal tiver prolapso vaginal devemos….
RETIRAR DA REPRODUÇÃO!!!
- Michev vantagens e desvantagens:
Vantagens: fixação da cérvix, diminui o risco de uma lesão maior, pois temos controle na transfixação da agulha externamente para a garupa, permite o nascimento do bezerro sem auxilio e baixissima contaminação.
Cuidado com reto ou vasos calibrosos.
- Bunher
Quando corretamente executada a fita não aparece no topo da vulva.
Vantagens e desvantagens: Promove uma ALTA retenção, porém é imprescindível o atendimento ao parto, média contaminação devido a localização do ponto e média a alta cruência, devido ao tamanho da agulha.
- Flessa:
feito no VESTÍBULO VAGINAL, se colocar muito ventral vai atingir os lábios da vulva e só causar dor .
Desvantagens e vantagens: Técnica mais cruenta, COM ALTA CAPACIDADE DE RETENÇÃO, alta contaminação pelo acúmulo de fezes e é impreenchível o atendimento ao parto
- Flessa modificado:
Desvantagem> Fácil reprodução, pode ficar muito apertado e gerar edema.
O que pode ser considerado um desvio de técnica de prolapso vaginal?
Quando se tenta resolver o prolapso sem usar técnica ou materiais corretamente.
Ewe Spoon
Ferramenta que impede o prolapso vaginal em ovelhas e permite que o animal venha a
parir sem necessidade de intervenção / auxílio. Fixação feita por sutura, mas pode ser utilizado cordas
para sua fixação, o que é menos traumático, (porém, neste caso, precisa de remoção para o parto,
então é mais utilizado em animais constantemente monitorados).
O que ocorre na torção uterina?
O útero dica mantido em sua posição suspenso pelo ligamento largo (fixado ao longo do teto da cavidade, ou seja, a maior parte do útero fica em suspensão) Há situações em que o útero gira no próprio eixo
Como definir se a torção uterina foi sentido horário?
Ligamento tracionado e bem distendido de forma cruzada sobre o útero indica que nessa caso a torção ocorreu em sentido horário -> É sempre importante definir o sentido da torção.
Causas para torção uterina?
Forma como o animal levanta, relevo do ambiente em que o animal é criado.
Diagnóstico da torção uterina
Diferenciar de problemas digestivos, anamnese (animal está gestando ou não), palpação retal.
Como avaliar se a torção uterina é pós cervical (maioria das vezes) ou pré cervical?
Se for pós cervical, vai ter sinal de torção no conduto vaginal ao introduzir a mão, não vai conseguir chegar o ao fundo do saco vaginal, além disso existirãom pregas dentro do conduto que fará com que a mão seja conduzida no sentido horário ou anti-horário, vaginoscopia é um método para tirar duvidas.
Palpação retal: Se a torção for em sentido horário, o ligamento vai estar distendido da esquerda para direita.
Como resolver a torção uterina?
Analisar informações importantes: Cérvix está dilatada? Tenho acesso ao feto? Se tiver acesso ao feto, pode-se utiliza-lo como ponto de fixação do útero pata que ele retome sua posição original, caso o animal esteja deitado o vet pode fazer a fixação do feto enquanto auxiliares giram o animal.
Cérvix fechada: Método de Schaffer:
Torção em sentido horário: Colocar o animal em decúbito pro lado direito e exercer força sobre o útero do animal, fazendo com que o útero com feto permaneça parado, enquanto o corpo do animal está sendo girado, ANIMAL SEDADO.
Em equinos não é recomendado se a gestação estiver avançada por risco de ruptura uterina
O que fazer se nenhuma técnica de torção uterina der certa?
Se nenhum dos procedimentos acima der certo, fazer laparotomia, já avaliar a função do útero
e aproveitar para fazer a cesariana
Diferencie prolapso vaginal e uterino:
Prolapso vaginal: antes do parto (geralmente final da gestação), apenas a mucosa vaginal, pode ser manejado com calma, estrutura lisa e úmida, a cérvix pode ainda estar visível e posicionada corretamente.
Prolapso uterino: Depois do parto, útero está invertido e exteriorizado , emergencial, carúnculas visíveis, a cérvix está invertida.