Introdução à Parasitologia Flashcards
Parasitas
Os parasitas são seres vivos que fazem parte de uma cadeia dinâmica de todas as espécies, inseridas num meio ambiente e social, com o objetivo de sobrevivência. São organismos que vivem de forma temporária ou permanente à custa de outros organismos vivos, superiormente estruturados, sem provocar a sua destruição total ou parcial imediata
Ao longo de milhares de anos de evolução a interdependência promoveu uma associação entre 2 ou mais espécies, com o objetivo de:
- Promoverem oportunidades evolutivas/adaptativas ao meio ambiente
- Sobrevivência da espécie
Simbiose
Toda a associação entre seres vivos.
Tipos de simbiose:
- Foresia — quando a espécie procura apenas abrigo ou transporte
- Mutualismo — quando existe benefício mutuo (não podem viver um sem o outro)
- Comensalismo — quando uma espécie obtém vantagens e não promove prejuízo para a outra (capazes de vida independente)
- Parasitismo — existe unilateralidade de benefícios podendo provocar dano ao hospedeiro (parasita é incapaz de vida independente, hospedeiro resiste ao parasita)
Adaptações evolutivas sofridas pelos parasitas para interagirem com o hospedeiro
- Morfológicas (perda ou atrofia de órgãos locomotores, hipertrofia de órgãos de fixação)
- Biológicas (capacidade reprodutiva, hemafroditismo, poliembrionia)
- Geográficas, ecológicas
- Tropismos (geotropismo, termotropismo)
- Bioquímicas (sensibilidade de certos meios permite que se desenvolvam mais em certas espécies)
- Fisiológicas (fornecimento de substratos)
- Imunitárias (a resposta celular e humoral é determinante para especificidade parasitária)
Parasitologia
É o ramo da Microbiologia que estuda os parasitas.
A sua importância surge do fato de produzir doença no ser humano. Os parasitas são causa importante de doenças em humanos e no animal, quer em países mais desenvolvidas quer em países socioeconomicamente mais desfavorecidos. A maioria destas doenças ocorre em países tropicais e subtropicais é considerado um importante problema de saúde pública em países desenvolvidos
Disseminação parasitológica
A disseminação parasitológica deve se sobretudo:
- diferenças socioeconómicas
- más condições higiene-sanitárias
- diversidade de usos e costumes
- falta de colaboração entre educadores sanitários e epidemiologistas
Parasitas mais comuns em Portugal Continental
- Toxoplasmose
- Leishemaniose
- Equinococose
- Cisticercose
- Fasciolose
- Larva migrante visceral
- Artropodozoonoses
- Infeções oportunistas em imunodeprimidos
Fatores que influenciam os padrões epidemiológicos das parasitoses
- Potencial biótico
- Capacidade de evasão à resposta imunitária do hospedeiro
- Aumento demográfico
- Resistência dos artrópodes vetores aos inseticida
- Difusão das viagens intercontinentais: turismo, negócios, emigração
- Deslocação de populações de refugiados
- Emergência de novas zoonoses devido a alterações do ecossistema, dieta, hábitos culturais
- Oportunismo de certas espécies em doentes imunodeprimidos
- Desenvolvimento de resistência a antiparasitários
Ciclo Biológico ou Ciclo Vital
São as diversas etapas que um parasita passa durante a sua vida. Algumas são mais complicadas que outras mas são o recurso que cada espécie desenvolveu durante o seu processo evolutivo para conseguir sucesso na reprodução e dispersão.
Fase biológica ou estágio são as fases pelas quais os parasitas passam durante o seu ciclo biológico
Classificação do tipo de Parasitismo
- Obrigatórios — dependem completamente do hospedeiro para sobreviver
- Facultativo — não dependem totalmente do hospedeiro para sobreviver, são capazes de se adaptarem a vida livre
- Acidentais — quando invadem e sobrevivem num hospedeiro que não são o seu habitual
- Periódico ou esporádico — parasitam o hospedeiro com intervalos de acordo com a sua necessidade metabólica
Classificação quanto à localização
- Ectoparasitas — aqueles que habitam e se nutrem na superfície do hospedeiro
- Endoparasitas — podem ser teciduais, habitando células, tecidos, no interior do hospedeiro ou cavitários, habitando vísceras ocas
Classificação quanto ao número de hospedeiros necessários para completarem o ciclo de vida
- Monoxênicos — aquele cujo ciclo se processa em um único hospedeiro
- Dizenos ou Heteroxênicos ou polixenos — aqueles que necessitam de 2 ou mais hospedeiros para completarem ciclo biológico. Neste caso pode haver um hospedeiro vertebrado e outro invertebrado ou 2 vertebrados. Distinguem-se:
> Ciclos diretos (não envolve hospedeiro intermediário. A nova contaminação pode ser por auto infestação)
> Ciclos indiretos (mais complexas envolvendo mais que um hospedeiro intermediário)
Classificação quanto à capacidade de infetarem hospedeiros de espécies diferentes
- Eurixenos — se infetam uma grande gama de hospedeiros de diferentes espécies
- Estenoxenos — se infetam uma única espécie ou espécies muito próximas na escala zoológica
- Oioxena — quando os parasitas admitem só uma espécie de hospedeiros
Hospedeiro
Ser vivo que alberga dentro de si o parasita e exerce sobre ele função de repressão.
Podem classificar-se em:
- Naturais — quando não são prejudicados pelo parasitismo garantindo a continuidade da espécie e atuam como fonte de infeção para o Homem e outros animais
- Anormais — hospedeiros para os quais os mecanismos de adaptação são suficiente para manter um equilíbrio biológico, mas propício a danos provocados pelo parasita
- Acidentais ou ocasionais v são aqueles que raramente existem relações com certos parasitas, não sendo considerados obrigatórios para o ciclo de vida do parasita
Classificação dos hospedeiros conforme a participação no ciclo de vida do parasita
- Definitivos ou Finais — albergam a forma vegetativa, forma adulta ou nalguns casos a forma sexuada do parasita
- Intermediários — albergam a forma quística, a forma de larva imatura, ou a forma assexuada do parasita. De um modo geral são temporários, mas essenciais para a realização do ciclo de vida
- Transporte ou paraténico — hospedeiros nos quais os parasitas não desenvolve qualquer fase do ciclo vital, mas permanece ativo, até ser ingerido pelo hospedeiro definitivo
Reservatório ou fonte
Local de onde o parasita parte para invadir os indivíduos recetivos. O reservatório assegura a continuidade do ciclo vital do parasita. São importantes em epidemiologia
Vetores
São agentes transmissores dos parasitas, do reservatório para o hospedeiro.
São artrópodes, moluscos ou outros veículos que atuam com hospedeiros intermediários, como transportadores entre 2 hospedeiros.
Tipos de vetores:
- biológico (quando o parasita se multiplica ou desenvolve no vetor)
- mecânico (quando o parasita não se multiplica nem se desenvolve no vetor)
- fomite (quando os objetos inanimados podem veicular parasitas entre hospedeiros)