Manejo da tuberculose Flashcards

1
Q

Princípios gerais do tratamento

A

Associação medicamentosa: fornece proteção cruzada e reduz risco de resistência bacilar
Regime prolongado e bifásico:
- Fase intensiva: redução da população bacilar
- Fase de manutenção: eliminação dos bacilos persistentes (esterilização)
Tratamento diretamente observado: garantia de cura duradoura da doença

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2
Q

Tratamento diretamente observado

A

Visa o fortalecimento da adesão do paciente ao tratamento e prevenção do aparecimento de cepas resistentes aos medicamentos, reduzindo casos de abandono e aumento da possibilidade de cura.
Se o paciente pudesse ser observado, pelo agente de saúde, tomando a medicação de segunda a sexta-feira é o ideal, mas se a gente tiver 24 doses observadas na primeira fase e 48 doses observadas na
segunda fase, eu já considero um tratamento diretamente observado com sucesso.

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3
Q

Esquemas terapêuticos

A

Esquema básico (EB)
Esquema para meningoencefalite e osteoarticular
Esquemas especiais (EE)
Esquema de multirresistência (EMR)

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4
Q

Qual é o esquema mais utiilzado?

A

Esquema básico

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5
Q

Esquema básico

A

Fase intensiva: 4 drogas (rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol) em 2 meses
Fase de manutenção: 2 drogas em 4 meses (rifampicina e isoniazida)
As drogas são dadas por ajuste por peso

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6
Q

O que muda no EB p/ crianças?

A

Não usa etambutol, por conta do risco de neurite óptica (embora adultos também corram o risco)

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7
Q

Indicações do EB

A

Caso novo de todas as formas de TB pulmonar e extrapulmonar (exceto meningoencefalite ou osteoarticular), infectados ou não pelo HIV
Retratamento: recidiva ou retorno após abandono

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8
Q

Classificações dos casos

A

Caso novo: paciente que nunca usou medicamentos anti-TB ou usou por < 30 dias
Recidiva: adoecimento por TB após tratamento anterior com esquema ou EB com cura, independentemente do tempo em que esse primeiro episódio ocorreu
Abandono: uso por > 30 dias e descontinuação sem completar o tempo previsto

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9
Q

O que muda entre caso novo e retratamento?

A

Normalmente, a gente não solicita cultura para casos novos

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10
Q

O que muda pro EB para o esquema para meningoencefalite e doença osteoarticular tuberculosa?

A

No esquema para meningoencefalite e doença osteoarticular, temos um prolongamento da fase de manutenção

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11
Q

Isoniazida

A
Bactericida
Impede a formação da parede celular das micobactérias 
Atravessa a barreira hematoencefálica
Metabolização hepática
Via de excreção renal 
Elevação de transaminases
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12
Q

Rifampicina

A
Bactericida
Ação inibindo a síntese de DNA
Grande poder esterilizante 
Uma das drogas em que mais vem sendo descrito resistência 
Metabolismo principalmente hepático 
Excreção renal e fecal 
Reduz a efetividade de ACOs
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13
Q

Pirazinamida

A

Pró-droga
Bactericida ou bacteriostática
Seu metabólito, ácido propiônico, reduz o pH para um nível que impede o crescimento do bacilo
Metabolismo hepático
Excreção renal
Efeitos colaterais: elevação de transminases

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14
Q

Qual é a droga utilizada apenas para tratar tuberculose?

A

Pirazinamida

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15
Q

Etambutol

A

Bacteriostático
Interfere na síntese da parede celular
Metabolismo hepático
Excreção renal
Não atravessa a meninge íntegra e em caso de inflamação meníngea, os níveis do fármaco no LCR atingem 10-50% dos níveis plasmáticos
Efeito adverso reversível de neurite óptica

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16
Q

Qual foi a última droga associada ao tratamento da TB?

A

Etambutol

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17
Q

Esquema 1 x EB

A

O esquema 1 é composto apenas pela rifampicina, isoniazida e pirazinamida

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18
Q

Reações adversas menores x maiores

A

As menores não justificam a substituição do esquema, enquanto as maiores justificam uma alteração definitiva do esquema terapêutico

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19
Q

Fatores predisponentes a reações adversas maiores

A

Idade (> ou = 40 anos)
Dependência química de álcool (>80g/dia)
Desnutrição (perda >15% do peso corporal)
História de doença hepática prévia
Co-infecção pelo vírus HIV em fase avançada de imunossupressão

20
Q

Efeitos adversos menores

A
  1. Intolerância digestiva (náusea e vômito) e epigastralgia
  2. Suor/urina de cor avermelhada
  3. Prurido e exantema leve
  4. Dor articular
  5. Neuropatia periférica
  6. Hiperuricemia (com ou sem sintomas)
  7. Cefaleia e mudança de comportamento (euforia, insônia, depressão leve, ansiedade e sonolência)
  8. Febre
21
Q

Intolerância digestiva (náuseas e vômitos) e epigastralgia: prováveis fármacos e condutas (EA)

A

Prováveis fármacos: EIPR
Conduta: Reformular o horário da administração dos medicamentos (2h após o café da manhã), considerar o uso de medicação sintomática e avaliar função hepática

22
Q

Suor/urina de cor avermelhada: prováveis fármacos e condutas (EA)

A

Provável fármaco: R

Conduta: Orientar

23
Q

Prurido e exantema leve: prováveis fármacos e condutas (EA)

A

Prováveis fármacos: IR

Conduta: Medicar com anti-histamínico

24
Q

Dor articular: prováveis fármacos e condutas (EA)

A

Prováveis fármacos: IP

Conduta: Medicar com analgésicos ou anti-inflamatórios não hormonais

25
Neuropatia periférica: prováveis fármacos e condutas (EA)
Prováveis fármacos: E (incomum) e I (comum) | Condutas: Medicar com piridoxina (vit B6) na dosagem de 50mg/dia e avaliar evolução
26
Hiperuricemia (com ou sem sintomas): prováveis fármacos e condutas (EA)
Prováveis fármacos: I | Conduta: Orientar
27
Febre: prováveis fármacos e condutas (EA)
Prováveis fármacos: IR | Condutas: Orientar e medicar com antitérmico
28
Quais são os pacientes que tem maior probabilidade de ter neuropatia periférica associada ao tratamento?
Pacientes desnutridos e diabéticos
29
Para quais pacientes é indicado a associação do esquema com vit B6 desde o início do tratamento? Por quê?
Pacientes desnutridos e diabéticos, porque eles apresentam maior risco de desenvolver neuropatia periférica associada ao uso do etambutol e, principalmente, da isoniazida
30
Quais são as orientações específicas para o paciente que desenvolver hiperuricemia?
Orientação de uma dieta hipopurínica
31
Quais são as drogas que podem ser associadas ao tratamento do paciente com crise de gota?
Alopurinol | Colchicina
32
Efeitos adversos maiores
1. Exantema ou hipersensibilidade de moderada a grave 2. Psicose, crise convulsiva, encefalopatia tóxica ou coma 3. Neurite óptica 4. Hipoacusia, vertigem e nistagmo 5. Trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia, anemia hemolítica, agranulocitose, vasculite 6. Nefrite intersisticial 7. Rabdomiólise com mioglobinúria e insuficiência renal
33
Exantema ou hipersensibilidade de moderada a grave: prováveis fármacos e condutas (EA)
Prováveis fármacos: EIR Condutas: suspender o tratamento. Nos caos moderados, reintroduzir os medicamentos um a um após a resolução do quadro. Substituir o fármaco identificado como alérgeno. Nos casos graves, após a resolução do quadro, iniciar esquema especial alternativo
34
Psicose, crise convulsiva, encefalopatia tóxica ou coma: prováveis fármacos e condutas (EA)
Provável fármaco: I | Condutas: suspender a isoniazida e reiniciar esquema especial sem a referida medicação
35
Neurite óptica: prováveis fármacos e condutas (EA)
Provável fármaco: E Condutas: suspender o etambutol e reiniciar esquema especial sem a referida medicação. A neurite óptica é dose dependente e reversível, quando detectada precocemente. Raramente acontece durante os dois primeiros meses com as doses recomendadas
36
Hipoacusia, vertigem e nistagmo: prováveis fármacos e condutas (EA)
Provável fármaco: estreptomicina | Condutas: suspender a estreptomicina e reiniar esquema especial sem a referida medicação
37
Trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia, anemia hemolítica, agranulocitose, vasculite: prováveis fármacos e condutas (EA)
Provável fármaco: R | Condutas: suspender a rifampicina e reiniciar esquema especial sem a referida medicação
38
Rabdomiólise com mioglobinúria e insuficiência renal: prováveis fármacos e condutas (EA)
Provável fármaco: P | Condutas: suspender a pirazinamida e reiniciar esquema especial sem a referida medicação
39
Conduta nas hepatopatias (pacientes com doença hepática prévia)
Sem cirrose: - TGO/TGP ≥ 5x LSN: - TGO/TGP ≤ 5x LSN: esquema básico Com cirrose: esquema especial
40
Conduta nas hepatopatias (pacientes sem doença hepática prévia)
AST/ALT ≥ 5x LSN sem sintomas: suspensão e reintrodução (sequência): RE -> RE+H -> REH+Z/ reintrodução do esquema básico ou início de esquema especial Níveis de AST/ALT acima do LSN após 4 semanas ou casos graves: esquema especial *4 semanas para avaliar melhora após a suspensão
41
Ajuste de doses na nefropatia
Clearance < 30! R: sem ajuste I: sem ajuste P e E: ajustar de acordo com o quilo e usar menos vezes na semana
42
Esquemas especiais: medicamentos que devem ser substituídos e esquemas indicados
Rifampicina: 2 meses de I, P, E e levofloxacino + 10 meses de I, E e Lfx Isoniazida: 2 meses de R, P, E e Lfx + 4 meses de R, E e Lfx Pirazinamida: 2 meses de R, I e E + 7 meses de R e I Etambutol: 2 meses de R, I e P + 4 meses de R e I
43
Indicações de uso de corticoide
Tuberculose miliar Insuficiência respiratória Pacientes com insuficiência adrenal Pacientes com serosite tuberculosa: pericardite, meningite e peritonite Prednisona 1mg/kg/dia durante 4 a 6 semanas com redução gradual após resposta terapêutica
44
Controle do tratamento
Baciloscopias: 2º, 4º e 6º mês de tratamento | Se a baciloscopia for positiva no 2º mês, está indicada a cultura
45
Conduta com RN coabitante de caso índice
Não vacina. Isoniazida por 3 meses -> PT: se ≥ 5mm, mantém mais 3 meses e não vacina; se < 5 mm, vacina BCG Rifampicina: pode ser usada apenas durante 1 mês na segunda fase