Dor em Abdome Inferior Flashcards
Qual é a importância da apendicite aguda?
É a principal causa de abdome agudo!
Qual é a principal causa de apendicite aguda?
Obstrução do apêndice por fecalitos/apendicolitos.
OBS: em algumas referências a causa mais comum em crianças é a hiperplasia linfóide!
Diga 3 causas de apendicite aguda que não fecalito/apendicolito.
Hiperplasia linfóide, neoplasias, parasitos, corpo estranho.
Descreva o quadro clínico da apendicite aguda.
Dor periumbilical que migra para FID + sinais clássicos ao exame físico (Blumberg, Psoas, Obturador).
Descreva do Sinal de Blumberg. Onde fica o ponto de McBurney?
Descompressão dolorosa do ponto de McBurney.
Ponto de McBurney = ponto de encontro entre o 1/3 médio e lateral de uma linha traçada da cicatriz umbilical à crista ilíaca direita.
Descreva do Sinal de Rovsing.
Dor em FID à compressão de FIE.
Como abordar a apendicite aguda?
Depende do quadro:
- Se apresentação clássica = cirurgia.
- Se houver dúvida ou quadro com > 48h = TC/USG para avaliar presença de complicações.
Como é feito o tratamento cirúrgico da apendicite aguda? Qual via preferir? Que cuidado deve ser tomado antes de operar?
Apendicectomia aberta ou laparoscópica.
A laparoscopia é preferida nos casos duvidosos, obesos, e em perfurações.
Caso se trate de uma apendicite tardia (> 48h), fazer exame de imagem primeiro para afastar complicação.
O que define “quadro duvidoso” em apendicite aguda? O que fazer nestes casos?
Apendicite em criança, mulher, idoso, obeso, ou cuja apresentação distoa do esperado.
TC ou USG.
Na avaliação de casos duvidosos de apendicite é preciso realizar imagem primeiro (TC ou USG). Quando escolher um ou outro?
USG é preferível em gestantes e crianças.
O que deve ser feito no tratamento de apendicite tardia?
Exame de imagem para afastar complicação:
- Sem complicação = apendicectomia
- Complicada = ATB + drenagem + colonoscopia (4-6 semanas), com ou sem apendicectomia de intervalo (6-8 semanas).
O que é o apêndice vermiforme? Onde está localizado?
Estrutura tubular alongada fixada na porção posteromedial do ceco, na confluência das tênias colônicas.
A ponta do apêndice vermiforme pode assumir várias posições na cavidade abdominal: qual é a importância disto na clínica?
Ao depender de onde ele esteja, a clínica da apendicite pode ser diferente.
Qual é a epidemiologia da apendicite aguda?
Mais comum em indivíduos jovens (10-30 anos), ligeiramente mais prevalente em homens.
Qual é a fisiopatologia da apendicite aguda?
1) Obstrução do lúmen apendicular;
2) Acúmulo de secreção e supercrescimento bacteriano.
3) Aumento da pressão intraluminal/distensão apendicular.
4) Comprometimento do retorno venoso e linfático (isquemia).
5) Necrose/Perfuração.
Qual é a relação entre a gravidade da apendicite e a sua causa?
Quanto mais grave o quadro de apendicite, maior a chance de ele ter sido causado por fecalito/apendicolito.
Explique a progressão da dor na apendicite aguda.
1) Acúmulo de secreção e distensão do apêndice = dor visceral (periumbilical mal localizada).
2) Isquemia do apêndice = dor parietal/somática (FID localizada).
Essa progressão ocorre de 12-24h.
Como é a dor na apendicite aguda?
Começa como periumbilical inespecífica, progredindo para dor em FID localizável.
Quanto tempo demora até o apêndice perfurar?
Em torno de 48h do início do quadro.
Quais são as complicações de apêndice perfurado?
Formação de abscesso periapendicular e peritonite generalizada (possível formação de múltiplos abscessos intraperitoneais).
Qual são os tipos de bactérias mais associados à apendicite aguda? Diga o agente mais importante de cada grupo.
Anaeróbios e Gram-negativos entéricos. Respectivamente, Bacterioides fragilis e E. coli.
Descreva a flora bacteriana do apêndice vermiforme.
Semelhante à do cólon, polimicrobiana, predominando B. fragilis e E. coli.
É preciso realizar cultura de líquido peritoneal em um quadro de apendicite? Qual é a única exceção?
Não, pois já se sabe os agentes causadores (B fragilis e E coli)!
Imunodeprimidos, pacientes que fizeram uso recente de ATB ou provenientes de nosocômio.
Que outros sintomas além da dor estão presentes na apendicite aguda?
Anorexia, náuseas, vômitos, febre, diarreia, constipação, posição antálgica.
Descreva o exame físico da apendicite aguda.
INSP = febre 38˚C AUSC = RHA diminuído PALP = Abdome sensível no ponto de McBurney, defesa abdominal.
Presença de sinais clássicos, sem alteração do exame físico renal/pélvico.
Descreva o Sinal de Dunphy.
Dor em FID que piora com a tosse.
Descreva o Sinal de Lapinsky.
Dor à compressão de FID enquanto se levanta a perna direita estendida.
Descreva o Sinal de Markle.
Dor em ponto específico do peritônio após choque dos calcanhares no chão (paciente em pé).
Descreva o Sinal de Lenander.
Temperatura retal maior que a axilar por 1˚C.
Descreva o Sinal do Obturador.
Dor após flexão da coxa e rotação interna do quadril.
Descreva o Sinal do Psoas.
Dor após extensão e abdução da coxa direita com o paciente em decúbito lateral esquerdo.
Descreva o Sinal de Chutro.
Desvio da cicatriz umbilical para a direita em relação a uma linha imaginária entre a crista ilíaca e a mesma.
Qual é a justificativa fisiopatológica do Sinal de Rovsing?
Peristalse retrógrada de ar do cólon esquerdo para o ceco inflamado, o qual dilata e dói.
Qual é a principal complicação da apendicite aguda?
Perfuração.
Como pode se apresentar a perfuração do apêndice vermiforme?
De duas formas:
- Bloqueada = mais comum, formação de abscesso periapendicular. Pode ser oligossintomática com algum desconforto de FID ou massa palpável (plastrão).
- Livre para peritônio = menos comum, desenvolvimento de peritonite generalizada. Dor abdominal intensa e difusa, abdome em tábua, febre elevada.
Em alguns casos pode haver melhora após ruptura do apêndice.
Diga particularidades da apendicite em crianças.
- Quadro atípico.
- Pode se manifestar apenas por febre, letargia, vômitos e diarreia.
- Perfuração do apêndice ocorre mais facilmente.
Diga particularidades da apendicite em idosos.
- Quadro atípico.
- Menos dor e febre.
- Pior prognóstico.
- Perfuração do apêndice ocorre mais facilmente (mais do que na criança).
Diga particularidades da apendicite em gestantes.
- Diagnóstico mais difícil (deslocamento do apêndice pelo útero, confusão com sintomas de gravidez normal).
Diga particularidades da apendicite obesos.
- Maior dificuldade em obter imagens confiáveis.
Existe apendicite crônica/recorrente? Como diagnosticar? Qual o tratamento?
Sim, principalmente em crianças.
- 3 ou mais ataques de dor abdominal em 1 mês.
- Abdome sensível em FID sem irritação peritoneal.
- Achados radiológicos ao exame baritado (preenchimento incompleto ou esvaziamento demorado).
Apendicectomia.
Sobre a apendicite aguda:
- Como é feito o diagnóstico?
- Qual é o valor do laboratório?
É clínico!
Sugerir perfuração (leuco > 20.000 c/ desvio) e excluir doenças do TGU (não há becteriúria ou hematúria macroscópica).
Sobre exames de imagem na apendicite aguda, qual é a utilidade da:
- Radiografia?
- USG?
- TC?
- Inútil. No máximo, sugere outras etiologias.
- Fortalece diagnóstico, capaz também de excluir afecções ginecológicas e líquido livre.
- Fortalece diagnóstico, sendo o exame mais indicado para o diagnóstico.
Quais são achados sugestivos de apendicite aguda na USG abdominal? Quando a USG exclui a apendicite aguda?
- Diâmetro ≥ 7mm.
- Espessamento da parede apendicular (“imagem em alvo”).
- Lúmen apendicular não compressível.
- Presença de apendicolito.
- Ausência de gás no lúmen apendicular.
- Dor à compressão com transdutor.
- Alteração do fluxo vascular apendicular.
Nunca. Um USG normal somente afasta o quadro.
Quais são achados sugestivos de apendicite aguda na TC abdominal?
- Diâmetro ≥ 7mm.
- Espessamento da parede apendicular.
- Borramento de gordura periapendicular.
Quando é pertinente a RNM na apendicite aguda? Quais são seus critérios diagnósticos? Qual sua grande desvantagem?
É reservada para casos duvidosos na gestante, sendo feita sem contraste.
Diâmetro > 7mm, espessamento de parede > 2mm, presença de líquido livre periapendicular.
Pouca disponibilidade e alto custo.
Como é o algoritmo de abordagem da apendicite aguda?
1) Diferenciar apresentação precoce ou tardia;
2) Realizar apendicectomia em homens com quadro clássico e precoce;
3) Realizar exame diagnóstico em casos duvidosos:
- TC = mulheres, idosos e quadros atípicos.
- USG = crianças e gestantes.
- RNM = caso USG inconclusiva em gestante.
O que é o escore de Alvarado?
É uma ferramenta que avalia dados da história clínica, exame físico e laboratório para avaliar a probabilidade de um quadro abdominal ser, de fato, apendicite aguda.
Como calcular o escore de Alvarado? O que cada pontuação define?
Cálculo:
- Dor que migra para FID, anorexia, náuseas/vômitos, descompressão brusca dolorosa em FID, temperatura > 37.5˚C e desvio à esquerda = 1 ponto.
- Leucocitose e dor à palpação de FID = 2 pontos
Pontuação (máximo de 10 pontos):
- 0-3 = Improvável, verificar outras causas.
- 4-6 = Provável, observar por 12h e apendicectomia a se pontuação se manter.
- ≥ 7 = Muito provável, apendicectomia.