Obstetrícia Flashcards

1
Q

Cite algumas modificações locais ou genitais na paciente grávida:

A

Antes da gravidez, o útero normal pesa 50-70g e tem uma capacidade de 6-10mL, com 7-8cm de altura e 5cm de largura. Ao final, isso aumenta para 800-1200g e 4-5L de capacidade.

  • O peritônio uterino torna-se descolável e isso é um dado de grande utilidade para o obstetra na realização de uma cesariana.
    • Durante o período de hipertrofia, o útero se torna esfenoide, com paredes cada vez mais tensas até a 20a semana e isso progressivamente isquemia o próprio miométrio. É nesse momento (20a SG) que o útero muda seu formato de esferoide para cilíndrico e, assim, permite a perfusão do útero.
  • A medida que o útero aumenta de tamanho o colo vai se medianizando.
    • Além disso, assim como o útero, o colo se torna violáceo e amolecido. Isso é chamado de sinal de Goodell.
    • Nas semanas finais de gestação o colo torna-se mais amolecido e mais curto, além de alargar-se discretamente. Isso é chamado de esvaecimento. No colo não esvaecido a distância entre os orifícios interno e externo é 2-3 cm.
  • As tubas ficam quase perpendiculares e mostram-se menos flexuosas, mais longas e volumosas.

Mamas:

- A partir do 2o mês a mama já aumenta de volume, torna-se túrgida e dolorosa. O complexo aréola-papilar fica mais pigmentado, erétil e sensível. A aréola fica pigmentada e os tubérculos de Montgomery ficam mais salientes. Uma segunda aréola também aparece (sinal de Hunter) 
- A vascularização na desenha na pele as redes de Haller. 
- Depois dos primeiros meses a mama secreta colostro.
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2
Q

Cite modificações gerais do organismo materno

A
  1. Sistema osteomuscular
    • Especialmente na segunda metade da gravidez (pelo aumento grande do útero e das mamas), a fim de manter o equilíbrio, a mulher desloca para trás o corpo, além de ampliar a base afastando as pernas (marcha anserina). Assim, ocorre uma acentuação da lordose lombar e projeção posterior das escápulas.
  2. Dermatologia:
    • Existe um aumento importante da perfusão da pele. Isso ocorre de forma lenta, porém constante até a trigésima semana.
      a) Pigmentação: Aparecem na face, nas mamas, no abdome (onde é chamada de linha nigra) e na região vulvoperineal.
      b) Alteração vascular
      c) Estrias: muito comum. Em geral acentua-se a partir do sexto mês
      d) Pilificação: ocorre na face, nos membros e até no abdome
  3. Sistema digestório:
    a) Apetite: a maior parte das grávidas tem aumento.
    b) Náusea e vômito:
    c) Esôfago: o refluxo é muito frequente (> de 80%), principalmente no 3o trimestre
    d) Estômago e duodeno:
    e) Intestino: devemos prestar atenção em apendicites pois o apêndice altera bastante e sua posição, elevando-se e deslocando-se para a direita. Constipação
  4. Sistema digestório acessório:
    a) Fígado e vesícula biliar:
    • A proteína total do soro diminui aproximadamente 20% durante a gravidez devido a diminuição da albumina.
    • O teor de fibrinogênio aumenta, provavelmente por aumento da síntese.
    • O colesterol total costuma ter um nível menor nos primeiros meses, porém a partir do segundo trimestre isso costuma aumentar.
    • A vesícula costuma demonstrar uma hipocinesia e, portanto, um aumento do volume. Essa estase aumenta o risco de calculose.
  5. Sistema circulatório:
    a) Modificação anatômica: a área cardíaca aumenta, possivelmente devido a uma hipertrofia da musculatura.
    b) Modificação funcional: a FC costuma aumentar para aproximadamente 80 batimentos/minutos e até 85 no último trimestre.
    • Dispneia: além dos fatores CVs, a elevação do diafragma e o ingurgitamento da mucosa nasal contribuem para a dificuldade.
    • Edema de membros inferiores: muito comum e está associado à retenção de sódio, água e aumento da pressão venosa nesses membros. Além disso, a diminuição da concentração do sangue também ajuda.
  • A hipervolemia tem também a função de compensar a perda de sangue que se espera durante o parto, que em média é de 500-600mL no parto normal e 1 litro na cesárea.
    • A massa eritrocitária também aumenta, o que justifica as anemias ferroprivas da gestação. Além disso, como o aumento desse volume eritrocitário não acompanha o aumento da volemia, a anemia é mais comum.
    • As grávidas apresentam uma leucocitose acentuada às custas de polimorfonucleares. Além disso, existe um aumento da hemossedimentação.
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3
Q

alterações hormonais da gestação?

A
  1. Sistema endócrino: a gravidez é um processo anabólico.
    a) Hipófise: não é essencial para a manutenção da gravidez.
    • Os níveis de FSH e LH estão baixos.
    • A prolactina eleva-se muito, especialmente no final da gestação. A sua principal função é assegurar a lactação.
    • O ACTH também aumenta durante a gravidez, especialmente durante o termo. Antes do parto, porém, diminui. Está associado com um aumento do cortisol.
    • A ocitocina aumenta com a gravidez e tem um pico durante o parto. O aumento da ocitocina ocorre em pulsos. Além disso, durante a gravidez o útero aumenta a concentração de receptores para a ocitocina. O feto também é uma fonte de ocitocina para a mãe.
      b) Tireoide:
    • A principal alteração é a supressão do TSH associada ao pico de beta-hCG (análogo no TSH e seu agonista). Como consequência existe um aumento de T3 e do T4 (efeito anabolizante). Assim, a gravidez é um estado diabetogênico, somatotrófico.
      c) Paratireoide: na gravidez a mulher vive um estado de hiperaparatireoidismo fisiológico, com diminuição do PTH no 1o trimestre. O objetivo é manter os níveis séricos de cálcio e aumentar a absorção intestino para evitar a perda real.
      d) Pâncreas endócrino: a insulina aumenta muito durante a gravidez. Porém, a mulher torna-se progressivamente resistente a essa insulina durante a gestação.
      e) Surprarrenal:
      f) Ovário:
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4
Q

QUais os ossos que formam a bacia obstétrica?

A

bacia é constituída por 4 ossos: 2 ilíacos, cóccix e sacro. Esses ossos se articulam pelas articulações: sínfise púbica (entre os púbis), articulação sacrococcígea e articulação sacroilíaca. Essas tornam-se progressivamente mais frouxas durante a gestação por ação hormonal.

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5
Q

Quais estruturas formam o estreito superior?

A

Estreito superior: depende do tipo de bacia, sendo em geral arredondado. É limitado pelo promontório do sacro, asas do sacro, linha arqueada do íleo, eminência iliopectínia, crista pectínea, margem superior do púbis e sínfise púbica.

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6
Q

Quais estruturas formam o estreito médio?

A

púbica.

Estreito médio: É o plano delimitado pelas espinhas ciáticas

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7
Q

Quais estruturas formam o estreito inferior?

A

Estreito inferior: são dois triângulos com a mesma base. É o bituberoso (anterior, formado pelo ângulo subpúbico, cujo ápice é a margem inferior da sínfise púbica e deve medir 90-100o). O triângulo posterior tem seu ápice na ponta do sacro e os lados são os ligamentos sacrotuberosos.

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8
Q

Quais os diametros do estreito superior?

A
Conjugado verdadeiro (ou obstétrico): Vai do meio do promontório ao ponto mais saliente da face posterior da sínfise púbica. Mede 11cm. 
Transverso médio: é equidistante do ponto médio do promontório e da face posterior da sínfise (corta o conjugado verdadeiro ao meio). Mede 12cm. É diferente do transverso máximo, que é a distância máxima. 
Oblíquos: tanto esquerdo (1o oblíquo) como direito (2o oblíquo). Medem 12cm. Vão desde a eminência iliopectínea até a articulação sacroilíaca.
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9
Q

Quais os diametros do estreito médio?

A

Do estreito médio:
Sacro médio púbico: do meio da terceira vértebra sacral ao meio da face posterior da sínfise púbica. Tem 12cm,
Biciático: no sentido transverso. Vai de uma a outra espinha isquiática. Mede 10,5cm. Corresponde ao principal plano uma vez que é o menor diâmetro da bacia.

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10
Q

Quais os diametros do estreito inferior?

A

Coccix subpúbico: também chamado de conjugata exitus quando o cóccix é retropulsado. Tem direção anteroposterior e vai da borda inferior da sínfise púbica à ponta do cóccix. Mede 9cm, mas aumenta 2cm e chega a 11-12cm.
Bituberoso: é transverso e vai de uma tuberosidade isquiática a outra. Mede 11cm.

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11
Q

Quais estruturas formam a bacia mole?

A

a) Diafragma pélvico: Formado pelos feixes dos levantadores do ânus e pelos músculos isquicóccicos.
b) Diafragma urogenital: fica por baixo do pélvico quando se olha se cima para baixo. É composto pelos músculos bulbocarvernoso, isquiocavernoso, transverso superficial do períneo e esfíncter anal externo. É aqui que se forma o anal do parto.

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12
Q

Quanto a avaliação clínica da bacia, quais as medidas da pelve temos que ver?

A

Pelvimetria interna

c) Pelvigrafia externa:
- É a avaliação da forma da bacia.
- Medimos o ângulo subpúbico, que deve ser maior do que 90o.

d) Pelvigrafia interna:
- Avaliação da forma da bacia pelo toque vaginal.
- Palpação da espinha isquiática: o normal é isso ser bem apagado. Se palparmos de forma saliente isso é indicativo de biciático reduzido.
- Concavidade sacral: da mesma forma, quando pronunciada é indicativo de redução dos diâmetros anteroposteriores.

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13
Q

quais os tipos de contração uterina durante a gestação?

A

Grandes (generalizadas ou de Braxton-Hicks): intensidade entre 10-20mmHg e por quase todo o útero. Sua frequência aumenta ao longo da gestação e chega a 2/10min ao se iniciar o parto.
Pequenas ou localizadas: intensidade entre 2-4mmHg e a frequência é de 1/min.

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14
Q

Mecanica de parto na apresentação cefálica fletida:

A

1 tempo: INSINUAÇÃO. é a colocação do diâmetro bitemporal (7,5cm) no estreito superior. Ocorre cerca de 15 dias antes do parto nas primíparas. Assinclitismo.

2 tempo: descida da cabeça do estreito superior até o estreito inferior

3 tempo: Rotação interna.
4 tempo: desprendimento cefálico
5 tempo: rotação externa
6 tempo: desprendimento do ovoide córmico

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15
Q

Como se faz o reconhecimento do verdadeiro trabalho de parto?

A

é a colocação do diâmetro bitemporal (7,5cm) no estreito superior

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16
Q

O que acontece no período de expulsao do parto?

A

Expulsão fetal:
Desprendimento cefálico: é a primeira etapa que exige assistência. Devemos ficar atentos para a proteção do períneo.

Desprendimento das espáduas: após a rotação externa devemos ficar atentos para o desprendimento das espáduas. Colocamos a cabeça do feto entre as mãos e, quando posicionado em contato com a margem inferior da sínfise púbica, abaixamos para liberar o deltoide anterior e depois elevamos para liberar o deltoide posterior.

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17
Q

O que acontece no período de dequitação?

A

Terminado o descolamento pratica-se massagem uterina. Pede-se também que a paciente se esforce para facilitar a expulsão da placenta.

- Após a apresentação da placenta é importante rodar a placenta e as membrana para evitar que rompam e para evitar que componentes permanecem na cavidade. 
- Após a expulsão é importante reconstituir a placenta e a câmara âmniocorial.  
- Quando ocorre o descolamento do centro para a periferia a placenta sai pelo lado fetal e isso causa um sangramento um pouco maior.
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18
Q

o que acontece na primeira hora de Greenberg?

A
  • É importante pois esse é o momento de maior chance de hemorragia. É importante saber que a parturiente se vale de 2 mecanismos de tamponamento: miotamponamento (pela própria contração uterina) e trombotamponamento
  • Além da monitorização, é nessa hora que avaliamos todo o canal e região.
    • Termina com a realização do toque bimanual retal e vaginal para verificar eventuais lesões de reto.
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19
Q

Descreva as fases de trabalho de parto:

A

Fases do trabalho de parto:
Período preparatório: é a fase em que as contrações uterinas se coordenam e preparam o colo uterino para a fase seguinte. Caracteriza-se, portanto, pelo amolecimento e início da dilatação.
Período de dilatação: É nesse momento em que ocorre a dilatação completa do colo. Esse período evolui como uma curva hiperbólica e, por isso, pode ser dividido em 3 outras fases.
Período pélvico: É aqui que ocorre a maior parte dos fenômenos mecânicos do parto, ou seja, a descida e a expulsão.

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20
Q

Na fase puerpaeral, o que acontece com o útero?

A

Involução uterina: o útero regride rapidamente após o parto. Imediatamente após o parto o útero já pesa aproximadamente 1kg e seu tamanho é aproximadamente aquele que encontramos na 20a SG, ou seja, na cicatriz umbilical

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21
Q

O que é apojadura?

A
  1. Apojadura:
    a) Definição: é a chegada do leite.
    b) Momento: Ocorre 3-5o dia de pós-parto. Antes disso o que normalmente temos é colostro. É importante ensinar a pegada e os cuidados com a mama nesse momento.
22
Q

QUal a conduta em hemorragias no terceiro e quarto periodos?

A
4 T's
Tecido
Tônus:  A primeira abordagem deve ser dar ocitocina. Se não funcionar, usamos metilergonovina e depois misoprostol por via retal
Trauma
Trombina
23
Q

O que define a hipertensão gestacional?

A

Hipertensão gestacional é o aumento da PA diagnosticado pela primeira vez durante a gestação e sem evidência de proteinúria

24
Q

O que define a pré- eclâmpsia?

A

A pré-eclâmpsia é o aumento da PA também diagnosticado pela primeira vez durante a gestação, associado a proteinúria e após a 20a SG. Como a conduta na pré-eclâmpsia é totalmente diferente das outras formas de hipertensão, o diagnóstico diferencial é absolutamente necessário.

25
Q

Quais os fatores de risco para pré-eclâmpsia?

A
  • Idade < 20 anos ou > 35
    • Nuliparidade
    • Gestação múltipla
    • Diabetes
    • Doenças da tireoide
    • Doença renal
    • Síndrome do anticorpo antifosfolípede
    • História familiar.
26
Q

QUal a profilaxia para a pré eclâmpsia?

A

d) Prevenção: a única coisa que sabemos que funciona é o uso de AAS em mulheres de alto risco. O uso do cálcio pode ter algum efeito na vasodilatação e, por isso, a sua suplementação é feita.

27
Q

O que seria a síndrome Hellp?

A

Síndrome HELLP: é uma variante da pré-eclâmpsia caracterizada por hemólise, elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia. Está associada com dor no quadrante superior direito, náuseas, vômitos e mal-estar.

28
Q

Qual a conduta em casos de pre- eclâmpsia leve?

A

Resolvemos o parto quando: o colo se torna favorável, IG atinge 40 semanas ou ocorre piora clínica da pré-eclâmpsia.
- Quando o diagnóstico é feito antes de 34 semanas fazemos o uso de corticoide para maturação pulmonar e esperamos o máximo possível para fazer o parto.

29
Q

O que acontece com o hCG na primeira metade da gestação?

A
  • Sobe no início da gestação, apresenta um pico na 12a semana e depois começa a cair.
    • O HCG deve dobrar a cada 48 horas até a 12a SG.
30
Q

QUal o conceito de abortamento?

A

Definição: é a resolução da gestação de forma espontânea ou induzida antes da viabilidade fetal.
- É a perda de conceptos de até 20 SG completas, 500g ou até 16,5cm.

31
Q

QUais as causas de abortamento precoce?

A

Causas:
- Mais de 80% dos abortos espontâneos são precoces.
Cromossomopatias: é o mais comum. Mais de 55% dos abortos no primeiro trimestre estão associados a defeitos no material genético.
Mecanismos auto-imunes
Mecanismos alo-imunes
Fatores endócrinos
Fatores trombofílicos
Fatores uterinos: a incompetência instimocervical é uma delas.
Fatores infecciosos
Fatores ambientais

32
Q

o que o QC de atraso menstrual, dor abdominal e sangramento genital podem indicar?

A

tríade da gravidez ectópica.
Ectópica íntegra: o sangramento é discreto, tem dor em hipogástrico/fossa ilíaca e o útero está amolecido e discretamente aumentado com o colo impérvio. Uma massa anexial pode ser palpável.
Ectópica rota/aborto tubáreo: pode cursar com choque hipovolêmico pelo sangramento. Traz sinais de peritonite, útero amolecido e discretamente aumentado, colo impérvio.

33
Q

Como é feito o diagnóstico da gravidez ectópica?

A
  • No US vemos um endométrio espessado e não vemos saco. O HCG deve estar aumentando. Em 48 horas ele dobra (existe gestação), mas o saco ainda não está presente. Ou seja, o HCG que aumenta sem que consigamos ver o saco fazemos o diagnóstico de gravidez ectópica.
34
Q

Qual a definição de mola hidatiforme?

A

a) Definição: a doença trofoblástica gestacional inclui um grupo de tumores formados pela proliferação anormal de trofoblastos. Esses trofoblastos produzem HCG sendo, portanto, a sua medida quantitativa esclarecedora no diagnóstico. As molas hidatiformes são esses tumores que possuem vilos.

35
Q

QUais os tipos de mola hidatiforme?

A

Completa: é a mola 2n, ou seja, é a que recebeu 2 materiais genéticos do pai e nenhum da mãe. Nesses casos o útero fica muito grande para a idade gestacional e o HCG é estourado.
Parcial: é o 3n, ou seja, recebeu 2 do pai e 1 da mãe. O útero fica pequeno para a idade gestacional.
 Normalmente o diagnóstico é feito em uma gestação com HCG muito alto, mas não evolutiva.

36
Q

Qual a conduta em relação a mola hidatiforme?

A

Conduta: devemos esvaziar a mola, mas continuar com um seguimento para evitar que a mola se torne um tumor maligno. Isso é feito com a dosagem semanal de HCG até 3 meses. Depois fazemos mensalmente por 6 meses. Além disso é importante fazer a contracepção hormonal.

37
Q

Qual o risco para a mae se a implantação do zigoto for baixa?

A

Quando a implantação e, portanto, a futura formação da placenta ocorre adjacente ou sobre o orifício interno do colo. É a principal causa de sangramento (de início e fim súbitos) no 3o trimestre. Ou seja, o ovo se implanta no segmento baixo do útero.

38
Q

COmo é feito o diagnóstico da implantação do zigoto em placenta baixa?

A

Feito pela história, sendo confirmado por US.
- Pode ser interessante fazer o diagnóstico pela imagem antes dos sangramentos começarem. Porém, para isso o US deve ser feito após 30 SG. Isso pois placenta até essa etapa ainda pode corrigir essa posição. Pelo US também conseguimos ver se existe ou não acretismo.

39
Q

Além da implantação baixa do zigoto, qual outro motivo é responsável por abortamentos na segunda metade da gestação? Descreva o QC.

A

Descolamento prematuro da placenta.
: é o descolamento prematuro da placenta normalmente implantada na parede uterina após pelo menos 20 semanas de gestação. Ocorre a formação de um coágulo retro-placentário, causando um desprendimento da placenta.

Quadro clínico:
- A maior parte dos casos vai se apresentar com a tríade clássica: sofrimento fetal, contrações uterinas (dor) e sangramento vaginal

40
Q

Descreva a Fisiopatologia do sofrimento fetal.

A
  • Tudo se inicia com uma insuficiência placentária. Essa insuficiência leva um déficit respiratório/nutritivo.
    • O déficit respiratório leva a uma queda da pO2, enquanto do déficit nutritivo restringe o crescimento fetal.
    • Como consequência, o sistema circulatório fetal responde com a chamada centralização da circulação fetal (também chamado de sofrimento fetal compensado ou hipóxia compensada). Por ela, o feto leva o sangue para o SNC, o coração e adrenal em detrimento dos rins e de alguns outros órgãos (o que justifica o oligoâmnio que pode cursar junto).
    • Quando esse prejuízo é muito grande, o feto evolui com uma descompensação hemodinâmica, levando a hipóxia, acidose e miocardiopatia isquêmica podendo evoluir para óbito.
41
Q

Métodos clínicos para verificar sofrimento fetal:

A

a) Batimento cardíaco (FCF): o feto deve ter uma frequência entre 110-160bpm. Além disso, devemos ser capazes de notar uma aceleração transitória de 15bpm com 15s de duração durante a movimentação. Caso ele não se movimento podemos provocar a movimentação por estimulação mecânica ou sônica e ver se ocorre uma aceleração de 20bpm.
b) Movimento corpóreo fetal (MCF): O parâmetro mais utilizado é aquele que diz que o feto deve ter pelo menos 6 movimentos em duas horas depois da mãe se alimentar. Isso vale a partir de 16-20a SG. É uma forma indireta de avaliar o SNC fetal.
c) Medida da altura uterina: a altura deve crescer com a idade gestacional. Normalmente a altura é muito parecida com a SG. A maior diferença que podemos aceitar é cerca de 4, ou seja, 26cm com 30 SG. Além disso, devemos sempre considerar que o feto pode ter um tamanho normal, porém a bolsa pode ter pouco líquido.

42
Q

DST NA GRAVIDEZ. QUal a importancia do pré-natal no caso de sífilis?

A

Prevenção: a sífilis congênita pode ser prevenida com o rastreamento de todas as gestantes e tratamento daquelas com evidência de infecção. Assim, a melhor forma de prevenção é o pré-natal adequado. As pacientes devem ser re-testadas (especialmente aquelas de alto risco) no terceiro trimestre.

43
Q

Como é feito o diagnóstico da sífilis?

A

d) Diagnóstico laboratorial
Fase primária: o padrão ouro é sempre a visualização do treponema em microscopia de campo escuro. Na fase primária as provas sorológicas podem ser inicialmente negativas, justificando o exame direto.
Fase secundária e terciária: fazemos primeiro o inespecífico e, se positivo, fazemos o teste treponêmico (FTA-ABS). O VDRL é quantitativo e ajuda na avaliação da resposta ao tratamento, diferente do treponêmico.

44
Q

Rastreamento do primeiro trimestre, quais marcadores podem ser obtidos no US?

A

Transluscência nucal: é o principal marcador, além de ter sido o primeiro. É um edema na nuca do feto.
Osso nasal: as crianças com aneuploidias tem um atraso na formação do osso nasal.

45
Q

Qual a definição de prematuridade?

A

a) Definição: não depende do peso, mas exclusivamente da idade gestacional. O parto prematuro (ou pré-termo) é aquele que ocorre antes da 37a SG, ou seja, até 36 semanas e 6 dias, obviamente calculado a partir da DUM.
- Até 20 semanas chamamos de aborto.
- O limite de viabilidade é o tempo gestacional mínimo para que o concepto sobreviva. Obviamente, varia muito com o local em que a assistência é prestada. No Brasil, em média isso está por volta de 26-27 semanas.

46
Q

Cite um indicador laboratorial de prematuridade.

A

Fibronectina: a presença da fibronectina fetal na secreção cérvico-vaginal é muito indicativo. O teste negativo da 90% de certeza de que o parto não ocorrerá nas próximas duas semanas. O grande problema desse teste é que não pode ser feito depois do toque, assim não tem validade se fizermos depois de tocarmos um colo dilatado.

47
Q

O que significa tocólise? o que é utilizado para realizar este processo?

A

Inibição do trabalho de parto (tocólise): de forma geral, essas drogas conseguem inibir o trabalho de parto em 48 horas, tempo suficiente apenas para levar a gestante para um local com estrutura adequada. Nesse período devemos fazer o uso de CE para acelerar a maturação pulmonar (aumenta o surfactante). O CE é a única droga que altera desfecho, além de estabilizar do ponto de vista CV e renal.

- Beta-adrenérgicos (terbutalina) 
- Bloqueadores do canal de cálcio (nifedipina) 
- Antagonista de ocitocina (atosibana)
48
Q

Em que momento a glândula mamária sofre alterações e completa o desenvolvimento?

A

Durante a gestação: é na gestação que a glândula mamária sofre as suas principais modificações. Desde o início da gravidez, o a mama é marcada por intenso processo proliferativo das estruturas epiteliais (ductos e alvéolos).
Durante o puerpério: dentro de 48 horas após o parto os alvéolos já estão distendidos pelo leite.

49
Q

Descreva a sequencia de efeitos da anestesia do mais rápido para o mais lento:

A

Sequência de anestesia: do mais rápido para o mais lento (que exige mais).

- Bloqueio vasomotor: dilata os vasos e aumenta o fluxo para o local
- Bloqueio da temperatura
- Dor lenta
- Dor rápida
- Sensação tátil
- Pressão, propriocepção e paralisia motora.
50
Q

Quais as funções do líquido amniótico?

A

) Funções do líquido amniótico: o feto deve conseguir se movimentar. Além disso, o LA é essencial para o desenvolvimento pulmonar e gastrointestinal (o feto deglute o líquido). Além disso, o saco protege o feto de traumas mecânicos.

51
Q

QUal a definição de polidrâmnio? Quais as causas e tto?

A

é o aumento, no final da gravidez, do volume de LA para mais de 2000ml.

c) Causas:
Maternas: DM mal controlado, gravidez gemelar (lembrar da síndrome de transfusão feto-fetal) e infecções virais congênitas (que também podem dar oligodrâmio).
Fetais:
- Malformações do SNC: anencefalia, hidrocefalia e mielomeningoceles abertas.
- Malformações do TGI: atresias de esôfago e de duodeno.

52
Q

Qual a definição de oligodrâmnio? Quais as causas e tto?

A

Oligohidrâmio:
a) Definição: menos de 300ml de líquido amniótico no momento do parto
b) Causas:
Maternas: vasculopatias como HAS, drogas (principalmente crack) e lúpicas.
Fetais: as causas genitourinárias como agenesia renal, malformações pielocaliciais, estenoses de uretra etc.
c) Tratamento: ao contrário, fazemos a âmnio-infusão (guiado por US pois o risco é, obviamente, muito maior de lesar o feto). Infundimos SF ou ringer lactato 37% novamente até o percentil 50.