Infeções micóticas superficiais, cutâneas e subcutâneas Flashcards

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1
Q

Micoses superficiais e cutâneas

A

Limitadas às camadas externas da pele, unhas, cabelo e membranas mucosas (com ou sem invasão)
- Cosmopolitas (afetam milões de indivíduos)
- Facilmente diagnosticáveis
- Respondem bem ao tratamento
- Infeções mais comuns: dermatofitoses, pitiríase versicolor, candidose superficial

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2
Q

Micoses estritamente superficiais

A
  • Não invadem tecidos vivos e, por isso, não há resposta imunitária celular
  • Não há desconforto físico

Os fungos podem invadir:
- Estrato córneo — Pitiríase versicolor; Tinea negra
- Cutícula do cabelo — Piedra branca; Piedra negra

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3
Q

Pitiríase vesicolor

A

Infeção estritamente superficial e a infeção fúngica mais comum causada por uma levedura lipofílica.

Epidemiologia:
- Distribuição mundial, mas mais prevalente nas regiões tropicais e subtropicais (> humidade e calor)
- Mais frequente nos meses de Verão
- 1-4% população adulta

Transmissão através de contacto inter-humano ou roupa contaminada
Prevalência da colonização da pele por estes fungos depende da idade do local anatómico e talvez da raça
Agente causal: são consideradas 7 espécies do género Malassezia, baseadas em estudos morfológicos, fisiológicos, ultraestruturais e genético, no entanto, a M. furfur é a mais comum

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4
Q

Malassezia furfur

A

Levedura que faz parte da flora cutânea normal do Homem. Uma proliferação excessiva desta levedura leva à pitiríase vesicolor
- Forma hifas pequenas que existem em grande quantidade
- Lipofílica — encontra-se frequentemente nas zonas mais ricas em glândulas sebáceas, mas também nas orelhas e narinas
Torna-se patogénica sob a influência de diversos fatores:
- A humidade gerada pelo aumento da transpiração
- Influências hormonais (gravidez, etc.)
- Aparentemente um predisposição genética

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5
Q

Malassezia furfur — Manifestações clínicas, Diagnóstico e Terapêutica

A

Manifestações clínicas:
- Lesões cutâneas hiperpigmentadas (moléculas descamativas de cor variável)
- Sem prurido
- Podem cobrir grandes áreas do tronco e membros
- Podem evoluir para micoses sistémicas (HIV/SIDA)

Diagnóstico:
- Exame direto — escamas epidérmicas obtidas por raspagem e tratadas com KOH a 10% ou colagem de fita-cola nas zonas descamativas; observação microscópica. O hidróxido de potássio é muito utilizado para a visualização e identificação de fungos
- Culturas — cultura de escamas em meios especiais (com lípidos)

Terapêutica:
- Diversos tratamentos tópicos (shampoos, loções, cremes): sulfito de selénio, cetoconazole (Imidazol)
- Maioria dos pacientes responde ao tratamento tópico e existe > 50% de recaídas no espaço de 12 meses
- Tratamento oral só indicado em casos de lesões extensas, sem resposta a tratamentos tópicos

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6
Q

Tinha negra (Tinea nigra)

A

Infeção superficial localizada na camada córnea da palma das mãos. Pequenas lesões papulosas de coloração castanha ou negra
Agente causal: Exophiala werneckii, uma saprófita de vida livre
Prevalência: regiões tropicais e sub-tropicais. Frequente na Índia
Diagnóstico: exame direto e cultura

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7
Q

Piedras

A

Micoses nodulares dos pelos e dos cabelos; fungo localiza-se na parte aérea e livre da haste do pelo
- Prevalência em regiões subtropicais temperadas de todo o Mundo
Diagnóstico: exame direto e cultural para visualização do agente causal
Agentes causais:
- Piedra branca — Trichosporon beijelii
- Piedra negra — Piedraia hortae

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8
Q

Infeções cutâneas — Dermatofitoses (dermatomicoses)

A

Infeções da pele, unhas e cabelos; mais comuns nas doenças de pele
- Fungos filamentosos septados com capacidade de colonizar superfícies queratinizadas
- Só raramente colonizam os tecidos profundos
- Autolimitadas; Período de incubação curto
- A zona mais ativa e em proliferação nas dermatocitoses é a periférica, região onde fungo está mais ativo
- Nome comum: Tinha

Apresentação clínica depende:
- Local de infeção
- Resposta imunológica
- Espécie infetante

Agentes causais: Trycophyton, Microsporum e Epidermophyton

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9
Q

Trichophyton tonsurans

A
  • Hifas bastante ramificadas, irregulares, septos numerosos
  • Microconídios abundantes e de forma e tamanho variado
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10
Q

Grupos Epidemiológicos

A
  • Geofílicos — habitam os solos; algumas espécies causam infeções nos animais e Homem após contacto com o solo (ex.: Mycrosporum gypseum)
  • Zoofílicos — parasitas primários dos animais; infeções podem ser transmitidas ao Homem após contacto com o hospedeiro animal (ex.: Mycrosporum canis)
    » Contacto direto: do animal com as pessoas
    » Contacto indireto: contacto com os esporos deixados pelo animal infetado na mobília, tapetes, etc.
  • Antropofílicos — parasitas primários do Homem e raramente infetam os animais (ex.: trichophyton rubrum, Epidermophyton floccosum). Contágio inter-humano
    » Direto: de pessoa a pessoa
    » Indireto: contacto com os esporos deixados pelo paciente infetado (meias, sapatos, escovas, instrumentos de manicura, pavimentos de balneários, etc.)
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11
Q

Tipos de tinha

A
  1. Tinha da cabeça (Tinea capitis)
  2. Tinha do corpo (Tinea corporis)
  3. Tinha dos pés (Tinea pedis)
  4. Tinha inguinal (Tinea cruris)
  5. Tinha das unhas (Tinea unguium)
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12
Q

Tinha da cabeça (Tinea capitis)

A

Agente causal: espécies antropofilias de Microsporum e Trichophyton (mais frequentes), no entanto, as espécies variam de região para região
Infeções do cabelo e pele do couro cabelouro — endotrix/exotrix:
- Endotrix — quando os esporos se encontram dentro e fora do pelo
- Exotrix — os esporos situam-se apenas no exterior do pelo
Epidemiologia: distribuição mundial; mais prevalente em África, Ásia e Europa do Sul e de Leste (endémica em muito países)
- Contagiosa
- Mais frequente no sexo masculino
- Mais prevalente entre 6-10 anos
Manifestações clínicas:
- Variadas, nomeadamente uma ligeira descamação, perda de cabelo
- Áreas arredondadas com eritema
- Ligeira descamação, pústulas
- Perda de cabelo (alopécia)
- Na maior parte das vezes a inflamação é reduzida
Diagnóstico:
- Exame microscópico direto (visualização de artrósporos e hifas)
- Culturas (Sabouraud + aditivos) — isolamento do agente etiológico para determinação das espécies)
- Teste de luz de Woods (M. audouini, M. canis): submete-se a cabeça a luz UV, se florescer significa que é uma destas duas espécies
Para o diagnóstico é essencial a obtenção da amostras do couro cabeludo que incluam raízes de cabelos, e escamas de pele
Tratamento: oral — griseofulvina

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13
Q

Tinha do corpo (Tinea corporis)

A

Infeções do tronco, pernas e braços
Agente causal: espécies antropofilias de Epidermophyton floccosum e diversas sps de Microsporum (M. canis) e Trichophyton (T. rubrum)
Epidermiologia: distribuição mundial; mais prevalente nas regiões tropicais e subtropicais
- Mais comum em pessoas com contacto regular com animais ou solo
- Comum em crianças
manifestações clínicas:
- Lesões redondas, secas, em forma de vesículas ou anel (bordo escamoso e eritematoso e centro mais claro)
- Fungo mais ativo na margem das lesões
- Provocam algum prurido
Diagnóstico:
- Difícil de distinguir de infeções eritematosas
- Recolha do material biológico deve ser colhido por raspagem do bordo da lesão
- Exame microscópico direto; Cultura
Tratamento: tópico localizado — compostos de imidazol
- Em casos de lesões extensas → tratamento oral

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14
Q

Tinha dos pés (Tinea pedis)

A

Infeções dos pés (espaços interdigitais) — pé de atleta
Agente causal: espécies antrofílicas T. rubrum, T. mentagrophytes, Epidermophyton cloccosum
Epidemiologia: distribuição mundial
- Contagiosa (Homem-Homem); Instituições, ginásios com duches, piscinas (chãos contaminados)
- Mais comuns nos meses de Verão
- Mais comum nos homens qua nas mulheres
Manifestações clínicas:
- Infeção interdigital crónica ou aguda (mais comum)
» Comichão
» Descamação
» Maceração (pele esbranquiçada e mole)
» Fissuras entre os dedos e planta dos pés
- Infeção hiperqueratócita da planta dos pés e bordos laterais (forma seca)
- Infeção vesicular
→ Sintomas e sinais clínicos difíceis de distinguir de outras infeções
Diagnóstico: Exame microscópico direto; Cultura
Tratamento:
- Tópico localizado — compostos de imidazol
- Em casos de lesões extensas → tratamento oral

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15
Q

Tinha das unhas (Tinea unguium)

A

Infeções das unhas das mãos e dos pés — onicomicose
Agente causal: espécies antropofílicas de Trichophyton (T. mentagrophytes e T. rubrum)
Epidemiologia: distribuição mundial, sendo mais prevalente em adultos
Manifestações clínicas:
- Descolamento da borda livre da unha
- Espessamento
- Manchas brancas
- Deformação da unha
Diagnóstico e Tratamento: o mesmo que para Tinea pedis, e agente antifúngico oral (ex.: Itraconazole)

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16
Q

Medidas de prevenção e Evitar

A

Medidas de Prevenção:
a. Não andar descalço em pisos húmidos
b. Não usar objetos pessoais de outras pessoas
c. Secar-se sempre bem, principalmente nas dobras
d. Usar material de manicura esterilizado
e. Observar a pele e o pelo do seus animais de estimação

Evitar:
a. Ficar com roupas molhadas
b. Contacto prolongado com água e sabão
c. Mexer em terra sem usar luvas
d. Usar calçados fechados frequentemente
e. Roupas quentes e justas → preferir algodão

17
Q

Candidose superficial (candidíase)

A

Cutânea ou mucocutânea
Agente: C.albicans, glabrata, etc.
- Colonização de mucosa; Leveduras, hifas, pseudo-hifas
- Comportamento oportunista
- Fatores predisponentes

18
Q

Micoses Subcutâneas

A

Infeções que envolvem a derme, os tecidos subcutâneos e os músculos. Lesões em geral em sítios de trauma e usualmente com evolução crónica
- Locais mais frequentes: pés, pernas, mãos, braços, nádegas

19
Q

Esporotricose

A

Infeção micótica dos tecidos cutâneos, subcutâneos e linfáticos
Agente causal: Sporothrix schenckii — fungo dimórfico (leveduriforme nos tecidos e filamentoso na forma saprofítica, que se encontra no solo, plantas e vegetação)
Epidemiologia: distribuição mundial, com maior incidência nas regiões húmidas tropicais e temperadas
- Afeta o Homem e animais domésticos (cães, gatos) e outros animais (cavalos, coelhos)
Manifestações clínicas:
- Forma linfocutânea - lesões nodulares e verrucosas (podem ulcerar); espalha-se pelos nodos linfáticos regionais, perto do local de infeção (mais comum); afeta preferencialmente os joelhos, mãos, dedos
- Forma extra-cutânea- atinge preferencialmente indivíduos com diabetes, alcoolismo ou SIDA; Atinge outros tecidos (pulmões, articulações, ossos, mucosas). É a forma mais grave
Diagnóstico:
- A partir das lesões e pus
- Exame direto (observação das formas ovais ou alongadas da levedura)
- Cultura (isolamento e identificação do agente etiológico) — Mio sabouraud + cloranfenicol, 2-5 dias
- Serologia (forma extra-cutânea, menos frequente),microscopia de fluorescência é sensível
Tratamento:
- Prolongado
- Oral:
» Iodeto de potássio é o tratamento de escolha para as formas cutâneo-linfática, cutânea localizada e em muitos doentes da forma cutânea disseminada
» Itraconazole e Anfotericina B são utilizados nas formas extracutânea e cutânea disseminada em que o iodeto de potássio não tem o mesmo padrão de eficácia

20
Q

Cromomicose

A

Infeção crónica localizada do tecido subcutâneo
Epidemiologia: distribuição mundial; mais comum em regiões tropicais, áridas da América do Sul e Central; casos registados na África, Ásia e Austrália
- Atinge mais homens que mulheres, lavradores (pés descalços)
Agente etiológico:
- “Fungos castanhos” ou demáceos (Phialophora, Fonsecaea, Cladosporium); dimórficos
- Fungos que vivem no solo, isolados em vegetais em decomposição, raízes e troncos de árvores (materiais de madeira)
Manifestações clínicas:
- Micose de evolução lenta e arrastada
- Lesões verrucosas e crostosas (forma de couve-flor)
- Ocorre mais frequentemente nos membros inferiores (joelhos)
Diagnóstico laboratorial:
- Exame direto — raspagem de pele, crostas e exsudados examinados com KOH 10 a 20%
- Observadas células globosas ou ovais, corpos escleróticos, de parede espessa, castanhos com septos transversais e/ou longitudinais
- Cultura — Meio de Sabouraud + cloranfenicol; 20-25ºC por 2 a 3 semanas
Tratamento:
Infeção fúngica muito difícil de tratar. Tratamento longo e com recidivas:
- Iodeto de potássio, anfotericina B, 5-flucitosina, itraconazol
- Associadas ou não a outros métodos — remoção cirúrgica

21
Q

Micetoma

A

Doença destrutiva crónica que afeta a pele, tecido subcutâneo adjacente e por vezes o osso
Distribuição geográfica: regiões tropicais e subtropicais áridas da África e América Central e do Sul; Subcontinente Indiano
Agente etiológico: mais de 20 espécies de fungos — eumicetomas — e bactérias actinomicetes — actinomicetoma
Manifestações clínicas:
Semelhantes nos eumicetomas e actinomicetomas, no entanto os primeiros tendem a seguir um curso menos destrutivo e mais lento
Infeção resulta da implantação traumática do agente patogénico na pele ou tecido subcutâneo, mas comum nos pés e mãos; Inicia-se com um nódulo subcutâneo
- Inchaço na zona das lesões, hiperpigmentação
- Produção de abcessos no tecido infetado que contêm grandes massas compactas de grãos (de fungos ou actinomicetes) de forma, cor e tamanho variados
- Existência de fístulas que libertam pus contendo os grãos característicos
- Dispersão para os tecidos adjacentes
Diagnóstico laboratorial:
- Exame direto: presença dos grãos (observação do material das fístulas, grãos com KOH a 10%)
- Cultura:
» Actinomicetomas: meio de caldo tioglicolato e BHI + sangue; Incubação: 30-37ºC por 24-48h em anaerobiose
» Eumicetomas: meio de Sabouraud + cloranfenicol; Incubação: 25ºC/ 3-4 semanas
Tratamento:
Diferente nos actinomicetoma e eumicetomas
- Nos actinomicetomas utilização de diferentes combinações de antimicrobiobianos (ex.: estreptomicina + cotrimoxazol); por vezes é preferível a remoção cirúrgica radical
- Nos eumicetomas o tratamento com antifúngicos como ketconazol