Deslizamento epifisário da cabeça femoral Flashcards
Sinônimos
Epifisiólise proximal do fêmur (EPF)
Coxa vara do adolescente
Deslocamento epifisário da cabeça do fêmur
Escorregamento epifisário proximal do fêmur
Epifisiolistese
Definição
Alteração da relação anatômica normal entre a cabeça e o colo femoral, decorrente do desvio anterossuperior do colo do fêmur em relação à cabeça femoral (epífise).
Obs.: coxa vara do adolescente seria a nomenclatura ideal, visto que a cabeça do fêmur (epífise) mantém perfeita relação anatômica com o acetábulo e o desvio ocorre no colo do fêmur
Epidemiologia
- Principal causa de dor em quadril na faixa etária de 11 a 15 anos
- Acomete mais meninos (2:1)
12 – 15 anos meninos
10 – 13 anos meninas - Negros
- Rara em < 10 anos e > 16 anos
- Unilateral em 75-80% dos casos - Lado esquerdo
Fatores de Risco
- Fatores endócrinos: hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, osteodistrofia renal, hipogonadismo e alterações do hormônio do crescimento
- Fatores mecânicos: obesidade, enfraquecimento do anel pericondral, redução da anteversão femoral e ângulo colo-diáfise reduzido
- Fatores imunológicos: presença de imunocomplexos no líquido sinovial, porém é bastante discutido
Angulação da cabeça do fêmur
- Coxa valga >140º
- Coxa normal 126º-139º
- Coxa vara < 125º
Quadril varo: maior força de escorregamento na região da fise
Fisiopatologia
- Etiologia desconhecida, multifatorial;
- Placa epifisial apresenta-se com resistência diminuída às cargas fisiológicas, o que possibilita o deslizamento;
- Lesão original é na fise, mais especificamente na zona hipertrófica
Classificação
- Aguda (< 3 semanas): geralmente associa-se a traumas
- Crônica (> 3 semanas): mais comum, sendo de evolução insidiosa
- Crônica agudizada: apresentava alguma clínica a mais de 3 semanas e agudizou geralmente por pequeno trama
Classificação - Funcional (Loder)
- Estável: paciente consegue deambular
- Instável: paciente não consegue deambular
Exame Físico
- Claudicação antálgica
- Sinal de Trendelenburg
- Não deambula – quadro agudo
- Decúbito dorsal: atitude em rotação externa
- Exame da mobilidade: atitude em flexão, perda de rotação interna e contratura em rotação externa
- Sinal de Drehman
Diagnóstico Radiológico
- Incidências: AP e posição de Lauenstein (posição da rã)
- Avaliação radiológica:
- Alargamento e irregularidade da placa fisária
- Imagem em crescente (sinal de Steel)
- Linhas de Klein
- Sinal de Trethowan: quando a linha não atravessa a epífise
- Sinal de Scham
Diagnóstico Radiológico
Quadros agudos: Solução de continuidade ao longo da fise, entre o colo e a epífise Não há evidência de neoformação óssea Quadros crônicos: Remodelação óssea “sinal do cajado”
Classificação - Radiológica (casos agudos)
Leve: < 1/3
Moderada: 1/3 – 1/2
Grave: > 1/2
Tratamento - Princípios
- Internação e repouso no leito
- Objetivo: estabilizar epífise evitando piora da deformidade e tirar a carga sobre o fêmur acometido
- Cirúrgico de caráter imediato epifisiodese
Tratamento
Fixação in situ (epifisiodese):
Utilização de 1 (um) parafuso canulado
Local: perpendicular à fise e centro da epífise
Tratamento contralateral profilático
Controverso
Geralmente em casos de distúrbios endocrinológicos confirmados
Osteotomia:
Em casos mais graves pare reduzir o deslizamento
Complicações
Condrólise Necrose da cartilagem hialina da articulação femoral Faz parte da história natural da doença Pode ser iatrogênica Necrose avascular 10-15% Associada a tentativas de redução e osteotomias Osteoartrose do quadril