Osteocondrose de legg-calvé-perthes Flashcards
Definição
- É a necrose avascular idiopática da epífise femoral em crescimento, autolimitada.
- Fenômenos necróticos destrutivos e remodelantes
- Atraso na ossificação e deformidade → osteoartrose
ETIOPATOGENIA
- Idiopática.
- Criança “susceptível”
- Teoria da oclusão trombótica de pequenas veias de drenagem
Aumento da pressão intraepifisária
Prejuízo do fluxo arterial → isquemia → necrose - Microtraumas de repetição; trombofilia; insuficiência vascular; atraso da maturação esquelética
FASES EVOLUTIVAS - FASE PRECOCE (NECROSE ÓSSEA)
- Fase assintomática.
- Isquemia
Provoca morte dos osteócitos da cabeça do fêmur.
Sem suprimento vascular não há reabsorção nem formação óssea. - Já há sinais radiológicos.
FASES EVOLUTIVAS - FASE DE FRAGMENTAÇÃO
Reação vascular ao osso morto → ossificação
- Histologia primitiva → osso susceptível à deformidade
Fratura patológica no osso subcondral: dor, pequeno derrame sinovial (sinovite) e claudicação
FASES EVOLUTIVAS - FASE DE REOSSIFICAÇÃO
- Toda a epífise acometida é substituída por novo osso
- Durante a neoformação óssea a epífise ainda está susceptível à deformação.
FASES EVOLUTIVAS - FASE DE DEFORMAÇÃO RESIDUAL
- Ao final da reossificação, a cabeça femoral adquire sua forma final
- Se não tratada → incongruência articular
- Subluxação cortical
- Doença degenerativa da cartilagem articular
Osteoartrose coxofemoral precoce e secundária
EPIDEMIOLOGIA
- Doença é mais comum em meninos (4:1): meninos mais ativos com maior chance de pequenos traumas no quadril.
- Faixa etária típica entre 2 a 12 anos (média de 7 anos).
- Geralmente é unilateral (pode ser bilateral em 20% dos casos)
- Apresentação inicial: sintomatologia subaguda (queixas por mais de 6 semanas).
Quadro clínico
SINTOMATOLOGIA
- Claudicação
- Dor na região inguinal ou face anterior da coxa
- Dor na região do joelho (sinal do obturador)
EXAME FÍSICO
- Claudicação com proteção do quadril
- Limitação da abdução e rotação interna do quadril
- Eventual atrofia da musculatura da coxa e teste de Trendelenburg pode ser positivo
Diagnóstico POR IMAGEM
RADIOGRAFIA SIMPLES
- Dois planos: anteroposterior e Lauenstein (posição de rã)
- É útil para o diagnóstico e para definir o estágio atual da doença
ESTÁGIOS RADIOGRÁFICOS
1 – Estágio de Necrose (1 – 14. Média de 6 meses): diminuição do núcleo de ossificação da cabeça femoral. Aumento da densidade uniformemente e sinal do crescente.
2 – Estágio de Fragmentação (2 – 35. Média de 8 meses): imagens variadas de radiolucência alternadas com radiopacas na epífise. Cabeça do fêmur achatada ou alargada.
3 – Estágio de Reossificação (2 a 122. Média de 51 meses): aparecimento de osso neoformado e Reossificação gradual homogeneização da densidade radiológica da epífise
4 – Estágio Residual: graus variados de remodelamento aumento da cabeça femoral e do acetábulo.
Diagnóstico por imagem - Sinais
SINAIS DA CABEÇA EM RISCO (Sinais de Gravidade)
- Sinal de Gage: V radiolucente no aspecto lateral da epífise
- Calcificação lateral da epífise
- Horizontalização da placa epifisária
- Subluxação lateral da cabeça femoral
Prognóstico
Prognóstico depende do grau de deformidade epifisária e incongruência articular
Fatores de melhor prognóstico
- Idade: menores de 6 anos evoluem melhor e tempo de adaptação
Prognóstico
Avaliação do grau de deformidade residual
- Coxa Magna - aumento da cabeça femoral em relação ao acetábulo
- Coxa Plana - cabeça e colo femoral achatados, em “forma de cogumelo”
Tratamento definitivo precoce - Indicações
- Idade > 6 anos
- Reabsorção do pilar lateral
- Perda da contenção acetabular
Tratamento conservador
- Imobilização iguinomaleolar bilateral em abdução
- Órtese de Atlanta