Leveduras — Candidoses e Criptococose Flashcards

1
Q

Leveduras

A
  • Fungos unicelulares
  • Anaeróbias facultativas — permite o crescimento numa variedade de ambientes:
    » oxigénio disponível — respiração aeróbia
    » oxigénio não disponível — fermentação de carboidratos, com produção de etanol e dióxido de carbono
  • São classificadas de acordo com os critérios :
    » morfológicos. características das células vegetativas, modo de reprodução vegetativa
    » fisiológicos
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2
Q

Características morfológicas — Células vegetativas

A
  • Morfologia das leveduras — redondas, ovais, elipsóides, …
    » a forma e dimensões podem variar dependendo da estirpe numa mesma espécie
  • Meio de cultura (cor, textura, superfície)
  • Filamentação, pseudofilamentação
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3
Q

Características morfológicas — Tipos de filamentação

A
  • Verdadeira filamentação:
    » crescimento contínuo da levedura através da sua extremidade
    » as paredes do filamento são paralelas
    » os septos surgem secundariamente para separar todos os artículos
    » cada artículo tem dimensão idêntica aos outros, com exceção do último que tem comprimento superior
    » podem haver ramificações
  • Pseudofilamentação:
    » sucessão de “gémulas” alongadas produzidas em cadeias ramifiadas
    » cada gémula pode alongar-se sem se destacar da célula mãe e das gémulas precedentes
    » as paredes formadas não são paralelas
    » não há formação de verdadeiros septos, mas antes de constrições entre cada gémula
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4
Q

Características morfológicas — Modo de reprodução vegetativa

A
  • Gemulação: modo de reprodução mais frequente. Surge uma evaginação num ponto da célula mãe, que cresce e se separa
  • Fissão: forma-se um septo ao longo do eixo da levedura
  • Astrósporos: esporos formados pela desarticulação da hifa de fungos filamentosos ou leveduras
  • Blastosporos e blastoconídios: esporos formados por brotamento ou gemulação
  • Formação de tubo de germinação (característico de Candida albicans)
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5
Q

Características morfológicas — Clasmidoconídios ou clasmidosporos

A
  • Têm função de resistência
  • Células geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quais se concentra o citoplasma
  • Localização no micélio, pode ser apical ou intercalar
  • Forma-se em condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico
  • São produzidos por Candida albicans e Candida dubliniensis
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6
Q

Características fisiológicas

A

As leveduras obtêm a energia de que necessitam por oxidação ou fermentação de determinados compostos azotados, carbonados ou outros
- Utilizado na identificação bioquímica das leveduras

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7
Q

Características fisiológicas — Compostos azotados

A
  • Assimilação do nitrato de potássio
  • Hidrólise da ureia — ainda que as leveduras sejam todas capazes de utilizar baixas concentrações de ureia como composto azotado, a maioria não tem a capacidade de hidrolisar fortes concentrações (exceção de Cryptococcus ou Rhodotorula)
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8
Q

Características fisiológicas — Compostos carbonados

A
  • Assimilação dos açúcares
  • Fermentação dos açúcares
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9
Q

Características fisiológicas — Redução do tetrazólio

A
  • Algumas leveduras têm a capacidade de reduzir os sais de tetrazólio e de os transformar num composto corado, o formazan que, incorporado na levedura irá colorir a colónia (ex.: C. tropicallis passa a violeta; C. albicans — permanece praticamente branca)
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10
Q

Características fisiológicas — Resistência à cicloheximida (actidiona)

A
  • Antifúngico que impede o crescimento de fungos contaminantes em meio de Sabouraud preparado com este AF. Algumas leveduras são sensíveis, e outras, tais como C. albicans são resistentes
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11
Q

Características fisiológicas — Atividade da fenoloxidase (enzima)

A

Crescimento a 37ºC (verificação do seu poder patogénico)
Nas análises micológicas para identificação de leveduras, os critérios de identificação são morfológicos e fisiológicos; É indispensável associar os dois. A identificação destes critérios permite identificar Género/Espécie

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12
Q

Candidoses

A

Agente etiológico: Candida sp.
- Leveduras do género Candida — mais frequentes em patologia humana
- Flora endógena comensal do Homem (ex.: pele, mucosas do trato gastrointestinal, orofaringe e vaginal) em cerca de 80% de indivíduos saudáveis sem evidência de doença
- Espécies reconhecidas como agentes patogénicos humanos: C.albicans — mais importante e prevalente; C. glarata; C. parapsilosis; C. tropicalis; C. guillermondii*; C. Krusei; C.dubliniensis
Candidoses superficiais: infeções locais de membranas mucosas
Infeção/Candidose focal invasiva: invasão de um órgão (aguda ou crónica)
Candidose disseminada (candidémia): disseminada em vários órgãos
Resposta imune é um importante determinante do tipo de infeção

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13
Q

Candidoses superficiais

A
  • Candidose cutânea
  • Candidose orofaríngea
  • Candidose genital
  • Candidose esofágica (Esofagite)
  • Candidose mucocutânea crónica
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14
Q

Candidose Cutânea

A
  • Inclui candidose intertriginosa, periónica e das pregas
  • Ocorre preferencialmente em:
    » regiões interglúteas — extensão de vulvovaginites
    » regiões sujeitas à sudação excessiva e maceração
    » regiões infra-mamárias, axilares, inguinocrurais, suprapúbiana
    » pessoas obesas, alcoólicos, diabéticas e crianças que usam fralda
    Clínica:
  • Lesões eritematosas, húmidas, com bordos mal definidos e escamosas, formadas por vesículas que se rompem
  • Interdigitais: fissura central, circundada por pele macerada, desprendida e esbranquiçada
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15
Q

Candidose orofaríngea

A
  • Infeção comum
  • Hospedeiros: crianças, adultos mais velhos, pacientes tratados com antibióticos, estados de imunidade celular deficitária
    » Crianças — “sapinhos”
  • C. albicans e C.dubliniensis v pacientes HIV positivos
  • Candidoses bucais e peribucais são as mais frequentes
    Clínica:
  • Pequenas pápulas brancas, confluentes, aderentes (camada cremosa, que pode cobrir o palato, língua e faringe)
  • Cantos da boca podem ser atingidos — boqueira, espessamento e fissuração da mucosa
  • Por vezes assintomática
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16
Q

Candidose genital

A
  • Hospedeiros: mulheres (mais frequente), homens
  • Aproximadamente 85% dos casos por C.albicans e 5-10% por C. glabrata
  • Fatores de risco:
    » Associado a aumento de níveis de estrogénio
    » Antibióticos, corticosteróides
    » Diabetes mellitus, infeção HIV
    » Utilização de dispositivos intrauterinos
    Clínica:
  • Na mulher - prurido de grau variável e corrimento esbranquiçado, abundante e floculoso
  • No homem - eritema, mais ou menos pruriginoso, pequenas pústulas no sulco balanoprepucial, corrimento mais ou menos abundante (Balanite). Pode haver extensão às virilhas e à região perianal
17
Q

Candidose esofágica

A
  • Forma rara
  • Observada em imunodeprimidos
  • Diagnóstico por endoscopia, biopsia e consequente cultura
18
Q

Candidose mucocutânea crónica

A
  • Infeções superficiais crónicas que podem atacar a pele, as unhas e as mucosas orais
  • Infeções raras, por vezes em associação com dermatofitoses
  • Em recém-nascidos: candidose cutânea congénita
  • Acompanhada de ID celular
19
Q

Candidose focal invasiva

A
  • Invasão de um órgão (aguda ou crónica)
  • Formas de candidose:
    » Faringites, amigdalites, gastrites, queratites, uretrites, otites e quadros pulmonares
20
Q

Candidose disseminada (candidémia)

A
  • Disseminada em dois ou mais órgãos não-contíguos
  • Dispersão hermatogénea
  • Cultura de sangue positiva
  • Fatores de risco:
    » Inerentes ao hospedeiro (imunossupressão, baixo peso em bebés pré-termo)
    » Relacionados com cuidados de saúde (cateterização intravascular (líquidos contaminados), procedimentos cirúrgicos, hemodiálise, etc.)

Manifestações clínicas bastante variáveis e não específicas:
- Febre, lesões cutâneas, etc.
- Cardíaca, digestiva, respiratória, hepática, etc.
- Síndrome de sépsis

21
Q

Tipos de Candida

A

Candida parapsilosis - infeções sistémicas (cateteres), bebés prematuros, equipamento prostético contaminado
Candida tropicalis - infeções invasivas — neoplasias, neutropénicos e transplantados de MO
Candida glabrata - consequência de terapêutica ou profilaxia fluconazol. Transplantes de medula óssea. Cirurgia. Uso de cateteres urinários ou vasculares. Neutropenia
Candida krusei - resistência à terapêutica com azóis constitui um desafio para os clínicos

22
Q

Diagnóstico Laboratorial Candidose

A

Diferenciação: Colonização x Doença
- Grande número de leveduras
- Exibição de características de invasividade (pseudo-hifas e/ou hifas)
- Associação com as características clínicas
- Associação com a imunidade/ uso de medicamentos
Amostras clínicas:
- Escamas, pele, unhas, exsudado de mucosas, fluxo vaginal, biópsias, secreções, urina, líquido cefalorraquidiano, pleural e peritoneal, sangue, medula óssea
Exame micológico direto: observação direta com KOH e esfregaço corado
Cultura:
- Saberoud + clloranfenicol (obtenção de culturas puras)
- Pseudomicélio ou verdadeiro micélio (colónias com 8-15 dias)
- Identificação das espécies:
» Testes bioquímicos (galerias de identificação)
» Meios específicos para Candida sp.
» Indução de clamisdósporos terminais em meios pobres
PCR

23
Q

Diagnóstico micológico Candida albicans

A

Exame macroscópico:
- Saberoud — colónias brancas, aspeto cremoso, superfície lisa e brilhante
- Existem meios comerciais que permitem a identificação de C. albicans
Exame microscópico:
- Células redondas ou ovais; gemulação; em colónias com 8-15 dias; pseudomicélio ou verdadeiro micélio
Teste de formação de tubo germinativo-blastese
Galerias de identificação rápida (ID-32)

24
Q

Terapêutica Candidose

A

Diferentes formas de candidose: medicação tópica com derivados imidazólicos (ketoconazol, fluconazol, …) e sistémica; nistatina
Candidose disseminada: Anfo B, derivados azólicos (Fluconazole, Itraconazole, Voriconazole), remoção dos fatores predisponentes

25
Q

Criptococose

A

Agente etiológico: levedura encapsulada (polissacárida) — Cryptococcus sp.
Espécies reconhecidas como agentes patogénicos humanos:
- C. neoformans var. neoformans (serotipos A e D) (cosmopolita)
- C. neoformans var. gatti (serotipos B e C) (regiões tropicais)
Encontra-se na natureza

26
Q

Transmissão Criptococose

A
  • Inalação (leveduras do meio ambiente)
  • Inoculação traumática
  • Homem-Homem — tecido de transplante contaminado
  • Zoonótica (fezes de pombos, vegetais e frutos em decomposição e eucaliptos (var. gatti))
27
Q

C. gatti

A
  • Curso clínico mais prolongado com maior morbilidade e mortalidade
  • A infeção requer terapia antifúngica prolongada
  • Está associada a sequelas neurológicas e intervenções neurocirúrgicas
  • Afeta principalmente pacientes imunocompetentes
28
Q

C. neoformans

A
  • Pacientes imunocomprometidos (transplantados, HIV/SIDA)
  • Febre e infeção disseminada
  • Micose oportunista
29
Q

Quadro clínico Criptococose

A

Fase assintomática: sem sinais e sintomas; Com provável comprometimento pulmonar
Fase sintomática:
- Quadro pulmonar (sinais e sintomas de gripe, dor torácica e febre
- Meningoencefalite (envolvimento do SNC)
- Forma cutânea (lesões variáveis)
– Forma disseminada

30
Q

Neurocriptococose (acometimento do SNC)

A
  • Líquor: excelente para meio de cultura
  • Quadro clínico com duração variável (semanas ou meses), com períodos alternados de exacerbação e remissão
  • Meningoencefalite: comprometimento cerebral difuso associado com meningite
31
Q

Criptococose — forma disseminada

A

A partir de foco pulmonar ou do SNC:
- Vias de disseminação: sanguínea (principal) e linfática
- Fígado, rins, baço, gânglios linfáticos, suprarrenais, pele e ossos

32
Q

Diagnóstico laboratorial (Criptococose)

A
  • Exame direto (observação de leveduras redondas com cápsula-tinta da China)
  • Serologia
  • Cultura (48-72h; 30-35ºC)
  • APIs
  • Serotipagem (4 serotipos A-D)
33
Q

Terapêutica (Criptococose)

A
  • Anfotericina B (tratamento de escolha para as infeções do CNS)
  • Anfotericina B + F-Fluritosina
  • Fluconazol