Pancreatite Crônica Flashcards

1
Q

Definição de pancreatite crônica.

A

Lesão irreversível do parênquima pancreático marcada por inflamação crônica, fibrose e falência endócrina e exócrina.

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2
Q

Qual é a principal causa de pancreatite crônica em adultos e em crianças?

A

Em adultos, álcool.

Em crianças, fibrose cística.

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3
Q

Diga 3 causas de pancreatite crônica (exceto álcool e fibrose cística).

A

Genética, idiopática, trauma, DII, organofosforados, hipercalcemia, hiperlipidemia, autoimune, obstrutiva…

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4
Q

Qual é o quadro clínico típico de pancreatite crônica?

A

Dor abdominal + Esteatorreia + DM + História de alcoolismo

Pancreatite aguda prévia não é obrigatória.

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5
Q

Como se apresenta a dor abdominal na pancreatite crônica?

A

Local variado, podendo ser constante ou intermitente (agudizações).

Piora com a alimentação e está associada com emagrecimento/indigestão.

Paciente frequentemente depende de narcóticos para alívio.

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6
Q

Como estão amilase e lipase na pancreatite crônica?

A

Normais ou levemente elevadas.

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7
Q

O que a TC de abdome comumente visualiza na pancreatite crônica? Que outro exame tem os mesmos achados?

A

Calcificações. A radiografia de abdome.

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8
Q

O que é o teste de estimulação da secretina? Por quê ele precisa ser feito?

A

É um teste avaliador de esteatorreia.

Precisa ser feito porque a disabsorção só aparece clinicamente após perda de mais que 90% da função exócrina.

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9
Q

A USG na pancreatite crônica pode ser usada? Qual suas desvantagens?

A

Pode ser usada, porém depende do examinador e é menos sensível.

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10
Q

Qual é a utilidade da CPRE na pancreatite crônica? Ele é sensível? Que outro exame é comparável?

A

É capaz de identificar e tratar cálculos ou deformidades nos ductos pancreáticos (estenoses, ectasias…).

É mais sensível que a TC.

RNM.

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11
Q

Qual é o principal diagnóstico diferencial da pancreatite crônica?

A

Câncer de pâncreas.

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12
Q

Como é possível classificar a pancreatite crônica?

A

De acordo com o estado do ducto de Wirsung:

  • Dilatado (Grandes ductos)
  • Não dilatado (Pequenos ductos)
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13
Q

Quais são as características da pancreatite crônica dilatada?

A
  • Mais comum em homens.
  • Esteatorreia presente.
  • Calcificações frequentes na Rx de abdome.
  • CPRE com alterações significativas.
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14
Q

Quais são as características da pancreatite crônica não dilatada?

A
  • Mais comum em mulheres.
  • Esteatorreia ausente (teste da secretina alterado com tripsinogênio e elastase fecal normais).
  • Calcificações raras na Rx de abdome.
  • CPRE normal ou com alterações discretas.
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15
Q

Como é feito o tratamento da pancreatite crônica?

A
  • Abstinência alcoólica.
  • Correção de dislipidemia.
  • Controlar esteatorreia, DM.
  • Alívio da dor.

Se necessário, cirurgia.

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16
Q

Como se trata esteatorreia na pancreatite crônica? Qual desafio específico existe neste tratamento?

A
  • Fracionamento da dieta.
  • Reduzir gorduras na dieta.
  • IBPs.
  • Reposição enzimática (lipase).

O tratamento da esteatorreia pode ter pouco impacto na pancreatite crônica dilatada/de grandes ductos.

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17
Q

Qual é a utilidade de IBPs no tratamento da pancreatite crônica?

A

Controlam esteatorreia, pois aumentam o pH intraluminal e facilitam ação das enzimas pancreáticas.

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18
Q

Como é feito o controle da DM na pancreatite crônica?

A

Insulinoterapia.

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19
Q

Como é feito o alívio da dor refratária na pancreatite crônica?

A

Primeiro, por meio de abordagem endoscópica (CPRE):

  • Colocação de stents em estenoses ductais.
  • Esfincterotomia (Oddi).
  • Extração de cálculos.

Caso a abordagem endoscópica não seja suficiente, cirurgia.

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20
Q

Quais são as indicações para cirurgia na pancreatite crônica?

A

Dor persistente e exclusão do câncer de pâncreas.

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21
Q

Quais são os procedimentos cirúrgicos na pancreatite crônica:

  • Dilatada?
  • Não dilatada?
  • Refratária?
A
  • Pancreatojejunostomia latero-lateral (Cirurgia de Puestow ou Partington-Rochelle)
  • Geralmente não tem indicação de drenagem, pois são múltiplas estenoses: se houver estenose próxima da ampola de Vater, esfincteroplastia transduodenal com divisão de septo.
  • Ressecção pancreática, bloqueio de plexo celíaco, transplante autólogo de ilhotas pancreáticas.
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22
Q

Como é a fisiopatologia da pancreatite crônica?

A

Inflamação repetida > atrofia e fibrose > falência endócrina e exócrina permanente.

23
Q

Como é distribuída a prevalência das causas de pancreatite crônica?

A

70% alcoólica, 20% idiopática, 10% todas as outras causas.

24
Q

Qual gene é alterado na pancreatite crônica hereditária? O que ocorre quando o gene é alterado?

A

Gene do tripsinogênio (PRSS1).

Após alteração de seu gene, o tripsinogênio é ativado precocemente ainda no pâncreas.

25
O que é o gene CFTR? O que sua alteração faz?
É o gene responsável pela produção de bicarbonato no suco pancreático. Sua alteração em homozigose provoca a fibrose cística.
26
Quais são as duas principais causas autoimunes de pancreatite crônica?
Pancreatite autoimune tipo 1 e tipo 2: - Tipo 1 = Infiltrado linfoplasmocitário, IgG4. - Tipo 2 = Infiltrado neutrofilico.
27
Qual é a população mais afetada pela pancreatite crônica autoimune? Qual sintomatologia se destaca nessa etiologia?
Homens > 50 anos. Sintomas compressivos (icterícia)
28
O que é a pancreatite tropical?
É uma pancreatite típica de países equatoriais que causa rápida falência pancreática em jovens, estando associada a uma alteração do gene SPINK1.
29
Quais são as duas maiores hipóteses acerca da origem da dor na pancreatite crônica?
Aumento das pressões intraductais (por fibrose e calcificações). Alteração de nociceptores.
30
Além da dor, quais são as manifestações clínicas clássicas da pancreatite crônica?
DM (disfunção endócrina) e Esteatorreia (disfunção exócrina).
31
Quando é que os vômitos aparecem na pancreatite crônica?
Tardiamente ou durante agudizações.
32
O que explica a esteatorreia na pancreatite crônica?
A perda de ácinos leva a menos enzimas pancreáticas, o que resulta em disabsorção, principalmente de substâncias lipossolúveis.
33
Porque a disfunção endócrina e exócrina do pâncreas são tardias na pancreatite crônica?
Porque: - É preciso que > 90% dos ácinos pancreáticos sejam perdidos para que surja esteatorreia; - Ilhotas pancreáticas são resistentes ao processo inflamatório.
34
O que é a pancreatite pseudotumoral?
É quando a retração tecidual e fibrose da pancreatite crônica obstrui duodeno ou colédoco, resultando em dor, icterícia e obstrução intestinal alta (simula tumor periampular).
35
Qual é o método padrão-ouro para o diagnóstico de pancreatite crônica?
Biópsia.
36
Como é feito o diagnóstico da pancreatite crônica, habitualmente?
Clínica + testes estruturais e funcionais.
37
O que são testes estruturais na pancreatite crônica? Qual é o mais realizado?
São exames de imagem, sendo o mais comum na pancreatite crônica a TC de abdome com estudo dinâmico.
38
Quais são os achados de pancreatite crônica na TC de abdome?
Dilatação ductal, atrofia parenquimatosa e calcificações.
39
Diga que estruturas são mais bem vistas, durante um quadro de pancreatite crônica, em: - TC. - RNM. - Rx abdominal.
- Complicações locais e vasculares - Anomalias ductais e parenquimatosas - Calcificações pancreáticas.
40
Qual exame de avaliação estrutural da pancreatite crônica consegue identificar alterações mais precocemente? Por quê?
USG endoscópico, pois permite punção do parênquima durante sua execução.
41
O que são testes funcionais na pancreatite crônica? Como são feitos?
São testes cujo objetivo é aferir função pancreática, de duas maneiras: - Direta, pela visualização direta do suco pancreático. - Indireta, pela dosagem de substâncias pancreáticas no sangue e fezes.
42
O que é o teste da secretina? Como é feito?
É um teste funcional direto da pancreatite crônica. Estimula-se o pâncreas com secretina, em seguida visualizando-se o suco pancreático por endoscopia ou RNM.
43
Quais são as substâncias dosadas nos testes funcionais indiretos, na pancreatite crônica? Qual deles está mais associado à esteatorréia?
Elastase, tripsinogênio e quimiotripsina fecais; Tripsinogênio e glicose séricos. Elastase fecal.
44
O tratamento da pancreatite crônica é curativo? Quais são os benefícios adicionais que ele traz?
Não, é paliativo. Apesar de não ser curativo, é capaz de reduzir drasticamente a progressão da doença.
45
Quais é a filosofia de tratamento da pancreatite crônica?
Eliminar fatores predisponentes (tabagismo, dislipidemia). Tratar os sintomas individualmente (esteatorreia, DM, dor).
46
Como se trata a esteatorreia na pancreatite crônica?
- Reposição de enzimas pancreáticas. - IBPs (alcalinização do lúmen melhora ação enzimática). - Fracionamento da dieta. - Redução da gordura alimentar.
47
Como se trata a DM na pancreatite crônica?
Antidiabéticos orais, seguidos de insulinoterapia.
48
Como se trata a dor na pancreatite crônica?
Analgesia escalonada: analgésicos e AINEs > Opióides > Especialista em dor + Antidepressivos > Abordagem cirúrgica.
49
Quando é indicado cirurgia na pancreatite crônica?
Em caso de dor persistente e na suspeita de neoplasia.
50
Que fatores determinam o procedimento invasivo a ser feito na pancreatite crônica?
- A presença de dilatação ductal. - A quantidade de cálculos/estenoses causando a dilatação. - Presença de doença parenquimatosa.
51
Como é feita a abordagem invasiva de pancreatite crônica por cálculos/estenoses múltiplos?
Primeiro, tenta-se desobstrução endoscópica (com ou sem papilotomia associada) Se quadro for refratário ou houver dilatação ductal > 7mm, a desobstrução deve ser cirúrgica (Pancreatojejunostomia à Y de Roux).
52
Como é feita a abordagem invasiva de pancreatite crônica por cálculos/estenoses únicos?
É idêntica à da pancreatite com múltiplos cálculos e estenoses, só que é possível realizar somente pancreatectomia do único local obstruído.
53
Como é feita a abordagem invasiva de pancreatite crônica com doença parenquimatosa sem dilatação ductal?
Pancreatectomia total + transplante autólogo de ilhotas pancreáticas.