Obstetrícia Flashcards
Sangramentos da segunda metade da gestação
Quais são as principais causas das hemorragias da segunda metade da gestação?
Descolamento prematuro de placenta, placenta prévia e rotura uterina.
Quais são fatores de risco para DPP?
hipertensão, idade avançada, multiparidade, etnia negra, trauma (principalmente acidentes automobilísticos), gravidez gemelar (pela distensão uterina), polidrâmnio e tabagismo.
Quando ocorre descolamento prematuro da placenta (DPP)?
Em gestações com mais de 20 semanas.
Qual cuidado devermos ter na hora da retirada da placenta após o parto?
Devemos verificar se os cotilédones estão presentes, pois, se ficaram retidos no útero, podem levar a hemorragias.
Qual a principal causa de sangramento da segunda metade da gestação que cursa com hipertonia uterina e útero lenhoso?
Deslocamento prematuro da placenta
Por que o tabagismo favorece a ocorrência de deslocamento prematuro da placenta?
Porque no tabagismo, ocorre disrupção vascular, ou seja, as arteríolas espiraladas sofrem vasodilatações repetidas, podendo levar à fragilidade vascular, que pode levar a rupturas que formam coágulos e dissecação da placenta na parede uterina.
Quais são as etapas do deslocamento prematuro da placenta?
No início do descolamento, ocorre hemorragia decidual. A partir daí, forma-se um hematoma retroplacentário que aumenta muito rápido e disseca a placenta, perdendo o contato materno. O diagnóstico precisa ser rápido.
Quais são características da DPP?
hipertonia uterina, aumento da frequência de metrossístoles, ação irritativa do sangue sobre a musculatura uterina – hipertonia verdadeira (continua - útero não descontrai) e útero de Couvelaire.
Qual a classificação da DPP ?
A DPP pode ser classificada em grau leve, quando assintomática e com visualização do hematoma; grau intermediário, quando com sinais clássicos e feto vivo; e grau grave, quando causa morte fetal.
Qual o quadro clínico da DPP ?
O quadro clínico da DPP é composto por dor abdominal súbita em pontada, sangramento vaginal escuro, hipertonia uterina (útero lenhoso), trabalho de parto – parto em avalanche, sofrimento fetal, choque hemorrágico e discrasia sanguínea (CIVD). “
O que é o útero de Couvelaire?
O útero de Couvelaire, característico da DPP, é composto por intensa infiltração sanguínea do miométrio, causando hipotonia e sofrimento fetal e hipotonia uterina, pois não tem mais contração após o nascimento do bebê pela impregnação do sangue.
O que leva à CIVD nos casos de DPP?
Desgaste dos fatores de coagulação
Qual a conduta para DPP?
Cesárea urgente.
Qual deve ser o primeiro passo para o tratamento do deslocamento prematuro da placenta?
Amniotomia
Como é realizado o diagnóstico de DPP?
Pode ser clínico, por hipertonia, sangramento vaginal e sofrimento fetal, ou por exames laboratoriais, como coagulograma completo, dosagem de fibrinogênio, produtos da degradação da fibrina e hemograma completo.
Qual dever ser a conduta obstétrica na DPP se paciente instável?
Parto normal ou cesárea
Quais são possíveis complicações maternas da DPP?
Síndrome de Sheehan, que envolve necrose da hipófise anterior pelo sangramento excessivo; anemia; CIVD; dor pélvica e histerectomia.
Qual a definição de placenta prévia?
É toda placenta inserida no segmento inferior do útero após 28 semanas de gestação. Antes disso, pode estar localizada ali, porém há deslocamento.
Qual a classificação da placenta prévia quanto a sua posição?
Em relação ao orifício interno do colo do útero, pode ser centro total, quando cobre totalmente o colo do útero; centro parcial, quando cobre parcialmente o colo do útero; marginal e lateral.
Qual a principal causa de placenta prévia?
Processos cirúrgicos, infecções e curetagens que causaram danos na região baixa do colo do útero, local atrófico onde a placenta se fixa mais profundamente no útero em busca de nutrição. Devido ao tecido superficial ser mais danificado/fibrótico, a placenta não migra.
Qual mecanismo responsável pelo desenvolvimento da placenta prévia?
A placenta prévia ocorre por uma implantação anômala por esgotamento endometrial.
Qual é a principal causa de hemorragia do 3º trimestre ?
Placenta prévia
Em qual grupo de indivíduos há maior chance de desenvolvimento da placenta prévia?
Em mulheres multíparas e em mulheres mais velhas.
Qual o quadro clínico de placenta prévia?
Sangramento indolor, sem causa aparente, insidioso, de coloração rutilante (mais viva), sem fatores desencadeadores identificáveis, de pequena intensidade e que cessa espontaneamente. Ocorre aumento do sangramento com os sucessivos episódios.
Como é realizado o diagnóstico de placenta prévia?
É feito através de USG, que, a partir de 28 semanas, fecha o diagnóstico. Até 28 semanas, a placenta ainda pode migrar e sair da região inferior.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de placenta prévia?
Multiparidade, número de cesárias prévias, gemelares, antecedentes de PP e curetagens prévias
Definição de rotura uterina:
A rotura uterina é definida quando o útero rompe/rasga durante a gravidez.
Quais são são causas de rotura uterina?
Ações externas, como acidentes e versão externa, e ações internas, como versão interna, grande extração, embriotomias e dequitação artificial.
Quanto a localização da rotura uterina pode ser classificada em:
Fúndica, corporal, segmentar e segmento-corporal.
Quais são fatores predisponentes para rotura uterina?
Multiparidade, adenomiose (tumores benignos que fragilizam o útero), infecção puerperal em gestação pregressa e acretismo placentário (placenta trancada/retida no útero - ao se soltar pode trazer parte do miométrio e componentes uterinos que fragilizam o útero). A grande causa é as cirurgias prévias.
Quais são as causas da roturas uterinas durante o parto?
hipercinesias (trabalho de parto muito prolongado e que não evolui, com contrações muito fortes) e traumatismos.
Quais são as causas das roturas uterinas durante a gestação?
Quedas sobre o ventre, acidentes de tráfego, ferimentos por arma branca ou de fogo ou versão externa.
Quais são os principais eventos predisponentes de roturas de útero durante o parto?
Miomas, adenomas e cicatrizes uterinas (cicatrizes de cesáreas anteriores são as principais fragilizadas) - maior fator de risco.
Qual o quadro clínico da rotura uterina?
O quadro clínico da rotura uterina é um evento súbito, com distensão do segmento inferior e visualização de um relevo próximo ao púbis e anel fibromuscular transversal no segmento inferior (sinal de Bandl), e retração e hipercontração dos ligamentos redondos (sinal de Frommel).
Definição do Sinal de Brandl:
Presença de anel de constrição patológico
Definição do sinal de Frommel:
Observado pela palpação do ligamento redondo retesado
Qual o formado do útero em iminência de rotura uterina ?
Ampulheta
Quando ocorre o sinal de Clark?
Na rotura uterina, o sinal de Clark ocorre quando há entrada de ar do canal vaginal para o útero, que sai pela laceração uterina e, por sua vez, se aloja no subcutâneo.
Qual deve ser a conduta diante de uma rotura uterina?
A conduta envolve laparotomia de urgência, histerorrafia, com preservação do útero quando possível, histerectomia subtotal e reparo dos órgãos acometidos.
Quais devem ser as medidas de prevenção da rotura uterina?
Qualidade da cicatriz uterina durante a cesariana, evitar rafias isquemiantes, evitar interposição de serosa ou mucosa entre as bordas do miométrio e cuidados com os indutores de parto muito prolongados e com a presença de fatores de risco (cicatrizes uterinas prévias).
Definição de acretismo placentário:
Aderência anormal da placenta ao miométrio
Qual o principal fator de risco para o desenvolvimento de acretismo placentário?
Cesárias anteriores
Qual dever ser a conduta de parto frente a um acretismo placentário?
Via: cesárea/ quando: 36 semanas até 36 + 6 dias
Definição de placenta acreta:
Quando as vilosidades penetram mais profundamente no endométrio, até a camada esponjosa.
Definição de placenta increta:
Quando as vilosidades penetram até o miométrio.
Definição de placenta percreta:
Quando as vilosidades alcançam a serosa.
Definição de “Vasa Prévia” :
São vasos que posicionam-se entre a apresentação e o orifício interno do colo.
Qual o diagnóstico da “Vasa Prévia” ?
USG com Doppler, ou inserção da placenta durante o pós parto