LUXAÇÃO DO QUADRIL E FRATURAS DA CABEÇA FEMORAL Flashcards
Luxação do quadril
- Quais ligamentos compõem a região anterior da articulação coxofemoral (2)?
- Lig. iliofemoral (Y de Bigelow) → resiste a extensão e RE
- Lig. pubofemoral → resiste a RE em extensão
Luxação do quadril
- Qual ligamento compõe a região posterior da articulação coxofemoral?
- Lig. isquiofemoral → resiste a RI em flexão e extensão
Luxação do quadril
- Vascularização do fêmur proximal:
- Imagem auto-explicativa
Luxação do quadril
- Epidemiologia:
- Jovens (30 anos)
- ♂ > ♀
- Trauma de alta energia
- Lx posterior > Lx anterior (9:1)
- 2 a 15% são irredutíveis
- 95% apresentam lesões associadas
- TCE; tórax; abdome e musculoesqueléticas
Luxação do quadril
- ____ a ____ % das luxações, de forma geral, apresentam fratura da cabeça femoral.
- 5 a 15%
Luxação do quadril
- ____ % das luxações posteriores apresentam fratura da cabeça femoral.
- 10%
Luxação do quadril
- ____ a ____ % das luxações anteriores apresentam fratura da cabeça femoral.
- 25 a 75%
Luxação do quadril
- ____ % das luxações posteriores apresentam lesões peri-articulares no joelho, principalmente do LCP.
- 25%
Luxação do quadril
- ____ a ____ % das luxações posteriores apresentam lesão do n. ciático (ramo fibular).
- 10 a 20%
Luxação do quadril
- Quais os pilares do mecanismo de luxação indireta (3)?
- Posição do quadril
- Anatomia do paciente
- Vetor de força
Luxação do quadril
- Qual o mecanismo de trauma da luxação posterior pura?
- Quadril em flexão + adução + RI + joelho fletidos
Luxação do quadril
- Qual o mecanismo de trauma da fratura/luxação posterior?
Fratura em cisalhamento da cabeça femoral OU fratura da parede posterior do acetábulo
- Menores graus de flexão, adução + RI (comparando com a luxação pura)
Luxação do quadril
- Qual o mecanismo de trauma da luxação anterior (região púbica ou supraespinosa)?
- Quadril em hiperextensão + abdução + RE
10% das luxações anteriores
Luxação do quadril
- Qual o mecanismo de trauma da luxação anterior (região obturatória)?
- Quadril em flexão + abdução + RE
90% das luxações anteriores
Luxação do quadril
- Qual a variação anatômica do n. ciático x piriforme e em qual situação está mais em risco?
- Em 16% dos casos, uma parte do nervo atravessa o piriforme ou passa posteriormente a este músculo, o que coloca o nervo em grande risco
Luxação do quadril
- Quais as principais lesões articulares e periarticulares?
- Lesões mandatórias
- Lig. redondo
- Cápsula (parcial ou total)
- Lesões do labrum e musculares
Luxação do quadril
- Nas luxações anteriores, qual estrutura atua como fulcro para lesão da cápsula articular?
- Músculo iliopsoas
Luxação do quadril
- Quais os principais tipos de fratura da cabeça femoral (3)?
-
Avulsão → mais comum
- Fragmento preso no lig. redondo
-
Cisalhamento → ocorre com mecanismo de trauma em menor adução
- Fragmento anteromedial da cabeça
-
Impacção → ocorre mais em luxações anteriores
- Acomete a região póstero-superior da cabeça femoral
- Pode acometer a ACFM → alto risco de necrose
- Acomete a região póstero-superior da cabeça femoral
Luxação do quadril
- O que procurar / avaliar no exame físico?
- Lesões periarticulares no joelho
-
Posição dos MMII
- Quadril em flexão + adução + RI → luxação posterior
- Quadril em flexão + abdução + RE OU membro em extensão + quadril em leve abdução e RE → luxação anterior
- Status NV → avaliar pré e pós redução
Luxação do quadril
- Com relação a posição dos MMII, o que é esperado nas luxações posteriores?
- Quadril em flexão + adução + RI
Luxação do quadril
- Com relação a posição dos MMII, o que é esperado nas luxações anteriores?
- Quadril em flexão + abdução + RE OU
- Membro em extensão + quadril em leve abdução + RE
Luxação do quadril
- Com relação a luxação posterior, o que observar / avaliar na radiografia AP de bacia?
- Cabeça femoral menor e superolateral ao acetábulo
- Sobreposição da cabeça com teto acetabular
- Trocânter menor menos aparente e colo femoral visto de perfil
Sempre comparar com o lado contralateral
Luxação do quadril
- Com relação a luxação anterior, o que observar / avaliar na radiografia AP de bacia?
- Cabeça femoral maior e medial ou inferior ao acetábulo
- Trocânter menor mais aparente
Luxação do quadril
- Quais os 5 exames de imagem solicitar após a redução?
- AP de bacia
- Inlet
- Outlat
- Alar
- Obturatriz
Luxação do quadril
- Quais as indicações de TC?
- Pós redução
- Verificar a congruência articular
- Lesões associadas
- Fragmentos articulares
- Programação cirúrgica
Pré redução somente em casos de suspeita de fratura do colo femoral
- Quais as indicações de RNM?
- Avaliar osteonecrose da cabeça femoral → após 6 a 8 semanas +
- Avaliar lesões condrais e labrais
Luxação do quadril
- Quais as principais classificações (6)?
- Epstein → luxações anteriores
- Thompson e Epstein → luxações posteriores
- Steward e Milford → luxações posteriores
- Brumback → luxações anteriores e posteriores
- Pipkin → luxações posteriores
-
AO
- Luxações anteriores e posteriores
- Fratura da cabeça femoral
Luxação do quadril
- Classificação de Epstein para luxações anteriores (2 tipos com 3 subdvisões em cada):
-
Tipo 1 → superiores (púbicas e subespinhosas) - 10%
- A → pura (sem fx)
- B → fx da cabeça associada
- C → fx do acetábulo associado
-
Tipo 2 → inferiores (obturatória e perineal) - 90% (+ frequentes)
- A → pura (sem fx)
- B → fx da cabeça associada
- C → fx do acetábulo associado
Luxação do quadril
- Classificação de Thompson e Epstein para luxações posteriores (5):
- Tipo 1 → lx posterior pura ou com pequenos fragmentos do rebordo posterior do acetábulo
- Tipo 2 → lx posterior com fragmento grande e único do rebordo posterior do acetábulo
- Tipo 3 → lx posterior com fx cominutiva da parede posterior do acetábulo
- Tipo 4 → lx posterior com fx do teto do acetábulo
- Tipo 5 → lx posterior com fx da cabeça femoral (subdividida por Pipkin 1 → 4)
Evolução das fraturas - acetábulo → cabeça femoral
Luxação do quadril
- Classificação de Steward e Milford para luxações posteriores (4):
Se baseia na estabilidade pós-redução → avalia o prognóstico
- Tipo 1 → lx sem fratura
- Tipo 2 → fx/lx, com fragmento mínimo que não causa instabilidade (estável pós redução)
- Tipo 3 → fx/lx com instabilidade
- Tipo 4 → associada a fx da cabeça ou colo femoral
Luxação do quadril
- Classificação de Brumback para luxações anteriores e posteriores (5):
- Mais complexa
- Considera tamanho do fragmento, direção e estabilidade (lx + fx da cabeça)
-
Tipo 1 → lx posterior + fx cabeça inferomedial (Pipkin 1)
- A → estável, sem fx do acetábulo
- B → estável, com fx acetábulo
-
Tipo 2 → lx posterior + fx da cabeça superomedial (Pipkin 2)
- A → estável, sem fx do acetábulo
- B → instável, com fx do acetábulo
-
Tipo 3 → lx (anterior ou posterior) + fx do colo
- A → sem fx da cabeça
- B → com fx da cabeça
-
Tipo 4 → lx anterior
- A → indentação, depressão súpero lateral na cabeça
- B → transcondral, na área de carga da cabeça
- Tipo 5 → fx/lx central, com fx da cabeça
Luxação do quadril
- Classificação de Pipkin para luxações posteriores:
Avalia fx da cabeça femoral associada a fx do colo ou acetábulo
- Tipo 1 → fx infrafoveal da cabeça femoral (fora da zona de carga) (22%)
- Tipo 2 → fx suprafoveal da cabeça femoral (MAIS COMUM - 42%)
- Tipo 3 → fx do colo associada ao tipo 1 ou tipo 2 (15%)
- Tipo 4 → fx do acetábulo associada ao tipo 1 ou tipo 2
Luxação do quadril
- Classificação AO para luxações anteriores e posteriores:
- 30 A1 → luxação anterior
- 30 A2 → luxação posterior
- 30 A3 → medial ou central
- 30 A4 → obturatória
O número 30 corresponde a luxação e as letras correspondem a direção da luxação
Luxação do quadril
- Classificação AO para fraturas da cabeça femoral (2 grupos):
- Fraturas por cisalhamento (31C1)
- .1 → avulsão
- .2 → infrafoveal
- .3 → suprafoveal
- Fraturas por depressão / impacção (31C2)
- .1 → lesão condral
- .2 → impacção
- .3 → impacção + cisalhamento
Luxação do quadril
- Qual deve ser a conduta inicial?
- ATLS
- RX série trauma
- Redução fechada sob sedação
- Fraturas do colo sem desvio evidenciado pela TC → fixação percutânea + redução fechada sob sedação
Luxação do quadril
- Quais as situações não está indicada a redução fechada sob sedação?
- Fraturas do colo desviada
- Lesão vascular
- Lesão exposta
Luxação do quadril
- Quais as principais manobras de redução para luxação posterior?
- Manobra de Allis
- Manobra de Bigelow
- Manobra de Baltimore
- Manobra de Stimson
- Manobra de Allis modificada (luxação anterior)
Luxação do quadril
- Como é realizada a manobra de redução de Allis para luxação posterior?
São necessários 2 profissionais
- Paciente posicionado em decúbito dorsal
- Um assistente estabiliza a pelve
- Aplica-se tração na direção oposta à deformidade
- Enquanto a tração está sendo aplicada, o quadril é flexionado a 90° e a extremidade é rodada interna e externamente conforme necessário para se obter a redução
Luxação do quadril
- Como é realizada a manobra de redução de Bigelow para luxação posterior?
São necessários 2 profissionais
- Paciente posicionado em decúbito dorsal
- Um assistente estabiliza a pelve
- Posiciona-se o braço por baixo da região proximal da panturrilha do paciente e segura o tornozelo com seu outro braço
- Aplica-se tração na direção oposta da deformidade e, em seguida, flexiona o quadril a 90°
- A tração é mantida a 90° de flexão, mantendo a extremidade aduzida e em RI
- A cabeça femoral é então alavancada para dentro do acetábulo com uma combinação de abdução, RE e extensão do quadril
Luxação do quadril
- Como é realizada a manobra de redução de Baltimore para luxação posterior?
Pouco utilizada → necessita de 3 profissionais
- Imagem auto-explicativa
Luxação do quadril
- Como é realizada a manobra de redução de Stimson para luxação posterior?
Tem pouca aplicabilidade
- Imagem auto-explicativa
Luxação do quadril
- Como é realizada a manobra de redução de Allis modificada para luxação anterior?
São necessários 2 profissionais
-
Se luxação inferior
- Paciente posicionado em decúbito dorsal
- É realizada leve flexão do quadril + RI + adução + tração lateral
-
Se luxação superior
- Tração longitudinal + RI
Luxação do quadril
- Após a redução fechada, qual o próximo passo?
- Avaliação da estabilidade → flexão do quadril em 90° + RI + adução
- Controle com RX (5 projeções) + TC
Luxação do quadril
- Quais as indicações de redução aberta (3)?
- Déficit neurológico pós redução
- Luxações irredutíveis (2 a 15%)
-
Contraindicações de redução fechada
- Fraturas do colo desviada
- Lesão vascular
- Lesão exposta
Luxação do quadril
- Qual o tratamento se:
- Após redução fechada, ficar estável e sem fraturas associadas?
- Tratamento conservador
- 48 a 95% com bons resultados
- Repouso por 2 semanas
- Mobilização passiva
- Evitar extremos de movimento por 6 a 8 sem
- Carga parcial proprioceptiva + total após 6 sem
Luxação do quadril
- Qual o tratamento se:
- Após redução fechada, ficar estável e houver fragmentação da cabeça femoral ou da parede posterior do acetábulo?
- Tratamento conservador
- Não pode haver bloqueio mecânico
- Diastase entre os fragmentos das fx Pipkin 1 e 2 < 1 mm
Luxação do quadril
- Como é definido o acesso para redução aberta?
- Pelo desvio da luxação!
- Posterior → Kocher-Langenbeck
- Anterior → Smith-Petersen ou Watson-Jones
Os acessos podem variar a depender da necessidade de fixação de fraturas associadas
Luxação do quadril
- Quais as indicações cirúrgicas para luxações Pipkin 1 (infrafoveal)?
- Fragmento intra-articular
- Incongruência, restrição ADM
- Proceder com fixação ou ressecção
Luxação do quadril
- Quais as indicações cirúrgicas para luxações Pipkin 2 (suprafoveal)?
- Acometimento da área de carga > 2 cm² (passível enxerto autólogo)
- RAFI
- Fragmento anteromedial → lx controlada melhor abordagem
Luxação do quadril
- Quais as indicações cirúrgicas para luxações Pipkin 3 (fratura do colo associada)?
- Urgência → diminuir complicações
- Se não houver desvio → fixar antes de reduzir
- Sequência de fixação → 1° colo femoral / 2° cabeça femoral
- Altos índices complicações
Luxação do quadril
- Quais as principais complicações?
- Artrose (8 a 75%) → mais comum
- Necrose (6 a 23%) → Pipkin 1 e 3 / reduzir até 6 horas
- Ossificação heterotópica (6 a 64%)
- Lesão neurológica
- Reluxação (< 2%)