Meningite Flashcards
Meningite por meningococo - TTO
Crianças < 2 meses (neonatos): ampicilina 200 - 300 mg/kg/dia 6/6h por 5-7 dias OU penicilina 4/4h ou ceftriaxona 100mg/kg/d 12/12h
Adultos: ceftriaxona 2 g de 12/12 horas
Esquema profilático para contactantes íntimos: rifampicina 10mg/kg/dose máx 600 mg de 12/12h por 2 dias; ou ceftriaxona 250 mg IM DU; ou ciprofloxacino 500 mg VO DU
TRATAMENTO EMPÍRICO DE MENINGITES BACTERIANAS
Se < 2 meses: ampicilina + cefotaxima (evitar ceftriaxona, pois compete com bilirrubina) OU ampicilina + genta (pega tbm enterobacterias)
Se > 2 meses, usar ceftriaxona ou cefotaxima
Adulto: ceftriaxona EV 2g 12/12h (ou cefotaxima 2g 6/6h), se apresentar fatores de risco para Listeria (> 50 anos ou grávida), adicionar ampicilina (2g 4/4h)
Se após neurocirurgia ou TCE pode ser S. aureus: oxacilina + vancomicina (MSSA e MRSA)
Em todos, iniciar dexametasona 0,15mg/kg de 6/6h - depois de determinar a etiologia, manter apenas se for Haemophilus ou pneumococo
Pneucomococo - TTO
Adulto: ceftriaxona 4g 12/12h por 10 a 14 dias
Se usa menos penicilina cristalina, devido a maior resistência.
Se for resistente à penicilina e à cefalosporina, pode-se usar: VANCOMICINA + CEFALOSPORINA de 3G. Adiciona-se rifampicina a esse esquema se: piora clínica em 24-48h, falha de esterelização liquorica ou identificação de pneumococo com MIC> = 4 para ceftriaxona ou cefotaxima
H. influenzae - TTO
Adulto: ceftriaxona 4g 12/12h por 7-10 dias
Quimioprofilaxia: rifampicina 600mg /dia de 4/4h para adultos
Enterobacterias - TTO
Adulto: ceftriaxona 4 g 12/12h por 10 a 14 dias
Pseudomonas - TTO
Adulto: meropenem 6g de 8/8h por 10 a 14 dias
Criança: ceftazidima 150mg/kg 8/8h 21 dias
Listeria monocytogenes - TTO
Adulto: ampicilina 2g EV 4/4h + gentamicina EV 1mg/kg 8/8h por 21 dias
Alterações do LCR (meningite bacteriana e viral)
BACTERIANA: aspecto - turvo; cor - leitosa/xantocrômica; cloretos - reduzidos; glicorraquia - diminuída; proteinorraquia - aumentada; globulinas - positiva (gamaglobulina); leucócitos - 200-milhares (neutrófilos); lactato - aumentado
TUBERCULOSA: aspecto - límpido ou ligeiramente turvo; cor - incolor ou xantocrômica; cloretos - diminuídos; glicose - diminuída; proteínas - aumentadas; globulinas - positiva (alfa e gama); leucócitos - 25-500 (linfócitos)
VIRAL: aspecto - límpido; cor - incolor ou opalescente; glicose e cloretos - normais; proteínas - levemente aumentadas; globulinas - positiva ou negativa; leucócitos - 5 a 500 linfócitos
MENINGITES VIRAIS - etiologia e transmissão
Principal etiologia: ENTEROVÍRUS (RNA); outros: arbovírus, caxumba, arenavírus, HIV1, sarampo (RNA), adenovírus, vírus do grupo herpes, varicela-zóster, EBV, CMV (DNA)
Transmissão: pode ser por via respiratória, mas a principal forma de transmissão dos enterovírus é fecal-oral (liberados nas fezes por várias semanas) - crianças são mais suscetíveis
Meningite viral - quadro clínico
Enterovírus: é comum ser antecedida ou acomapanhada por manifestações gastrointestinais (vômitos, anorexia, diarreia), respiratórios (tosse, faringite), mialgia e erupção cutânea.
Principais manifestações da meningite por enterovírus: febre, mal-estar, náusea, dor abdominal no início do quadro, e após 1-2 dias, surgem sinais de irritação meníngea (rigidez de nuca, vômitos).
Quadro dura cerca de 1 semana ou menos.
Complicações são incomuns.
Diagnóstico e Tratamento - meningite viral
DX:
Isolamento do vírus em cultura - líquor e fezes
PCR - LCR, soro e outras amostras
Análise quimiocitológica do LCR - permite diferenciar de um quadro bacteriano, o que muitas vezes já é suficiente.
TTO:
De suporte; tratamento específico é usado na meningite herpética, por HSV 1 e 2 ou VZV, com aciclovir EV. Para vírus da caxumba, pode-se usar gamaglobulina específica hiperimune, visando reduzir a incidência da orquite, mas não melhora o quadro neurológico.
Outras etiologias de meningite
Fungos: cryptococcus neoformas ou gattii, candida albicans e tropicalis, histoplasma, PCM, aspergillus
Protozoários: toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi, Plasmodium sp
Helmintos: infecção larvária da Taenia solium, Cysticercus cellulosae, Angiostrogylus cantonensis
Meningite por criptococo
Reservatório e transmissão: habitat de aves, madeira em decomposição em árvores, poeira domiciliar, habitats de morcego e outros animais; pombos e outras aves, como as de criação em cativeiro (periquitos e canários). Transmisão: inalação das leveduras do ambiente.
Incubação: 2 dias a 18 meses.
Susceptibilidade: C. neoformans - é oportunista, afetando mais imunocomprometidos. C. gatti - afeta crianças e jovens hígidos.
Quadro clínico: meningite/meningoencefalite aguda ou subaguda; pode haver lesões focais únicas ou múltiplas no SNC, simulando neoplasias, sobretudo se C. gattii. As manifestações variam conforme estado imunológico.
Imunocomprometidos: quadro agudo, cefaleia, febre, demência progressiva, confusão mental, podendo ou não ter sinais de irritação meníngea.
Pode ocorrer cistos ou nódulos no parênquima cerebral - manifestações focais (quadro grave).
Imunocompetente: quadro exuberante, com cefaleia, vômitos, febre, alterações visuais, rigidez de nuca, ataxia, alteração do sensório e afasia, pode evoluir para torpor e coma.
Complicações: diminuição da capacidade mental, redução da acuidade visual, paralisia de nervos cranianos, hidrocefalia.
Diagnóstico:
- exame micológico direto com preparação da tinta da China
- cultura para fungos: PADRÃO-OURO
- aglutinação pelo látex: pesquisa do antígeno - CrAg LFA
- exame quimiocitológico do LCR (límpido, incolor, cloretos normal, glicose diminuída, proteínas aumentadas, gamaglobulinas, leucócitos > 10 céls/mm3 (linfócitos e monócitos)
Tratamento: fases de indução, consolidação e manutenção
Indução: anfotericina B lipossomal 3mg/kg/dia EV + flucitosina 100mg/kg/dia VO (ao menos 2 semanas)
Consolidação: fluconazol 400-800mg/dia EV ou VO (pelo menos 8 semanas se imunocomprometido ou 6 semanas se imunocompetente)
Manutenção: fluconazol 200mg/dia VO (de 1 a 2 anos em imunocomprometidos, de 6 a 12 meses em imunocompetentes)