Outros Distúrbios Neurológicos Flashcards
Mielite Transversa
- Alteração SENSITIVA = síndrome MEDULAR
- Secção medular completa: perda de todas sensibilidades e paraplegia abaixo de T10 (umbigo)
- Hx prévia de síndrome febril (compatível com dengue) que pode ser uma complicação por mecanismo de NEUROTOXICIDADE viral ou resposta imune cruzada
Consequências NORMAIS da senescência
- Redução do enchimento ventricular na diástole
- Redução da TFG
- Redução do tecido celular SC e fragilidade capilar
- Redução da massa muscular e lipossubstituição de tecidos
- OBS: redução cognitiva com prejuízo funcional NÃO é normal = demência
Como provocado por dose excessiva de drogas sedativas
- Sinais neurológicos SIMÉTRICOS (redução global da função cortical)
- Uso concomitante de álcool
- Hipotermia, a não ser que esteja presents uma PNM aspirativa
- Pupilas reativa
- Cima prolongado com ausência de qqer sinal de função cerebral
Neuropatia periférica causa
ARREFLEXIA e Hipotonia muscular
Hidrocefalia de pressão normal
- SEM papiledema
- Apraxia
- Incontinência urinária
- Demência
Par craniano mais acometido inicialmente no aumento da pressão intracraniana:
- ABDUCENTE (VI par)
- É mais longo e com núcleo localizado na parte inferior da ponte no assoalho do IV ventrículo
- Controle da motricidade ocular conjugada voluntária na abdução dos olhos
- Estrabismo convergente é um sinal clínico da HIC
Síndrome de Guillain-Barré
- Maioria ocorre após quadro infeccioso respiratório ou gastrointestinal
- Pctes com linfoma, HIV, LES tem maior incidência da doença
- Algumas vacinas podem causar SGB (influenza*)
- Etiologia autoimune
Síndrome de Guillain-Barré
- Polirradiculoneuropatia Aguda: acometimento simétrico que pega raiz nervosa
- Autolimitada, desmielinizante, mecanismo autoimune pós-infeccioso das raizes e nervos periféricos (mais motor)
- Fenômeno autoimune desencadeada por uma infecção respiratória (CMV, EBV, Zika) ou gastrointestinal (Campylobacter jejuni) 1-3 semanas antes.
- 75% teve infecção precedendo a doença
- Depende da imunidade humoral: autoanticorpos anti-GM1 (glicofosfolipídeo 1)
Síndrome de Guillain-Barré - QC
- Fraqueza, paraplegia/ paresia FLÁCICA e ARREFLEXIA → acomete 2º neurônio motor
- Instalação hiperaguda, inicia c/ lombalgia e disestesias nas extremidades de mmii que se tornam paréticos ou plégicos
- Comprometimento SIMÉTRICO e ASCENTENTE p/ MMSS
- Em 50% acomete musculatura bulbar: diparesia facial periférica, disfagia, disfonia e disartria
- Acomete e faz paralisia Pares Cranianos
Síndrome de Guillain-Barré - QC
*Predomina acometimento motor
- Em 10-30% há paresia da musculatura respiratória (indicado VM)
- Disautonomias: arritmia, hipotensão
- Dor lombar
- Sensibilidade térmica/ dolorosa (mas proprioceptiva e vibratória não) e esfincteres geralmente preservados
- Paresia ou plegia + Arreflexia + Flacidez simétrica
- Ausencia de atrofia muscular significativa*
Variante Miller-Fisher
- Variante da SGB
- Em 90% tem autoanticorpos anti-GQ1b
- Oftalmoplegia, ataxia e arreflexia generalizada
Síndrome de Guillain-Barré - Dx:
- Liquor: Dissociação proteinocitológica (albuminocitológica, ou seja, ↑ proteínas sem ↑ celularidade), NÃO é patognomônico e só altera após 1-2 semanas do início dos sintomas
- Se HIV associado: pleocitose com hiperproteinorraquia
- Eletroneuromiografia: ploneuropatia c/ padrão desmielinizante
Síndrome de Guillain-Barré - TTO:
*Aguda e autolimitada
- Internamento + profilaxia p/ TEP
- Plasmaférese OU Imunoglobulina IV* precoce
- Causa de óbitos (5%): pulmonares 2as (PNM nosocomial é a principal), arritmias c/ morte súbita
- Corticoides não tem benefício
Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica (PDIC)
- Versão crônica da SGB
- QC: evolução lenta c/ piora da força muscular, c/ exacerbação e remissão
- Maior comprometimento da sensibilidade e menor simetria
- Pode ser uma Sd. Paraneoplásica (Ca broncogênico oat cell) ou associada a uma gamopatia monoclonal (25%)
- TTO: Pulso de metilpredinisolona 6/6 sem ou predinisona
Miastenia Gravis
- Bloqueio da transmissão neuromuscular causado por autoanticorpos contra receptor de Ach (ou contra uma proteína quinase musculo-específica) presente na membrana pós-sináptica das placas motoras
- É uma doença da junção neuromuscular mais comum do mundo
- Droga desencadeadora: Penicilamina
Droga desencadeadora de Miastenia Gravis
PENICILAMINA
Miastenia Gravis
*Doença autoimune da placa motora c/ acometimento descendente
- Acomete mais mulheres (3:2), predomina entre os 20-30 anos (♀) e 40-50 anos (♂)
- Incidência está aumentando em idosos
- Reação autoimune contra receptores de Ach que promove alterações estruturais na membrana pós-sináptica (sistema complemento) = “resistência à Ach”
- Dificulta transmissão do impulso e consequente ativação das fibras musculares
- Em jovens há associação c/ dças do timo (75%): hiperplasia tímica (65%) ou timoma benigno (10%)
Miastenia Gravis - QC:
- Fraqueza “decremental”: piora quando usa musculatura (fatigabilidade) melhorando no repouso
- Preferência pela musculatura ocular: ptose e diplopia
- Fatigabilidade
- Fraqueza da musculatura bulbar: disartria e disfagia
- Comprometimento da mímica facial: fáscies miastênica
- Fraqueza muscular nos membros proximais
Miastenia Gravis - QC:
- Hx natural: Musculatura ocular → bulbar → membros
- Pode ter exacerbações e remissões
- Pode ter forma ocular pura
- Reflexos tendinosos profundos estão preservados
- Transmissão placentária de autoanticorpos: miastenia gravia neonatal
- Principal fator de descompensação: Infecções intercorrentes
Miastenia Gravis - Dx:
- Fraqueza + fatigabilidade
- Ptose progressiva ao exame ocular
- Dosagem de anticorpo anto-AChR (+ em 85% = exame confirmatório) ou antiquinas músculo-específica
- Eletroneuromiografia: padrão “decremental” após estimulação repetida (sugestivo)
- Teste do edrofônico (Tensilon): fazer se restante os acima negativo, mas sugestivo, positivo se melhora após uso de anticolinesterásico (inibe degradação de Ach)
- TC tórax: para avaliar timo (sempre pedir)
Miastenia Gravis - TTO
- Drogas anticolinesterásica (impede degradação de Ach): Piridostigmina 30-120 mg VO 3-5x/d
- Timectomia: se timoma ou empírica em pctes jovens (<55)
- Plasmaférese: útil no pré-operatório de pctes mais comprometidos
- Imunossupressores: iniciar c/ corticoide (ação rápida) e depois micofenolato (droga de escolha p/ uso crônico), azatioprina ou ciclosporina
Drogas que devem ser evitadas na Miastenia Gravis
- BZP
- Betabloqueadores
- Aminoglicosídeos
- Quinolonas
- Tetraciclinas
- Antipsicóticos, lítio, fenitoína
- Magnésio
- OBS: podem desencadear crise miastênica
Crise Miastênica
- Piora aguda do quadro que evolui p/ insuficiência ventilatória
- Conduta: VM invasiva e avaliar infecções ou medicações introduzidas
- TTO: Plasmaférese (imunoglobulina é alternativa menos invasiva)
- Anticolinesterásico deve ser retirado a princípio, p/ dxx c/ crise colinérgica (intoxicação muscarínica: IResp por broncoespamo + broncorreia)
Síndrome de Eaton-Lambert (SEL)
- Diferenciada da MG pela eletroneuromiografia c/ respsota “incremental” dos potenciais de ação musculares (em vez de decremental)
- QC é semelhantes, mas tem preferência pelos músculos do MMII (não consegue deambular)
- Reflexos tendinosos profundos estão abolidos
- Maioria é por síndrome paraneoplásia (CA pulmão oat cell) e associada aos autoanticorpos anticanal de cálcio (pré-sinápticos
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
- Doença degenerativa que acomete neurônios motores de forma progressiva e generalizada
- Acomete tanto 1º neurônio (córtex) como 2º (corno anterior da medula)
- Esclerose lateral: gliose na coluna lateral medular (degeneração das vias corticoespinhais - perda 1º neurônio)
- Amiotrófica: atrofia muscular 2ª à perda do 2º neurônio e denervação da musculatura, degeneração do corno anterior da medula
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
- É a doença dos neurônios motores mais comum do mundo
- Degeneração corticoespinhal (1º neurônio) e do corno anterior (2º neurônio) da MEDULA
- Acomete mais homem idoso
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - Clínica
- Fraqueza + 1º/2º neurônio
- 1º neurônio: Sd. piramidal (fraqueza, espasticidade, hiper-reflexia e Babinski)
- 2º neurônio: atrofia muscular e MIOFASCICULAÇÕES, câimbras (por perda invervação)
- Começa em um local e progride p/ corpo todo
- NÃO TEM ALTERAÇÃO SENSITIVA (apenas motora)
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - Clínica
- Atinge musculatura bulbar: disartria, disfonia, disfagia
- Síndrome pseudobulbar: compromete musculatura inervada pelos pares cranianos (glossofaríngeo, vago e hipoglosso)
- Sd. do afeto pseudobulbar: exacerbação da expressão motora da emoção → choro,risco
- Evolução p/ acometimento da musculatura respiratória
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
- Grande seletividade pelo sistema motor (não acomete fçs cognitivas ou sensitivas)
- Preserva musculatura ocular extrinseca e nervos parassimpáticos sacrais (esfíncter anal e urinário)
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - Regiões acometidas:
- Bulbar: músculos faciais e orofaríngeos
- Cervical: diafragma para cima
- Torácica: dorso e abdome
- Lombossacra: abdome p/ baixo, inclui coluna lombar
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - Dx:
- É clínico + exclusão (imagem neuroeixo por RM, eletroneuromiografia, eletroforese, autoanticorpos paraneoplásicos)
- Presença de sinais e sintomas de 1º e 2º neurônio motor no território bulbar e mais em 2 outras regiões, ou nas 3 regiões não bulbares ao mesmo tempo define dx de ELA
- ELA provável: 2 regiões não bulbares
- ELA possível: única reigão isolada
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) - TTO:
- Óbito sobrevém em média após 3-5 anos de doença
- Riluzol é única droga liberada p/ tto ELA: prolonga sobrevida em 3-6 meses, mas não melhora a QV (outra é a Edavarone)
- Bloqueio da liberação de glutamato no SNC
- Conduta mais importante: SUPORTE multidisciplinar
Esclerose Múltipla
- Doença desmielinizante do SNC
- Mecanismo autoimune, lesões em forma “placas” a substância branca do cérebro, tronco encefálico, cerebelo, medula e nervo óptico
- Acomete mais mulheres brancas (2:1) entre 35-50 anos
- Depois do trauma é a 2ª maior causa de incapacidade neurológica em jovens
Esclerose Múltipla
*Bainha de mielina central c/ várias manifestações
- Agressão inflamatória autoimune (linfócitos T) sobre a bainha de mielina dos axônios do SNC
- Oligodendrócitos (SNC) e Céls de Sachwann (SNP) sintetizam bainha mielina
- Ocorre perda de fatores tróficos, degeneração axonal permanente (irreversível)
Esclerose Múltipla - Tríade:
- Neurite Óptica: maioria retrobulbar ,não vista pela fundoscopia
- Síndrome do 1º neurônio motor: hiperreflexia, flacidez espástica, Babinski +)
- Sintomas Sensitivos
Esclerose Múltipla - QC:
- REMITENTERELAPSANTE
- Cada surto se apresenta de forma aguda ou subaguda, c/ disfç neurológica focal
- Sintomas inicias mais comuns: paresia; déficit sensorial localizado (hipoestsia) e neurite óptica (dor ocular c/ perda acuidade visual)
- Diplopia (oftalmoplegia internuclear), ataxia, vertigens e disfç vesical
- Forma evolutiva progressiva é menos comum
- Evolução motora grave em 15 anos
Esclerose Múltipla - QC:
- Sinais medulares/ cerebelares/ de tronco
- Incontinência urinária
- Neuralgia do trigêmio (grande caminho)
- Sintomas de Uhthoff; piora ao aumento de temperatura corporal (reversível)
- Sinal de Lhermitte: sensação de choque elétrico que desce da região cervical p/ MMII, desencadeado por mvtos de flexão-extensão da cabeça (dxx c/ hérnia disco, siringomielia, espondilose)
Esclerose Múltipla - Padrão de Evolução
- 1º Lesão focal sugestiva de EM = Síndrome Clínica isolada
- 85% forma surto (24h) e remissão (1 mês)
- 15% forma progressiva
Esclerose Múltipla - Dx
*Clínico podendo ser complementado por imagem
- Envolvimento de 2 ou mais áreas distintas do SNC c/ intervalo ≥1 mês entre o surgimento de cada lesão, na ausência de outras explicações
- RM: múltiplas placas desmielinizantes (“dedos de Downson”) c/ acometimento UNILATERAL do nervo óptico
- Punção lombar: bandas oligoclonais de IgG (baixa S e E) - dxx
Esclerose Múltipla - TTO
- Surtos: metilpredinisolona em pulsoterapia 1g IV por 3-5 dias seguido de prednisona VO por 4-8 semanas (sem efeito na progressão da doença) ± Plasmaférese
- Manutenção/ Terapia crônica (modificadores de dça): Interferon beta-1a, 1b ou acetato de glatirâmer (reduzem recidivas) ou Natalizumabe (droga mais eficaz, mas uso só se refratário, por reativação do vírus JC)
- Progressiva: Ocrelizumab, MTX ou Ciclofosfamida