Leishmaniose visceral Flashcards

1
Q

Agente etiológico

A
  • protozoário Leishmania infantum chagasi
  • família Trypanosomatidae,
  • gênero Leishmania
  • espécie donovani
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2
Q

Vetor

A
  • mosquito Lutzomyia longipalpis
  • mosquito-palha ou birigui
  • Lutzomyia cruzi (Mato Grosso do Sul)
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3
Q

reservatórios urbanos e silvestre

A
  • urbano: cães e gatos
  • silvestre: raposa e gambás
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4
Q

epidemiologia

A
  • esta entre as 7 endemias principais da OMS
  • países com maior número de casos: Brasil, Índia, Etiópia, Sudão
  • 360 milhões de pessoas estão expostas ao risco
  • principais estados do BR: Minas Gerais, Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão
  • maior prevalência no sexo masculino
  • mais prevalente em crianças e jovens
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5
Q

forma infectante

A

promastigota

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6
Q

ciclo evolutivo

A
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7
Q

imunidade inata

A
  • macrófagos sinalizam a presença de antígeno, recrutando mais células de defesa e liberando citocinas
    PALESTRA
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8
Q

resposta imune adaptativa COMPETENTE

A
  • estimulação de resposta Th1, por meio de IL-2, TNF-alfa e INF-gama
  • resposta capaz de conter o processo infeccioso, ativando macrófagos, o que aumenta seu poder microbicida
    PALESTRA
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9
Q

resposta imune adaptativa INCOMPETENTE

A
  • estimulação de resposta Th2, por meio de IL-10, IL-3 e IL-4
  • combate ao parasita é ineficaz e a doença é instaurada
  • permite a multiplicação desenfreada do parasita no sistema reticuloendotelial
    PALESTRA
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10
Q

resposta humoral

A
  • exposição de uma grande quantidade de antígenos ao sistema imune humoral, com consequente grande produção de anticorpos pelas células B
  • ocorre: hipergamaglobulinemia e elevação de citocinas inflamatórias
    PALESTRA
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11
Q

tropismo da LV

A

LV se caracteriza pelo comprometimento do sistema reticuloendotelial (SRE), em que os parasitos permanecem, multiplicam-se e disseminam-se
VERONESI

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12
Q

mecanismos de escape da Leishmania

A
  • Moléculas de superfície das leishmânias, como LPG e GP63, protegem as formas amastigotas da lise nos fagolisossomas, inibindo os mecanismos oxidativos e enzimas lisossomais.
  • Enzimas como a fosfatase ácida, presente na superfície do parasito, bloqueiam a produção de metabólitos oxidativos, favorecendo a permanência de amastigotas nos macrófagos
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13
Q

infecção assintomática

A

maioria dos indivíduos que vivem em áreas endêmicas apresentam evidências de infecção pelo Leishmania, sem história de doença clínica aparente

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14
Q

infecções subclínicas ou oligossintomáticas

A
  • Nas áreas endêmicas, essa é a forma mais frequente da doença
  • sintomas inespecíficos: febrícula, tosse seca, diarreia, sudorese e adinamia persistente e discreta visceromegalia.
  • o baço é impalpável e o fígado está pouco aumentado
  • muito pouco diagnosticada
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15
Q

infecção aguda

A
  • febre alta, tosse e diarreia acentuada
  • alterações hematológicas são discretas e a hepatoesplenomegalia não é expressiva
  • confunde-se com outras síndromes febris
  • característica marcante é a grande quantidade de anticorpos específicos IgM e IgG anti-leishmânia
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16
Q

calazar clássico (fase inicial)

A
  • febre alta (persistente, com 2-3 picos diários)
  • distúrbios gastrointestinais
  • adinamia, prostração, sonolência, mal-estar e progressivo emagrecimento
  • manifestações respiratórias lembram um resfriado comum
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17
Q

calazar clássico (fase de estado)

A
  • sintomas da fase inicial +:
  • emagrecimento progressivo, levando a caquexia
  • cabelos secos e quebradiços, com clássico sinal da bandeira (cabelos com duas ou três colorações)
  • cílios estão alongados
  • deambula vagarosamente
  • edema dos pés e das mãos é frequente
  • evolução: hepatoesplenomegalia grave, pancitopenia, hipergamaglobulinemia, hipoalbuminemia,
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18
Q

calazar clássico (fase final)

A
  • gravemente enfermos
  • presença de complicações: icterícia, sangramentos, infecções, choque, IC, dispneia
  • pouco responsivo ao tratamento
19
Q

diagnóstico clínico clássico

A

febre prolongada + hepatoesplenomegalia + pancitopenia

20
Q

diagnóstico laboratorial inespecífico

A
  • citopenias
  • elevação de transaminase
  • hipoalbuminemia
  • hipergamaglobulinemia
  • elevação de bilirrubina
21
Q

técnicas diagnósticas

A
  • clínico: febre + hepatoesplenomegalia + citopenia
  • presuntivo: RIFI, teste rápido
  • definitivo: aspirado de medula e esplênico
22
Q

diagnóstico imunológico (presuntivo)

A
  • exame imunológico mais utilizado no Brasil é a imunofluorescência indireta (RIFI)
  • ELISA
  • PCR
  • teste rápido
  • sorologia específica
23
Q

tese intradérmico de Montenegro

A
  • sempre negativo na fase ativa da doença
  • não deve ser utilizado como diagnóstico e sim como vigilância epidemiológica
  • fica positivo após a cura
24
Q

diagnóstico parasitológico (definitivo) quais são

A
  • aspirado de medula óssea
  • aspirado esplênico
  • biópsia hepática
25
Q

aspirado de medula óssea

A
  • sensibilidade de 70% para visualização do parasita, perdendo apenas para o padrão-ouro: aspirado esplênico
26
Q

aspirado esplênico

A
  • padrão-ouro
  • sensibilidade de 90-95%
  • requisitos:
  • Esplenomegalia => 3 cm da RCE
  • Tempo de protrombina =< 5 segundos, atividade 60%
  • Contagem de plaquetas => 40.000/mm
27
Q

locais de punção no aspirado de medula óssea

A
  • crista ilíaca
  • esterno
  • tibial anterior
28
Q

indicações de tratamento intrahospitalar

A
  • extremos de idade (< 2 anos, acima de 50)
  • sangramento
  • icterícia
  • leucopenia < 1500
  • plaquetopenia < 50mil
  • coinfecção bacteriana ou HIV
  • doenças de base que possam ser complicadas com o tratamento
29
Q

opções de tratamento

A
  • glucantime
  • anfotericina B desoxicolato
  • anfotericina B lipossomal
30
Q

Glucantime (indicações e contra-indicações)

A
  • medicamento de 1 escolha
  • indicações: tratamento de leishmaniose
  • contra-indicações: insuficiência nos rins, coração ou fígado, hipersensibilidade ao glucantime
31
Q

Glucantime (mecanismo de ação)

A

inibição de enzimas da Leishmania

32
Q

Glucantime (efeitos adversos)

A
  • artralgia, mialgia, inapetência, náuseas, vômitos, dor abdominal
33
Q

Glucantime (posologia)

A

-

34
Q

Glucantime (monitoramento)

A
  • deve realizar o acompanhamento do ECG (intervalo QT corrigido, alargamento da onda T), função hepática, amilase e avaliação da função renal semanalmente
35
Q

Anfotericina B desoxicolato (indicações)

A
  • nefropatas, hipersensibilidade ao glucantime
36
Q

Anfotericina B desoxicolato (efeitos adversos)

A
  • febre, cefaleia, náuseas, vômitos, hiporexia, tremores, calafrios, flebite, cianose, hipotensão, hipopotassemia, hipomagnesemia e alteração da função renal
37
Q

Anfotericina B desoxicolato (posologia)

A
38
Q

Anfotericina B lipossomal (indicações)

A
  • droga de escolha para:
  • menores de 12 meses
  • acima de 50 anos
  • DM
  • nefropatas
  • rim único
  • IC
  • HIV
39
Q

Anfotericina B lipossomal (efeitos adversos)

A
  • febre, cefaleia, náuseas, vômitos, tremores, calafrios, dor lombar
40
Q

Anfotericina B lipossomal (monitoramento)

A
  • função renal, potássio e magnésio sérico
  • repor potássio, quando indicado
41
Q

Anfotericina B lipossomal (posologia)

A
42
Q

critérios de cura

A
  • melhora do apetite e do estado geral
  • desaparecimento da febre
  • ganho ponderal
  • redução do volume do baço e do fígado
  • melhora dos parâmetros hematológicos
  • normalização das proteínas séricas
43
Q

acompanhamento do paciente tratado

A
  • paciente tratado deve ser acompanhado durante 6 meses
  • ao final desse período, se o estado dele permanecer estável, ele será considerado clinicamente curado