Litiase Urinária Flashcards

1
Q

Pq devemos considerar a litiase urinária uma doença crônica, a despeito de sua manifestação aguda (cólica nefrética)??

A

Devido sua grande capacidade de recidiva!! O encontro de cálculo urinário delineia um quadro permanente em que o pcte em questão estará em constante risco de novos episódios, perfazendo, assim, a grande necessidade de se realizar o diagnóstico da etiologia e fatores precipitantes para que haja um controle crônico da doença.

Taxas de rescidivas: 10% no primeiro ano, 35% nos 5 anos subsequentes e 50-60% em 10 anos.

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2
Q

Quais os fatores que favorecem e inibem a formação de cálculos na urina?

A

FATORES QUE FAVORECEM A FORMAÇÃO DE CÁLCULOS

  • Hiperexcreção de solutos (Ex: hipercaucipuria, hiperoxalúria, hiper-uricosúria, etc…).
  • Volume urinário reduzido (desidratação).
  • Alteração do pH urinário
  • Deficiência dos inibidores de cristalização

FATORES QUE INIBEM A FORMAÇÃO DE CÁLCULOS

► Hidratação com aumento do volume da urina e diluição de seus solutos.

É o principal e mais importante mecaismo protetor, dado que inibe na raiz a formação de cálculos urinários.

► Citrato e magnésio

São importantes na inibição da formação de cálculos de Oxalato de Cálcio, dado que o Citrato se liga ao Cálcio e o Magnésio ao Oxalato inibindo a ligação entre eles.

► Proteínas de Tamm-Horsfall

Agem inibindo a agregação e crescimento dos cristais, mas não a sua formação.

► E as glicoproteínas Nefrocalcina e Uropontina.

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3
Q

Quais os fatores de risco para a doença litiásica urinária?

A

É uma condição comum na prática clínica tal que virtualmente qualquer pessoa apresenta risco de formação de cálculos urinários. No entanto, existem aquelas em que o risco encontra-se aumentado devido fatores de risco:

  • Homem (2-3♂:1♀)
  • História familiar positiva
  • Desidratação
  • Presença de distúrbios metabólicos.
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4
Q

“Os cálculos se formam devido um processo de acúmulo e agregação de cristais. No entanto, nem todos os cristais formados irão constituir um cálculo futuramente”

Como é possível?

A

O motivo é simples, o fluxo renal pode ser capaz de eliminá-los antes mesmo de uma agregação significativa. Todavia, isto acaba por “levantar” um questionamento: “por que é que, então, esse mecanismo do fluxo urinário falha?”. Parte da resposta reside no fato de que alguns cristais se formam aderidos à superfície do epitélio urinário (geralmente nas papilas renais) tal qual uma âncora para a fixação e agregação de novos cristais com consequente cálculo macroscópico.

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5
Q

Diferencie o processo de nucleação homogênea da heterogênea…

A

Dá-se, ao processo de formação dos cristais, o nome de “Nucleação”. Este pode ser categorizado em dois tipos: Homogênea ou Heterogênea. A Nucleação Homogênea, refere-se à gênese de um cristal puro; em contraste, a Nucleação Heterogênea se dá quando da formação de um cristal sobre a superfície de um outro cristal de composição diferente.

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6
Q

Oxalato de cálcio

Ácido Úrico

Cistina

Estruvita

Considerando os tipos de cálculos urinários, responda, qual (quais):

  1. Qual a ordem de prevalência?
  2. Quais sofrem influência do pH? Quais se formam em pH ácido? e em pH básico?
  3. Qual o único cristal que não forma cálculos coraliforme? qual o que + freq o forma?
  4. Qual é o cálculo que dependede bactérias presentes na urina? Quais bactérias?
  5. desses cálculos compõe uma desordem autossômica recessiva?
A

1 ►Qual a ordem de prevalência?

São 4 constituições básicas para os cálculos urinários, em ordem de prevalência:

  1. Oxalato de Cálcio (70-80% dos casos)
  2. Estruvita ou trifosfato de amônia magnesiano (10-20%)
  3. Ácido Úrico (5-10%)
  4. Cistina (2-3%).

♦ OBS: O cálculo mais frequentemente encontrado é o de Oxalato de Cálcio, tal que em metade das vezes encontra-se puro (Nucleação Homogênea) e no restante associado a outros sais (Nucleação Heterogênea).

2 ► Quais sofrem influência do pH? Quais se formam em pH ácido? e em pH básico?

  • O único que não sofre influência do pH urinário é o oxalato de cálcio.
  • pH ácido = Cistina + Ácido úrico
  • pH básico = Estruvita (dependente de urease bacteriana → tbm chamado de cálculo infeccioso).

3 ► Qual o único cristal que não forma cálculos coraliforme? qual o que + freq o forma?

Coraliforme = cálculo que ocupa todo o espaço da pelve e cálices renais…

O único que não forma cálculos coraliformes é o Oxalato de Cálcio.

O que mais frequentemente forma coraliforme é o de estruvita!

4 ► Dependem de bactérias presentes na urina?

O cálculo de estruvita (o 2o + freq) tbm é chamado de cálculo infeccioso por depender de bactérias produtoras de urease presentes na urina. Tais bactérias basificam (alcalinizam) a urina e proporcionam um ambiente adequado (básico) à nucleação de cristais de estruvita.

Principais bactérias relacionadas à estruvita (São Gram Negativas):

  • Proteus
  • Klebsiela sp.
  • Pseudomonas
  • Enterococos
  • Serratia sp.
  • Providencia sp.

5 ► desses cálculos compõe uma desordem autossômica recessiva?

A cistinúria (cistina na urina) é uma condição autossômica recessiva em que o pcte formará cristais de cistina durante toda a vida (desde a infancia). Apesar de rara, representando apenas cerca de 2% dos casos de litíase urinária, cai muito em prova.

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7
Q

Quais são os principais pontos de impactação de cálculos urinários? Qual desses é o ponto de menor diâmetro?

A

Pontos de constricção.

  • JUP
  • JUV
  • No cruzamento do ureter com os vasos ilíacos internos.

O ponto mais estreito:

A JUV é o ponto mais estreito do trato ureteral, apresentando 4 mm de diâmetro. Portanto, cálculos menores de 4 mm serão expulsos com menos dificuldade.

OBS: A maioria dos cálculos ureterais com < 5 mm é eliminada espontaneamente, ainda que o pcte nao receba qualquer tipo de tto. Acima de 5 mm a prob de eliminação espontânea diminui de forma progressiva sendo extremamente baixa com cálculos > 10 mm.

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8
Q

“Pcte em crise nefrética, com TC helicoidal evidenciando cálculo obstruindo a JUP. Seu EAS evidencia cristais de cistina.” Podemos afirmar que o cálculo visto no exame de imagem é de Cistina?

A

NÃO!!! Nem sempre os cristais encontrados no EAS terão a mesma composição do cálculo sintomático. Nada impede que o pcte possua dois distúrbios metabólicos concomitantes, como hiperuricosúria e hipercalciúria.

OBS MASTER: Um cuidado especial para a pesquisa de cristal no EAS é que a amostra não deve ser regfrigerada, pois o frio pode induzir a nucleação de solutos levemente supersaturado na urina, fornecendo um resultado falto-positivo.

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9
Q

Qual o quadro clínico típico de Ureterolitíase?

A
  • É importante frisar que a existência do cálculo, em si, não é suficiente para o surgimento de sintomas. De fato, a maioria dos diagnósticos de litíase é feita de forma incidental em pctes assintomáticos. A clínica aguda de cólica nefrética surge quando da migração ou obstrução.
  • Dada sua frequência, o quadro clínico tipicamente associado ao paciente com cálculo urinário é aquele decorrente da obstrução aguda da JUP: dor abdominal em flanco de forte intensidade, contínua, do tipo cólica (cólica nefrética), acompanhada de náseas, vômitos, sudorese, taquicardia, hipertensão arterial e Manobra de Giordano positiva. Já quando o cálculo encontra-se no trajeto ureteral, a dor apresentará um padrão de irradiação para o topografia do ligamento inguinal, testículo, uretra ou grandes lábios. Um cálculo impactado na JUV incorrerá em disúria e polaciúria.
  • Um sinal muito importante é a hematúria: 90% dos pacientes com cálculo urinário apresentarão hematúria macro ou microscópica; depois da ITU, a nefrolitíase é a segunda maior causa de hematúria.
  • A grande preocupação volta-se para as possíveis complicações… A mais temida é a Pielonefrite que geralmente cursa com febre alta e calafrios podendo ser fatal em alguns casos que evoluem para sepse. Outras complicações temidas decorrem da obstrução total do trato urinário, tal como hidronefrose e perda do parênquima renal (falência renal).
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10
Q

Sobre o diagnóstico da Urolitíase:

  1. No diagnóstico de Litíase Urinária, quais os exames de imagem podemos solicitar para evidenciar a existência de cálculo?
  2. Qual o método de imagem padrão ouro para diag urolitíase?
  3. Em que porção do trato urinário teremos dificuldade de ver o cálculo pelo USG?
  4. Qual a grande vantagem da urografia excretora em relação aos outros métodos de imagem?
  5. Quais as 3 perguntas diagnóstica que temos que responder ao manejar um pcte com urolitíase?
  6. Qual o único tipo de cálculo que não é radiopaco, e que não o conseguimos ver pelo Rx simples? E qual não conseguimos ver no exame de TC?
A

1►No diagnóstico de Litíase Urinária, quais os exames de imagem podemos solicitar para evidenciar a existência de cálculo?

Na suspeita clínica → Objetivo principal é evidenciar a presença da pedra. Pouco importa, nesse momento, a composição do cálculo. Para tanto, usamos exames de imagem: Rx simples, USG, Urografia excretora ou TC helicoidal.

2►Qual o método de imagem padrão ouro para diag urolitíase?

  • TC helicoidal sem contraste (padrão-ouro com sensibilidade de 98% e especificidade de 100%)
    • Desvantagem: incapacidade de medir a função renal e, obviamente, a exposição à radiação ionizante.
    • Vantagem: identifica o exato local do cálculo.

3►Em que porção do trato urinário teremos dificuldade de ver o cálculo pelo USG?

  • USG do trato urinário (segunda escolha)
    • Desvantagem: cálculos de difícil localização quando impactados na porção distal do ureter e, obviamente, uma desvatagem clássica, operador-dependente.
    • Vantagem: exame dinâmico e sem radiação ionizante.

4►Qual a grande vantagem da urografia excretora em relação aos outros métodos de imagem?

  • A Urografia Excretora, também chamada de pielografia intravenosa, é um método em que se administra contraste iodado endovenoso. Quando o constraste é excretado na urina realiza-se um RX de abdome, o qual revelará o contorno das vias urinárias… Foi considerado, durante algum tempo, o melhor método para o diagnóstico de litíase urinária. Continua sendo um excelente exame, apresentando sensibilidade de 90%, mas perde em acurácia para a TC helicoidal. Sua grande vantagem é a capacidade de avaliar indiretamente a função renal (atraso de enchimento ou mesmo ausência); também pode detectar cálculos mais distais na via urinária que não foram identificados pelo USG. Sua grande desvantagem é a necessidade de se realizar contraste iodado endovonoso, bem como exposição à radiação ionizante.

5 ►Quais as 3 perguntas diagnóstica que temos que responder ao manejar um pcte com urolitíase?

P1: Existe mesmo cálculo urinário?

  • Suspeita clínica → Exames de imagem (TC ou USG) e, possivelmente, exames laboratoriais (EAS, urinocultura)

P2: Qual a composição do cálculo?

  • Análise direta do cálculo (cristalografia)→ O pcte deve ser orientado, durante o período de crise, a filtrar a urina com um coador de café papel para capturar o cálculo para sua análise posterior.
  • Munidos dessa informação poderemos direcionar melhor a investigação diagnóstica do distúrbio metabólico subjacente, o que permitirá a elaboração de uma estratégia preventiva específica.

P3: Que fator predispôs a formação daquele cálculo?

  • Pcte possui ácido úrico aumentado? Ou outro distúrbio metabólico ou endócrino?
  • Solicitar → EAS, urinocultura, urina de 24 horas (pelo menos em duas ocasiões), dosagens séricas de Ca+, fosfato, Na+, K+, Cl-, HCO3-, ácido úrico, ureia, creatinina, albumina (p/ corrigir o Ca++) e Paratormônio.

6 ►Qual o único tipo de cálculo que não é radiopaco, e que não o conseguimos ver pelo Rx simples? E qual não conseguimos ver no exame de TC?

  • Os cálculos de ácido úrico puros não são vistos no Rx simples.

OBS: O rx simples de abdome não é um bom exame para avaliar cálculo. Sua especificidade e sensibilidade são baixas, em torno de 60%.

  • Os cálculos de Indinavir não são vistos na TC.

OBS²: Indinavir é um anti-retrovirial que está em desuso. Era famoso por formar cristais puros em seus usuarios.

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11
Q

Sobre o tto da urolitíase:

  1. O que fazer numa urolitíase assintomática?
  2. Sobre a terapia médica expulsiva:
    • (A) O que compõe a terapia médico expulsiva?
    • (B) Em quais pctes pode ser tentada?
    • (C) por quanto tempo pode ser tentada?
    • (D) quais medicamentos são usados?
    • (E) Quando devemos desistir da terapia médica expulsiva e intervir?
  3. Quais as opções terapeuticas?
  4. Em que pctes devemos intervir precocemente?
  5. Você recebe um pcte com urolitíase sintomática:
    • (A) Qual a sua conduta inicial?
    • (B) Deve-se fazer hidratação nesse pcte?
  6. Sobre a urolitíase complicada:
    • (A) o que define uma urolitíase complicada?
    • (B) Qual a conduta nesses casos?
  7. Qual o único cálculo passível de dissolução química? Como é feita?
  8. Sobre a LOCE:
    • (A) Como é feita?
    • (B) Quais as complicações da LOCE?
    • (C) Quais as contra-indicações da LOCE?
    • (D) A LOCE apresenta baixa eficácia em quais situações?
    • (E) Podemos realizar LOCE em crianças?
  9. Qual o algorítmo para escolha da opção terapêutica na urolitíase?
  10. Qual o tamanho do cálculo, ou seu fragmento, que pode ser retirado por meio da Nefrolitotomia Percutânea?
A

1 ► O que fazer numa urolitíase assintomática?

Nada! Conduta expectante.

2 ► sobre a terapia médica expulsiva

(A) O que compõe a terapia médico expulsiva?

Consiste no tto farmacológico da urolitíase visando o controle da dor e relaxamento da via urinária para possibilitar a expulsão espontânea do cálculo.

TME = Alfabloq + AINES

(B) Em quais pctes pode ser tentada?

Optamos por essa opção terapêutica em pctes sintomáticos com cálculos < 10 mm (o Dr. Fernando usa o ponto de corte de 7 mm).

OBS: Além disso, o pcte tem que aceitar essa terapêutica e tem que responder bem aos medicamentos para não sentir dor…

OBS²: Temos que fazer, durante essas 4-6 semanas, acompanhamento com USG seriados para avaliar a progressão do cálculo.

(C) por quanto tempo pode ser tentada?

Podemos tentar a terapia médico expulsiva por 4-6 semanas. Se nesse tempo não houver expulsão do cálculo, deve-se indicar uma medida intervencionista.

(D) quais medicamentos são usados?

Medicações:

  • Alfa-1-bloq (Tamsulosin 0.4 mg/dia) → Dilatam diretamente a musculatura lisa ureteral. Tais drogas conseguem diminuir o espasmo do trato urinário, facilitando a movimentação do cálculo de modo a aumentar a chance de eliminação espontânea.
  • AINES → Drogas de 1a escolha: possuem efeitos analgésicos excelentes e previnem espasmos da musculatura lisa ureteral.
  • Morfina → Dores refratárias aos AINES
  • Buscopan → Antiespasmodico clássico = Não funciona bem pra cólica nefrética!!! Seu leve efeito tem sido relacionado à dipirona em sua coposição, e não ao próprio buscopan.

(E) Quando devemos desistir da terapia médica expulsiva e intervir?

  • Se o pcte tem uma dor intratável com analgésicos;
  • Não aderência ao terapia médica expulsiva;
  • Não expulsão em 4-6 semanas.

3 ► Quais as opções terapeuticas?

  • Conservadora
    • Terapia médica expulsiva
    • Dissolução química (só no de ácido úrico)
  • Intervenção
    • LOCE
    • Litotripsia percutânea
    • Endourológica
    • Cirurgia aberta

4 ►Em que pctes devemos intervir precocemente?

  • Cálculos > 10 mm (Ref do Dr. Fernando: > 7mm).
  • Infecção urinária associada (ex: pielonefrite)
  • Sintomas refratários ao tto farmacológico
  • Obstrução persistente ou progressiva
  • Insuficiência renal aguda
  • Pcte com rim único
  • Acometimento bilateral

5 ►Você recebe um pcte com urolitíase sintomática:

(A) Qual a sua conduta inicial?

  • Controle da dor → Iniciar TME = Alfabloq + AINES.
  • Decidir pela opção terapêutica.

(B) Deve-se fazer hidratação nesse pcte?

Antigamente recomendava-se realizar hidratação forçada e vigorosa. Atualmente, sabe-se que uma hidratação mínima é tão, ou mais, eficaz. Portanto, devemos apenas corrigir o distúrbio hídrico se presente. Ou seja, só hidratar quem precisa (ex: pctes c/ náuseas e vômitos).

6 ►Sobre a urolitíase complicada:

(A) o que define uma urolitíase complicada?

Denomina-se litíase complicada quando um cálculo obstrutivo se associa à infecção renal (pielonefrite) ou qnd sobrevém insuficiência renal aguda pós-renal…

(B) Qual a conduta nesses casos?

Intervenção + precoce possível !!!

Em tais casos, a primeira preocupação não deve ser retirar o cálculo, mas sim desobstruir a via urinária, a fim de evitar a evolução para perda irreversível do parênquima. Além disso, uma pielonefrite obstruída leva facilmente à sepse urinária fulminante, bacteremia, uma condição de enorme letalidade…

Para desobstruir o rim acometido, dois procedimentos emergenciais podem ser usados:

  • Nefrostomia percutânea (cateter “único-J”)
  • Stent ureteral (cateter “Duplo-J”)

CONDUTA

  • Hidratação → Corrigir instabilidade hemodinâmica da sepse.
  • Coleta de hemoculturas
  • iniciar ATB-Tep empírica.
    • Alternativas:
      • Piperacilina & Tazobactam
      • Ampicilina & Sulbactam
      • Imipenem
  • DESOBSTRUTIR A VIA URINÁRIA!!
    • único ou duplo-J.

7 ►Qual o único cálculo passível de dissolução química? Como é feita?

Só dá pra tentar isso nos de Ácido Úrico. Estes só se formam em pH ácido, portanto, a alcalinização urinária é capaz de dissolvê-los. Entretanto, a dissolução completa em curto prazo é incomum. Por isso, essa prática é pouco empregada.

TTO de dissolução química:

  • DIETA
    • restrição de alimentos ricos em purinas e restrição de sódio.
  • ALCALINIZAR URINA
    • Citrato
    • Bicarbonato de potássio

8 ►Sobre a LOCE:

(A) Como é feita?

O pcte é colocado num tanque d’água, numa posição em que o cálculo é centrado no ponto focal de dois refletores parabólicos. Ondas de choque de alta intensidade são então criadas por descargas de alta voltagem no aparelho, e os refletores focalizam a energia para o cálculo…

(B) Quais as complicações da LOCE?

1- Hematoma perinéfrico
2- Hematúria
3- Cólica renal (fragmentos deslocados)
4- Pancreatite (rara)

(C) Quais as contra-indicações da LOCE?

1- Gravidez
2- Aneurisma da artéria renal ou aórtico
3- Diátese hemorrágica
4- Marca-passo
5- Hipertensão severa
6- Cálculos grandes ou coraliformes
7- Cálices com distensão grosseira

(D) A LOCE apresenta baixa eficácia em quais situações?

  • Cálculos Grandes (> 20 mm ou seja > 2cm)
  • Cálculos localizados no polo inferior do rim
  • Cálculos duros, como os de cistina.

(E) Podemos realizar LOCE em crianças?

SIM! Nelas, geralmente, os cálculos costumam ter menor consistência e excelentes resultados.

9 ►Qual o algorítmo para escolha da opção terapêutica na urolitíase?

Ver imagem no final

10 ►Qual o tamanho do cálculo, ou seu fragmento, que pode ser retirado por meio da Nefrolitotomia Percutânea?

Cálculos de até 1cm podem ser removidos diretamente pelo fórcipe, através do canal de nefrostomia. Aqueles com > 2 cm devem ser primeiramente fragmentados pela litotripsia in situ, para depois serem removidos.

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12
Q

Sobre o manejo crônico da urolitíase:

  1. O tipo de cálculo mais freq é o de Oxalato de Cálcio:
    • (A) Quais as principais etiologias de hipercauciúria?
    • (B) Qual o valor de Ca++ urinário no exame de Urina 24h indica hipercalciúria?
    • (C) Qual o tto da hipercalciúria idiopática? Está indicada a restrição dietética de cálcio?
  2. Qual a fisiopatologia, diagnóstico e tto da hiperoxalúria entérica?
  3. d
A

1 ► O tipo de cálculo mais freq é o de Oxalato de Cálcio:

(A) Quais as principais etiologias de hipercauciúria?

  • (55%) Hipercalciúria idiopática
  • (15-60%) Hipocitratúria
  • (20%) Hiperuricosúria
  • (5%) Hiperparatireoidismo 1o
  • (1-2%) Hiperoxalúria intestinal

HIPERCALCIÚRIA IDIOPÁTICA → É a principal causa de formação de cálculos de Ca++. É uma condição herdade autossômica dominante. Para firmarmos o seu diagnóstico devemos excluir outras causas de aumento de cálcio na urina: hipertireoidismo , sínd de cushing, sarcoidose, tumores malignos, imobilidade, intoxicação pela vitamina D, doença de Paget, etc…

HIPOCITRATÚRIA → O citrato é um fator inibidor da formação de cálculos de Oxalato de Cálcio. Portanto, a ↓ de citrato na urina propcia a formação de Oxalato de Ca++.

HIPERURICOSÚRIA → Cerca de 1/2 dos cálculos de Oxalato de Cálcio formam complexox com cristais de ácido úrico.

HIPERPARATIREOIDISMO 1o → Nessa doença, haverá maior excreção de Ca++ na urina.

HIPEROXALÚRIA INTESTINAL → É uma condição metabólica adquirida (secundária à doença de Chron, supercrescimento bacteriano, etc) acompanhada de má absorção intestinal, em decorrência da esteatorreia (↑ da eliminação fecal de gorduras).

O Ca++ alimentar, em condições normais, se liga ao oxalato no lúmen intestinal, formando oxalato de Ca++ insolúvel (ñ absorvível), que é eliminado nas fezes. Quando existe esteatorreia, os ácidos graxos q n estão sendo absorvidos se ligam ao ca++ da dieta deixando o oxalato livre para ser absorvido, o que culmina em hiperoxalúria.

(B) Qual o valor de Ca++ urinário no exame de Urina 24h indica hipercalciúria?

Ca++ urinário > 300mg/dia ♂, > 250 mg/dia ♀.

(C) Qual o tto da hipercalciúria idiopática?

  • Restrição de Na+ na dieta → sódio e cálcio são reabsorvidos em conjunto nos túbulos renais. Ao restringirmos o sódio dietético, mais sódio é reabsorvido na urina e, consequemente, mais cálcio, o que reduz a calciúria.
  • Restrição proteica → O metabolismo proteico aumenta a produção de H+, estimulando a retirada de cálcio do osso (elevando a calciúria). Com menos proteína na dieta, menos H+ é gerado, liberando menos cálcio dos ossos e produzindo menos calciúria.
  • DIURÉTICOS TIAZÍDICOS → a hidroclorotiazida, na dose 12,5-25 mg/dia, aumenta a reabsorção tubular de cálcio, reduzindo a calciúria para valores abaixo de 150 mg/24h.
  • NÃO está indicada a restrição de cálcio na dieta: além de não reduzir a calciúria, ela pode aumentar a oxalúria.

2 ► Qual a fisiopatologia, diagnóstico e tto da hiperoxalúria entérica?

Hiperoxalúria = Cálculos de oxalato de cálcio.

FISIOPATOLOGIA

É uma condição metabólica adquirida (secundária à doença de Chron, supercrescimento bacteriano, etc) acompanhada de má absorção intestinal, em decorrência da esteatorreia (↑ da eliminação fecal de gorduras).

O Ca++ alimentar, em condições normais, se liga ao oxalato no lúmen intestinal, formando oxalato de Ca++ insolúvel (ñ absorvível), que é eliminado nas fezes. Quando existe esteatorreia, os ácidos graxos q n estão sendo absorvidos se ligam ao ca++ da dieta deixando o oxalato livre para ser absorvido, o que culmina em hiperoxalúria.

DIAGNÓSTICO

Oxalato urinário de 24h > 50 mg.

TRATAMENTO

O tratamento da hiperoxalúria é baseado na redução de oxalato e gordura da dieta, suplementos orais de cálcio e colestiramina (quelante de oxalato e sais biliares), além do aumento na ingesta hídrica.

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13
Q

Qual o diagnóstico e tto da hipocitratúria?

A

TRATAMENTO

Na hipocitratúria por má absorção intestinal, o mecanismo é a perda de bicarbonato nas fezes, o que gera acidose metabólica. Esta, por sua vez, reduz a excreção urinária de citrato… A hipocitratúria pode ser agravada pelo uso de
diuréticos tiazídicos e pelo consumo excessivo de proteínas contendo enxofre e fósforo, fatores que estimulam a reabsorção de citrato no túbulo proximal!

A reposição oral de citrato está indicada nos casos de hipocitratúria… O citrato de potássio é melhor do que o bicarbonato ou o citrato de sódio, pois não contém sódio e desse modo NÃO induz uma expansão da volemia (como os demais), contribuindo, assim, para reduzir também a calciúria.

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14
Q

A síndrome metabólica é um fator de risco para litíase urinária e está relacionada a uma urina mais _______ e cálculos de ______.

A

A síndrome metabólica é um fator de risco para litíase urinária e está relacionada a uma urina mais ÁCIDA e cálculos de ÁCIDO ÚRICO.

OBS: Podemos dizer, portanto, que pctes obesos possuem > propensão aos cálculos de ácido úrico.

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15
Q

“As crianças com urolitíase sintomática costumam apresentar clínica clássica?”

CERTO ou ERRADO?

A

ERRADO! Geralmente é com dor abdominal difusa e/ou infecção urinária.

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16
Q

Diferencie os cálculos ureterais e renais dos vesicais em primários ou secundários…

A

CÁLCULOS

  • PRIMÁRIOS
    • Renais + Ureterais
  • SECUNDÁRIOS
    • Vesicais

Os cálculos vesicais em sua esmagadora maioria são secundários a uma obstrução infravesical que promove estase urinária e litíase. Já os cálculos primários ocorrem devido um desequilíbrio da solução urinária com precipitação de solutos e formações de cristais sem, no entanto, obstruções como causa de base.

17
Q

A cirurgia bariátrica aumenta significativamente o risco global de litíase urinária?

A

SIM!

18
Q

2014 - UFF - CLÍNICA CIRÚRGICA.

A causa da dor associada a cálculo no ureter é:

a) Irritação da mucosa ureteral.
b) Peristalse ureteral excessiva em resposta à obstrução do cálculo.
c) Obstrução do fluxo urinário com distensão da cápsula renal.
d) irritação do ureter intramural.

A

Gabarito = C

19
Q

2014 UNESP - Os cálculos vesicais devem ser ttados preferencialmente por LOCE, pois, além de ser pouco invasiva, permite melhores resultados clínicos quando comparada aos procedimentos endoscópicos.

CERTO ou ERRADO?

A

ERRADO! A LOCE tta somente o cálculo vesical e este é secundário a alguma coença obstrutiva, como HPB e estenose de uretra. Deve, então, ser ttada a causa 1a concomitantemente.