Manejo da insuficiência cardíaca Flashcards
O que ocorre na IC sistólica?
Hipovolemia relativa e consequente ativação do sistema simpático (aumento da FC e da força de contração cardíaca) e SRAA (tentativa de melhorar a hipoperfusão relativa) como mecanismos compensatórios
Fisiopatologia da IC
Dilatação ventricular + aumento da FC e contratilidade + aumento da volemia -> remodelamento cardíaco
Quem promove o remodelamento cardíaco?
Angiotensina 2
Aldosterona
Noradrenalina
Como a angiotensina 2 age?
Age sobre receptores AT1 miocárdicos promovendo apoptose do miócito, proliferação de fibroblastos e liberação local de noradrenalina e aldosterona
Como a aldosterona age?
Age sobre os receptores esteroides promovendo fibrose
Noradrenalina
Age sobre receptores beta 1 nos miócitos, desencadeando efeito “miocardiotóxico”
Classificação NYHA
I: assintomático
II: sintomas com atividades habituais
III: sintomas com atividades menos intensas que as habituais
IV: sintomas em repouso
Estágios de IC segundo a AHA
A: risco de desenvolver IC; sem doença estrutural
B: doença estrutural cardíaca presente; assintomático
C: doença estrutural cardíaca presente; sintomas prévios ou atuais de IC
D: IC refratária ao tratamento clínico
Para qual estágio as medidas farmacológicas são voltadas?
Estágio C
IECA (benefícios e informações gerais)
Redução de morbimortalidade, inclusive na IC assintomática
O uso de IECA está fundamentado nas diferentes etiologias de IC
Todo paciente com IC deve ser tratado com IECA
Atuação: dilata a arteríola glomerular eferente
Qual é o cuidado que se deve ter para um paciente com ICC e que seja introduzido IECA?
Objetive dose alvo, se não conseguir, a mais alta dose tolerada. Lembre-se que qualquer IECA é melhor que nenhum IECA.
Até que ponto toleramos os efeitos do IECA nos pacientes com ICC?
Tolerado aumento de até 50% na creatinina basal ou até atingir um valor de 3.
Beta bloqueadores (benefícios e informações gerais)
Uso de BBs na IC:
- Melhora clínica e da função ventricular
- Aumento da sobrevida dos pacientes
Indicado na IC sintomática e assintomática
Quais são os BBs com evidência de redução na mortalidade?
Carvedilol, bisoprolol e metoprolol
Qual é o BB que não apresenta redução na mortalidade, mas pode ser usado em idosos? Qual é o benefício dele?
Nebivolol. Tem benefício na redução da disfunção erétil
O que fazer quando o paciente em uso de BB piorar o quadro clínico?
Na introdução de BBs, cerca de 15% pode piorar o quadro clínico. Nesses casos, deve-se:
- Avaliar excesso de diurético, IECA ou BRA
- Priorizar a manutenção do BB
- Modificar a dose de outros medicamentos
- O desenvolvimento ou agravamento da dispneia e/ou edema, usualmente, são contornado com o aumento da dose do diurético
Antogonistas da aldosterona
Indicado para pacientes sintomáticos (CF II-IV)
Atenção para potássio (monitorar). Se K > 5 e creatinina > 2,5 mg/dL, ele está contraindicado
Efeitos adversos: hipercalemia e ginecomatisa
Sacubitril/Vaslsartana (entresto)
Substituição ao IECA/BRA nos pacientes que se mantém sintomáticos com terapia otimizada
Promove natriurese, relaxamento miocárdico e anti-remodelamento
A associação com BRA reduz vasoconstrição, retenção de sódio e água e hipertrofia miocárdica
Droga nova
O que é o sacubitril?
Uma pró-droga convertida em sacubitrilato, inibidor da enzima neprilisina, que degrada PNA e bradicinina, levando ao acúmulo dessas substâncias
Ivabradina
Indicado para pacientes sintomáticos em ritmo sinusal com FC > 70 bpm em uso de terapia otimizada
Reduziu mortalidade cardiovascular e internação por IC
Terapia otimizada
IC classe I: IECA + BRA
IC classes II, III e IV: IECA + BRA + antagonista de aldosterona
Diuréticos
Uso nos pacientes congestos
Os diuréticos de alça são os mais frequentemente utilizados (CF III-IV)
Os diuréticos tiazídicos podem ser associados nos casos de congestão persistente
Não mostrou redução de mortalidade
Quais os diuréticos mais frequentemente utilizados?
Os diuréticos de alça. Eles promovem:
- Maior excreção de água
- Manutenção da sua eficácia, a despeito da disfunção renal
- Ação diurética diretamente relacionada à dose utilizada
Digoxina
Inibição da Na+K+ATPase
Efeito inotrópico positivo: aumento de potencial arritmogênico
Ações eletrofisiológicas: ação colinérgica
Não há evidência que suporte o uso de doses de ataque ou doses adicionais. Cuidado com a intoxicação digitálica!
Uso para melhorar sintomas em pacientes com FE < 45%
Uso para controle da frequência cardíaca em pacientes com FA
Não reduz mortalidade
Em que pacientes precisamos ter cuidado no uso da digoxina? Por quê?
Pacientes de baixo peso, muheres e com IR porque eles têm maior risco de intoxicação digitálica
Intoxicação digitálica
Consequência do uso da digoxina
Sinais e sintomas:
- Náuseas, vômitos, hiporexia
- Alterações visuais, com escotomas coloridos, vertigem, insônia, confusão mental
- Arritmias/hipercalemia
Fatores predisponentes: hipocalemia e hipomagnesemia
Tratamento: suspensão da droga e tratamento específico da arritmia apresentada
Hidralazina + nitrato
Opção terapêutica a ser associada ao tratamento usual em pacientes com contraindicação ao IECA ou BRA de qualquer etnia ou afrodescendentes CF III-IV que permaneçam sintomáticos associado ao tratamento otimizado (pode ser usado em outras etnias nesses casos, mas com menor nível de evidência)
Importância da hidralazina
Ela tem sido descrita como capaz de reparar a atividade da aldeído-desidrogenase-2 vascular (importante na manutenção dos radicais sulfidrila), o que pode prevenir a intolerância ao nitrato
Drogas que reduzem mortalidade
Beta bloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina e antagonistas da aldosterona