Oftalmologia pediátrica Flashcards

1
Q

Por altura do 1o mês de vida, a reacção pupilar à luz está plenamente desenvolvida e a criança apresenta alinhamento ocular estável.
Aos 2-3 meses, a capacidade de fixação visual central foi aprimorada, já é capaz de seguir objectos com os olhos e de realizar oclusão palpebral em resposta à ameaça.

Aos 6 meses, a criança já apresenta algum grau de estereopsia (visão tridimensional), capacidade de acomodação e convergência, sensibilidade ao contraste e campos visuais semelhantes aos do adulto.

Aos 12 meses, a córnea apresenta 95% do diâmetro do adulto e a acuidade visual situa-se entre os 20/60 e os 20/40.

Aos 3-4 anos de idade, a acuidade visual atinge os 10/10, adquirindo uma visão estereoscópica semelhante à do adulto apenas aos 7-8 anos.

A

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2
Q

Quanto à evolução do olho em termos refractivos, o recém-nascido normal é hipermétrope. A emetropização ocorre sobretudo a partir dos 7 anos, até o olho atingir as dimensões normais do adulto, o que acontece por volta dos 14-15 anos (ver gráfico 1). Até aos 12-18 meses é frequente (20-30%) existir astigmatismo ≥ 1D (geralmente contra-a-regra), o qual tende a regredir com o crescimento. O astigmatismo que se desenvolve entre os 3 e 5 anos tende a ser mais estável, ou seja, tem menor probabilidade de regressão.

A

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3
Q

Ambliopia

  • definição
  • classificação
  • tto
A

Diminuição da melhor acuidade visual corrigida

Trata-se de uma alteração do desenvolvimento cortiça e não de um problema orgânico ocular.
É unilateral, embora também possa ser bilateral

Classificação:

1) Ambliopia Estrábica – é a causa mais frequente, representando 50% dos casos. As imagens provenientes dos 2 olhos não são passíveis de fusão, o que produz uma dominância dos centros corticais visuais de um olho e uma supressão dos centros do olho contralateral.
2) Ambliopia Anisometrópica – causada por uma diferença no erro refractivo dos dois olhos, diferença esta que pode ser de apenas 1 dioptria.
3) Ambliopia de Privação – tal como o nome indica, resulta de anomalias que resultem em privação do estímulo visual uni ou bilateralmente (ex: catarata, blefaroptose, cicatrizes corneanas).
4) Ambliopia Ametrópica Bilateral – resulta de erros refractivos elevados e simétricos, habitualmente hipermetropia.

TTO - inclui a correcção dos erros refractivos e cirurgia no caso da ambliopia por privação (ex: catarata), realiza-se a oclusão ou penalização com fármacos cicloplégicos do olho saudável, com vista à estimulação do olho amblíope.

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4
Q

Estrabismo

A

Perda do alinhamento ocular por uma alteração do equilíbrio óculo-motor que impede a fixação bifoveal, isto é, há perda do paralelismo entre o eixo visual dos dois olhos.

Um ou ambos os olhos e pode iniciar-se logo nos 1os 6 meses

associa-se a sintomas de confusão (visualização simultânea de 2 objectos no mesmo ponto do espaço) e diplopia (visualização do mesmo objecto em dois pontos diferentes do espaço).

O desvio constante associa-se a maior risco de ambliopia, uma vez que ocorre supressão cortical da imagem do olho com maior desvio. Tal supressão constitui um mecanismo de defesa que evita que a criança com estrabismo tenha diplopia ou confusão (o que não acontece no adulto). Quanto à fixação, esta pode ser monocular (fixa o objecto sempre com o mesmo olho) ou alternante (capaz de faixar alternadamente com um ou outro olho) a qual se associa a menor risco de ambliopia.

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5
Q

Estrabismo - tipos

qt à magnitude do desvio

qt à direção do desvio

A

Quanto ao desvio:

Esta pode ser idêntica em todas as posições do olhar – estrabismo concomitante – ou variar nas diferentes posições – estrabismo inconcomitante.

Qt à direção do desvio, podemos classificar o estrabismo em:

Esotropia / esoforia / estrabismo convergente: desvio nasal do(s) olho(s);
Exotropia / exoforia / estrabismo divergente: desvio temporal do(s) olhos
Hipertrofia/hiperforia: desvio superior do olho
Hipotropia/hipoforia: desvio inferior do olho

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6
Q

Pseudoestrabismo

A

A situação é muito frequente em crianças pequenas, tendendo a desaparecer com o crescimento da face da criança. Não requer, portanto, qualquer tratamento. As causas mais frequentes de pseudo-estrabismo são:

  • epicantus - até 1 ano, confunde-se com estrabismo convergente
  • hipertelorismo - distância interpupilar grande para a estufa e idade, confunde-se com estrabismo divergente
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7
Q

Quando persistente, o tratamento é essencialmente cirúrgico. Caso estejamos perante uma ambliopia estrábica, deve primeiro tentar-se corrigir a ambliopia e só então proceder ao alinhamento ocular cirúrgico.

A

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8
Q

Microftalmia

Anoftalmia

A

Microftalmia - presença de um globo ocular de dimensões inferiores ao normal para a idade
Anoftalmia - ausência completa de globo ocular

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9
Q

Blefaroptose congénita

A

Define-se como anormal infraposicionamento da pálpebra superior presente ao nascimento, e pode ocorrer isoladamente ou associada a outras anomalias congénitas oftalmológicas ou sistémicas.
Pode estar associada a ambliopia por privação ou erros refractivos. O tratamento é cirúrgico, devendo ser o mais precoce possível no caso de haver interferência com o eixo visual ou ambliopia.

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10
Q

Obstrução Lácrimo-nasal

Cerca de 95% dos casos resolvem ao longo dos primeiros 12 meses de vida, espontaneamente ou com massagem da região nasolacrimal com movimentos descendentes (massagem de Crigler). Nos casos refractários realiza-se sondagem ou cirurgia das vias lacrimais.

A

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11
Q

Glaucoma congénito

Abordado mais à frente

A

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12
Q

Leucocória

A
  • catara
  • retinoblastoma
  • retinopatia de prematuridade
  • toxoplasmose
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13
Q

Catarata congénita

A

Presença de estrabismo, ambliopia e nistagmus por perda da acuidade visual
2/3 bilateral

TTO: cirurgia com correção ótica adequada com implante de lente intraocular, lentes de contacto ou óculos dependendo da idade da criança e pelo tratamento da ambliopia associada. O prognóstico é menos favorável nos casos de catarata unilateral bem como nos casos operados tardiamente (após as 12 semanas de vida).

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14
Q

Retinoblastoma

A

Tumor intraocular maligno em idade pediátrica
Bilateral
Mutação de ambos os apelos do gene RB1, hereditário com transmissão dominante

Sinal: leucocória (60%), estrabismo (20%)

TTO: rádio/braquiterapia, crioterapia, laser-terapia ou quimioterapia sistémica e enucleação nos casos mais graves.

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15
Q

Retinopatia da prematuridade

A

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16
Q

Conjuntivite neonatal

- etiologia

A

Inflamação conjuntivas no 1o mês de vida

Staphylococci, Streptococci, H. influenzae e mais raramente Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae e vírus Herpes simplex (VHS) tipo 2. Os fármacos tópicos usados na profilaxia podem, eles mesmos, causar conjuntivite tóxica.

17
Q

Conjuntivite neonatal

- timing sinais

A
C. química- d0 a 1
Gonococos - d3 a 5
chlamydia - d5 a d15
não gonocócica, não chlamydia - d15 >>>
C. herpética- d0 a d15
18
Q

Conjuntivite neonatal - manifestações

A

Hiperémia conjuntival, exsudado purulento, quemose (edema da conjuntiva), folículos ou papilas conjuntivais. A presença de edema palpebral exuberante, queratite e exsudado purulento abundante pode levantar a suspeita de conjuntivite gonocócica, enquanto a presença de queratite e vesículas palpebrais e péri-oculares levantam a suspeita de queratite a VHS.

19
Q

Conjuntivite

- tto e profilaxia

A

O tratamento deve ser precedido da colheita de secreção para exame bacteriológico. O tratamento da conjuntivite química consiste na aplicação de lágrimas artificiais. Na conjuntivite infecciosa está indicada a administração de antibióticos tópicos de largo espectro (ex: azitromicina, ácido fucídico, quinolonas). Casos mais graves exigem frequentemente terapia sistémica e tópica em internamento hospitalar.

Quanto à profilaxia, não existe um protocolo bem definido, podendo usar-se: eritromicina tópica 0,5%, tetraciclina tópica 1%, povidona-iodina tópica 2.5% ou nitrato de prata 1% tópico (este último tem caído em desuso).

20
Q

Uveíte pediátrica anterior

  • sintomas
  • etiologia
  • tto
A

Sintomas
Dor, olho vermelho, diminuição da acuidade visual e fotofobia. À observação, apresenta hiperémia ciliar, células e flare (proteínas em suspensão) na câmara anterior, precipitados queráticos e sinéquias.

Etiologia
Artrite idiopática juvenil - sexo feminino, jovem, ANA e envolvimento pauciarticular

TTO: Instalação de corticoides tópicos e midráticos tópicos

Em casos mais graves, poderá ser necessário realizar injecção subtenoniana ou subconjuntival de corticóides, corticoterapia sistémica ou outros imunossupressores.

21
Q

Uveíte posterior

A

Destacam-se a vasculite retiniana, vitrite, coroidite/retinocoroidite, neuro-retinite e edema macular cistóide. As causas mais frequentes são a toxoplasmose (mais de 50% dos casos) e a toxocaríase.
TTO: Terapêutica dirigida, corticoterapia sistémica e/ou subconjuntival e eventualmente outros imunossupressores. Antes do início da imunossupressão é importante excluir, como possíveis causas do quadro clínico, doenças infecciosas.

22
Q

Causas de leucocória

A

Causas de Leucocória

Catarata
Persistência da vasculatura fetal
Retinoblastoma
Retinopatia da prematuridade
Toxoplasmose
Toxocaríase
Uveíte crónica
Doença de Coats
Descolamento de retina
Doença de Norrie
Displasia da retina
Coloboma
Vitreorretinopatia exsudativa familiar
Incontinentia pigmenti
23
Q

Erros refractivos
Miopia 9%
Hipermetropia 13%
Astigmatismo 27 %

Ambliopia 10%

Estrabismo 5%

Retinopatia da prematuridade
RN <750g–52%RN
750 – 999 g – 32%
RN 1000 – 1250 g – 15%
Catarata congénita 0,06%
Glaucoma congénito 0,01%
Retinoblastoma 0,005%
A

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