Pancreatite Aguda Flashcards

1
Q

O que define pancreatite?

A

Qualquer quadro inflamatório que envolva o pâncreas.

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2
Q

O que o fenômeno de colocalização?

A

É a aproximação de vacúolos de catepsina B e pro-enzimas, causando pancreatite aguda.

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3
Q

Quais são as principais causas de Pancreatite Aguda?

A

Litíase biliar e álcool.

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4
Q

Cite 3 causas de Pancreatite Aguda que não sejam as principais.

A

Drogas, idiopática, genética, trauma, CPRE, metabólica…

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5
Q

O que é pancreas divisum? Como ele pode influenciar na geração de Pancreatite Aguda?

A

Pancreas cuja porção ventral (cabeça e processo uncinado) e dorsal (colo, corpo, cauda) são separados.

O pâncreas dividido causa uma obstrução não litiásica capaz de provocar Pancreatite.

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6
Q

Qual é o quadro clínico clássico de Pancreatite Aguda?

A

Dor epigástrica intensa irradiando para dorso, com náuseas e vômitos, além de aumento da amilase e lipase.

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7
Q

Qual cuidado deve ser tomado acerca da elevação da amilase? Quais condições tornam esse cuidado necessário?

A
  • Levar em consideração causas de falsa elevação da enzima.
  • Obstrução intestinal, perfuração de víscera, cetoacidose, neoplasias, queimaduras, lesão das salivares, macroamilasemia, insuficiência renal.
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8
Q

Como é feito o diagnóstico de Pancreatite Aguda?

A

Pelo menos 2 dos 3:

  • Sintomas compatíveis (dor);
  • Amilase ou lipase 3x o limite superior da normalidade;
  • Imagem compatível (TC ou RNM).
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9
Q

Quais são os passos da abordagem da Pancreatite Aguda?

A

1) Identificar causa e gravidade;
2) Escolher tratamento;
3) Manejar complicações.

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10
Q

Quais são os nomes alternativos da Pancreatite Aguda Leve e Grave, respectivamente?

A

Intersticial/Edematosa e Necrosante, respectivamente.

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11
Q

Qual é a utilidade do Escore de Ranson?

A

É uma ferramenta cujo objetivo é estabelecer gravidade da Pancreatite Aguda por meio de parâmetros clínico-laboratoriais.

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12
Q

Que outras ferramentas podem ser usadas no lugar do Escore de Ranson?

A

Apache II, Baltazar, Imrie, outros marcadores clínicos/biológicos.

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13
Q

Como é escolhido o tratamento da Pancreatite Aguda? Como é feito o tratamento após esta deliberação?

A

O tratamento varia com a gravidade da doença:

  • Pancreatite Leve/Intersticial = cuidados gerais (repouso, analgesia, hidratação, antieméticos).
  • Pancreatite Grave/Necrosante = cuidados gerais + hidratação vigorosa + suporte nutricional.
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14
Q

Quais são as complicações da Pancreatite Aguda em ordem de progressão?

A

Coleção líquida > Necrose pancreática estéril/infectada > Pseudocisto pancreático.

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15
Q

Manejo da coleção líquida na Pancreatite Aguda:

A

Conduta Expectante.

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16
Q

Manejo da necrose pancreática:

A

Se estéril, conduta expectante.

Se infectada, operar.

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17
Q

Como diagnosticar necrose pancreática?

A

O melhor método é a punção guiada por TC.

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18
Q

Manejo do pseudocisto pancreático:

A

Depende da situação:

  • Se paciente oligossintomático e sem consumo de álcool = Acompanhamento clínico e seriar USG.
  • Se paciente sintomático, cisto > 6cm ao USG ou com complicações = Drenagem (percutânea/cirúrgica/endoscópica).
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19
Q

Demonstre as diferenças entre a Pancreatite Aguda leve e grave:

A

Pancreatite Aguda = 90% dos casos, sem envolvimento de órgãos vizinhos ou à distância (restrita ao pâncreas).

Pancreatite Grave = 10% dos casos, com envolvimento de órgãos peripancreáticos e possíveis complicações locais e à distância.

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20
Q

Quais são as complicações locais da Pancreatite Aguda Grave/Necrosante?

A

Pseudocisto, abscesso, necrose infectada.

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21
Q

Quais são as complicações distantes da Pancreatite Aguda Grave/Necrosante?

A

Falências orgânicas (ins.renal, ins.resp, choque).

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22
Q

Quais são as duas principais células do pâncreas exócrino? O que elas fazem?

A

Células acinares (produzem pro-enzimas) e ductais (transportam suco pancreático aos ductos maiores).

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23
Q

Quais são os 2 principais ductos do pâncreas? Onde terminam?

A

Wirsung (papila maior do duodeno) e Santorini (papila menor do duodeno).

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24
Q

Fisiologia do suco pancreático, em passos:

A

1) Células acinares liberam bicarbonato e zimogênios/pró-enzimas;
2) Bicarbonato e pró-enzimas atingem o duodeno;
3) Enteroquinase duodenal ativa tripsinogênio em tripsina;
4) Tripsina ativa outras proenzimas.
5) Bicarbonato facilita ação das enzimas ativadas.

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25
Q

O que impede a ativação das pró-enzimas dentro do parênquima pancreático?

A

O armazenamento das pró-enzimas junto a inibidores do tripsinogênio em grânulos dentro do citoplasma das células acinares.

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26
Q

Qual é a teoria vigente sobre a origem da Pancreatite Aguda?

A

Ativação precoce de proenzimas dentro do parênquima/ductos pancreáticos (autodigestão).

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27
Q

Quais são as 3 fases do processo inflamatório na Pancreatite Aguda? O que significam?

A

1) Neutrófiloindependente (ativação precoce de proenzimas)
2) Neutrofílica (recrutamento de neutrófilos)
3) Resposta Inflamatória Sistêmica (citocinas em grandes quantidades pela inflamação).

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28
Q

A gravidade da pancreatite é diretamente proporcional à/ao:

A

Resposta sistêmica à inflamação/liberação de citocinas.

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29
Q

Por que a mortalidade na Pancreatite Aguda é bimodal?

A

Porque existem duas situações de óbito:

  • Precoce (resposta inflamatória sistêmica).
  • Tardio (complicações).
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30
Q

O que facilita o fenômeno de colocalização?

A

Aumento da pressão intraductal pancreática.

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31
Q

Qual é a principal etiologia da Pancreatite Aguda?

A

Litíase biliar.

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32
Q

Qual é a relação do tamanho do cálculo biliar na geração de Pancreatite?

A

Inversamente proporcional: quanto menor o cálculo biliar, maior o risco de pancreatite.

Cálculos < 5mm = Risco de Pancreatite 4x

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33
Q

O álcool está em que lugar na Pancreatite Aguda? E na crônica?

A

2º e 1º lugar, respectivamente.

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34
Q

Como o álcool causa Pancreatite?

A
  • Espasmos do esfíncter de Oddi
  • Aumento da permeabilidade ductal
  • Hipertrigliceridemia
  • Lesão direta dos ácinos pancreáticos (tampões enzimáticos)
  • Ativação direta da tripsina
  • Radicais livres
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35
Q

Quais fatores de risco são importantes para o desenvolvimento de Pancreatite Alcoólica?

A

Consumo importante de álcool por mais de 5 anos, sexo masculino, tabagismo, dieta rica em gordura/proteína, predisposição genética.

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36
Q

Qual é a terceira maior causa de Pancreatite Aguda, tirando as idiopáticas?

A

Drogas.

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37
Q

Qual é a relação entre Pancreatite Aguda e HIV?

A

Pacientes com HIV podem ter Pancreatite Aguda Medicamentosa pela TARV e infecções oportunistas.

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38
Q

Quais são as duas principais causas metabólicas de Pancreatite Aguda?

A

Hipertrigliceridemia e Hipercalcemia.

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39
Q

Como a hipercalcemia causa Pancreatite?

A

Ativação intrapancreática de proenzimas.

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40
Q

Diga 3 características importantes da Pancreatite por hipertrigliceridemia.

A
  • Ocorre sem elevação de amilase.
  • Comum nas dislipidemias tipo I, II e V.
  • Não ocorre na hipertrigliceridemia por DM/Hipertireoidismo/Alcoolismo.
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41
Q

Qual é outro nome do ducto de Santorini? O que ele faz?

A

Também chamado de ducto pancreático acessório, drena corpo e cauda de pâncreas.

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42
Q

Cite 3 causas de Pancreatite por obstrução não-litiásica.

A

Disfunção do esfíncter de Oddi, pancreas dividido, lesões duodenais (DUP, tumor), trauma.

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43
Q

Quando suspeitar de Pancreatite de etiologia genética?

A

Paciente jovem com sintomas após estresse ou consumo de álcool/gorduras que tenha história familiar positiva.

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44
Q

Quais são as alterações genéticas mais comuns da pancreatite hereditária/genética?

A

Tripsinogênio resistente aos inibidores OU Inibidores do tripsinogênio defeituosos.

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45
Q

A Fibrose Cística causa Pancreatite?

A

Não, causa insuficiência pancreática.

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46
Q

Quais são as duas causas de Pancreatite mais confundidas com etiologia idiopática?

A

Lama/Microlitíase biliar e disfunção do esfíncter de Oddi.

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47
Q

Diga uma causa de Pancreatite de origem:

  • Animal;
  • Infecciosa;
  • Tóxica;
  • Auto-imune.
A
  • Picada de escorpião;
  • Ascaridíase;
  • Organofosforados (inseticidas);
  • Síndrome de Sjogren.
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48
Q

Quais são os procedimentos mais associados à Pancreatite secundária a cirurgia?

A

Procedimentos abdominais (biópsia, gastrectomias…) e cirurgia cardíaca com CEC.

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49
Q

Qual é a atitude corporal clássica da Pancreatite Aguda?

A

Posição genupeitoral (“Prece Maometana”).

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50
Q

Condições associadas à persistência de vômito mesmo após esvaziamento com sonda nasogástrica.

A

Pancreatite Aguda e Obstrução Intestinal.

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51
Q

Como é a dor da Pancreatite Aguda?

A

Súbita, intensa, contínua, progressiva, irradiando para dorso.

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52
Q

Que característica da anamnese a Pancreatite de origem litiásica e alcoólica têm em comum?

A

Ambas se associam a dor após libação (gorduras e álcool, respectivamente).

OBS: libação alcoólica causa dor em indivíduos que já têm Pancreatite Crônica.

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53
Q

Existe pancreatite sem dor?

A

Tecnicamente, não: na pancreatite pós-procedimento, a analgesia padrão dada após cirurgias mascara o sintoma.

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54
Q

Quais são as equimoses típicas da Pancreatite Aguda Necrosante? Qual é a diferença entre elas?

A

Grey-Turner (em flancos) e Cullen (central), Fox (base do pênis).

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55
Q

Diga 3 outros sintomas/sinais possíveis de Pancreatite (exceto dor/náuseas/vômitos).

A

Icterícia, febre, rebaixamento, agitação, choque, equimoses abdominais.

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56
Q

Qual é uma possível alteração pulmonar secundária à Pancreatite Aguda? Por que ela acontece?

A

Atelectasia. Processo inflamatório do abdome inferior pode invadir base pulmonar.

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57
Q

Que consequência de Pancreatite pode alargar TP/TTPA?

A

CIVD.

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58
Q

O que pode aumentar glicemia na Pancreatite Aguda?

A

DM associado OU aumento dos hormônios contrarreguladores (glucagon/catecolaminas).

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59
Q

Qual é a consequência laboratorial dos vômitos na Pancreatite Aguda?

A

Alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica.

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60
Q

Como a Pancreatite Aguda causa hipoalbuminemia?

A

Por meio de perda volêmica para 3º espaço reposta somente com cristalóide.

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61
Q

Que alteração laboratorial sugere etiologia biliar na Pancreatite Aguda?

A

TGP 3-4x maior nas primeiras 24h.

62
Q

Sobre a amilase na Pancreatite Aguda:

  • Quando é relevante?
  • Especificidade;
  • Relação com gravidade;
  • Quanto tempo dura?
A
  • Quando é > 3x o limite superior + clínica compatível.
  • Baixa especificidade.
  • Sem relação com gravidade.
  • Em torno de uma semana. Se durar mais tempo, pensar em complicações.
63
Q

Diga 3 causas de Pancreatite Aguda sem hiperamilasemia.

A

Necrosante
Crônica agudizada
Secundária à hipertrigliceridemia

64
Q

O que aumenta a especificidade da amilase no diagnóstico da Pancreatite Aguda?

A

Dosar a amilase-p.

65
Q

Diferencie o comportamento da lipase em relação à amilase na Pancreatite Aguda.

A
  • A lipase é mais específica, permanece elevada por mais tempo e costuma ser maior na etiologia alcoólica.
66
Q

Qual é a relação entre os níveis de amilase/lipase com a gravidade da Pancreatite Aguda?

A

Nenhuma.

67
Q

O que torna a lipase melhor que a amilase-p como marcador de Pancreatite?

A

Sua meia-vida mais extensa.

68
Q

Qual é o maior indício laboratorial de Pancreatite Aguda?

A

Amilase ou Lipase > 3x o limite superior da normalidade.

69
Q

O que a radiografia de tórax pode mostrar na Pancreatite Aguda?

A

Atelectasia de base pulmonar e derrame pleural à esquerda, elevação do diafragma.

70
Q

O que a radiografia de abdome mostra na Pancreatite? Para o que ela serve? O que pode aparecer nos casos mais graves?

A

Nada. É feita somente para afastar outras causas de abdome agudo. Alça sentinela e “amputação” do cólon.

71
Q

O USG mostra Pancreatite Aguda? O que ele encontra? Deve ser feito sempre?

A

Não. Mostra litíase e lama biliar, além da dilatação de ductos pancreáticos. É obrigatório para excluir litíase biliar.

72
Q

Qual é o exame padrão-ouro para o diagnóstico da Pancreatite Aguda?

A

TC de abdome com contraste venoso.

73
Q

Qual é a particularidade da TC de abdome na Pancreatite Aguda em relação a outros exames?

A

Consegue avaliar gravidade, devendo ser feita 72-96h após evento agudo para avaliar necrose pancreática.

74
Q

A TC precoce/imediata pode ser feita em que situação?

A

Em casos duvidosos de Pancreatite Aguda.

75
Q

Sobre a RNM na Pancreatite Aguda:

  • Sua eficácia comparada à TC
  • Vantagem
  • Desvantagem
A
  • Comparável (mesma especificidade e sensibilidade)
  • Evita contraste
  • Cara
76
Q

Qual é a grande aplicação da USG endoscópica na Pancreatite Aguda?

A

Diagnosticar Pancreatite de etiologia biliar, indicando CPRE.

77
Q

O que são os Critérios de Atlanta? Como ele é utilizado?

A

São uma tríade clínico/laboratorial/radiológica que serve para o diagnóstico de Pancreatite Aguda e identificação de formas graves.

Para o Diagnóstico, é preciso de 2/3 dos critérios:

  • Sintomas compatíveis (dor abdominal superior).
  • Elevação de amilase/lipase para 3x ou mais o limite superior da normalidade.
  • Imagem compatível (TC ou RNM).
78
Q

Como é feita a abordagem da Pancreatite Aguda (em passos)?

A

1) Identificar causa e estabelecer gravidade;
2) Definir tratamento;
3) Monitorar complicações;
4) Cuidados pré-alta.

79
Q

Que considerações devem ser tomadas após a identificação de uma Pancreatite de etiologia:

  • Biliar?
  • Alcoólica?
  • Medicamentosa?
A
  • Considerar CPRE ou papilotomia endoscópica de urgência
  • Considerar possível Pancreatite Crônica Agudizada
  • Suspender medicamento culpado!
80
Q

Qual é a chance de recorrência após um primeiro episódio de Pancreatite Aguda?

A

25%.

81
Q

Diga três causas de Pancreatite Aguda “aparentemente idiopática.”

A
  • Lama miliar (microlitíase)
  • Disfunção do esfíncter de Oddi
  • Hipertrigliceridemia
  • Neoplasia de Pâncreas
  • Drogas
  • Fibrose Cística
82
Q

Qual é a neoplasia mais comum do Pâncreas?

A

Carcinoma Intraductal Mucinoso.

83
Q

O que define Pancreatite Aguda Grave, de acordo com os Critérios de Atlanta?

A

Pelo menos um dos seguintes:

  • Disfunção Orgânica
  • Complicação Local
  • Complicação Sistêmica
84
Q

Quais são as complicações locais da Pancreatite Aguda Grave?

A

Pseudocisto, Necrose, Abscesso.

85
Q

Quais são as complicações sistêmicas da Pancreatite Aguda Grave (de acordo com os Critérios de Atlanta)?

A
  • CIVD (Plaq < 100.000, fibrinogênio < 100, produtos de degradação do fibrinogênio > 80)
  • Ca < 7,5
86
Q

Diga o que define Pancreatite Grave de acordo com critérios que não os de Atlanta.

A
  • Escore de Ranson ≥ 3

- APACHE II ≥ 8

87
Q

O que define disfunção orgânica na Pancreatite Aguda Grave, de acordo com os Critérios de Atlanta?

A
  • Choque (PAs < 90mmHg)
  • Insuficiência pulmonar (PaO2 < 60mmHG)
  • Insuficiência renal (Cr > 2 mesmo após hidratação)
  • Hemorragia Digestiva
88
Q

O que são os Critérios de Ranson?

A

São 11 critérios clínicos e laboratoriais vistos na admissão e após 48h do quadro.

89
Q

Qual é uma grande desvantagem dos critérios de Ranson?

A

Eles não são capazes de estabelecer gravidade no momento da admissão.

90
Q

Como são divididos os Critérios de Ranson?

A

Existem valores diferentes para Pancreatite Biliar e Não-Biliar.

São contados valores da admissão e de 48h após a mesma.

91
Q

Enumere os Critérios de Ranson para Pancreatite Não-Biliar.

A

Admissão:

  • Idade > 55 anos
  • Leucocitose > 16.000
  • Glicose > 200
  • LDH > 350
  • TGO > 350

48h Pós-Admissão:

  • Queda de Ht > 10 pontos (após reposição com cristalóide, sem transfusão)
  • Aumento do BUN > 5
  • Ca < 8
  • PaO2 < 60mmHg
  • BE < - 4mEq/L
  • Déficit de fluido estimado > 6L
92
Q

Enumere os Critérios de Ranson para Pancreatite Biliar.

A

Admissão:

  • Idade > 70 anos
  • Leucocitose > 18.000
  • Glicose > 220
  • LDH > 400
  • TGO > 250

48h Pós-Admissão:

  • Queda de Ht > 10 pontos (após reposição com cristalóide, sem transfusão)
  • Aumento do BUN > 2
  • Ca < 8
  • BE < -5mEq/L
  • Déficit de fluido estimado > 4L
93
Q

Que parâmetro é avaliado somente nos Critérios de Ranson para Pancreatite Não-Biliar?

A

PaO2.

94
Q

O que é o APACHE-II? Para que serve?

A

É um escore de gravidade que utiliza 12 critérios fisiológicos + Idade e estado de saúde prévio do paciente.

Também é capaz de definir Pancreatite Grave, assim como outros escores (Baltazar, RANSON…)

95
Q

Diga uma vantagem e uma desvantagem do APACHE-II em relação a outros escores diagnósticos de Pancreatite Aguda.

A

Vantagens:

  • Pode ser utilizado para quaisquer pacientes graves, não só em Pancreatite.
  • Permite estabelecimento imediato de gravidade.

Desvantagens:

  • É restrito a pacientes de UTI.
  • É muito complexo.
96
Q

Qual é a utilidade dos escores de gravidade na Pancreatite Aguda?

A

Eles são fundamentais para definir conduta.

97
Q

Qual escore de gravidade é calculado por meio de TC? A partir de que valor ele denuncia Pancreatite Grave?

A

Escore de Baltazar. À partir de um escore > 6.

98
Q

Quais são os dois parâmetros avaliados pelo Escore de Baltazar?

A

Necrose e Inflamação pancreáticas.

99
Q

Como é avaliado o Escore de Baltazar?

A

São somados os pontos dos dois principais parâmetros:

Necrose:

  • Ausente = 0
  • 1/3 = 2
  • 1/2 = 4
  • > 1/2 = 6

Inflamação:

  • Ausente = 0
  • Aumento focal/difuso = 1
  • Anormalidade/Inflamações peripancreáticas = 2
  • Uma coleção líquida = 3
  • Duas ou mais coleções líquidas = 4
100
Q

Que marcadores clínicos e laboratoriais estão associados a pior prognóstico na Pancreatite Aguda?

A

Clínicos:

  • Hemorragia digestiva
  • IMC > 30
  • Idade > 70 anos
  • Etiologia pós-op

Laboratoriais:

  • Proteína C Reativa
  • Inúmeras interleucinas
  • Peptídeo ativador do tripsinogênio
101
Q

Considerações importantes acerca da PCR em Pancreatite Aguda.

A

Valores > 150 após 48h do início do quadro indicam Pancreatite Grave.

102
Q

Qual é o mais novo escore prognóstico da Pancreatite Aguda? Como ele é calculado?

A

BISAP:

  • BUN > 25 (Ur > 53)
  • Impaired Mental Status (Rebaixamento do Nível de Consciência)
  • SIRS
  • Age (Idade > 60 anos)
  • Pleural Effusion (derrame pleural)

É preciso 3/5 critérios para considerar a Pancreatite como grave.

103
Q

Porque os Critérios de Apache não indicam exames de imagem nas primeiras 48h da Pancreatite?

A
  • No começo do quadro a presença e gravidade de lesões não é bem avaliada.
  • A extensão de lesões não tem relação com a gravidade do quadro.
  • Mesmo que lesão/complicação seja identificada, a conduta não muda.
104
Q

Qual é a grande novidade de 2013 nos Critérios de Atlanta?

A

A divisão da Pancreatite agora é feita em três classes:

  • Leve
  • Moderadamente Grave
  • Grave

Além disso, essas classes são diferenciadas de acordo com a presença e duração de falência orgânica.

105
Q

Nos Critérios de Atlanta, o que caracteriza a Pancreatite Aguda:

  • Leve?
  • Moderadamente Grave?
  • Grave?
A
  • Sem falência ou complicações.
  • Falência < 48h (transitória) ou complicações (locais/sistêmicas)
  • Falência > 48h (persistente) de um órgão ou falência de múltiplos órgãos.
106
Q

Qual é o segundo passo na abordagem da Pancreatite Aguda?

A

Definir tratamento.

107
Q

Qual é o tratamento da Pancreatite Aguda Leve?

A

Repouso, dieta zero, analgesia, anti-eméticos, hidratação (reestabeler equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico).

Passagem de SNG caso vômitos importantes.

108
Q

Qual é o melhor fármaco para analgesia na Pancreatite Aguda?

A

Meperidina, um opióide que não aumenta pressão intraductal como a Morfina.

109
Q

Quando reiniciar dieta oral em paciente com Pancreatite Grave? Há alguma ressalva?

A

Quando retornar o apetite, não precisar mais de analgesia e retornar a peristalse.

Tomografia alterada e amilase/lipase elevadas não contraindicam progressão de dieta se houver indicação!

110
Q

Qual é o tratamento da Pancreatite Aguda Grave?

A

As mesmas medidas da Pancreatite Aguda Leve, adicionando-se:

  • Reposição volêmica vigorosa
  • Vaga em UTI
  • Além de dieta zero, fazer suporte enteral precoce
  • Ponderar antibioticoprofilaxia (somente em caso de Necrose infectada!)
  • Ponderar abordagem de via biliar (se Pancreatite Biliar!)
111
Q

Qual é o objetivo da reposição volêmica vigorosa na Pancreatite Grave? Que fluido é usado?

A

Normalização da PA, do Ht, da Uréia e do débito urinário.

Ringer Lactato.

112
Q

Porque o indivíduo com Pancreatite Aguda Grave deve ir à UTI?

A

Pois há necessidade de monitorização hemodinâmica invasiva, função renal e respiratória.

113
Q

Como deve ser feita a antibioticoprofilaxia da Pancreatite Aguda Grave?

A

Tecnicamente, não é para ser feita!

É um tema controverso. Idealmente, seria feita em necrose pancreática > 30% para impedir necrose infectada. O ATB de escolha era o Imipenem.

114
Q

A NPT não é o melhor suporte nutricional na Pancreatite Aguda Grave:

  • Por quê?
  • Qual é a maneira correta de nutrir o paciente?
  • Quando pode ser feita a NPT?
A
  • NPT = Maior risco de sepse.
  • Deve ser enteral quando possível, após 72h do quadro.
  • Caso paciente não tolere dieta enteral ou receba um aporte calórico pequeno pela mesma.
115
Q

Diga uma possibilidade que não pode ser esquecida na Pancreatite Aguda Biliar.

A

Abordagem de via biliar (CPRE ou papilotomia de urgência).

116
Q

Após a CPRE ou papilotomia de urgência, o que deve ser feito na Pancreatite Biliar Leve? E na Grave? E nos que possuam risco proibitivo?

A

Colecistectomia.

Na leve, pode ser feita logo após melhora dos sintomas.

Na grave, aguardam-se 6 semanas da melhora dos sintomas.

Em caso de contraindicação ao procedimento, realizar papilotomia endoscópica.

117
Q

Quando está indicada a abordagem das vias biliares na Pancreatite Aguda?

A

Quando o paciente apresenta icterícia progressiva ou colangite.

118
Q

Qual é o terceiro passo na abordagem da Pancreatite Aguda?

A

Monitorar complicações.

119
Q

Como são divididas as complicações da Pancreatite Aguda?

A

Locais e sistêmicas.

120
Q

Sobre as complicações sistêmicas da Pancreatite Aguda:

  • Quais são?
  • Quando surgem?
  • Quando abordar?
A
  • Falências orgânicas (insuficiência renal, respiratória, cardiovascular…)
  • Ainda nos primeiros dias
  • Imediatamente (são tratadas ainda no segundo passo da abordagem da Pancreatite)
121
Q

Sobre as complicações locais da Pancreatite Aguda:

  • Quais são?
  • Quando surgem?
  • Como abordar?
A
  • Necrose, Coleção Fluida Aguda, Pseudocisto.
  • Em torno de semanas após o quadro agudo.
  • Identificar com TC/RNM, distinguir lesão estéril/infectada, monitorar ao longo do internamento.
122
Q

Qual é a ordem de prevalência das complicações locais de Pancreatite Aguda?

A

Coleção Fluida > Necrose > Pseudocisto.

123
Q

Sobre a Coleção Fluida Aguda na Pancreatite:

  • Como surge?
  • Como se manifesta?
  • Como diagnosticar?
A
  • O processo inflamatório da Pancreatite secreta fluido estéril.
  • Costuma ser assintomática, mas pode complicar com infecção (febre, leucocitose, dor abdominal) ou formação de pseudocisto.
  • Se houver indícios de infecção, a drenagem percutânea guiada por TC é diagnóstica e terapêutica.
124
Q

Como aparece a Necrose Pancreática na TC contrastada?

A

Área hipodensa.

125
Q

Qual é a complicação mais temida da Pancreatite? Por quê?

A

Necrose pancreática infectada, que pode evoluir muito rapidamente para sepse.

126
Q

Quais são os principais fatores associados ao desenvolvimento de necrose pancreática infectada?

A
  • Extensão da lesão na TC
  • Grau de isquemia/hipoperfusão.
  • Disfunção orgânica múltipla.
127
Q

Sobre a Necrose Pancreática Infectada:

  • Como surge?
  • Como se manifesta?
  • Como diagnosticar?
A
  • Translocação de bactérias do intestino, geralmente 3-4 semanas após quadro agudo.
  • Febre, leucocitose persistente, sepse.
  • Drenagem percutânea guiada por TC é diagnóstica e terapêutica.
128
Q

Como é o tratamento da Coleção Fluida Livre?

A

Se for estéril, é expectante.

Se for infectada, a própria punção diagnóstica já drena o líquido acumulado e deve ser seguida de ATB.

129
Q

Como é o tratamento da Necrose Pancreática?

A

Se for estéril, é expectante.

Se for infectada, deve-se realizar laparotomia seguida de necrosectomia + ATB sistêmico com Imipenem.

130
Q

Como deve ser feita a necrosectomia para tratamento de Necrose Pancreática Infectada?

A

Deve ser feita tardiamente em pacientes estáveis, retirando o máximo de tecido necrótico. Pode ser repetida várias vezes até todo o tecido morto ser retirado.

131
Q

O que é o Pseudocisto Pancreático? Por que é falso cisto?

A

É quando a coleção fluida da pancreatite persiste na cavidade abdominal por mais de 4 semanas, sendo envolvida por uma cápsula não-epitelizada (por isso “pseudocisto”).

132
Q

Como o Pseudocisto é identificado ao exame físico?

A

Massa palpável em epigástrio ou HE.

133
Q

Qual é o melhor método diagnóstico para o Pseudocisto Pancreático?

A

USG abdominal.

134
Q

Diga um dado laboratorial que indique Pseudocisto Pancreático.

A

Amilase elevada por mais de uma semana.

135
Q

O que é o Abscesso Pancreático?

A

É a infecção do Pseudocisto Pancreático.

136
Q

Quais são os achados do Abscesso Pancreático:

  • No exame físico?
  • No laboratório?
A
  • Febre, massa palpável, quadro que piora subitamente.

- Amilase elevada por mais de uma semana, leucocitose.

137
Q

Como classificar o Pseudocisto Pancreático?

A

Extrapancreático (80%) = origina-se de coleção fluida.

Intrapancreático (20%) = origina-se de necrose liquefeita.

138
Q

Quando abordar o Pseudocisto Pancreático?

A

Se for:

  • Sintomático (> 6cm no USG);
  • Aumento de diâmetro ao USG;
  • Associado a complicações (hemorragia, abscesso, ruptura).
139
Q

O que fazer em indivíduo com Pseudocisto Pancreático sem critérios para abordagem?

A

USG ou TC seriados.

140
Q

Como abordar o Pseudocisto Pancreático?

A
  • Stent Endoscópico (via indireta/direta).

OU

  • Drenagem Cirúrgica Direta (cistogastrostomia/cistoduodenostomia).
141
Q

Qual é a diferença entre as vias de Stent Endoscópico na abordagem do Pseudocisto Pancreático?

A

Via Direta = Stent conectando cisto e Wirsung.

Via Indireta = Stent em Wirsung, pouco antes da fístula para o cisto.

142
Q

Qual é a principal complicação do Pseudocisto de Pâncreas?

A

Rotura, que leva à fístulas (principalmente ascite pancreática).

143
Q

Como diagnosticar a ascite pancreática?

A

Ascite na ausência de hipertensão porta/cirrose + elevação de amilase/lipase na paracentese.

144
Q

Qual é o tratamento da ascite pancreática?

A

Primeiro, realizar CPRE para avaliar origem da fístula:

  • Ducto Secundário = Conservador (dieta zero, NPT).
  • Ducto Principal = Stent Endoscópico.
  • Ducto distal dissociado do Principal = Pancreatectomia Distal.
145
Q

Quais órgãos podem ser alvo de fistulação pancreática?

A

Peritônio, intestino, pulmão, vaso adjacente.

146
Q

Quais são outras complicações de Pseudocisto Pancreático que não a rotura/fistulação?

A

Efeito Massa (obstrução intestinal, colestase, trombose de veia esplênica).

147
Q

Por que a hipocalcemia é uma complicação da Pancreatite Aguda?

A

Necrose da gordura peripancreática leva à saponificação da mesma, que envolve o consumo de ácidos graxos e cálcio.

148
Q

Quais são sinais clínicos típicos da hipocalcemia aguda?

A

Sinal de Chvostek = Contratura facial após percussão do zigomático.

Sinal de Trousseau = Espasmo carpal durante medida da PA (manguito gera isquemia transitória).

149
Q

Qual é a diferença entre a necrose infectada e o abscesso na Pancreatite?

A

A necrose infectada possui predominantemente líquido. No abscesso predomina tecido necrótico.

A necrose é um complicação aguda, enquanto o abscesso é crônica.

150
Q

Qual é o quarto e último passo na abordagem da Pancreatite Aguda?

A

Cuidados antes da alta hospitalar.

151
Q

Quais são os cuidados que devem ser feitos antes da alta hospitalar na Pancreatite Aguda?

A

Quando há controle da dor e retorno da dieta oral normal.