Micoses causadas por fungos oportunistas Flashcards

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1
Q

Importância dos fungos oportunistas

A
  • Encontram-se no solo, água, ar, plantas
  • Contaminantes
  • Comensais
  • Podem causar infeções no Homem
  • Infetam pessoas com algum tipo de disfunção — agentes patogénicos oportunistas
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Q

Pacientes mais frequentemente sujeitos às infeções oportunistas

A
  • Portadores de neoplasias, hempatias
  • Transplantados; diabéticos
  • Politraumatizados: sondas, cateteres, máscaras de reanimação
  • Submetidos, durante longo período de tempo: antibióticoterapia, corticóidoterapia, quimioteráicos
  • Queimados ou com traumas
  • SIDA
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3
Q

Papel do fungo no hospedeiro?

A
  • Fungo contaminante ou um comensal normal?
  • Fungo oportunista que causa uma infeção?

Passos a seguir:
» Provar que o fungo é o causador da patologia observada, consistente com uma infeção micótica
» Devem observar-se estruturas do fungo no material biológico recolhido
» O fungo deve ser isolado do material biológico de preferência a partir de isolados múltiplos
» A morfologia do fungo deve ser consistente com os sintomas observados
» Crescer o fungo em cultura para ser corretamente identificado

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4
Q

Infeções oportunistas relevantes

A
  • Zicomicoses (Mucormicoses)
  • Aspergilose
  • Hialo-hifomicoses
  • Feo-hifomicoses
  • Pneumocistose
  • Histoplasmose
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5
Q

Zigomicoses

A

Infeções causadas por membros da classe Zygomycetes
Pertencentes a duas ordens:
- Mucorales - Mucormicoses (podem causar patologias graves especialmente nos doentes severamente imunodeprimidos)
- Entomophtorales - Entomophtoromicoses (fungos parasitas de animais de sangue frio que podem causar infeções subcutâneas crónicas, especialmente em países tropicais)

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6
Q

Principais características dos zigomicetes

A
  • Três géneros principais: Absidia, Mucor, Rhizopus
  • Géneros mais raros: Cunninghamella, Syncephalastrum
  • Filamentos micelianos irregulares, largos e não septados (cenocíticos) ou raramente ceptados
  • Os esporos assexuados formam-se no interior dos esporângios
  • Com ou sem rizóides
  • A forma do esporângio, dimensão do esporangióforo e se este é ou não ramificado ➝ classificação dos géneros/espécies
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7
Q

Mucormicoses

A
  • Causadas por fungos da Ordem Mucorales
  • Infeções rinocerebrais, pulmonares, gastrointestinais, cutâneas ou disseminadas
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8
Q

Mucormicoses — Epidemiologia

A
  • Fungos cosmopolitas
  • Fungos saprófitas do solo e de numerosos substratos, tais como frutos, cereais, etc.
  • Os esporos produzidos com grande abundância dispersam com facilidade
  • São isolados com frequência da pele ou das fezes como simples contaminantes
  • Em alguns casos, provocam infeções com mau prognóstico
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9
Q

Mucormicoses — Clínica e Patologia

A

Mucormicose rinocerebral - é a forma clínica mais frequente; os esporos podem germinar na mucosa nasal e o fungo invade progressivamente o sinus, órbitas e lobos frontais; pode ocorrer em diabéticos e doentes com linfomas, leucemia
Mucormicose pulmonar- os esporos penetram os alvéolos pulmonares por inalação; invadem pulmões por via hematogénea; pode ocorrer em doentes de leucemia, tratamentos prolongados com glucocorticóides
** Mucormicose gastrointestinal -** mais frequente em África (crianças malnutridas), causa lesões gastrointestinais com ulceração necrótica podendo conduzir a perfuração gástrica
Mucormicose disseminada ou sistémica - frequente em doentes ID. Inicia-se pela forma pulmonar que se dissemina a todos os órgãos
Mucomicose cutânea - grandes queimados ou politraumatizados com vastas áreas de pele queimada e “arrancada”; lesões eritematosas e nodulares ➝ necrose

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10
Q

Mucormicoses — Diagnóstico micológico

A
  • Colheitas: aspirados, lavados bronco-alveolares, biópsias de pele, etc.
  • Exame direto ou histopatologia:
    » Muito importantes uma vez que a presença de filamentos característicos dos Mucorales deve ser imediatamente comunicada ao clínico
    » Dada a gravidade destas infeções o tratamento deve ser o mais precoce possível
    » Após coloração podem observar-se filamentos curtos, irregulares, largos, não septados com ramificações em ângulo reto; excecionalmente podem observar-se esporângios e esporangiósporos nas lesões
  • Cultura:
    » A cultura permite identificar o fungo em cause. Os Mucorales crescem muito rapidamente a 37ºC num meio sem actidiona
    » Morfologia macroscópica (cultura)
    » Morfologia microscópica (das estruturas do fungo)
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11
Q

Mucormicoses — Terapêutica

A
  • Remoção do tecido necrótico infetado
  • Administração de elevadas doses de anfotericina B (antifúngico)
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12
Q

Aspergilose

A

Infeção micótica com diversas localizações, causada por algumas das espécies do género Aspergillus, agentes oportunistas por excelência, podendo provocar quadros clínicos polimorfos no homem e em animais

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13
Q

Aspergilose — Agente causal

A
  • Diversas espécies do género Aspergillus
  • Existem cerca de 200 espécies das quais menos de 20 causam doença em humanos
  • Espécies mais frequentemente associadas à doença: A. fumigatus, A. flavus
  • Espécies menos comuns: A. niger, A. terreus
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14
Q

Aspergilose — Epidemiologia

A
  • Distribuição mundial
  • Os agentes etiológicos da aspergilose são ubíquos: ar dos ambientes interiores, exteriores, água, comida, pó
  • Inalação dos esporos — modo de infeção nos humanos
  • Infeção depende de fatores do hospedeiro (estado imunitário)
  • Pode provocar quadros clínicos diversos no Homem e animais
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15
Q

Aspergilose invasiva

A

Grave problema em diversos grupos de doentes imunodeprimidos

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16
Q

Aspergilose — Clínica

A
  • Muito diversa
  • Aspergilose cutânea (otomicose, onicomicose)
  • Sinusite aspergilar
  • Aspergiloses imunoalérgicas
  • Micotoxicoses
  • Aspergiloma ou bola fúngica
  • Aspergilose pulmonar invasiva
17
Q

Aspergilose pulmonar invasiva

A
  • Ocorre em indivíduos imunodeprimidos
  • Focal (pulmões) ou difusa
  • Em doentes de cancro neutropénico ou transplantados, é frequente a disseminação hematogénica para outro órgãos distantes
  • SNC mais frequente local de invasão secundária
  • Apresentação clínica variada e diagnóstico difícil (ex.: neutropenia prolongada; febres elevadas que não respondem a tratamento antibacteriano; ausência de febre e dor no peito, tosse não produtiva)
18
Q

Aspergilose — Diagnóstico

A
  • Colheitas repetidas
  • Exame direto
  • Cultura (meio de sabouraud com e sem actidiona); a actidiona inibe o Aspergillus, no entanto se o fungo for patogénico é capaz de crescer em meio com actidiona em 4-5 dias
  • Pesquisa de anticorpos/antigénios
  • Identificação (cultura):
    » Conidióforo
    » Forma da vesícula
    » As fiálides; presença ou ausência de métulas
    » Forma dos conídios
    » A cabeça aspergilar no seu conjunto
19
Q

Aspergilose — Terapêutica

A
  • Instituída de acordo com o quadro clínico: Anfotericina B, Voriconazol (antifúngico)
  • Diagnóstico precoce ➝ sucesso na terapêutica
20
Q

Hialo-hifomicoses

A

Infeções sub-cutâneas ou profundas, que ocorrem tanto no Homem como em animais
- Causadas por cerca de 40 espécies de fungos hialinos filamentosos, septados
- Estes fungos causam patologias especialmente em doentes ID

21
Q

Hialo-hifomicoses — Agentes causais

A
  • Mais frequentes são: Fusarium, Penicilium, Acremonium, Geotrichum, Paecilomyces, Scopiulariopsis e Trichoderma
  • São isolados do solo e de vegetais em decomposição, parasitando vegetais e insetos
  • Inalação de esporos do ar e de água contaminada (menos frequente)
22
Q

Hialo-hifomicoses — Clínica

A
  • Quadro clínico variado: queratitese úlceras da córnea, endoftalmites, osteomielites, artrites
  • Lesões cutâneas apresentam-se como nódulos e úlceras
  • Endocardite, meningite, abcessos focais do cérebro; quadros mais extensos em ID
  • Nome da patologia relacionado com a espécie infetante
23
Q

Hialo-hifomicoses — Diagnóstico

A
  • Exame direto em amostras seriadas
  • Exame cultural
24
Q

Penicilioses

A

Espécies amplamente distribuídas na natureza (Ex.: Penicilium marneffei)
- Matéria orgânica em decomposição e solo
- Dimórfico
- Alta letalidade
- HIV positivo (+)
- Infeções bronco-pulmonares (mais frequente)

25
Q

Fusarioses

A

Fusarium sp. (F. solani, F. oxysporum e F. moniliforme)
- Saprófitas — solos, água, plantas
- Tecidos superficiais e profundos
- Queratites (relativamente frequentes)
- Onicomicoses (mais raras)
- Infeções cutâneas em grandes queimados
- Fusarioses disseminadas (em ID)

26
Q

Feo-hifomicoses

A

Infeções oportunistas, de origem exógena, causadas por várias espécies de fungos demaciáceos dispersos na natureza
Agentes etiológicos com maios importância médica: Alternaria, Culvularia, Exophiala, Phialophora

27
Q

Feo-hifomicoses — Clínica

A
  • Lesões subcutâneas - ocorrem por inoculação direta após trauma, cortes ou ferimentos contaminados com terra ou vegetais; lesões mais frequentes nos braços e pernas; mais raramente nas nádegas, no pescoço e na face; formadas pro nódulos subcutâneos
  • Infeção paranasal - forma mais comum da micose; sinusite progressiva confinada de início aos seios paranasais, podendo expandir-se para a região orbitária ou do cérebro (IC, ID)
  • Infeção cerebral - rara, originada a partir de uma infeção pulmonar ou a partir da infeção paranasal; quadro de cefaleia, febre baixa e sinais neurológicos variados (ID)
  • Infeção disseminada - coração, pele, cérebro e rins; quadro clínico semelhante à Aspergilose invasiva (ID)
28
Q

Feo-hifomicoses — Diagnóstico

A
  • Exame direto (pele, LBA, aspirados e secreções); observação de hifas septadas demaciaceas
  • Cutura
  • Exame histopatológico (cortes de tecidos)
29
Q

Feo-hifomicoses — Terapêutica

A
  • Remoção cirúrgica (formas subcutâneas)
  • Anfotericina B; Itraconazole
30
Q

Pneumocistose — Agente etiológico

A

Pneumocystis jirovecii:
- Controvérsia quanto À natureza do microrganismo ➝ anteriormente considerado protozoário
- Análises ioquímicas e genéticas classificam-no como fungos
Fungo atípico:
- Células unicelulares (trofozoítos); quistos (asco com esporos)
- Composição da parede e membrana celular difere da maioria dos fungos ➝ consequentemente resistentes a muitos antifúngicos
- Apresentam variação antigénica
Distribuição ubíqua:
- Disperso por animais (cães, gatos, cavalos, roedores)
- Inalação de esporos para os pulmões
- Infeção é assintomática e geralmente eliminada ao fim de 1 ano
- Fungo oportunista causador frequente de infeção nos imunodeprimidos ➝ pneumonia severa — pneumocistose

31
Q

Pneumocistose — Diagnóstico e Tratamento

A

Diagnóstico:
- Difícil
- Lavado bronco-alveolar (histopatologia)
- Broncoscopia
- Raios-X
Tratamento: Cotrimoxazole

32
Q

Histoplasmose disseminada

A

Micose causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum, adquirido por inalação de propágulos fúngicos
- Sintomatologia variada, podendo acometer primariamente os pulmões
- Outros órgãos são afetados, evoluindo para forma disseminada (linfo-hematogénica)
- Forma mais comum em pacientes com SIDA

33
Q

Histoplasmose disseminada — Diagnóstico e Terapêutica

A

Diagnóstico:
- Histopatologia (mat. de biópsia)
- Cultura/hemocultura (4-8 semanas)
Terapêutica: Anfotericina B (+ Itraconazol); Tratamento prolongado

34
Q

Outras infeções micóticas oportunistas:

A
  • Candidose oral, exofágica e sistémica (HIV)
  • Criptococose
  • Coccidioidomicose (infeção pulmonar aguda)