Epilepsia Flashcards

1
Q

Crises Focais Sem Sintomas Discognitivos

A
  1. Consciência está preservada
  2. QC depende da região acometida
  3. Foco localizado na área motora principal: clônus (mvtos repetitivos de flexão/ extensão) da mão CL
  4. Marcha jacksoniana: expansão gradual da atividade convulsiva em outros locais do corpo
  5. No geral é contida pela hiperativação reflexa de neurônio inibitórios no entorno do foco
  6. Paralisia de Todd (pós-ictal): após cessar a crise
  7. Aureus: crises convulsivas focais de caráter não motor (parestesias, alt. Visuais, auditivas, psíquicos)
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2
Q

Crises Focais Com Sintomas Discognitivos

A
  1. Perda da consciência
  2. Inicia como uma aura (sensação cheiro forte) com parada súbita comportamental, sendo frequente os automatismos (programas motores básicos armazenados no cérebro)
  3. Amnésia anterógrada (a partir do início do evento) ou afasia (se hemisfério dominante) são comuns no pós-ictal
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3
Q

Crises Focais que Generalizam

A
  1. Inicio focal (motora ou aura) que se generalizada
  2. Dx pela videoeletroencefalografia
  3. É diferenciado da generalizada que apresenta IMEDIATA disseminação da crise sem dar tempo para ocorrer manifestações focais
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4
Q

Crises de Ausência- Generalizada NÃO motora

A
  1. Pode ser tipícas, atípicas, mioclônicas
  2. Relacionada a problemas de aprendizagem na escolha
  3. Atípica: difere da típica devido lapsos de consciência serem mais duradouros e não apresentarem início e fim tão súbitos (evolução gradual da crise)
    1. No geral há sintomas motores mais grosseiros durante a crise
    1. EEC: complexos “ponta-onda” com frequência ≤2,5 Hz (atividade lenta) sobreposto a um traçado ANORMAL
    1. Comum relação com alterações estruturais e RM
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5
Q

Crises de Ausência TÍPICA (ou pequeno mal)- Generalizada NÃO motora

A
  1. Episódios súbitos e breves (duração de segundos) de perda de consciência sem perda do tônus postural
  2. Retorno súbito imediato da consciência após crise, sem manifestações pós-ictal
  3. Lapsos do funcionamento normal, podendo ocorrer várias vezes ao dia
  4. Pode apresentar automatismos sutis (piscar olho, mastigar, clônus)
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6
Q

Crises de Ausência TÍPICA (ou pequeno mal)- Generalizada NÃO motora

A
  1. Início na infância mais entre 3-12 anos com pico entre 5-8 anos
  2. Desencadeada por hiperventilação, privação do sono
  3. Relacionada a síndromes genéticas de epilepsia
  4. É principal tipo de crise das cças epilépticas (15-20%)
  5. EEC: complexos “ponta-onda” de 3 Hz bilaterais e simétricos (em todas derivações ao mesmo tempo) sobreposto a um traçado NORMAL
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7
Q

Crises de Ausência TÍPICA (ou pequeno mal)- Generalizada NÃO motora

A
  1. Prognóstico no geral é bom c/ resolução espontânea com o passar do tempo (raro após 20 anos), mas alguma parte desenvolvem outras formas de crise convulsiva p/ resto da vida
  2. TTO: Etossuximida, Valproato ou Lamotrigina
  3. OBS: NÃO usar carbamazepina, gapapentina e vigabatrina*** na ausência típicia
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8
Q

Crises Tônico-Clônicas (grande mal)- Generalizada MOTORA

A
  1. Tipo mais comum de crise convulsiva induzida por fatores desencadeante (intoxicação, distúrbios metabólicos, eclâmpsia)
  2. É o tipo mais comum nos portadores de epilepsia (10%)
  3. Começam com uma fase tônica (contração simultânea dos músculos esqueléticos = despolarização exagerada e concomitante de todos neurônios do cortex motor, nos 2 hemisférios cerebrais)
    1. Grito ictal (som estridente pela contração músculo da expiração e laringe); mordedura dos lábio/ língua; cianose e hiperatividade simpática (aumento FC, PA, midríase)
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9
Q

Crises Epilépticas Generalizadas

A
  1. Não motora: ausências (típica, atípica, mioclonica)
  2. Motoras: Atônicas, Mioclônicas ou tônico-clônicas
  3. OBS: nem toda generalizada ocorre perda da consciência (mioclonica não faz)
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10
Q

Crises Tônico-Clônicas (grande mal)- Generalizada MOTORA

A
  1. Fase tônica tem curta duração (10-20seg) seguida pela fase clônico (período de relaxamento muscular sobreposto à contração tônica de base = ativação reflexa dos interneurônios inibitórios)
  2. Clônus diminui progressivamente na medida que os reflexos inibitórios prepondera
  3. Período pós-ictal com paralisia flácida generalizada, relaxamento do esfíncter e incontinência urinaria/ fecal, e retorno da consciência gradual (confusão mental pós-ictal c/ cefaleia, mialgia e fadiga)
  4. EEG: tônica com baixa voltagem e amplitude aumentada progressivamente, clônica pontipontas de alta voltagem interrompida por ondas lentas (padrão ponta-onda)
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11
Q

Crises Atônicas - Generalizada motora

A
  1. Súbita e breve (1-2seg) perda do tônus postural podendo ter perda de consciência
  2. Recuperação rápida sem pós-ictais
  3. Ocorre na maioria leve queda da cabeça, mas em crises prolongadas pode haver quedas.
  4. Pode ser associada a síndromes genéticas de epilepsia
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12
Q

Crises Mioclônicas

A
  1. Mioclonica é a contração involuntária súbita e breve, que envolve apenas uma parte do corpo ou corpo inteiro (“susto“)
  2. Pode ser fisiológico (pegar no sono) ou relacionado c/ distúrbios metabólicos, encefalopatias estruturais.
  3. É uma crise convulsiva quando ocorre sincronizado com surtos de atividade epileptiforme no EEG (complexos ponta-onda difusos)
  4. No geral coexiste com outras formas de crises convulsivas, mas é a forma predominante na epilepsia mioclônica juvenil
  5. No geral pode não haver perda de consciência
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13
Q

Espasmos Epilépticos - Não Classificados

A
  1. Movimentos súbitos de flexão ou extensão de grupamentos musculares proximais afetando principalmente o tronco
  2. EEG: hipsarritmia (traçado de base caótico, onda pontiagudas multifocais e irregulares)
    1. Durante o espasmo há supressão da atividade elétrica de base (onda lentas gigantes): Resposta eletrodecremental.
  3. Eletroneuromiografia (ENMG): padrão romboide de transmissão neuromuscular (≠ da tônico-clônica que é normal)
  4. Forma de crise convulsiva típica de crianças pequenas (<1 ano) por imaturidade do SNC (s/ conexão neuronal)
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14
Q

Síndrome de West (“espasmos infantis”)

A
  1. Espasmos epiléticos recorrentes da infância
  2. Pode ser primária (ausência de lesões cerebrais, marcos desenvolvimento normal, bom prognóstico)
  3. Pode ser secundário (lesões cerebrais congênitas ou adquiridas, retardo no desenvolvimento, prognóstico ruim)
  4. TTO: glucocorticoide ou ACTH exógeno +/- ácido valproico
    1. CRH hipotalâmico atua como estimulante endógeno
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15
Q

Síndrome de West (“espasmos infantis”)*

A
  1. Espasmo infantil + retardo desenvolvimento
  2. Inicio entre 4-7 meses de vida (<1 anos)
  3. EEG típico: hipsarritmia* bilateral e caótico com onda de lenta, alta voltagem e multifocais
  4. TTO: ACTH, Vigabatrina
  5. 20-30% podem evoluir para Síndrome de Lennox- Gastaut
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16
Q

Síndrome de Lennox- Gastaut*

A
  1. Acomete mais pré-escolares
  2. É qualquer crise + Retardo mental
  3. ECG típico: Espícula-Onda 1 a 25 Hz
  4. Possui diversas etiologias como estruturais grave, levando a um mal prognóstico e má resposta aos anticonvulsivantes
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17
Q

Tríade Clinica da Síndrome de Lennox- Gastaut

A

(1) múltiplos tipos de crise convulsiva (tônico-clônico, tônico, atônico, ausência atípica);
(2) ECG c/ descargas difusas tipo “ponta-onda” <3 Hz associado a anormalidades do traçado de base;
(3) alterações neuropsicomotoras, podendo incluir Retardo mental

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18
Q

Síndromes Epilépticas

A
  1. Desordens c/ características clínicas, patológicas, radiológicas e EEG e/ou genéticas peculiares em que a epilepsia é uma manifestação preponderante
  2. Principais: Síndrome de West; Síndrome de Lennox- Gastaut; Eplepsia do lobo temporal mesial; Epilepsia Mioclônica Juvenil
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19
Q

Epilepsia Mioclônica Juvenil (Síndrome de Janz)

A
  1. Etiologia desconhecida (poligênica)
  2. Inicio na adolescência (12-16 anos)
  3. Mioclonias bilaterais isoladas ou repetitivas em sincronia c/ alterações EEG (complexo ponta-onda difusos de 4 Hz)
  4. Episódios são mais comuns pela manhã, ao despertar e aumentam de frequência com privação sono
  5. Consciência pode ser mantida (se curta duração)
  6. Pode apresentar outra forma de crise convulsiva (ausência* e tônico-clônica)
  7. Não costuma ter remissão espontânea, mas tem boa resposta aos anticonvulsivantes.
  8. TTO de escolha: Valproato e lamotrigina
    1. Evitar: Carbamazepina e Fenitoína
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20
Q

Doença de Lafora

A
  1. Principal dxx c/ Epilepsia Mioclônica Juvenil
  2. Autossômica recessiva que evolui c/ epilepsia de difícil controle, demência e óbito dentro de 2-10 anos após início do quadro.
  3. EEG: complexos poliponta-onda occipitais e traçados de base anômalo
  4. Dx: biópsia de pele c/ corpúsculos de inclusão com material PAS+ nas cels sudoríparas
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21
Q

Epilepsia do Lobo Temporal Mesial

*Comportamental

A
  1. Principal causa de crise focal com alterações discognitivas
  2. Apresenta lesão estrutural característica, evidência da pela RM: esclerose do hipocampo (porção mesial do lobo temporal)
  3. Hipometabolismo e hiperperfusão na área de esclerose
  4. Má resposta aos anticonvulsivantes (de escolha é a Carbamazepina), mas pode ser CURADA pela neurocx por ressecção (cura em 70% ou redução em até 90%)
  5. Aura, parada comportamento, perda consciência e amnésia anterógrada
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22
Q

Epilepsia “Benigna” da infância “Rolandica” ou Epilepsia com descargas centrotemporais (nova nomenclatura)

A
  1. Hx familia +; mais em meninos 2-14 anos (pico de 7-10 anos)
  2. Fisiopatologia: alteração cortical REVERSÍVEL, desaparece com a maturação
  3. Dx: crises focais, no sono ou ao despertar
  4. EEG: ondas agudas centrotemporais
  5. TTO: só 25% recorrem! Só depois da 2a crise deve tratar
    1. OBS: Evitar Carbamazepina e Lamotrigina
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23
Q

Epilepsia

*Prevalência de 0,5%

A
  1. Fenótipo de crises convulsivas recorrentes e espontâneas (não necessariamente provocadas ou evitável)
  2. É 2 ou mais crises não provocadas em intervalo >24h; OU
  3. É 1 crise não provocada c/ chance alta de recorrência; OU
  4. Síndrome epiléptica
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24
Q

Classificação das Crises Convulsivas

A
  1. Focais (apenas um hemisférico é afetado): manifestação pré-dominantes (motoras, sensoriais, autonômica, cognitivas, comportamentais), pode evoluir p/ generalizada 2ª
  2. Generalizada (ambos hemisférios são afetados desde o início do quadro): ausência, tônico-clônica, tônica, atônica e mioclônica (essa não perde consciência)
  3. Crises não classificáveis: espasmos epilépticos
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25
Q

Crise Convulsiva

A
  1. Alteração aguda e transitória da fç cortical cerebral
  2. Descargas neuronais anômalas, excessivas e sincronizadas
  3. É a SINTOMATOLOGIA, sinais e sintomas.
  4. 5-10% podem ter uma crise ao longo da vida, não necessariamente evoluindo p/ epilepsia (fator precipitante reversível)
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26
Q

Crises Focais

A
  1. Limitada a um hemisfério com ou sem alteração da consciência
  2. SEM perturbação da consciência: sem discognição/ perceptiva
  3. COM perturbação da consciência: com discognição/ disperceptiva
  4. Podem ter início motor OU não motor
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27
Q

Etiologia das Epilepsias

A
  1. Desequilíbrio entre excitação e inibição neuronal
  2. Cérebro normal é suscetível se exposto a circunstâncias apropriadas
  3. Epileptogênese: alterações que culminam em epilepsia
  4. TCE tem risco de desenvolver em 50%
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28
Q

Principais Causas de Convulsão/ epilepsia em Crianças

A
  1. Neonatos (<1m): lesão hipóxico-isquêmica perinatal, hemorragia intracraniana, distúrbio metabólico (hipoglicemia*, hipocalcemia), abstinência a drogas maternas
  2. Crianças (>1m a 12 anos): convulsão febril,, traumatismo/ infecção cerebral, sds genéticas
  3. Adolescentes: traumatismo/ infecção cerebral, uso de drogas ilícitas, tumores cerebral
29
Q

Principais Causas de Convulsão/ epilepsia em Adultos

A
  1. 18-35 anos: trauma, drogas ilícitas, abstinência alcoólica, tumor cerebral, autoimunidade
  2. > 35 anos: AVC, tumor cerebral, abstinência álcool, dist. metabólicos, dças degenerativas, autoimunidade
30
Q

Principais drogas indutoras de crise convulsiva

A
  1. Cloroquina, mefloquina
  2. Bussulfan, clorambucil
  3. Aciclovir, ganciglovir
  4. Betalactâmicos, quinolonas, isoniazida
  5. Fentanil. tramadol
  6. Contraste
  7. Anfetamina, cocaina
  8. Ciclosporina, tacrolimus
31
Q

Investigação da 1ª Crise Convulsiva

*Crises generalizadas SEMPRE alteram EEG convencional

A
  1. Anamnese: fatores de risco, medicamentos, sono
  2. EEG: se alta suspeita de desenvolver epilepsia, se normal não afasta o dx da crise (focos profundos).
  3. Neuroimagem: RM (mais sensível que a TC)
  4. Exames de rotina: hemograma, Na, K, Ca, Mg, Glicose, Fç renal e hepática, EAS
  5. Exames se suspeitas: toxicológico, punção lombar, cultura, hormônios
32
Q

Diagnóstico Diferencial de Epilepsia - Síncope

A
  1. Perda da consciência e do tônus postural por baixo fluxo sanguíneo cerebral
  2. A mais comum é vasovagal (ou neurocardiogênica)
  3. Outras causas são: arritmia, cardiopatias
33
Q

Diagnóstico Diferencial de Epilepsia - Síncope x Crise Convulsiva (CC)

A
  1. Desencadeantes: emoções, dor, Valsava, hipotensão postural, cardiopatias (CC = nenhum)
  2. Pródromos: escurecimento visual (lipotimia), náusea, sudorese, cansaço (CC = nenhum ou auras)
  3. Postura antes do evento: ortostase (CC: indeferente)
  4. Perda consciência: gradual em segundos (CC: instantânea)
  5. Duração da inconsciência: segundos (CC = minutos)
  6. Mvtos tônicos ou clônicos: breves (CC >30-60s)
  7. Fáscies: palidez (CC = cianose, sialorreia)
  8. Pós-ictal: <5min (CC >5 min a horas)
  9. Infrequente mialgia ou cefaleia pós-ictal, incontinência , moderdura língua (comum na CC)
34
Q

Diagnóstico Diferencial de Epilepsia - Crises Psicogênicas

A
  1. EEG normal, evento não convulsivo em que pcte simula crise tônico-clônica generalizada
  2. Associado a transtorno conversivo
  3. Ausência de paralisia de Todd ou coma flácido
35
Q

Tratamento Crônico Medicamento da Epilepsia

A
  1. Quando iniciar: A partir da 2ª ou da 1ª crise com lesão cerebral
  2. Como iniciar: Monoterapia em dose baixa (↑ progressivo)
  3. Quando parar: mais de 2 anos (1-5 anos) SEM crise
  4. Qual usar: depende da crise
36
Q

Tratamento Crônico Medicamento da Epilepsia - Medicações

A
  1. Focal: Carbamazepina/ Lamotrigina/ Valproato
  2. Generalizada: Lamotrigina/ Valproato
  3. Gestantes: Lamotrigina / Carbamazepina
    1. NÃO USAR VALPROATO = teratogênico (espinha bífida)
  4. Tabagistas: cuidado com bupropiona
37
Q

Drogas Antiepilépticas (DAE)

A
  1. Agem bloqueando o início ou disseminação da hiperexcitação elétrica dos neurônios
  2. Maioria tem efeito pleiotrópico (inibe mais de um mecanismo ao mesmo tempo)
  3. Não há meios de evitar o fenômeno da epileptogênese (impedir focos epilépticos após insulto)
38
Q

Drogas Antiepilépticas (DAE)

A
  1. Inibição de canais de Na+ (início potencial de ação) de maneira frequência-dependente: Fenitoína, Carbamazepina, Topiramato e lamotrigina
  2. Inibição canais de cálcio (evolução do PA) e bloqueia receptores de glutamato (excitatórios): Topiramato e Lamotrigina
  3. Abertura canais de K+ (hiperpolarizam a célula e ↓ o PA): Ezogabina
  4. ↑ atividade receptores GABA( (inibitórios): BZP e barbitúricos
  5. ↑ síntese/ oferta GABA: ác. valproico, gabapentina e barbitúricos
  6. ↓ transmissão sináptica: levetiracetam
39
Q

Medicamentos para Crise de Ausência Típica

A
  1. Etossuximida (e Ác. Valproico): inibe canais de Ca2+ do tipo T em neurônios talâmicos, bloqueando circuitos talamocorticais envolvidos na gênese da crise
40
Q

Quando começar o TTO com DAE?

A
  1. Exame neurológico alterado
  2. 1ª crise foi um status epilepticus
  3. Ocorrência de paralisia de Todd
  4. Hx familiar de epilepsia
  5. EEG de base anormal
41
Q

Medicações Específicas para cada Crise

*Ác. Valproico e Lamotrigina são 1ª escolha para maioria (exceto ausência que é Etossumida e na focal é a carbamazepina)

A
  1. Tônico-clônica generalizada 1ª: Lamotrigina/ ác. valproico
  2. Focal: Lamotrigina, Carbamazepina*** (melhor p/ focal), Fenitoína, Oxcarbazepina e levetiracetam
  3. Ausência típica: Ác. valproico, Etossuximida, lamotrigina
  4. Ausência atípica, mioclônica, atônica: ác. valproico, lamotrigina e topiramato
42
Q

Atenção às DAE

A
  1. Carbamazepina, oxcarbamazepina e fenitoína podem PIORAR crise de ausência, mioclônicas, tônicas e atônicas
  2. Portadores de HLA-B*1502 (mais asiáticos) tem risco aumentado de Sd. Stevens-Johnson após exposição à Carbamazepina e Fenitoína
43
Q

Manifestações adversas das DAE

A
  1. Fenitoína: osteoporose
  2. Carbamazepina e Fenitoína: Sd. Stevens-Johnson
  3. Carbamazepina: ↓ Na, diplopia, fadiga
  4. Fenitoína: fadiga, hirsutismo, hipertrofia gengival
  5. Valproato: Hepatotóxico, alopecia, ↑ peso, parkisonismo em idoso, teratogênico
  6. Fenobarbital: Sedação, agitação em cças
44
Q

Interrupção do uso de DAE

A
  1. Certa de 60-70% dos que suprimem por completo a epilepsia conseguem interromper a medicação
  2. Preditores de sucesso: Ausência de crises por 1-5 anos; único tipo de crise; exame neurológicos normal; EEG normal
  3. Maioria das recidivas ocorre nos primeiros 3 meses após parada
45
Q

Epilépticos podem dirigir?

A
  1. Sim, caso estejam em tto e não apresentem crises por um período mínimo de 2 anos
46
Q

Interação das DAE

A
  1. Ác. valproico DIMINUI a metabolização da Lamotrigina, ↑ seus níveis séricos.
    1. Conduta: Usar dose mais baixa da lamotrigina
47
Q

Epilepsia Refratária

A
  1. Se monoterapia refratária associar 2ª droga de 1ª linha (maior risco se lesão estrutural do SNC, e vários tipos de crise)
  2. 20% não respondem à combinação de 2 ou mais DAE
  3. Nesse caso a Cx pode ↓ ou curar a epilepsia, é benéfica nos quais tem foco epileptogênico identificável e passível de ressecção (esclerose mesial do lobo temporal por lobectomia ou amigdaloipocampectomia)
48
Q

Tratamento Agudo da Epilepsia ou Status Epilepticus (estado de mal epiléptico)

A
  1. No geral maioria das crises se resolvem em domicílio não necessitando de tto agudo hospitalar
  2. Estado de mal epilético (EME): crise convulsiva repetitiva (subentrantes) sem recuperação da consciência entre os episódios. Pode ser:
  3. Convulsivo Generalizado (SECG c/ mvtos tônico-clônicos generalizados c/ atividade epileptiforme difusa)
  4. Não Convulsivo (SENC c/ coma ou consicência preservada, mas confuso, c/ atividade motora mínima ou ausente)
49
Q

Status Epilepticus (estado de mal epiléptico)

*OBS: SENC não é uma emergência médica, mas o manejo é o mesmo que do SECG

A
  1. É toda crise que necessite de tto farmacológico imediato (e não mais CC que dura >15-30 minutos)
  2. SECG: emergência médica devido ao risco de disfunção cardiorresp., rabdomiólise e hipertermia, e lesão direta nos neurônicos (mortalidade de 20%)
  3. No caso do SECG considera crises de EME c/ duração >5 min
  4. Principal causa é MÁ ADESÃO TERAPÊUTICA aos anticonvulsivantes
50
Q

Mal Epiléptico ou Status Epilepticus (estado de mal epiléptico)

A
  1. Duração > 30 minutos
  2. Duração ≥ 5 minutos de crise ou ≥ 2 crises s/ recuperação da consciência entre elas
  3. Pode ser convulsivo ou não convulsivo
51
Q

Manejo do Mal Epiléptico ou Status Epilepticus (estado de mal epiléptico)

*Se hipoglicemia: glicose 50% 25-50 ml IV

A
  1. ABC + dextro + O2 + Acesso venoso
  2. Entre 5-30’: Diazepam IV/via retal ou Midazolam IM/IV (dose de ataque) → repetir BZP em até 2x (pode associar Fenitoína pois é o que impede a próxima crise e termina essa)
  3. DAE IV: Fenitoína IV/IO 20 mg/kg a 50 mg/min → repetir até 2x c/ metade da dose
    1. Opções: Valproato, Levetiracetam
  4. Fenobarbital 20 mg/kg → 2x c/ metade da dose
  5. 30 min -48h: Tiopental/ Midazolam / Propofol infusão contínua
52
Q

Manejo do Mal Epiléptico ou Status Epilepticus (estado de mal epiléptico)

A
  1. BZP de ação rápida são drogas de 1ª escolha p/ abortar a crise convulsiva
  2. Fenitoína é que vai cessar a crise e impedir uma nova crise, devendo sempre ser feita
    1. Nunca diluir em soro glicosado, pois fenitoína precipita na glicose
    1. Nunca infundir em velocidade >50mg/min (hipotensão e arritmia)
53
Q

Epilepsia na Gravidez

A
  1. Frequência das crises convulsivas se mantém inalterada em 50% das grávidas, aumenta em 30% e diminui em 20%
  2. DAE tem risco de malformações congênitas cardiovascular/ musculoesquelética em 5-6% (10-20% se uso de 3 drogas)
  3. Risco de crise convulsiva materna é maior que o risco de teratogenicidade
  4. Manter tto habitual (preferir monoterapia na menor dose possível)
  5. Fazer suplementação de ác. fólico (1-4 mg/d) durante gestação
54
Q

Epilepsia na Gravidez

A
  1. DAE indutoras de enzimas do citocromo P450 (Fenitoína, Carbamazepina, Topiramato, Fenobarbital e Primidona): ↑ chance de dça hemorrágica do RN por def. de Vit K
    1. Prevenção: Suplementação de Vit K VO 2 sem antes do parto p/ gestante + Vit K IM no RN após nascimento
  2. É contraindicado uso de Ác. Valproico, preferir carbamazepina e lamotrigina
  3. Aleitamento é permitido se mãe usar DAE, interromper se cça c/ efeitos colaterais (letargia e baixa ingestão) → Levetiracetam tem ↑ concentração no leite
55
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril

A
  1. Convulsão que ocorre na vigência de doença infecciosa febril (excluindo infecções do SNC e desequilíbrios hidroeletrolíticos) com temperatura ≥38oC (embora elevação possa ocorrer só depois da crise)
  2. Geralmente na OMA, amigdalite, laringites ou exantema súbito
  3. É benigna, autolimitada que não evolui para com anormalidade neurológica ou deficit cognitiva ao longo do tempo (dxx c/ crise epilépticas em vigência de febre)
56
Q

Crise Febril Simples ou Típica

A
  1. Ocorre entre 6 meses até 60 meses (5 anos) de idade (média de 14-18 meses). Incomum antes de 3 meses;
  2. Tipo de crise: tônico-clônica generalizada
  3. Duração <15 minutos
  4. Período pós-ictal c/ uma breve sonolência
  5. Crise única em 24h
  6. É benigna e não provoca dano neurológico a longo prazo, mesmo se tenha tido várias crises febris simples
  7. Não aumenta o risco de epilepsia no futuro
57
Q

Crise Febril Complexa ou Atípica (ou complicada)

A
  1. As convulsões em vigência de febre apresentam uma das seguintes abaixo:
  2. Tipo de crise FOCAL
  3. Duração > 15 minutos
  4. Período pós-ictal: presença de sinal neurológico (Ex: Paralisia de Todd) ou sonolência duradoura
  5. Recorrência da crise dentro de 24h
58
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - Generalidades

A
  1. Hx familiar positiva
  2. Ausência de precipitantes
  3. Acomete mais meninos (1,6:1) entre 6 meses até 5 anos
  4. Após 5 anos a criança não volta a recorrer em crises e não se transforma em epilepsia futura
  5. A hipertermia pode estimular e reduzir o limiar convulsivo
59
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - Generalidades

A
  1. Alto risco de recorrência se: <1 ano, <24h de febre, Febre entre 38-39oC
  2. Alto risco de epilepsia se: atraso no neurodesenvolvimento
  3. É a desordem convulsiva mais comum da infância (2-5% dos lactentes e pré-escolares)
  4. Hx familiar positiva de crises febris (autossômico dominante)
60
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - Recorrências

A
  1. FR maior de recorrência: <1 ano, febre <24h antes da crise ou febre 38-39oC
  2. FR menor: Hx familiar +, hx familiar de epilepsia, crise febril complexa, sexo masculino, sódio sérico baixo
  3. Se ausência de FR a recorrência é de 12%, se 1 FR 25-50%, se 2 FR 50-59% e se 3 FR 73-100%
61
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - Risco Epilepsia Futura

A
  1. Risco é = ao da população geral (0,5%)
  2. Fatores de risco abaixo são associados:
  3. Atraso no neruodesenvolvimento (33%)
  4. Crise febril complexa (29%)
  5. Hx familiar de epilepsia (18%)
  6. Duração da febre <1h antes da crise convulsiva (11%)
  7. Crise febris recorrente (4%)
62
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - Etiologia

A
  1. Imaturidade cerebral com grande excitabilidade neuronal e formação de redes neurais
  2. Predomínio de neurotransmissores excitatórios
  3. Hipertermia, citocinas e padrão genético
  4. Traço autossômico dominante, genes FEB 2
  5. Crises sintomáticas (hipoglicemia, distúrbios eletrólitos, encefalites) são ≠ da crise convulsiva
63
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - QC:

A
  1. Acontece com elevações rápidas da temperatura (≥39 oC)
  2. Crise usualmente é generalizada, tônico-clônica com duração até 15’
  3. Exame neurológico é normal
  4. Deve ser identificado o foco infeccioso
64
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - Exames p/ Dxx:

A
  1. Se não identificar o foco, ou evoluir para mal epiléptico ou sinal de alerta (complexa, queda consciência) é fundamental a PUNÇÃO LOMBAR (excluir meningite, principalmente em <6m )
  2. Hemograma completo
  3. Eletrólitos
65
Q

Convulsão Febril ou Crise Febril - TTO:

A
  1. Se está convulsivando: Diazepam IV/retal ou Midazolam IM, depois avaliar e tratar febre
  2. Não está convulsivando: avaliar causa da febre e tratar
  3. Punção lombar se: <6 meses OU crise complexa (crise tipo focal, duração prolongada >15’, recorrente em até 24h, pós-ictal c/ Todd ou sonolência prolongada)
  4. Uso de antitérmicos reduz mal-estar associado à febre, mas não impede a ocorrência da crise febril.
  5. Considerar EEG se fatores de risco
66
Q

Quando fazer punção lombar na crise febril?

A
  1. <6 meses OU
  2. Crise complexa: crise tipo focal, duração prolongada >15’, recorrente em até 24h, pós-ictal c/ Todd ou sonolência prolongada
67
Q

Crise Convulsiva na INFÂNCIA

A
  1. A mortalidade por estado epiléptico é de 5% ou menos
  2. Se necessário a via IM o midazolam é o BZP de escolha
  3. A ocorrência do estado epiléptico no geral ocorre na 1a crise
68
Q

Diferenciais das Epilepsias

A
  1. Encefalopatia de Hashimoto: crise convulsiva, psicose, Coreia, tiques ,cefaleia e alterações do comportamento. Relação com alteração tireoide com anti-TPO (tirei peroxidasse)
  2. Síndrome opsoclonus-mioclonus: sd paraneoplasica com envolvimento do tronco encefálico e cerebelo, apresentando nas cças: ataxia, hipotonia, irritabilidade, mioclonias (ocular, apendicular, cefálica ou tronco) e desvio do olhar conjugado de forma arritmica, caótica e multidirecional
69
Q

Diferenciais das Epilepsias

A
  1. Encefalite de Rasmussen: epilepsia focal, hemiparesia progressiva e deterioração intelectual, com atrofia cerebral
  2. Esclerose múltipla: desmielinizante inflamatória crônica, sintomas focais, motores, sensitivos e visuais.
  3. Encefalite autoimune: não infecciosa com sintomas neuropsiquiátricos, crises epilépticas, déficit cognitivo, distúrbios de mvtos e disautonomia.
    1. A mais comum é a anti-receptor N-metil-D-aspartato (anti-rNMDA), predomina em mulheres, cças e jovens, c/ quadro agudo de convulsão, discinesia orofacial, distúrbio consciência e teratoma no ovário